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15 𝖽𝖾 𝗈𝗎𝗍𝗎𝖻𝗋𝗈 𝖽𝖾 2011
Hannah Grimes
Daryl não está mais ao meu lado no colchão, então deduzo que dormi mais do que o esperado outra vez e ninguém me acordou. Meu turno acabou tarde, então os garotos provavelmente não quiseram atrapalhar meu sono e me desregular por completo. Tenho ajudado na guarda da prisão e recentemente fiz parte de um grupo de buscas. Mas, Daryl acha melhor que eu mantenha os pés dentro da prisão, ensinando pessoas a se defenderem e ajudando na enfermaria quando posso.
Judith também não está no berço, mas isto é porque dormiu com o pai ontem à noite. Criamos um cronograma sobre a guarda da garotinha. Judith dorme pelo ou menos três vezes na semana com Rick, o resto dos dias Lara e eu revezamos, para que ninguém fique sobrecarregado. Tem funcionado muito bem até agora.
Após um banho gelado e uma breve arrumada no cabelo, saio do bloco C em busca de algo para ocupar o meu dia. Recebemos novas pessoas quase todas as vezes que alguém sai lá fora, então a nossa população vem aumentando muito rápido.
— bom dia, Hannah banana. – Beth, curiosamente minha melhor amiga, desejou assim que me avistou. Estava no pátio, com Judith em seus braços. — pela sua cara, dormiu muito bem.
Sorrio, levantando o pano que cobria o corpinho pequeno de Judith, a impedindo de tomar o sol do meio dia.
— desculpe, acabei perdendo a hora outra vez. Você viu o Daryl? Não o encontrei no bloco e pelo visto ele também não está nas cercas hoje.
Meu namorado tem um dia bem corrido, mas ele reserva um tempinho para mim. Daryl é querido pelos moradores porque foi ele quem salvou a maioria, mas principalmente pelos seus dotes na caça. Todos amam carne, e bem, é ele quem nos dá isso.
— estão construindo um quarto portão e modificando alguns detalhes na saída. Pelo o que ouvi no café da manhã, ele e Glenn iriam com um grupo até uma antiga loja de ferragens ver o que conseguíamos aproveitar. – torço o lábio, me recordando desta maldita saída. — o quê? Ele não avisou que iria sair?
— não, ele avisou. Eu quem me esqueci que fui escalada para ir junto.
Juntas, andávamos lado a lado pelo pátio, em busca da sombra. Por incrível que pareça, o tempo era refrescante.
— bem, ele pediu para que os garotos não te acordassem. Disse que você chegou bem tarde da troca de turno porque seu substituto resolveu se presentear com mais algumas horas de sono, então todos concordaram que você era mais útil dormindo.
Solto um riso nasal baixo, negando com um aceno de cabeça.
— de qualquer forma, é bom que eu ajudo seu pai na enfermaria. A menos que queira dar uma fugidinha para os fundos da prisão com o Zack. Eu fico com a Judy por você e nem conto 'pro Rick que matou trabalho.
Tenho certeza de que Beth só não me acertou um belo tapa no pescoço por suas mãos estarem ocupadas segurando minha sobrinha, caso contrário, ela teria acabado comigo. A loira me lança um olhar mortal, me lembrando do porquê odiava adolescentes apaixonados.
— Zack e eu não temos nada, eu já expliquei a você. – ela insiste, mentindo para si mesma.
Zack é um garoto que Daryl e Lara resgataram perto da cidade no início do mês. Ele e Beth com certeza tiveram seus corações roubados no primeiro olhar cruzado entre eles. Só não reconhecem isto.
— deveria se importar com o romance secreto entre Giulia e Carl, não comigo. – resmungou ela, indicando as crianças no gramado.
Giulia e Carl estavam presentes em um grupo de crianças de, aparentemente, suas idades. Algumas mais novas. Brincavam de futebol e Giulia era do time rival. Não vou mentir, a forma como sorriem um para o outro, é apaixonante. Mas....
— estou bem tranquila enquanto a isso. Não tem motivos para suspeitar que os meninos possuem um romance adolescente.
— ah, é? E quem garante?
— Giulia me garantiu. – Beth resmunga um riso.
— e você acreditou? Hannah, adolescentes mentem. É óbvio que tem alguma coisa rolando entre eles.
Me sento á mesa, trazendo Beth comigo. Nego, puxando o pote de bolachas para abri-lo.
— não tem nada rolando.
— você só pode ser cega, Hannah Grimes.
— não tem nada rolando porque a Giulia gosta de meninas. – rebato naturalmente, mordendo minha bolacha enquanto me divirto internamente com o choque estampado em seu rosto. — ela curte a Annie, filha dos Burnett.
Houve um silêncio ensurdecedor entre nós por alguns segundos. Beth pisca, tentando processar a informação que acabei de lhe entregar. Tudo bem, também foi um choque para mim quando me dei conta da verdade.
— ela... ela contou isso a você?
— uh, não. Mas... – me viro para o gramado, indicando as garotas com a cabeça. Giulia e Annie estavam em um impasse, tentando roubar a bola da Rhee. Todos sabem que Giulia é ótima no Futebol e que Annie não nasceu para o esporte, mas mesmo assim, a Burnett consegue a posse da bola. — eu reconheço o romance lgbt quando vejo um. – Beth parecia em êxtase, demorando para aceitar que nossa garotinha cresceu e conheceu os prazeres da vida. Dou um tapinha em seu ombro, me levantando. — vou indo, seu pai deve precisar de ajuda na enfermaria.
[....]
Não costumo passar muito tempo interagindo com os nossos pacientes na enfermaria, já que ainda estou concluindo o meu último ano da medicina. Mas, hoje Hershel se sente indisposto para exercer seu trabalho e eu assumi seu lugar por aqui. Acabo de limpar um corte de uma senhora, que o fez com uma faca de cozinha enquanto tentava cozinhar algo para o grupo.
— tudo bem, senhora Jane, agora a senhora pode voltar para as suas atividades diárias. Mas tente ficar longe das facas, ok?
A senhorinha, com seus cabelos grisalhos e pele enrrugada, sorriu para mim ao descer da maca com minha ajuda.
— obrigada, querida. Você tem mãos de fada. – ela diz, sorridente e alegre. Adoro idosos. — inclusive, meu bem, eu gostaria de saber se você podia me examinar, sabe?
— exames de rotina são às quartas, com o senhor Hershel. Eu ainda não tenho autorização e nem capacidade para dar diagnósticos. Mas, a senhora pode me dizer o que sente e eu repasso pro Hershel assim que o ver.
Paramos na porta da enfermaria, onde o corredor quase vazio a esperava. Ela se vira para mim, pronta para falar.
— é uma tosse frequente durante a noite. Eu não me preocupo com ela, mas o meu netinho está preocupado. Você sabe como são as crianças, sempre preocupados com a família.
Eu sorri para ela, pousando a mão em seu ombro para fazer um carinho.
— sim, crianças são mágicas. Faz assim, senhora Jane, amanhã eu estou aqui e o Hershel também. Então, a senhora volta bem cedinho para que ele possa te examinar, tudo bem?
— cedo quanto? – ela questiona, meio preocupada. — preciso ajudar na horta com o senhor Grimes.
Ah, claro. Rick largou a liderança para virar fazendeiro. Eu acho ótimo que ele esteja se reconectando com sigo mesmo, mas não sabia que recebia ajuda de terceiros em sua horta.
— fique tranquila, tenho certeza de que meu irmão não irá se ofender se a senhora não aparecer amanhã. Eu mando meus sobrinhos em seu lugar. – me aproximo mais de seu ouvido — eles precisam mesmo de um pouco de terra nas mãos.
Antes de ir, senhora Jade me agradece uma última vez e promete voltar na manhã seguinte. O resto do dia pareceu se arrastar, de tão lento. Limpei ferimentos, mediquei crianças com gripe e suturei cortes de uma criança. Eram, aproximadamente, cinco da tarde quando Giulia e Glenn apareceram em minha porta.
Franzo o olhar ao os encontrar ali, já que não costumam frequentar a emfermaria. A menos que tenham ferimentos. Giulia estava sendo apoiada pelo irmão, mancando com a perna esquerda.
— o que aconteceu? – questiono, indicando a maca vazia mais próxima.
— eu me machuquei no futebol, não foi nada demais. – ela respondeu.
Mas Glenn não parecia concordar. Ele a colocou sobre a maca, a ajudando a esticar a perna coberta pelo tecido de sua calça moletom.
— não, foi algo sim. Ela com certeza vai precisar de pontos. – meu melhor amigo diz, raivoso. — veja isto e me diga o qur acha, Hannah.
Giulia tinha um corte aberto na calça, deixando a mostra que o objeto que cortou o tecido, também perfurou sua pele com agressividade. O corte era extenso, talvez quatro centímetros, e pingava sangue sem parar. Profundo.
— como isso aconteceu, meu amor? – questiono, vestindo as luvas enquanto tentava entender o que era aquilo. — caiu por cima de algum objeto cortante?
Giulia parecia hesitante, como se tivesse sofrido um ataque maior. Como se não fosse um acidente. Conheço meus sobrinhos, e Giulia está com medo agora. Ela suspira, engolindo em seco antes de responder.
— não. Corremos perto demais dos zincos, me cortei em um deles enquanto tentava roubar a bola da Annie. – resmunga de dor ao fim da frase, quando toquei a borda do ferimento. — pode concertar, não é, tia?
Torço o lábio, averiguando melhor e com cautela.
— é, eu posso. Mas, preciso avisar que estamos sem anestesia local, então vai sentir muita dor. É protocolo perguntar ao responsável se ele irá querer que damos continuidade ao tratamento. Glenn?
Glenn jamais tomaria uma decisão sozinho, principalmente se fosse sobre a irmã mais nova. Ele a olhou, buscando por sua aprovação. Se ela concordasse, ele me deixaria continuar com o tratamento mesmo sem a anestesia. Se não, ele me impediria.
— se eu aguentar até o fim sem desmaiar, me deve uma ida à loja de quadrinhos da cidade. – ela responde, gemendo pela dor. Glenn e eu rimos e ele concorda com o encorajamento que ela mesmo lhe deu. — vai lá, tia Hannah. Me mostra o seu talento na sutura.
Dar pontos em um paciente sem anestesia é considerado, na minha opinião, uma tortura imensurável. É uma dor fudida que nem analgésicos serão capazes de impedir que aconteça. Contudo, preciso fechar esse corte antes que infeccione e se torne algo maior. A cada vez que a agulha penetrava a pele branca e irritada de Giulia, a menina gritava e apertava com toda sua força o braço do irmão.
Carl chegou derrepente, batendo as portas da emfermaria como um desesperado. Glenn chamou sua atenção, o mandando ficar em silêncio até que o procedimento fosse concluído. Os gritos agoniantes de Giulia me deixavam nervosa. É por isso que somos proibidos de tratar familiares no hospital. Ficamos mais fracos quando as súplicas são de alguém que amamos.
Três pontos. Finalizei o último com maestria, higienizando tudo com cuidado e delicadeza. Suspiro, sorrindo para a garota que contia lágrimas nos olhos e o rosto vermelho.
— está tudo bem agora, meu bem. – sussurro, acariciando seu rosto ao ir em direção à minha bancada. — vou te passar anti-inflamatórios para serem ingeridos de oito em oito horas, tudo bem? Os pontos estão prontos para serem retirados daqui sete ou dez dias. Carl, um copo d'água.
— e quando a dor vai passar? – ela resmunga entre dentes, sua mão pousada ao lado da sutura.
Volto para ela, entregando em suas mãos um frasco de anti-inflamatório e uma cartela de analgésico. Meu sobrinho me entrega o copo, repasso para Giulia enquanto Glenn se aproximava com um pano molhado em água gelada.
— sendo bem sincera... em seis horas, ou mais. – seus olhos se arregalam, quase saltando do rosto. — eu sei, é assustador.
— ai meu Deus, alguém me mata. – ela implora, jogando a cabeça para trás ao sentir o pano úmido em sua pele. — Glenn, isso dói muito.
— Hannah, ela vai ficar bem?
— vai, é claro. Mas ficará de repouso por alguns dias, pelo ou menos até os pontos se firmarem na pele. Giulia anda demais pela prisão e quase sempre está brincando com os amigos, é perigoso.
Giulia me olha espantada outra vez, mas desta vez tinha a companhia do melhor amigo.
— eu não vou poder andar?
— ela não pode sair?
As perguntas vieram em sincronia, o que normalmente me assusta.
— sim, você pode. Mas, por favor, Gigi, seja delicada ao se levantar e não use a perna do ponto como apoio estrutural para o seu corpo. Não a force e higienize com cuidado todas as vezes que encostar nas paredes da prisão. Se possível, priorize roupas que deixem as pernas livres. Nada de calças apertadas.
A garota, que odeia este tipo de vestimentas, bufou em puro ódio. Algumas instruções a mais para os cuidados com os pontos e a porta da enfermaria é aberta novamente. Desta vez, por Daryl e Maggie. Ambos sujos de terra seca e suor. Daryl veio até mim, me dando um beijo na bochecha antes de perguntar sobre a garota.
— e então, o que pegou? – ele indaga á garota. Daryl parecia bem mais sério do que o normal e aqui era assustador. Ele puxou a banqueta de madeira e a colocou de frente oara Giulia, se sentando ali. — primeiro quero que saiba que pode confiar em mim, 'tá bem? Depois, você deve saber que eu vou arrancar a verdade de suas lindas caras nem que seja com a força.
Junto as sobrancelhas ao presenciar aquela cena, alternando o olhar entre Glenn e Maggie. A Greene, agora Rhee, suspirou antes de nos contar o que estava acontecendo.
— a senhora Felling contou ter visto um casal de amigos importunando você e Annie Burnett. E, bem, Merle não gostou nada de saber que você estava na emfermaria. Então...
— ai meu Deus, o que ele fez? – a coreana indaga espantada.
— não conseguiu concluir seu plano maquiavélico, mas ao julgar pela machadinha que fui obrigada a arrancar da única mão que lhe resta, eu acho que iria os mandar para cá também.
— aposto que iria matá-los. – murmurei, alto demais pelo visto. Balanço a cabeça, voltando para meu papel de responsável. Pelos olhares que Carl e Giulia dividiam, sei que escondem algo. — conheço vocês dois como a mim mesma. O que estão escondendo?
Os garotos se entreolham e Carl deu um passo à frente. Sua expressão séria e raivosa.
— Evan e Joe empurraram Giulia e Annie perto dos zincos porque os pais deles disseram que mulheres que gostam de outras mulheres são aberrações. – ele soltou de uma vez. Giulia gritou seu nome em repreensão. — me desculpe, Gigi, mas eles precisam pagar pelo o que fizeram com você.
Bingo. Minha intuição nunca erra. Por outro lado, Glenn não parecia saber sobre isto ainda.
— você e Annie... – ele supôs, interligando os pontos soltos. — Giulia, por quê não me contou?
— tudo bem, pessoal, vamos deixá-los à sós agora. – mando, levando Carl comigo. Maggie e Daryl vieram em seguida. — Carl, quero que vá para o bloco e cuide de sua irmã. Maggie, pode vir comigo? Vamos fazer uma breve visita aos pais de Evan e Joe.
Meu tom de voz entregava minha intenção. Giulia é muito mais do que a irmã do meu melhor amigo. Ela é família, e ninguém machuca a minha família e fica impune. Se os pais destas crianças inconsequentes pensam que vão colocar abobrinhas na cabeça dos filhos para que eles importunem a minha criança ao ponto de fazê-la sangrar e ainda sair ilesos, eles estão completamente enganados.
— querida, o que irá fazer? – Daryl questiona, tentando me acompanhar.
— nada grave, eu presumo. – o respondo, dobrando o corredor. — mas, vai doer bastante.
Estava realmente muito brava naquele momento. Meus sobrinhos são minha vida, é meu dever como tia protegê-los dos males que o mundo lhes oferece. Se tem mães educando os filhos de maneira errada e os encorajando a serem homofóbicos e agressivos, eu irei pôr um fim nisso.
Não precisei de muito esforço para encontrar os dois garotos. Estavam sentados á mesa no refeitório improvisada ao lado de fora dos blocos. Os pais do garoto ruivo, Evan, estavam logo ao seu lado. Sean e Jena Lopez. A mãe de Joe acabava de se sentar ao lado do filho, sorrindo feito uma completa idiota. Meus passos se tornaram mais rápidos, os alcançando em segundos.
Não haviam tantas pessoas no local por conta do horário – as pessoas preferem jantar às pressas e entrar em seguida, mas tenho certeza de que elas logo apareceriam.
— ei, Lopez e Miller. – chamei alto, antes mesmo de parar em frente à eles. Os três levantaram seus rostos, me encarando com desprezo. — passei 'pra reforçar que atos de violência são proibidos dentro destas cercas.
— não sabemos do que está falando, senhorita Grimes. – Sean, o marido de Jena, respondeu. — mas acredito que venha nos oferecer um pedido de desculpas pelo acontecimento de agora a pouco, quando um dos seus apresentou sérias afirmações de morte contra os garotos.
Deixei que meu sorriso sarcástico desse as caras, tornando tudo ainda mais difícil. Encarei os dois garotos nos olhos, conseguia ver a culpa os consumindo. Sabiam o porquê de eu estar ali.
— na verdade, não. Vim para falar sobre o comportamento de Joe e Evan. Muito preocupante, por sinal.
— nossos meninos não fizeram nada demais, Hannah. – foi a vez de Teresa dizer algo. — nada que preocupe você.
Suspirei profundamente, tentando encontrar a paciência lá em baixo. Infelizmente, não a achei. Talvez meu estoque estivesse esgotado, o que seria uma pena para estas pessoas com quem estou prestes à discutir.
— seus meninos empurraram duas garotas no zinco perto das cercas. Uma delas ganhou um corte de quatro centímetros na coxa esquerda. Giulia teve sérios problemas e deverá ficar de repouso por alguns dias, por culpa dos seus filhos.
Os pais se entreolham, parecendo chocados com o que ouviam. Bem, nem tanto.
— sentimos muito por isto, Grimes. Mas, o que te faz pensar que foram os garotos? Ela pode ter sofrido um castigo divino. Deus não gosta das atitudes homossexuais daquela garota. – Jena disparou com desdém.
Minhas sobrancelhas se arquearam e pisquei três vezes, tentando não acreditar no que acabei de ouvir. Eu queria mesmo poder apenas conversar com estes irresponsáveis, mas estou cansada demais lara isto. Então, faço o que sei fazer de melhor. Eu discuto e ofendo.
— escute aqui, sua vadia de cabelo vermelho salsicha, e me escute bem, porque só vou falar uma vez. Aquela garota tem um nome, um que eu não quero se quer ouvir você ou estes outros três patetas pronunciarem. – me curvei sobre a mesa, colocando nossos rostos bem próximos. A mulher recoa por reflexo, mas continuava com sua face de desprezo. — deveria tomar bastante cuidado com o que fala, Lopez.
— ou o quê? Deus também não aprova aqueles que defendem pecadores, Senhorita Grimes.
— ou eu arranco a sua lingua e jogo aos porcos, vadia imunda. Deus está pouco se fodendo com a gente, estamos por nossa conta agora. Suas crenças limitantes feriu minha sobrinha hoje, o mínimo que devem fazer é obrigar esses dois palhaços à pedirem desculpas.
— perdão, Hannah, mas não iremos fazer isso. – o homem respondeu, ficando de pé. Sean era o dobro do meu tamanho, e também era um homem com muita massa muscular, mas isto não me assusta. Não me assusta pois posso sentir a presença de Daryl e Merle logo atrás de mim. O homem deu um passo para trás, suspirando. — veja bem, senhorita Grimes, sentimos muito que a menina tenha se machucado tão gravemente. Mas são apenas crianças brincando. Não é como se o mundo fosse acabar por causa disto.
Maggie entra na conversa. Não estava tão irritada quanto eu, mas certamente seu olhar era de assustar qualquer um.
— então considera uma atitude correta? Empurrar crianças contra materiais cortantes apenas por não concordar com a sua escolha sexual?
— ora, por favor, são crianças!
— EXATAMENTE, SÃO CRIANÇAS! – minha voz sobressai à de Teresa, chamando a atenção de ainda mais pessoas. — seus filhos só são babacas idiotas porque os pais deles são completos inúteis.
— os meninos não teriam a empurrado se ela não fosse esquisita de rosto e alma.
Assim que as palavras chegaram em meus ouvidos, meu sangue parece ferver em minhas veias. Minha mão voou com tanta rapidez em direção ao seu rosto que estalo causado pelo tapa que acabo de dá-la ecoa pelo ambiente. Jena levou sua mão ao rosto enquanto seu marido e sua amiga se prontificam ao seu lado em rapidez, assim como Maggie, Daryl e Merle. Prontos para qualquer coisa.
— devo avisá-los, senhores, que se repetirem isto ou qualquer outro tipo de ofensa contra Giulia Rhee, cortarei cada membro de seus corpos com vocês ainda conscientes e os jogarei aos bichos. – aviso, minha voz entoando por todo o pátio. — rezem para que o conselho sintam pena de seus filhos e os deixem ficar, mas saibam que se ficarem, garantirei que prefiram estar mortos.
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001: aos shippers de Carlia, não se desesperem. Giulia é bissexual, então ela ainda pode dar uns pegas no melhor amigo.
002: eu estava desesperada com a Hannah sofredora que decidi
embarcar na nova era dela: a protetora que bate de frente com
qualquer um.
003: curiosidade: Hannah era muito religiosa quando criança, pois os avós sempre levaram-na para a igreja junto à eles e ela se manteve assim até os vinte e cinco anos. Contudo, ao perceber que o mundo realmente havia acabado e não tinha mais volta, ela passou a acreditar que, se existisse um Deus em algum lugar, ou ele não ligava ou estava morto.
Beijinhos da Malu!!!💋💖
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