27 𝖽𝖾 𝖿𝖾𝗏𝖾𝗋𝖾𝗂𝗋𝗈 𝖽𝖾 2012.

 Era um dia realmente adorável, pelo menos deveria ser. Hannah levantou naquela manhã com um belo sorriso, tinha sonhado com um futuro lindo onde cantava belas canções de ninar para seus admiráveis três filhos. Mas nada que é bom dura muito, deveriam saber disso. Assim que decidiu dar inicio ao segundo dia de trabalho foi surpreendida com uma dos seus em uma maca hospitalar. 

— Mas que porra é essa? O que houve com ela, por quê ninguém me chamou? - A loira perguntou ao se aproximar, pegando seu estetoscópio, verificando os batimentos cardíacos de Tara Chambler. 

Glenn estava ali, sentado ao lado da amiga acamada, um pouco atordoado pelo sono e confuso com o que acontecia. Havia esquecido que Hannah trabalhava ali agora, esconder o acontecimento de ontem não foi tão eficiente quanto Leonardo sugeriu. O garoto, que também estava ali como acompanhante de Tara, chegava com o café da manhã do amigo, Rhee. 

— Não queríamos preocupar você ontem á noite, me desculpe. - Blake se explica, deixando a xícara de café sobre a mesinha ao lado da maca. — Ela está bem agora, mas não sabemos quando deve acordar.

— Sim, eu 'tô vendo que ela está bem, teve um traumatismo craniano e saiu da cirurgia tem cinco horas. O que aconteceu naquela missão, pessoal?

Quando voltaram da busca do dia anterior o sol já havia sumido há algumas horas, com toda a aflição com Tara e a incerteza de sua sobrevivência ninguém se lembrou de avisar qualquer outro que não tivesse ouvido os gritos de Glenn quando chegaram. Mas Annie e Jeremy souberam do ocorrido quando a mulher já havia ido deitar, apenas decidiram que o melhor para ela era uma noite tranquila.

Glenn suspirou, ainda havia sangue em sua roupa e rosto, nunca saiu da enfermaria desde que chegou com Tara em seus braços sangrentos. Era nítido o horror em suas irís escuras, como quem presenciou algo que não deveria. 

— Algo aconteceu, foi tudo tão rápido. - Ele começou, sua voz embarga por um momento, a respiração descontrolada. — Aidan disparou contra um zumbi, atingiu uma granada e tudo foi para os ares. Noah e eu estávamos bem,  nós ficamos juntos, mas Tara e Eugene ficaram presos entre estantes que desmoronaram, ela estava desacordada. 

Não querendo sobrecarregar o amigo, Leo assumiu o papel de explicar o que aconteceu no dia anterior.

— Deu tudo errado, Hannah. O filho da Deanna morreu e Noah foi devorado por culpa do Nicholas. Ele viu tudo acontecer, por isso está assim.

A mulher sente uma pequena fisgada no coração, se sentindo mal por Noah e também pelo irmão de seu amigo. Lidar com perdas era tudo o que costumavam fazer nos últimos tempos. Ela suspirou, se aproximando do amigo com pesar.

— Glenny, vá 'pra casa, tome um banho e durma um pouco. Eu cuido dela enquanto você estiver fora, te prometo. – ele a encarou por alguns segundos, não querendo a contrariar. — Vamos, você está péssimo.

Ele se levantou, não duvidando que Hannah ciudaria de Tara em sua ausência. A loira assistiu o melhor amigo sair em puro cansaço, a deixando sozinha ali com a nova amiga. Tara tomava soro na veia e ainda estava inconsciente desde a cirurgia, poderia acordar em qualquer momento.

Denise se aproximou, verificando a paciente com cuidado e ternura, ajustando o gotejamento de soro na veia. Sorriu em simpatia para Hannah, que estava ao pé da cama e observava tudo com atenção redobrada. Não confiava nesse lugar ainda, não o bastante para deixar que uma estranha medicasse alguém de seu grupo sem a atenção necessária.

— Vocês são próximas? – Denise questionou, estava a fim de puxar conversa com sua nova colega de trabalho. Hannah não  esperava nenhuma palavra da mulher, então não conseguiu raciocinar o que havia sido perguntado. — Tara e você... são amigas?

— Ela é família, todos são. – foi o que respondeu, mas Denise era legal demais para ter uma resposta tão superficial. — Tara é importante para o meu melhor amigo, então é importante para mim também. Quer dizer, ela entrou para o grupo enquanto eu estava perdida deles, nos conheçemos há somente algumas semanas, mas ela é uma boa pessoa.

— É admirável a lealdade que seu grupo tem uns nos outros, poucas pessoas têm isso nesse novo mundo. É de causar inveja em qualquer líder.

Hannah lhe deu um pequeno sorriso que logo foi retribuído. Eugene adentrou a enfermaria com uma certa pressa, recebendo a atenção das duas médicas de uma só vez. Seu jeito nada discreto de ser conseguiria atrair a atenção de milhares de pessoas ao mesmo tempo. A porta bateu com força atrás dele, fazendo Hannah fechar os olhos com força, se sentindo incomodada com o barulho.

— Desculpem, não fiz por querer. – ele diz, se aproximando com mais calma. — Ela está bem? Glenn me disse que eu poderia ir para casa que ele iria ficar, eu vim assim que o vi chegando.

— Eu o mandei ir embora, ele estava um caco. – Respondeu a Dixon, sorrindo pequeno para o homem. — Tara está estável por enquanto, ela só precisa descansar.

As duas loiras assistiram ao palerma Eugene se instalar na cadeira de acompanhante, se afastando da maca da paciente. Pararam ao longe, deixando o homem a vontade para qualquer coisa. Não havia muita coisa a se fazer no dia de hoje, então Denise foi muito gentil e dispensou Hannah pelo resto do dia, afirmando que daria conta de qualquer coisa e se caso precisasse de ajuda, chamaria por ela.

A mais nova Dixon saiu sorridente pois realmente precisava de tempo para organizar as ideias com sua irmã do meio e pensava seriamente em contar ao Rick sobre a gravidez. Encontrou seus queridos e exóticos sobrinhos à caminho da residência Grimes. Os três adolescentes estavam também com Camila e Judith.

— Eai, titia, beleza? – Camila perguntou, usava um boné para trás e uma blusa larga. Hannah ri imediatamente e a garotinha murcha o sorriso. — Ah, Carl, eu falei que não daria certo.

—  o quê? Claro que deu certo, a tia Hannah se divertiu e riu muito. Você arrasou.

Carl gostava de moldar a maneira como Camila faz qualquer coisa já que a garotinha o admira muito e preza por sua companhia. Ele costuma pedir para que a prima faça coisas que ele faria se tivesse sua idade, basicamente a tornando seu próprio irmão mais novo. Com um sorriso no rosto a garota questionou:

— É serio, tia?

— Com certeza, meu bem! – Respondeu a Dixon, engolindo a enorme vontade de rir e apertar suas bochechas rosadas. — Aonde a turminha do barulho está indo, afinal?

— Na verdade nós estamos fugindo dos adolescentes dessa comunidade. – Giulia respondeu, foi a primeira a voltar a caminhar. Também estavam indo para a casa dos Grimes. — Já os viu? Eles são horrendos e a garota me parece tão antipática.

— Carl não a achou antipática quando pulou o muro atrás dela. – Annie deu de ombros, fazendo com que Hannah deixe escapar um pequeno sorriso. — Admita, amor, você só está com ciúmes porque os meninos me acharam linda e gostosa enquanto a amiga do Carl elogiou meu cabelo.

Hannah gostava de ouvir a conversa entre os adolescentes porque sempre havia um drama escondido em algum lugar, era sua parte favorita em ser tia. Ela riu da careta que Giulia fez, assim como também deu risada de Carl. As vezes enquanto observava seus sobrinhos, Hannah sentia falta de ser adolescente.

— É, mas você viu a maneira como olharam 'pra você naquela festa. Glenn também viu, ele me disse que eu não estava sendo louca.

— Ah, querida, não se incomode com isso. Se vocês tem um relacionamento saudável e se respeitam, é o que importa. — tentou amenizar a situação, segurava a mão de Camila enquanto a garotinha pulava. — Annie sendo elogiada só prova que você namora uma gata, ou seja lá como vocês, jovens, dizem as coisas hoje em dia.

Olhar para aqueles adolescentes a fazia se dar conta de quão rápido o tempo se passou, tendo em vista que ainda se lembrava do livro noturno favorito de Giulia e das ligações clandestinas que Carl lhe fazia quando não havia feito dever de casa. Estavam crescidos agora, mas olhar para Camila e Judith a tranquilizava. Ainda demoraria muito para que elas também cresçam.

— Wew, tia, quando você se tornou tão velha? – A asiática questiona em desdém, fazendo os outros dois darem risada da careta que Hannah lhes deu. — Antes você era mais irada, sabe? Agora dá conselhos 'pra gente.

— Eu tenho vinte e seis anos, preciso ser adulta agora. Azar o seu se não me acha irada, eu ainda sou bem radical. – Respondeu ela, dando de ombros. Ajudou Camila com os degraus da varanda enquanto deixava que os adolescentes se virassem com o carrinho de bebê. — Por exemplo, eu sei que o Carl pula os muros atrás daquela garota e ainda não contei ao pai dele sobre isso.

— Mas o papai já sabe. – balançou os ombros em tranquilidade. Lidar com essas pestinhas estava se tornando cada dia mais difícil.

— Ele não soube por mim, isso já diz muito sobre meu caráter como tia.

— Péssimo. – Giulia murmura, recebendo um tapa fraco em seu ombrom. — Estou brincando, você é ótima.

— Eu te acho bem irada, Hannah. – Annie a respondeu dando de ombros, prestes à receber alfinetes do amigo e da namorada. — E não, não é porque ela me deu um quarto MUITO bonito e me tirou do sótão.

Hannah gargalha diante a repentina discussão que se iniciou entre eles enquanto adentravam a casa, suas vozes se misturando uma nas outras.  Mas Rick estava com visitas em casa, uma na qual Hannah não esperava ter de encontrar nunca mais em sua vida pós-apocalipse. O sorriso largo da mulher, que estava prestes à dizer alguma coisa sobre a discussão dos sobrinhos, se esvaiu em uma rapidez avassaladora, dando lugar à surpresa e incômodo.

Seus olhos encaravam o homem moreno ao lado de seu irmão, que pareceu incomodado com a maneira como o velho amigo sorriu para a loira em sua frente.

— Hannah! Finalmente nos encontramos. – ele diz, como se fossem velhos amigos em um reencontro épico. O ex namorado de Hannah Dixon se aproximou, lhe dando um abraço desconcertante antes mesmo dela ter tempo para recusar. — Você não foi à festa, pensei que te veria nela.

Andy realmente agia como se ele e a mulher que um dia teve a audácia de trair fossem uma dupla que se conhecia muito bem, como se ela ainda fosse a Hannah de Dezenove anos.

— Andy?! Mas que surpresa, eu não fazia Ideia de que você estava aqui também. – até porque se soubesse nunca teria aceitado ficar — Ninguém me contou nada, desculpe.

Ela lançou um olhar furioso para o irmão mais velho, claramente o fuzilando por ter feito que ela passasse por esse constrangimento outra vez. Era sempre Rick que estava com Andy no lugar errado e na hora errada quando Hannah os encontrava, chegava a ser bizarro.

— Não tivemos tempo, os outros também com certeza devem ter esquecido de comentar. – Grimes tentou se explicar para ela, desandando com outro assunto logo em seguida. — O que houve, precisa de alguma coisa?

Fingia não saber de nada, mas já havia notado a mudança de humor na irmã recentemente e por isso não a contou sobre a existência de seu ex namorado que mais odeia habitando a mesma comunidade que ela. Rick se preocupava com a irmã mais nova mais do que tudo, não queria que algo assim pudesse resultar de maneira negativa em sua gravidez secreta, mesmo ele não sabendo quase nada sobre o assunto.

— Estive na enfermaria, Denise acabou de me dar o resto do dia de folga. – Sorriu em animação, indo diretamente para a cozinha em busca de água gelada. — Ninguém anda me contando nada ultimamente, não é?

— Como ela está? Acha que irá ficar bem? – perguntou, Rick gostava de pedir a opinião da irmã em quase tudo, mas principalmente na medicina. Mesmo quando ela ainda fazia faculdade.

— Sim, aquele tal Anderson é muito bom no que faz. Claro, ele não é nenhum Shepherd da neurocirurgia, mas dá 'pro gasto. – ela brinca, voltando para a sala com seu delicioso copo de água gelada. — Tara está bem, só precisa acordar para sabermos mais. Eu falei com o Glenn, o mandei ir dormir em casa. Ele sim estava péssimo.

Rick resmunga palavras inaudíveis, pegando a filha do carrinho para bebês e a balançando em seu colo. A criança tenta alcançar seus olhos, agarrando tudo o que via pela frente. Judith está uma gracinha. Andy parecia um tanto quanto perdido na conversa, mas tentou se infiltrar nela sem que percebessem e Hannah não gostou muito disso.

— Ah, estão falando sobre a garota operada? Fiquei sabendo do ocorrido, foi algo muito trágico para os Monroe. Peter estava inconsolável esta manhã.

— Foi trágico para nós também. – Ela responde de bom grado, mas na verdade queria mesmo era que ele calasse sua boca. Sempre odiou a forma como Andy puxava conversa. — Perdemos um dos nossos por culpa de um idiota apavorado. Mas é claro que apenas o filho da líder seria lembrado.

O homem se calou, recoando com todas as suas tentativas futuras de contato com a ex. Andy seria burro demais se pensasse que apenas por estarem no fim do mundo Hannah mudaria com ele, precisaria de muito mais do que zumbis andando pela terra para que ela o tratasse como gente. Rick suspirou, indicando ao filho o que deveria fazer.

— Ah, tia Hannah, o Merle queria muito conversar com a senhora sobre uma coisa. Ele acha que pode estar tendo hemorroidas. – O menino mentiu, uma péssima mentira se o Dixon descobrisse sobre isso. Ele viu a tia fazer careta diante seu comentário, tendo Rick segurando o riso. Ele se virou para as amigas e questionou em um sussurro: — Peguei pesado?

— Demais.
— Com certeza!

As duas respondem juntas. Mas Andy entendeu que aquilo era apenas um código para tirar a loira de cena, não era tão idiota para não perceber um plano falho como aquele.

— Rick, acho que já vou indo, ainda tenho muito o que fazer até o sol se pôr. – Diz ele, continua com um sorriso gentil nos lábios ao se levantar e ir em direção à porta. — Mas foi um prazer bater um papo como antigamente. Aliás, Hannah, belo anel.

Seus olhos foram diretamente para o rubi na aliança da loira, que sorriu fraco enquanto  também o analisava, mas com carinho e amor.

— Eu sei, ele é muito lindo mesmo. Obrigada, Andy. – mas era óbvio que o querido Moretti não sairia dali sem uma alfinetada.

— Pensei que curtia mais esmeraldas, sabe? Você sempre me disse que... você sabe, era mais a sua cara.

Os adolescentes, que assistiam aquilo com atenção, arquearam as sobrancelhas enquanto esperavam pela resposta da Dixon. Hannah, muito incomodada com a situação, respirou profundamente em busca de paz e tranquilidade.

— Rubi é a cor do amor. – Diz ela dando de ombros, um sorriso singelo nos lábios. — E há muito amor entre mim e Daryl, então eu prefiro a pedra vermelha. É algo nosso, entende? O amor é mágico, Andy.

Em algum momento da vida ela realmente preferia Esmeraldas, verde era uma de suas cores favoritas e a pedra preciosa lhe parecia a certa para algo especial. Mas quando se envolveu com Daryl Dixon acabou se apaixonando pelo vermelho ardente que a fazia lembrar de como era amada. As rosas vermelhas, o moletom cor de vinho, as peças de roupas todas nessa coloração. Era a cor deles, o amor de Daryl Dixon por Hannah Grimes estava em todos os lugares. Rubi era a cor do amor.

Não era como se ele não soubesse que Hannah estava casada, Clara já fez o favor de o contar quando ele quis ir até ela a cumprimentar, mas era completamente diferente escutar isso vindo da própria Grimes. Andy realmente pensava que poderia tê-la de volta se o mundo entrasse em colapso.

Ele não a teria para si nem mesmo se fosse o último homem.

Seu jeito desconfiado a fez querer rir mas se manteve forte em seu lugar, gostava de ver como ele desistia das palavras e apenas deu as costas para eles com um sorriso forçado nos lábios. Rolou os olhos ao se ver livre do encosto, subindo as escadas sem dizer uma só palavra. Abriu porta por porta, encontrando a irmã em um dos quartos enquanto organizava a bagunça da filha.

— Ah, oi! – Lara diz em animação, mas não recebeu o mesmo entusiasmo de volta. — Eca, o que houve com você? Está tão mal-humorada nos últimos dias, sua situação é complicada.

— Você sabia que Andy Moretti reside nessa comunidade? – Ela faz careta, se entregando por completo. — Eu não sabia que estar grávida me privava de informações básicas.

— Não fica brava, a gente só não queria que você passasse estresse por nada, além do mais você quase não vai encontrá-lo porque eu soube que ele é construtor e estão trabalhando na expansão da comunidade.

— Lara, eu acabei de falar com ele ali em baixo e não foi muito legal. Porra, você sabe que não temos uma boa convivência, poderia no mínimo ter me avisado para que eu pudesse evitar estar no mesmo ambiente que o dele por muito tempo.

Mas Lara tinha uma visão diferente de todo esse lance entre a irmã e o canalha que a traiu há anos atrás. Para ela a superação começava quando a presença do outro não incomodasse em mais nada.

— Hannah, você sabe o que eu penso e não concorda comigo. Eu não te contei porque não tivemos tempo, a última conversa que tivemos foi porque você tentou... você sabe.

Lembrar que tentou induzir um aborto deixava Hannah enojada, não era o tipo de coisa que ela faria. Ela faz careta, negando rapidamente.

— Este não é o assunto aqui, e eu agradeceria se pudesse não comentar mais sobre esse ocorrido.  Eu não quero evitar o Andy porque ainda não o superei, quero evitar interações com ele para que o meu amado e delicado marido não queira matá-lo quando descobrir que meu ex está olhando para mim.

— Olhar não arranca pedaço, meu bem, não era crime nem quando o mundo ainda havia ordem.

— Primeiro, o mundo nunca esteve em ordem. – Hannah pontua, se sentando na cama infantil da sobrinha. — Segundo, vamos trazer o Merle até aqui e perguntar a opinião dele quanto a isso.

A mais velha ri sabendo que se o marido a escuta falar algo absurdo como isso seria capaz de sair e espancar qualquer pessoa que ela olhasse apenas para que ela veja o quanto a beleza é superficial e pode facilmente ser modificada.

— Tudo bem, eu concordo que temos maridos extremamente ciumentos. Mas não pode evitar isso o tempo inteiro, hora ou outra ele irá perceber. Deus a ajude quando a hora chegar.

[. . .]

Era fim de tarde e a Dixon estava encarando o verdadeiro nada em sua sala quando escutou uma possível briga nas ruas de Alexandria, saiu lá fora e notou os moradores correndo para a rua da casa dos Anderson. Não iria atrás de problemas que não estivesse escutado o que escutou.

— Vamos lá, Gina, é o Pete apanhando de Rick Grimes. – uma senhora diz para a vizinha, que também correu em direção a confusão.

Hannah suspira, resmungando inúmeros palavrões contra seu irmão e a tara dele em socar pessoas. Correu junto às velhas fofoqueiras, logo avistando o circo que ali havia se tornado. Viu o irmão ensanguentado e o cirurgião abaixo dele recebendo socos e mais socos no rosto, também se atentou a falha tentativa do sobrinho de parar o pai. Ela puxa o menino pelo braço, o ajudando a levantar.

— Tudo bem, você se machucou? – ela questiona em preocupação, sentindo que aquilo se tornaria em algo maior a qualquer momento. Carl negou em um aceno, tentando tranquilizar a tia. — O que está acontecendo, por quê diabos o seu pai está batendo no meu chefe?

— Eu não sei, mas não queria ser o Pete nesse momento. – Respondeu movimentando a mandíbula. — Acha que vai ficar roxo?

Carl bateu com o queixo no asfalto quando foi derrubado, estava vermelho e com um pequeno raladinho no canto e também mordeu o interior do lábio ao cair, fazendo um corte superficial. Hannah segura o rosto do sobrinho, analisando com atenção.

— É, provavelmente. – Diz ela, o puxando para perto e o mantendo ali enquanto assistia a peia que seu irmão dava no marido de Jessie. — RICK, PARE! – Ela grita, mas não houve resultados. — Fala sério, ninguém aqui é macho o suficiente para tirar ele de cima desse cara? Frouxos!

Ele reconheceu a voz da irmã, mas só parou de desferir socos no homem abaixo de si quando ele não foi mais capaz de revidar. Rick embarcou em um discurso fajuto que não convenceria ninguém além daqueles que viveram lá fora por mais do que alguns dias, ele dizia que aquela comunidade era fraca e que não conseguiriam sem pessoas como ele para as manter seguras.

Mas a única preocupação de sua irmã naquele momento era que a estadia deles na comunidade poderia ser mais curta do que o previsto e ela teria de criar seu filho ou filha na correria e no medo constante, como Judith foi criada. Peter e Clara ficaram com a amiga e o filho de seu grande amigo, sabendo que aquilo seria difícil de se resolver. Não deixariam que Rick fosse despejado daquele lugar, mas também teriam problema com Deanna por isso.

— Rick, nós somos amigos desde a academia de polícia. – Peter diz ao dar um passo à frente. — Somos capazes de ter uma conversa civilizada em minha sala, não somos?

Entretanto o Grimes não obtinha o mesmo interesse que seu amigo. Rick na verdade só gostaria de ser ouvido por todos os moradores, os fazer acordar de seus mundinhos e se tocarem que o mundo acabou e que não existe mais uma vida perfeita, não sem o medo. Ele queria fazer dessa comunidade o lugar mais seguro da terra para a sua família e seus amigos porque mereciam isso depois de tantas perdas no caminho até aqui, mas Deanna não conseguira proporcionar uma segurança tão avançada como essa.

Era uma situação complicada que exigiu uma reação complicada, então Lara deixou que Michonne o golpeasse a ponto de desmaiá-lo. Era a única maneira de parar tudo isso e evitar a expulsão do grupo. Os problemas crescem mais e mais no grupo de Hannah Dixon.

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001: nada a declarar, apenas quero agradecer todo o engajamento que essa estória ganhou. Vocês me salvam!💕

Beijos da Malu!!!