1. Um pouso desastroso
O pouso foi ainda pior que a queda. A cápsula girou e bateu diversas vezes, enquanto eu chacoalhava dentro dela, batendo nas paredes. Quando parou, eu não sabia como ainda estava viva.
A parte se cima da nave foi arrancada, mas não consegui ver por quem. A luz forte do sol atrapalhava totalmente a minha visão e tudo o que era capaz de distinguir foi uma longa capa esvoaçante.
— Você está bem? Está ferida?
Era uma voz grave. Em seguida, uma mão foi extendida em minha direção e eu hesitei em aceita-la.
Ignorei sua mão e sai sozinha da cápsula, engatinhando. Tentei ficar de pé, mas quase imediatamente voltei ao chão e cobri meus ouvidos com as mãos. Todos meus sentidos pareceram explodir, enquanto o ar parecia grosso demais para respirar.
De repente, senti ser agarrada por alguém, minhas mãos foram tiradas de minha cabeça e tudo pareceu piorar.
— Ei, ouça apenas minha voz – Disse.– Eu sei como pode ser difícil, e sei que esta doendo, mas olhe só para mim e foque apenas em minha voz.
Fiz o que mandou, me deparei com uma espécie masculina... um homem, ele me olhava atentamente e tinha uma pequena ruga entre os olhos azuis brilhantes. Minha respiração normalizou gradativamente, os sons pareceram se ajustar e não mais me machucavam. Desci meus olhos para o peito dele e lá havia um símbolo que reconheci imediatamente.
— Esperança...– Toquei o símbolo com a ponta de meus dedos.
Ele olhou para minha cápsula e então olhou para mim.
— Você reconhece esse símbolo?
Eu concordei com a cabeça.
— Veio de Krypton?
Perguntou novamente, e eu novamente concordei com a cabeça. Olhei em volta e comecei a me preocupar, haviam outros se reunindo a nossa volta, não estavam vestido como o homem a minha frente, nem carregavam qualquer emblema de Krypton, recuei alguns passos de volta a nave.
— Não se preocupe – Disse, pousando uma mão em meu ombro. – Venha comigo.
Ele agarrou a base da nave e em seguida deu um salto tão forte que todo o chão aos meus pés tremeu e então estava no céu, voando. Recuei um passo e fiz o mesmo movimento que ele. Meus pés saíram do chão rápido demais, bati em algumas contrações altas, caí outras vezes e quando consegui me manter no ar e avistei o ponto azul e vermelho ao longe, impulsionei minhas pernas com força e logo estava indo para frente com a mesma velocidade de uma nave kryptoniana ou até mesmo mais veloz. Fiz alguns arcos no ar e então estava ao lado dele.
— Como? – Perguntei.
— A Terra é diferente de qualquer outro planeta. Por causa da força gravitacional, nós Kryptonianos somos capazes de voar.
Continuei seguindo-o. Não sabia exatamente se estava fazendo o certo, eu nem o conheço e não sei se é confiável, no entanto, foi meu primeiro contato neste planeta e me ajudou quando senti dor. Fora que carrega o símbolo de uma das famílias mais respeitadas de Krypton, a casa de El. Talvez eu realmente possa confiar nele.
Não se passou muito tempo e ele foi em direção ao chão, eu o segui. Me vi em um vasto campo coberto por uma vegetação desconhecida por mim.
Ele colocou minha cápsula no chão e a analisou com cuidado.
— Se parece com a que fui enviado para cá... mas o espaço interno é maior.
— Tive que fazer modificações, eu já não estava mais cabendo dentro dela.
Ele olhou bem para mim e então novamente para a nave, foi quando encontrou algo que fez seu rosto mudar totalmente.
— Isso – Indicou o símbolo gravado na lateral da cápsula.– Já vi isso antes...
— Significa "Proteger" – Respondi, tocando o símbolo na nave.– É o símbolo da minha família.
— Sua família?
— Sou Hel-Zod, última sobrevivente da Casa de Zod, os protetores de Krypton.
Ele recuou. Imediatamente sua expressão tornou-se fria como aço.
— Está aqui por causa dele? Foi o General Zod quem lhe mandou algum sinal para invadir a Terra?
Eu ergui uma sobrancelha. General Zod... Dru-Zod.
— Não, eu não estou aqui por ele.
— Esta me dizendo que não veio vingar a morte de seu pai?
— Dru-Zod não é meu pai, ele é meu tio –Falo.– Eu sou filha de Anan Kek-Zod, a irmã mais jovem do lider militar de Krypton.
— Se não pretende vingar a morte dele, por que está na Terra? – Perguntou aparentando confusão.
— Quando consertei minha cápsula e o painel foi reiniciado, a rota original foi restaurada. Eu estava a caminho deste planeta quando por alguma razão fui desviada do curso.
— Por onde esteve esse tempo todo?
— Em um local do universo chamado Zona Fantasma, na prisão de Fort Rozz.
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