ChΓ o cΓ‘c bαΊ‘n! VΓ¬ nhiều lΓ½ do tα»« nay Truyen2U chΓ­nh thα»©c Δ‘α»•i tΓͺn lΓ  Truyen247.Pro. Mong cΓ‘c bαΊ‘n tiαΊΏp tα»₯c ủng hα»™ truy cαΊ­p tΓͺn miền mα»›i nΓ y nhΓ©! MΓ£i yΓͺu... β™₯

64|𝐄𝐔 𝐄 π•πŽπ‚π„Μ‚ πŽπ”π“π‘π€ 𝐕𝐄𝐙

07 𝖽𝖾 π–Ώπ–Ύπ—π–Ύπ—‹π–Ύπ—‚π—‹π—ˆ 𝖽𝖾 2012

Hannah Dixon.

Léo estava mais a frente de mim. Ainda carregava Camila, só que agora ela estava em suas costas. Meus pés doíam e o cansaço chegava cada vez mais rÑpido. AndÑvamos com as armas engatilhadas, prontos para atacar qualquer coisa que se aproximasse demais de nós. Paramos em uma encruzilhada, decidindo o caminho.

β€” para que lado, LΓ©o? – indaguei enquanto olhava em volta. NΓ£o haviam casas por perto, apenas Γ‘rvores e grama fora da estrada.

Leonardo encarou as placas, ajeitando Camila em suas costas apΓ³s decidir nosso destino. Apontou para a rua em nossa esquerda.

β€” se pegarmos essa rua vamos encontrar casas em poucas horas, com sorte antes mesmo do anoitecer.

Faltam poucas horas para o sol sumir, isso se Leonardo e eu prestamos atenção aos ensinamentos de meu marido e Merle. Andamos mais dois passos quando um galho foi quebrado dentro da floresta, nos alertando de imediato. Empunhei minha pistola na direção do barulho, rezando para ser alguém de nosso grupo e não um completo estranho ou um zumbificado.

Ao julgar pelo som de seus passos, definitivamente nΓ£o era um andarilho. Era alguΓ©m vivo. A garota loira surgiu de trΓ‘s de algumas Γ‘rvores com suas roupas sujas de sangue e os olhos vermelhos. Mancava com a perna esquerda enquanto o rosto possuΓ­a um pequeno corte ensanguentado. Annie respirou em puro alΓ­vio ao nos avistar, dando apenas um sorriso tristonho antes de cambalear e cair na grama alta.

β€” ai meu Deus, Burnett! – corri para a garota, me abaixando ao seu lado enquanto via seus olhos fracos e o rosto pΓ‘lido. Segurei sua cabeΓ§a para cima, verificando o pulso acelerado da menina. Ela nΓ£o estava desmaiada, apenas fraca demais. β€” oh, querida, parece que vocΓͺ correu bastante para nos alcanΓ§ar.

Ela sorriu pequeno e tomou uma enorme lufada de ar, segurando meu pulso com certa força. Léo se aproximou, colocando minha sobrinha no chão por alguns instantes enquanto segurava firmemente sua mão direita.

β€” o que houve com ela?

β€” eu estou bem, apenas... – sua respiração se tornou tensa, os olhos lagrimejando em segundos enquanto o pensamento parecia estar longe. β€” mamΓ£e nΓ£o conseguiu sair, mas ela me disse que vocΓͺs seguiram essa direção. Queria que eu me salvasse, mesmo que ela morresse para isso ser possΓ­vel.

Perder os pais em um pequeno intervalo é doloroso, principalmente quando se presencia a morte de algum deles. Ajudei a menina a se sentar na grama, segurando sua mão como forma de passar segurança. Sorri pequeno para ela enquanto tirava um pequeno rastro de lÑgrimas de sua bochecha.

β€” vocΓͺ consegue andar por mais um tempo? Eu prometo que falta pouco para chegarmos atΓ© um bairro prΓ³ximo, coisa pouca.

Ela respirava ofegante, buscando fôlego para me responder. Leonardo tirou seu cantil de Ñgua no pescoço, esticando para que eu pegasse. Agarrei aquilo rapidamente, destampando e fazendo com que a menina bebesse. Após longos goles de Ñgua ela finalmente conseguiu responder.

β€” chegaremos antes do escurecer? – questionou em sua voz fraca e cansada.

Virei o rosto para trΓ‘s, encarando Leonardo para que ele a respondesse. Afinal era ele quem sabia o caminho e o que nos esperava.

β€” Γ©, nΓ³s vamos. – ele responde, batendo as mΓ£os em suas coxas. Camila o imitou, nos causando um riso baixo.

Sorri para a menina, oferecendo minha mΓ£o para impulsionar sua movimentação. Estamos todos cansados e com medo da verdade, se questionando sobre os outros e sua sobrevivΓͺncia, se Γ© que sobreviveram ao ataque. Camila parece tΓ£o amedrontada que estΓ‘ quieta ao extremo, sem questionamentos ou conversas paralelas, o que Γ© assustador para mim.

Eu não vi o meu marido, ou meus irmãos, se quer meus outros sobrinhos e amigos. Eu não vi ninguém além dos mortos e os invasores que nos atacavam e isso me deixa angustiada e com medo. Tenho medo que não tenham conseguido sair como a gente, em segurança. Glenn ainda estava no F, serÑ que alguém foi buscÑ-lo ou ele conseguiu sair sozinho? Merle e Lara estavam atirando na linha de frente, eles foram atingidos ou entraram no ônibus? Deus...

β€” vocΓͺ nΓ£o viu o meu gatinho enquanto saia, viu? – indaguei, receosa com a possΓ­vel resposta.

β€” Giulia era quem estava com ele na gaiola, ela o levou junto quando foi buscar o irmΓ£o e me deixou no pΓ‘tio.

GraΓ§as a Deus! Meu bebΓͺ estarΓ‘ seguro com Giulia, eu sei que sim. E agora sabemos que Glenn saiu do bloco com a ajuda da irmΓ£ mais nova. FicarΓ£o seguros desde que continuem juntos, sΓ£o espertos o bastante para nos encontrar novamente.

[. . .]

A noite chegou, mas graças ao bom Leonardo jÑ havíamos nos abrigado em uma casa padrão de um bairro generoso do antigo mundo. Annie e Camila comiam o enlatado que entreguei para dividirem sentadas no sofÑ enquanto o Blake e eu tínhamos conversas sérias sentados à mesinha de centro de vidro.

β€” vocΓͺ nΓ£o viu ninguΓ©m? – indaguei esperanΓ§osa, mas sabendo a resposta.

β€” somente vocΓͺs. – ele diz apΓ³s balanΓ§ar a cabeΓ§a. β€” digo, eu vi o Merle e a sua irmΓ£, eles estavam juntos. Eu atΓ© tentei chegar atΓ© eles, mas os perdi de vista. – ele conta, desapontado. β€” e entΓ£o vi vocΓͺ e Camila.

β€” certo, entΓ£o sabemos que Lara e Merle estavam juntos, Annie sabe que Giulia entrou no bloco F junto com Bart para buscar Glenn enquanto Beth e Maggie estavam no Γ΄nibus com os moradores. – raciocino, anotando tudo em um caderninho pequeno que encontrei em um dos quartos desta casa. Suspiro ao olhar o resto da pΓ‘gina em branco, apoiando o rosto entre as mΓ£os enquanto meus cotovelos pousavam sobre a mesa de mΓ‘rmore branco. β€” mas e os outros?

Minha real preocupação era se a minha família e amigos estavam bem, se conseguiram sair assim como a gente. Lara deve estar maluca atrÑs da filha, mas pelo menos ela estÑ comigo e estÑ em segurança. Leonardo pousou sua mão em meu ombro de uma maneira desajeitada e respeitosa, sorrindo pequeno.

β€” vamos encontrar eles, vocΓͺ vai ver. – me animou, sorrindo ainda mais β€” se bem conheΓ§o Daryl, ele quem irΓ‘ nos encontrar.

Um riso nasal escapou, seguido por uma lÑgrima solitÑria. Sinto tanta saudades do meu marido que chega a doer, a preocupação só piora minha dor, a tornando enorme e insuportÑvel. O futuro é incerto a partir de agora. Vai ver ele sempre foi. Estamos todos no mesmo barco.

[. . .]

8 de fevereiro de 2012

O raio de sol atravessava a janela da sala, batendo justamente em meu rosto. Leonardo me deixou dormir apΓ³s assumir a vigilΓ’ncia durante a madrugada. Annie e Camila dormiam juntinhas no sofΓ‘ de couro fino daquela enorme sala. Me levantei ainda sonolenta, atrevendo-me a olhar pela janela que antes refletia sol.

As ruas pareciam calmas e estavam limpas, apenas carros abandonados estacionados perto das calçadas. O vento fresco da manhã bateu contra meu rosto assim que ousei abrir a porta dos fundos, trazendo consigo a boa sensação de que o dis serÑ produtivo. Mas, a paz não durou tanto tempo assim.

Um grito estridente me assusta, ecoando por rua Γ  fora. O tumulto era originado hΓ‘ trΓͺs ruas de onde estΓ‘vamos, eu podia ouvir as vozes altas de pessoas. Voltei Γ s pressas para a sala, obtendo meu arco e flechas enquanto Leonardo descia as escadas com rapidez.

β€” ouviu aquilo? – ele questionou, eufΓ³rico. As garotas se assustavam com toda a baderna.

β€” pode ser alguΓ©m do nosso grupo. – Annie se prontificou en frente Γ  mesinha de centro

β€” fique aqui com Camila, nΓ³s jΓ‘ voltamos. Se estranhos entrarem vocΓͺ deve se certificar que verΓ‘ eles primeiro. – me aproximei da garota, a entregando minha pistola. β€” confio em vocΓͺ, Garota. O que foi que a tia Hannah ensinou naquelas aulas?

Ela torce o lΓ‘bio antes de finalmente aceitar minha oferta. Annie sempre foi a mais sensΓ­vel. Respirou fundo ao tocar o metal gelado, afirmando.

β€” atire primeiro, pergunte depois. – ela respondeu de imediato, seu rosto tentando nos passar confianΓ§a. Sorri para ela em resposta.

β€” certo. VocΓͺs sΓ£o espertas, irΓ£o lidar muito bem com a situação.

Leonardo jΓ‘ me esperava na porta da casa. A mais velha nos acompanhou, trancando a entrada assim que saΓ­mos. Corremos pelo asfalto fresco enquanto o grito continuava forte em algum lugar aqui perto. Blake nos guiava fielmente enquanto eu tentava me atentar nas vozes e raciocinar sobre elas. Tentando reconhecΓͺ-las de alguma forma.

Dobras e mais dobras, nos deparamos com uma dúzia de zumbis em uma das esquinas. Recuamos de imediato, mas os gritos vinham dali. Suspirei forte, lançando flechas e mais flechas na cabeça oca e podre dos andarilhos. Leonardo também é muito bem treinado, afinal meu marido e Merle quem o ensinou tudo oque ele sabe agora. Ele abatia os podres com uma certa facilidade usando duas facas de açougueiro. Isso que eu chamo de praticidade.

Não conseguia prestar atenção nos rostos dos ali presentes, nem descobrir se eram ou não uns dos nossos. Flechei o crÒnio do último zumbi de pé, respirando ofegante ao finalizar tudo. Finalmente consegui encarar seus rostos amedrontados, mas não eram eles. Suspirei, desapontada demais. Tinham ali duas mulheres e um garoto, provavelmente adolescente. Um dos seus estava no chão, metade dele na barriga dos zumbis. EstÑ morto.

β€” quem sΓ£o vocΓͺs? – o garoto questionou choroso. Apesar de abalado, ele nΓ£o parecia ter medo ou constrangimento. Manteve sua pose de durΓ£o.

Troquei olhares com Leonardo, que deu de ombros. JÑ que ninguém possue objeçáes sobre isso...

β€” ninguΓ©m com quem vocΓͺ precise se preocupar. – o respondi, abaixando meu arco. β€” estΓ‘vamos perto, ouvimos os gritos. Sentimos muito pelo seu cara.

Ele balança a cabeça em afirmação enquanto uma das mulheres escondeu o rosto no ombro da colega.

β€” vocΓͺs tΓͺm acampamento? – ele volta a perguntar. Esse garoto parece exercer o comando do trio, e pelo visto faz isso muito bem.

Outra vez encarei Leonardo, questionando se deveríamos dar nossa localização para estranhos. Desta vez foi ele quem o respondeu. No fim das contas, os dois não parecia ter uma diferença tão grande de idade. Um ou dois anos, no mÑximo.

β€” tΓ­nhamos uma comumidade, mas fomos atacados, bombardeados e fuzilados. Estamos em busca dos nossos amigos agora. NΓ£o chegou Γ  ver ninguΓ©m por aΓ­, chegou?

β€” nada alΓ©m dos cretinos que destruΓ­ram a nossa. – ele resmungou em Γ³dio, apoiando a mulher ruiva em seu ombro. β€” tambΓ©m tΓ­nhamos uma prΓ³spera comunidade. Era pequena, mas estava ganhando vida aos pouquinhos.

Ainda não tinha prestado atenção no quanto este garoto me parece familiar e o quanto sua voz me desperta uma nostalgia boa e antiga. Não sei de onde, mas sinto o conhecer muito bem.

β€” vai ver fomos atacados pelo mesmo grupo. – a morena se pronuncia pela primeira vez. TambΓ©m dava suporte para que a mulher de tornozelo torcido conseguisse andar com mais rapidez. β€” sou Claire, estes sΓ£o Layla e Jeremy.

β€” meu nome Γ© Hannah – respondi de bom grado. NΓ£o sentia maldade nessa gente, e se resolverem nos atacar eles estarΓ£o em desvantagem. β€” esse Γ© o meu amigo, Leonardo. Eu sou mΓ©dica, posso dar uma olhada nesse tornolezo 'pra vocΓͺ. – apontei para Layla.

Mas, antes que eles possam nos responder.

β€” AAAH, AAAH! – o grito feminino ecoou pelas ruas, vindo diretamente da casa em que estΓ‘vamos hospedados. β€” TIA HANNAH!

Era Annie. O arco escapou de minha mΓ£o, e antes que eu pudesse piscar e perceber minha ação eu jΓ‘ estava correndo para as garotas. CorriΒ  como costumava correr na adolescΓͺncia. Annie ou Camila nΓ£o gritaram mais por socorro, o que me preocupou ao extremo. A casa nΓ£o ficava tΓ£o longe, mas pareceu uma eternidade para mim chegar atΓ© ela. A porta estava aberta, escancarada para que qualquer um pudesse entrar.

Adentrei a casa com sangue nos olhos, sacando a arma que sempre manti em minhas costas, apontando para os quatro cantos.

β€” Camila? – chamei alto, mas ninguΓ©m respondeu. β€” Cami...

Uma mulher saiu da cozinha com as meninas. Uma mulher... familiar até demais. Abaixei a arma quase que imediatamente, dando espaço para a boca entreaberta e o choque em minha expressão facial. A mulher, ruiva e mais velha, segurava a mão de Camila e tinha um sorriso no rosto, sorriso esse que sumia lentamente ao se dar conta de quem eu era.

Piscava sem parar, na esperança da figura feminina sumir de minha visão o mais rÑpido possível. Deve ser só uma alucinação, Hannah. Não era.

β€” oi, querida. – sua voz saiu suave e calma. Como era antes dos meus oito anos. Fechei os olhos por instantes, tentando esquecer do bom e lembrar do ruim. A arma em minha mΓ£o foi empunhada novamente, a fazendo recuar. β€” eu disse a ela que ela me lembrava uma das minhas filhas na idade dela. – falou, sorrindo para Camila novamente. Voltou a me olhar. β€” as duas sΓ£o suas?

β€” vocΓͺ foi embora. NΓ£o era a melhor mΓ£e do mundo, tava mais 'pra pior, mas ainda assim precisΓ‘vamos de vocΓͺ.

Camile suspirou, soltando a mΓ£o das garotas, que correram para LΓ©o, logo atrΓ‘s de mim. Ela guardou sua arma no coldre e levantou as mΓ£os, se rendendo.

β€” abaixe a arma, Hannah. NΓ£o pode me culpar por fugir do luto, eu tinha perdido o amor da minha vida. – um riso fraco escapou por minha garganta. β€” o que achou engraΓ§ado? O fato de eu realmente ter amado o seu pai?

β€” do fato de que vocΓͺ me culpou pela morte do Jeff durante toda a minha vida, mas nΓ£o querer ser culpada por abandonar os filhos e o neto em um momento crΓ­tico.

Gostaria de continuar minha discussΓ£o, mas fui interrompida por aqueles que salvamos anteriormente.

β€” vovΓ³! – o garoto exclamou, correndo para minha mΓ£e sem nem mesmo se importar com a arma apontando para ela.

Camile sorriu parecendo aliviada e abraçou o garoto. Eu nem mesmo havia percebido que eles estavam atrÑs da gente. Minha arma foi abaixada, mas não por mim. Annie foi quem a abaixou, ganhando minha atenção. Estava assustando Camila.

β€” por quΓͺ ele te chamou de vovΓ³? – questionei, perdida demais naquela histΓ³ria.

MamΓ£e sorria, parecendo muito feliz com aquilo. Ela virou o garoto para nΓ³s, segurando seu rosto com delicadeza. Seus olhos brilhavam tΓ£o intensamente, o puro amor de mΓ£e habitava ali.

β€” me diga, querida. NΓ£o acha ele muito parecido com o pai?

β€” mas que pai, mamΓ£e? – minha voz saiu rΓ‘pida e confusa. Mas, analisando bem aquele garoto. Seu rosto pΓ‘lido, o cabelo sedoso, o nariz pontudo.... β€” ah, merda.

Oh, Deus! NΓ£o sei como nΓ£o me dei conta disso antes, eles sΓ£o tΓ£o parecidos. Se eu me lembrasse corretamente da voz de meu irmΓ£o atΓ© poderia fazer comparação entre elas. Jeremy era filho de Jeffrey, eles eram idΓͺnticos. Meu coração acelerou as batidas, trazendo um sentimento desconhecido Γ  tona. Era como se Jeff estivesse em minha frente agora. Na mesma idade que tinha quando morreu por mim. Era estranho, doloroso, acolhedor e nostΓ‘lgico.

Agora sim minha arma foi ao chão. Jeremy sussurrou com minha mãe, tentando entender toda a situação enquanto eu continuava feito uma estÑtua no meio da sala, sem mover nada além das pÑlpebras enquanto piscava sem parar.

β€” vamos, nΓ£o seja mau educado com sua tia. – ela o encoraja, empurrando suas costas para que ele se aproxime de mim. β€” Hannah Γ© a minha caΓ§ula. Era o tesouro da mamΓ£e.

Era. O garoto se aproximou com receio, ficando frente Γ  frente comigo. Sua expressΓ£o relaxada e confusa me deixava ainda mais incrΓ©dula. Jeremy deixou minha mΓ£o se aproximar lentamente de seu rosto e o tocar com suavidade, analisando cada detalhe de sua aparΓͺncia enquanto uma lΓ‘grima solitΓ‘ria escorria de meus olhos.

β€” estΓ‘ tudo bem. MamΓ£e me avisou milhares de vezes que isso iria acontecer no dia em que eu os conhecesse. Foi a mesma coisa com vovΓ³, ela nΓ£o parava de me cutucar 'pra ver se eu era real.

Um riso anasalado escapa, o fazendo sorrir. Era estranhamente reconfortante tΓͺ-lo tΓ£o perto. Entretanto, ainda havia milhares de dΓΊvidas sobre aquela situação.

β€” mas, como isso Γ© possΓ­vel?

β€” Monika descobriu a gravidez um mΓͺs apΓ³s o acidente que tiveram, quando ela jΓ‘ havia mudado de cidade e deixado tudo para trΓ‘s por sua faculdade. – Camile explicou, parecendo conhecer aquela histΓ³ria perfeitamente. β€” ela criou o filho com a ajuda dos pais, mas se negou Γ  voltar para King County com ele porque ainda era dolorido.

β€” e onde ela estΓ‘ agora? – O garoto abaixou a cabeΓ§a, incomodado. Era nΓ­tido em sua feição que a mΓ£e nΓ£o estava mais entre nΓ³s. β€” sinto muito.

β€” nΓ£o sinta. Foi por uma boa causa. – ele me diz com um sorriso melancΓ³lico.

Lhe dei outro de meus sorrisos, me afastando ao sentir o puxão em minha calça jeans. Era Camila, seu rostinho assustado e os olhinhos brilhando feito diamantes, prestes à chorar. Me abaixei em sua altura, olhando diretamente em seus olhos enquanto um carinho gentil foi transferido em sua bochecha.

β€” hey, bebΓͺ, o que houve? – ela se nega a responder, apenas agarrando meu pescoΓ§o e ficando ali. Assustamos ela. A peguei em meu colo, me levantando com a menina em meus braΓ§os, grudada feito bicho-preguiΓ§a. β€” eu nΓ£o tive filhos, tinha medo de acabar sendo como vocΓͺ. Essa Γ© a Camila, ela Γ© filha da Lara. Nos desencontramos quando nosso lar foi atacado.

β€” bombardeado e fuzilado. – Claire acrescentou. MamΓ£e a encarou, se perguntando como ela saberia daquilo. β€” eles nos salvaram agora pouco, nos contaram o que houve com a comunidade em que moravam e que estΓ£o a procura de amigos e familiares. NΓ³s nΓ£o vimos ninguΓ©m, infelizmente.

Observando aquele grupo eu percebi que minha mΓ£e tinha mais autoridade do que o garoto, o que me leva a pensar que ele sΓ³ era o lΓ­der na ausΓͺncia dela. Em compensação, Jeremy Γ© muito bom em liderar grupos ao meu ver.

Camile se aproximou, tentando contato com minha sobrinha. Mas Camila sempre foi receosa quando se tratava de estranhos, seu pai a ensinou a ser assim. A mulher cruel e agora gentil tocou as costas da garotinha em meus braços, sorrindo pequeno. Eu poderia fazer com que nenhum dos meus sobrinhos fossem gentis com ela, seria bem fÑcil. Mas Lori jamais me deixaria fazer isso. Então, em memória a minha verdadeira mãe, Lori Grimes, eu me esforcei para que Camila fosse pelo menos legal com a avó.

β€” amor, vocΓͺ pode olhar para a vovΓ³ por um instante? Ela Γ© a mΓ£e da sua mΓ£e e queria ver como vocΓͺ Γ© parecida com ela.

Minha sobrinha é muito boa, levantou a cabeça em segundos e olhou Camile nos olhos. Minha mãe sorriu ainda mais para ela, levando sua mão ao rostinho de Cami, que ainda estava receosa sobre aquilo.

β€” ela Γ© sua mamΓ£e e do tio Rich tambΓ©m, tia?

Mais deles do que minha, infelizmente. Sorri para a menina, afirmando em um aceno enquanto Camile parecia achar tudo tΓ£o lindo e perfeito. Mas era Γ³bvio que meus sobrinhos eram perfeitos, eu quem lhes dei metade de suas personalidades. E tenho que admitir, fiz um Γ³timo trabalho com isso.

β€” estΓ‘ tudo bem com os outros? – ela perguntou, os olhos cheios de lΓ‘grimas. Como se ela se importasse com nossa famΓ­lia. β€” digo... vocΓͺ acha que eles estΓ£o bem?

β€” Rick foi espancado – disse ao passar a garota para os braΓ§os vazios de Leonardo, tendo que sussurrar a prΓ³xima parte para que ela nΓ£o a escute. β€” nΓ³s nΓ£o sabemos se sobreviveu. Daryl me mandou buscar as crianΓ§as enquanto Lara, ele e o irmΓ£o ficaram nas cercas, mas eu nΓ£o encontrei Carl ou Judith. De verdade, espero que alguΓ©m tenha os levado em seguranΓ§a antes de mim.

Ela suspirou ao se afastar e me ver recuar.

β€” bem, vocΓͺs tem a nΓ³s agora. Iremos encontrΓ‘-los. Afinal, somos eu e vocΓͺ outra vez.
































____________________________________

001: sim, o pior pesadelo da Hannah voltou. A mΓ£e dela.

002: eu avisei que o nome do Jeffrey ainda seria usado para o bem
por aqui. Aproveitem enquanto podem, mas não se apeguem😜.

003: gosto da Hannah arqueira, e vocΓͺs?

004: por hoje Γ© sΓ³. Espero que tenham tido uma boa leitura e
apontado minhas falhas na escrita porq eu tΓ΄ sempre ligada nos comentΓ‘rios de vocΓͺs e sempre corrijo o erro no mesmo dia.

BeijΓ£o da Maluzinha!!!πŸ’‹πŸ’–

BαΊ‘n Δ‘ang đọc truyện trΓͺn: Truyen247.Pro