27. As Tropas chegam à Terra
Eu havia dormido muito pouco, mas o suficiente. Clark estava deitado atrás de mim, abraçando meu corpo e me apertando contra seu peito. Ele estava dormindo, Clark também estava muito cansado por mais que não admitisse. Me virei devagar para ficar de frente com ele e poder vê-lo melhor.
Seu ritmo cardíaco está tão tranquilo, o peito se mexe devagar com o ritmo calmo da respiração. Ampliando um pouco minha audição, percebo que a mansão está muito silenciosa, os que não estão descansando estão quietos, se preparando em silêncio para o que está por vir.
Meus olhos voltam a se focar em Clark. Percebi que havia uma pequena região amarelada no canto de seu rosto, próximo a têmpora. Me recordo que esse pequeno hematoma faz parte da galeria de marcas que deixei em seu rosto durante a luta em Metropólis... quero dizer, não foi uma luta, ele nem reagiu. É quase impossível deixar nossa pele marcada, a pele kryptoniana aqui na Terra é muito mais resistente do que qualquer material, mas a força que eu usei... eu não o matei por muito pouco.
As pálpebras dele tremeram e lentamente seus olhos se abriram. Ele estava me olhando de volta agora.
— Você deveria estar descansando.
Ele me repreendeu docemente.
— Eu não estou mais cansada – Menti, ele ergueu uma sobrancelha e eu ri baixo.– Eu não estou mais tão cansada.
Me corrigi. Pousei uma mão em seu rosto e deslizei meu polegar pela marca que praticamente já sumia.
— Ainda não consigo me perdoar por isso.
Clark virou o rosto e beijou a palma da minha mão.
— Já conversamos sobre isso. Esse assunto acabou.
— Você conseguiria deixar para trás se tivesse me machucado? Mesmo que estivesse fora de sí?
Ele desviou o olhar e uma expressão de horror cruzou seu rosto, essa ação por si só já tinha respondido minha pergunta.
— Nunca.
Ele murmurou. Seus olhos voltaram para o meu rosto.
— Eu nunca me perdoaria.
Concluiu, seus braços se apertaram mais em torno de mim.
Seu rosto estava tão perto do meu agora que não foi muito difícil beija-lo. Clark retribuiu imediatamente, ele me segurou junto a seu peito e virou um pouco na cama, basicamente me prendendo entre seu corpo e o colchão.
Eu fechei meus olhos e relaxei em seus braços, porém, algo despertou minha atenção. Um ruído Inicialmente muito baixo, praticamente inaudível, soou em meus ouvidos. Eu pareia o que estava fazendo para prestar atenção, o som se intensificou.
— Você ouviu isso?
Pergunto para Clark. Ele ergue a cabeça.
— Sim, parecem...
— Naves?
Perguntei incerta, ele negou com a cabeça.
— Não, naves não, mas com certeza soa como alguma turbina muito forte.
Ele se levantou e eu também. Caminhei até a varanda e no céu escuro, já quase amanhecendo, eu conseguia ver dezenas de pequenos pontos coloridos que se aproximavam velozmente.
— São eles – Afirmei.– Eles chegaram.
Estávamos todos reunidos no jardim da Mansão Wayne, assim que as tropas chegaram tratamos de convocar os outros. Hal ficou a frente, ele seria o porta-voz do nosso pequeno grupo. Assim que pousaram, um dos Lanternas Amarelos, um cujo a pele é vermelho vivo, foi o primeiro a se aproximar de Hal. Ele traz um expressão arrogante e prepotente, é alguém com o qual eu jamais teria qualquer laço em uma situação normal.
— Os Lanternas Negros estão chegando – Foi a primeira coisa que saiu de sua boca.– Estão se reunindo mais rápido do que imaginamos. E estão em maior número.
— Temos reforços chegando – Hal noticiou.
— Ótimo – Respondeu em tom ríspido. Seu olhar se votou para nós.– Quanto a estes aqui?
— Nós estamos dispostos a lutar ao lado de vocês e de fazer o que for preciso para impedir o plano de Nekron – Falei, tomando a frente. Dei alguns passos até estar ao lado de Hal e de frente para o Lanterna Amarelo.– Eu me chamo Hel.
— Sinestro – Ele respondeu olhando-me atentamente.– Você não é humana, é?
— Isso faz diferença?
— Alguma – Respondeu místico.– Enfim... temos anéis extras aqui, Ganthet criou duplicatas dos nossos, sendo assim vamos convocar sete de vocês. Cada um será escolhido por uma entidade e terá direito a um anel do poder.
Eu olhei para Hal.
— Quem é Ganthet?
— Um Guardião do Universo, ele costuma nos ajudar. É bem diferente da maioria.
Eu concordei com a cabeça.
— E como sera feita essa escolha?
Diana questionou enquanto se aproximava devagar.
— Os anéis escolhem – Sinestro disse simplesmente.
Parece que não teremos mais nenhum tipo de explicação vindo dele. Diana e eu recuamos para nos juntar aos outros. Formamos uma linha, ficando um ao lado do outro.
Os membros das tropas também formaram uma linha, e os anéis extras que eles carregavam estavam brilhando de forma intensa. As palmas foram estendidas e os anéis dispostos alí começaram a flutuar alguns metros acima. Exceto por um... não era um anel, era maior... um cajado que brilhava intensamente na ponta.
O primeiro escolhido foi Barry Allen. O anel verde voou como uma bala em sua direção.
— Força de vontade – Hal murmurou.
A segunda contemplada foi Diana, ela foi escolhida pelo anel violeta.
— Amor.
Ouvi a voz de Hal.
O anel vermelho voou em direção a Oliver Queen.
— Raiva.
A escolhida pelo anel laranja foi Sara Lance.
— Cobiça.
O cajado com um brilho da cor índigo rodopiou no ar até parar nas mãos de Kara.
— Compaixão.
O anel amarelo brilhou tão forte que poderia cegar alguém e foi em direção a Victor Stone.
— Medo.
Só faltava um. O anel azul tremia nas mãos do Lanterna, ele brilhava cada vez mais forte. Qual é o seu significado? O que ele representa?
Estava tudo no completo silêncio, a expectativa era altíssima. Nem todos seremos contemplados com os anéis, restam Clark, Arthur, Bruce... e eu.
Lentamente ele flutuou para longe do Lanterna que o segurava e parou na minha frente.
— Esperança.
A voz de Hall soou solene.
— Agora vocês devem fazer o Juramento.
Hal disse, mas não prestei muita atenção. Ainda estou entorpecida.
Esperança.
Eu acho que nunca vi a mim mesma como uma esperança. Eu sempre vi Clark como a grande esperança da Terra, afinal é isso que o símbolo da casa de El que ele carrega no peito significa. Sinto como se... não fosse digna deste anel.
Nós continuamos em fila. Clark, Bruce e Arthur se afastaram.
Hal parou em frente a Barry e murmurou algo em seu ouvido, então o loiro ergueu a cabeça e repetiu de forma solene:
— “No dia mais claro,
Na noite mais densa,
O mal sucumbirá ante a minha presença
Todo aquele que venera o mal há de penar
Quando o poder do Lanterna Verde enfrentar!”
Após dizer isso, Barry colocou seu anel e imediatamente sua roupa e máscara foram alterados do vermelho para o verde esmeralda.
Foi bem estranho na verdade.
— Isso é temporário, certo? Eu definitivamente não fico bem de verde.
Barry resmungou.
Depois, foi a vez de Victor. Sinestro se aproximou dele e lhe murmurou o juramento da tropa Amarela. Victor ergueu sua cabeça e proferiu:
— "No dia mais sombrio,
Na noite mais brilhante,
Sinta seus medos se tornarem uma luz cortante.
Todo aquele que o correto tentar barrar,
Arderá em chamas quando o poder de Sinestro enfrentar!"
Ele colocou o anel e seus olhos mecânicos foram tingidos de amarelo.
— Uou! – Ele exclamou vendo seu reflexo nos vidros da janela mais próxima.
Depois disso, Oliver deu um passo a frente e após ouvir o Juramento da Tropa Vermelha, repetiu:
— "Com sangue e ira de um vermelho ardente,
Arrancado à força de um cadáver ainda quente
Somado ao nosso ódio que arde infernal,
Queimando a todos: Eis o destino final!"
Seu traje mudou para vermelho, a máscara que antes era esmeralda agora brilhava cor de sangue. Isso me deixou desconfortável, era tudo tão semelhante àquela Kryptonita vermelha que me deixou descontrolada.
Oliver não disse nada, apenas recuou e ficou em silêncio. Eu podia ver em seus olhos que aquele juramento, aquelas palavras, tocaram algum ponto dentro dele.
Depois foi a vez de Sara:
— "Com a cobiça e avareza queimando a frente,
Aceite o anel e se junte com a gente,
Da raça mesquinha ao poder final,
De luz laranja para a noite mais densa primordial."
— Eu não gostei nada disso.
Sara resmungou descontente.
Diana deu um passo a frente, ela estava sorrindo tão largamente que parecia que todo o seu rosto era apenas sorriso. Quando ela repetiu seu Juramento e colocou seu anel, claramente foi como se um completasse o outro:
— "Pelos corações perdidos e cheios de horror,
Que na noite mais densa choram solitários de dor,
Aceite nosso anel e ajude a combater o terror,
E a tudo conquistar com a Luz Violeta do Amor."
O frio em meu estômago se intensificou quando vi um Lanterna Azul vindo em minha direção.
— Não fique nervosa – Ela sorriu tranquila.– Eu sou Sayd, fui uma Guardiã do Universo, mas eles me baniram por demonstrar sentimentos e empatia. Foi assim que junto com Ganthet nós fundamos os Lanternas Azuis.
Ela é pequena, bem pequena na verdade, sua pele é azul e seus cabelos são brancos. Me lembrou de algo que vi na TV enquanto ainda vivia na fazenda Kent. Acho que se chamavam Smurfs.
— Eu não acho que mereça essa anel.
Falei baixo. Ela sorriu e fez sinal para que eu me abaixasse, assim que eu o fiz ela disse:
— Você não precisa achar nada, querida. O anel, e a entidade que ele representa, Adara, sabem que você merece e foi por isso que a escolheram.
Em seguida ela disse o juramento que eu deveria repetir. Fiquei de pé, ergui a cabeça e respirei fundo:
— "No dia de horror, na noite homicida,
Com o coração aquecido minha alma Ilumina
Quando a Guerra da Luz parecer perdida,
A esperança brilha nas estrelas acima!".
Eu coloquei o anel e senti uma força tão forte e profunda invadir meu corpo que quase caí no chão. Meu traje se tornou completamente azul e percebi que estava emanando um brilho muito mais forte que os outros.
Sayd sorriu para mim como se dissesse "Eu avisei".
Depois, foi a vez de Kara. Ela é a última e parecia tão ansiosa quanto eu. Ela segurou o cajado e jurou:
— "Tor lorek san, bor nakka mur, Natromo faan tornek wot ur
Ter Lantern ker lo Abin Sur,
Taan lek lek nok -- Formorrow Sur!"
Eu olhei confusa para Sayd e ela balançou a cabeça explicando:
— A Tropa Índigo é diferente das demais. Métodos próprios, idioma próprio. Não existe uma tradução do juramento deles, existe apenas em seu idioma nativo.
Murmurei que havia compreendido e então voltei meu olhar para nós todos. Sete novos Lanternas. Hal parou na nossa frente:
— A bateria Central Negra está cada vez mais forte, com isso podemos esperar que os Lanternas Negros estarão com força total muito em breve.
— É só nos dizer onde é a batalha – Diana falou.– Estamos prontos.
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