𝐂apítulo único.
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❛ you say you love me, I say you crazy
We're nothing more than friends
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀OLHANDO PARA o teto de seu quarto, em um silêncio agonizante, Yeonjun estava preso em seus pensamentos. Lembrava-se agora claramente do que havia dito e feito no dia anterior, e arrependia-se amargamente. Se pudesse fazer uma máquina do tempo, ou de alguma forma poder mudar seus erros, mas não havia mais como reverter a situação.
Acabou. Definitivamente, acabou.
Eram anos de amizade, longos anos, desde o começo do ensino médio. Rine era sua melhor amiga, a quem ele confiava de olhos vendados, ela sabia de tudo, ou quase tudo.
Yeonjun fechou seus olhos, tentando buscar qualquer memória feliz que pudesse diminuir a dor em seu coração. Qualquer memória que pudesse apagar de sua mente o que havia feito no dia anterior.
Em meio aquela neblina densa de dor, sofrimento e arrependimento, uma memória do passado lhe veio à mente, como se fosse sua luz no final do túnel escuro. Ainda no ensino médio na época, enquanto Rine estava como sempre com os fones de ouvido, tentando estudar, Yeonjun estava sentado ao seu lado naquele banco de praça, inquieto, enquanto mexia em seu celular para se distrair. Entretanto, mesmo assim, ela tomava sua atenção, vez ou outra se pegava olhando para ela, de uma forma até engraçada para quem o visse de longe.
Rine fechou o livro bruscamente, o que fez Yeonjun se assustar e rapidamente olhar para outra direção, fingindo que não estava a olhar para ela por mais de dez minutos.
⸺ Eu sinceramente odeio geografia, espero que o professor exploda antes de chegar na escola amanhã ⸺ jogou o livro em sua mochila como se fosse uma pedra e a fechou bruscamente, emburrada.
⸺ Eu também adoraria que isso acontecesse, odeio gráficos. Além de nos infernizar em matemática, eles vêm em geografia. ⸺ Yeonjun comentou, fingindo estar distraído olhando para um amontoado de folhas secas.
⸺ Exato! São uma maldição! ⸺ Rine se relaxou no banco, olhou para Yeonjun e fez uma careta. Ele sempre tinha suas esquisitices, e era sempre engraçado para ela observá-lo nesses momentos. ⸺ Eu queria mudar de turma, só não mudo porque poderíamos nos separar e eu não quero isso. Você é meu único amigo naquele lar de serpentes. ⸺ Yeonjun se virou para Rine, sentiu seu coração acelerar ao ver que ela o olhava, e por longos minutos não conseguiu proferir qualquer palavra.
⸺ Falaram alguma coisa sobre você? Parece irritada ⸺ perguntou, agora preocupado. Rine suspirou pesadamente e olhou para suas mãos.
⸺ As garotas imbecis e fúteis vivem falando por eu nunca ter beijado alguém, isso é importante? Com as minhas notas eu poderia facilmente ser chefe de todas elas, na verdade, eu não contrataria pessoas tão superficiais.
⸺ Não é importante, você é a garota mais inteligente da turma, elas claramente invejam isso e precisam de algo para te atacar.
⸺ Mas por que isso ainda me chateia? Sei lá, às vezes eu queria ser como todo mundo. Você acha que eu sou interessante? ⸺ olhou para Yeonjun, e por pouco não riu ao ver a expressão surpresa no rosto dele.
⸺ Claro que não, para mim você é repugnante. Mas provavelmente alguém deve pensar diferente, alguém deve te achar bonita, gentil, e carinhosa também. Alguém deve gostar do seu sorriso, dos seus olhos brilhantes ou da sua voz quando está animada… ⸺ Rine fez uma careta, e só então Yeonjun reparou que acabou falando demais. ⸺ E esse alguém claramente não sou eu. Que nojo ⸺ fez uma careta, da qual arrancou uma risada de Rine.
Eram mentiras, na verdade ele era esse alguém, e ele poderia passar horas e horas falando sobre tudo que amava nela.
⸺ Poderia me apresentar para alguns dos seus amigos ⸺ pediu, fazendo um olhar angelical, no entanto Rine acabou rindo novamente da expressão engraçada no rosto do Choi.
⸺ Sem chance, eles são todos idiotas.
⸺ As vezes você é muito superprotetor, eu te apresentaria as minhas amigas caso eu tivesse alguma!
⸺ Eu gentilmente recusaria, seriam insuportáveis assim como você. ⸺ Rine lhe mostrou a língua, e ele fez o mesmo. A jovem de cabelos laranjas cruzou os braços, olhando para o nada com um imenso bico nos lábios.
Yeonjun ficou em silêncio, apenas olhando para ela. Aquele biquinho nos lábios dela era simplesmente adorável, ao mesmo tempo que parecia uma provocação indireta. Era inevitável para ele não pensar em como seria poder tocá-los ao menos uma vez.
Em um momento que simplesmente não pensou direito, Yeonjun segurou o queixo dela com uma das mãos, virando-o para si. Os olhos dela analisavam qualquer movimento seu com curiosidade, e com um impulso a beijou. Poderia ter sido um momento maravilhoso, para ele a princípio de fato foi, entretanto ela o empurrou bruscamente, horrorizada enquanto limpava sua boca com a manga de seu uniforme.
⸺ Que nojo! O que diabos está pensando?! ⸺ Ela cerrou seus punhos, Yeonjun se encolheu no banco, assustado e em choque pelo que havia acabado de fazer.
Ele sabia que não deveria ter feito aquilo.
⸺ Resolvi seu problema, agora você já beijou alguém, pronto ⸺ deu de ombros, se antes Rine parecia furiosa, depois de dizer aquilo ela pareceu dez vezes pior. ⸺ Calma lá, foi só um selinho.
⸺ Eu vou matar você, Choi Yeonjun! ⸺ Ela gritou, Yeonjun se levantou rapidamente do banco, enquanto ela corria atrás dele com toda a raiva de seu ser.
⸺ Eu te fiz um favor! Por que está tão brava?!
⸺ Sua boca é nojenta! Você destruiu o meu primeiro beijo, seu idiota! ⸺ jogou um graveto em Yeonjun, que o acertou bem na cabeça, entretanto ele não teve tempo para reclamar por aquilo, de alguma forma ela estava prestes a lhe alcançar e se fosse pego por aquela ruiva furiosa ele sabia que estaria morto.
Foi um pequeno deslize, Yeonjun ficou três dias implorando por perdão, e assim que o teve, começou a zoar-la por aquele incidente como se fosse mais uma de suas brincadeiras bobas.
Mas não, não era uma brincadeira.
Por mais que em frente a ela parecesse o mesmo de sempre, ficou dias e meses mal por aquilo. O que pensou? Que ela iria lhe corresponder? Eram apenas amigos e nada além daquilo.
Apenas amigos.
Ele queria grudar aquela frase em sua mente, e por muitos anos foi daquele jeito, eram apenas amigos. Todavia a vida prega suas peças, se fossem apenas dois adolescentes para sempre seria tudo mais fácil para Yeonjun, ser sempre aquele garoto bobo era um trabalho simples. Com o tempo, fingir que não sentia nada passou a ser um trabalho mais difícil, a faculdade chegou, ficaram mais afastados por conta de suas rotinas, e também, porque Yeonjun entrou em um novo dilema. Ele queria esquecê-la, e ficar longe dela parecia a opção mais viável, aos poucos ela iria sumir de sua mente.
Jogado sobre a cama de seu apartamento, Yeonjun tentava aproveitar os últimos momentos de seu sono antes do despertador tocar. Chegou tarde da noite em casa, saiu com uma mulher qualquer pela terceira ou quarta vez, no entanto mesmo assim ainda não lembrava do nome dela. Sempre que acordava de manhã ao lado daquela quase desconhecida era como se seu cérebro lhe pregasse uma peça, e pudesse ver Rine ali, lhe desejando um bom dia e ansiando por um beijo seu. Mas claro, como sempre, não passava de uma mera alucinação.
Ao mesmo tempo que o despertador tocou, o toque do celular de Yeonjun se fez presente. Como já estava acordado, apenas desligou o despertador e pegou seu celular cujo estava jogado na mesa de cabeceira quase sem bateria. Fez uma careta ao ver uma ligação de um de seus amigos mais próximos, Beomgyu.
⸺ Sete horas da manhã, Choi Beomgyu? ⸺ falou assim que atendeu a chamada, como um típico tom ranzinza matinal.
⸺ Eu não consegui dormir a noite inteira, eu preciso da sua ajuda hyung, por favor! ⸺ O mais novo estava prestes a implorar, Yeonjun bocejou, ainda com sono.
Também mal dormiu a noite, no entanto pela urgência na voz de Beomgyu poderia perceber que era algo realmente sério.
⸺ Nos encontramos na cafeteria perto da universidade em uma hora, que tal?
⸺ Meia hora, é urgente! ⸺ Yeonjun respirou fundo, passando a mão pelo seu rosto para tentar manter-se acordado.
⸺ Certo, meia hora. ⸺ Beomgyu nem lhe deu a chance de explicar qualquer coisa e desligou a chamada.
Estranho, muito estranho.
Yeonjun sentiu aquela mulher sem nome até então lhe abraçar por trás, ele se virou para ela, sem muito apreço por aquela pessoa mas era sempre educado.
⸺ Preciso sair correndo, meu amigo está desesperado.
⸺ Então, sem café da manhã dessa vez? ⸺ Ela perguntou, enquanto seus dedos passeavam pelo rosto pálido de Choi.
⸺ Posso te compensar por isso na próxima. ⸺ Ela sorriu, como se a ideia de ter uma próxima vez com Yeonjun lhe soasse convidativa.
Com um beijo demorado de despedida, cada um tomou seu rumo. Yeonjun se vestiu o mais rápido que pôde, assim que a mulher saiu, trancou seu apartamento e saiu correndo pelos corredores. Seu estômago estava roncando, estava morrendo de sono e fome, esperava que depois de resolver a situação e encher seu estômago pudesse voltar para casa e tentar recuperar parte do seu sono perdido. Era sábado de manhã, e para a alegria de Yeonjun não teria aulas na faculdade naquele dia, então estava de folga.
Ao chegar na cafeteria, Beomgyu já lhe aguardava, balançando os pés nervosamente enquanto a cada cinco minutos checava as horas em seu relógio de pulso. Ele parecia tão aéreo que quando Yeonjun se sentou em sua frente acabou por se assustar.
⸺ Demorou, está vinte minutos atrasado!
⸺ Ei, qual é? Relaxa, eu vim o mais rápido que eu pude ⸺ tentou soar mais tranquilo, já que Beomgyu até mesmo balançava as pernas, exalando uma energia de tensão.
⸺ Hyung, preciso da sua ajuda!
⸺ Desembucha ⸺ falou, aconchegando-se na cadeira de madeira do estabelecimento.
⸺ Estou amando, eu amo ela, amo mais do que a mim mesmo! E você é o único que pode me ajudar a dizer isso a ela!
⸺ Quem? ⸺ perguntou curioso, no fundo até tinha suas suposições, no entanto queria crer de que estava errado.
⸺ A Rine. ⸺ Ao ouvir aquilo a expressão outrora tranquila no rosto do Choi mais velho se desmanchou completamente.
Parecia um pesadelo, talvez de fato fosse um e ainda estivesse dormindo. Maldito dia que decidiu apresentar Rine aos seus amigos, e maldito dia que Beomgyu apareceu repentinamente em seu apartamento quando ela estava lá. Os dois sempre pareceram ter uma conexão especial, e aquilo incomodava Yeonjun profundamente.
Ciúmes? Talvez, e agora ele percebia que tinha razão.
⸺ Ah, a Rine? Você tem mal gosto.
⸺ Hyung, não é hora para piadinhas, você conhece ela melhor do que ninguém, me ajude! Por favor!
Yeonjun ficou em silêncio, dividido entre um diabinho que sussurrava para sabotar os planos de Beomgyu, e um anjinho, que dizia para ser bom e ajuda-lo.
E era óbvio que Yeonjun não daria ouvidos ao anjinho. Que se foda Choi Beomgyu, ele não iria colocar suas mãos em Rine, não enquanto Yeonjun pudesse impedir.
⸺ Pense em algo grande, que chame muita atenção. Uma grande demonstração de todo o seu amor, quanto mais atenção tiver melhor. Ela vai gostar disso.
⸺ Tem certeza? A Rine não me parece alguém que gosta de chamar atenção ⸺ perguntou, relutante.
⸺ Ah, tenho sim. Ela gosta de gestos românticos ⸺ tentou soar mais convincente o possível, e por hora pareceu ter dado certo, Beomgyu era deveras ingênuo às vezes.
Depois daquela conversa cada um foi para o seu canto, Beomgyu tentava pensar em algo inesquecível para dedicar seu amor por Rine, enquanto Yeonjun, repentinamente se aproximou demais dela, ao ponto de que até mesmo a própria achou estranho. Yeonjun largou suas festas, apagou todos os contatos de sua lista telefônica, até mudou de número, como se nunca tivesse existido na vida daquelas pessoas. Não poderia lutar contra o que sentia por Rine, o tempo todo ela estava impregnada em sua mente, então partiu para um novo plano: ficar perto dela, e afastar qualquer idiota que tentasse se aproximar.
Estavam sentados apenas os dois frente a frente, no horário de almoço iam até a praça de alimentação da universidade pois a refeição era mais barata. Rine era mão de vaca, onde tinha comida barata certamente ela estaria lá.
Yeonjun não queria admitir que sentiu falta daqueles momentos em que ficava sozinho junto dela, como quando ainda estavam no ensino médio, apenas os dois em silêncio, curtindo a companhia um do outro. Era algo tão simples, mas que ele apreciava profundamente, estar perto dela lhe deixava melhor, e até suas noites de sono melhoraram. Pensando nela, sempre adormecia com um sorriso no rosto.
⸺ Eu sinceramente não consigo pensar em nada além das provas da próxima semana, eu vou morrer. ⸺ Rine bateu a cabeça contra a mesa, Yeonjun percebeu que ela mal tocou na comida, e finalmente ali estava o motivo.
⸺ Vai dar tudo certo, você sempre se sai bem nas provas ⸺ tentou acalmá-la, aquilo na maioria das vezes era uma verdade, porém tinham exceções.
⸺ Tem estatística, eu odeio estatística! ⸺ resmungou, olhando para seu prato ainda cheio de comida.
⸺ Podemos estudar juntos, como nos velhos tempos, talvez eu consiga te ajudar. ⸺ Rine fez um biquinho, murmurando um agradecimento. Yeonjun riu fraco, ela ainda parecia a mesma do ensino médio, os mesmos trejeitos e feições. ⸺ Agora, tente comer, você precisa estar saudável para enfrentar isso.
⸺ Estou sem apetite, só vou conseguir comer e dormir tranquilamente depois que a semana de provas acabar.
⸺ Relaxa, você vai conseguir. Não se cobre tanto, isso não vai te fazer bem. ⸺ Rine assentiu, ela sabia que Yeonjun tinha razão, no entanto era inevitável para si mesma não acabar ficando preocupada com suas notas. Ela sempre foi assim, Yeonjun a conhecia muito bem e sabia como ajudá-la nesses momentos.
Todavia, o silêncio logo voltou, perdurou pouco, Rine logo voltou a reclamar de alguma matéria, e Yeonjun como sempre a ouvia pacientemente, fazendo algumas piadinhas aqui e ali. Parecia que mesmo depois dos meses afastados, nada havia mudado entre eles, ao menos por enquanto.
Assim que terminaram o almoço e estavam prestes a sair da praça de alimentação Rine recebeu uma mensagem suspeita, entretanto não pode dizer nada a Yeonjun pois, enquanto caminhavam até a saída, uma garota de cabelos cor de mel se aproximou deles e sem qualquer hesitação acertou um tapa em Yeonjun. Rine ficou boquiaberta, sem saber exatamente como reagir, enquanto Yeonjun sentia que conhecia aquela mulher de algum lugar.
⸺ Como ousa me enganar dessa forma?! Você acha que sou o que?! ⸺ Ela gritou, sem se importar com os olhares alheios.
⸺ Quem é você? ⸺ perguntou, mas pareceu que havia feito alguma ofensa a ela, e mais uma vez ela lhe deu um tapa.
⸺ Você some por dias e quando te encontro está com outra?! ⸺ apontou para Rine, que franziu o cenho.
⸺ Ah, não, somos apenas amigos, não tenho nada a ver com isso. ⸺ Yeonjun olhou para a ruiva com uma cara de tacho, e ela apenas lhe respondeu com uma risadinha. Ele sabia que ela iria lhe zoar por aquilo pelo resto do semestre, ou talvez até mais do que isso.
⸺ Você… é um cafajeste mentiroso! ⸺ Ela exclamou alto, e então deu as costas a eles, andando com passos pesados.
Rine estava quase rindo da situação, enquanto Yeonjun até se sentia culpado por nem lembrar do nome daquela pobre mulher. Não foi sua intenção magoá-la, ele disse que seria casual, mas parecia que ela de alguma forma nutriu esperanças de que algo a mais pudesse acontecer entre eles.
⸺ Uh, bad boy, está partindo corações. ⸺ Rine deu um leve soquinho no ombro de Yeonjun enquanto ria, e ele apenas suspirou pesadamente.
⸺ Hoje não é meu dia, será que tem como ficar pior?
⸺ Não diga isso, a vida sempre dá um jeito de te surpreender, da pior forma possível.
Yeonjun pensou que aquilo era balela, e no fundo esperava que fosse.
Mas não, não era.
Quando saíram da universidade, em frente ao campus, em um palco improvisado, Rine de longe avistou Beomgyu. Só então ela lembrou-se da mensagem que recebeu, de que ele precisava dizer algo a ela.
Em meio às pessoas que se aglomeravam ali, Rine instintivamente foi até lá. Yeonjun não notou quando ela se afastou, e quando deu por si, ela já estava entre as pessoas. Pensou que aquilo seria engraçado de se ver, provavelmente ela humilharia Beomgyu na frente de todos, já que Rine odiava ser o centro das atenções. No entanto, Yeonjun deveria saber que Beomgyu era esperto, até mais do que esperava.
Assim que a viu entre as pessoas, Beomgyu junto de seu violão começou a tocar a música, uma música especial, Never Be do 5 Seconds Of Summer, foi a primeira música que ouviu junto de Rine, então tinha todo um significado por trás daquela canção, que ele agora dedicava especialmente a ela. Ele estava nervoso, mas quando seu olhar se encontrou com o dela, uma calmaria tomou seu peito. Lhe direcionou um sorriso, que foi correspondido por ela, enquanto cantava como todo o seu coração, podia vê-la balbuciando algumas partes da música.
Nunca poderia imaginar que alguém poderia fazer um gesto tão romântico, aquela música era como se fosse a trilha sonora deles, junto da discografia do Red Hot Chili Peppers, dentre outras bandas que ambos apreciavam. Foi a música que os uniu, e nada mais justo do que ter a primeira música que ouviram juntos sendo uma declaração, do quanto Beomgyu a amava.
Andando entre as pessoas, Rine ficou próximo daquele pequeno palco improvisado, assim que a música acabou, Beomgyu não precisou dizer uma palavra sequer, ela sabia o que aquilo significava.
⸺ Você é maluco. ⸺ Ela disse, sem tirar o sorriso do rosto.
⸺ Faço qualquer coisa para poder te ver sorrir dessa forma, eu te amo, e não me importo se somos muito jovens ainda, eu quero fugir com você para qualquer lugar desde que possamos estar juntos. ⸺ Rine foi até Beomgyu, e o beijou, sendo aquela a resposta clara que ele precisava para saber que seus sentimentos eram recíprocos.
Yeonjun ficou boquiaberto ao ver aquela cena, seus punhos estavam cerrados e a raiva fervilhava em seu corpo. Não acreditava que Rine havia gostado daquilo, e o pior, que ela gostava de Beomgyu.
Tomado pela raiva, e pela iminente dor da rejeição ele saiu, sem um rumo exato, mas decidido em sumir da vida dela de uma vez por todas. Yeonjun iria esquecê-la, seja por bem ou por mal, precisava esquecê-la, precisava aceitar que ela não o amava e nunca iria lhe amar.
Nunca.
Não era justo, Rine o procurou por toda a parte, seus amigos e até Beomgyu o procuraram, mas Yeonjun desapareceu, a única coisa que sabiam era que ele havia ido para a América, e que terminaria seus estudos lá. Foi uma decisão repentina, Rine nunca entendeu porque ele fez aquilo, Yeonjun nunca lhe deu uma resposta, e por anos enviava quase toda semana uma mensagem para o antigo número dele, seja desabafando, ou dizendo o quanto sentia sua falta. Eram melhores amigos, Rine tinha muito apreço por ele, no entanto os anos se passaram, e ele nunca mais voltou.
Ao menos por longos dez anos, esteve casado, e quando sua esposa o chutou de casa devido às brigas que tinham e entre outras razões, Yeonjun decidiu que infelizmente era hora de voltar para a casa de sua mãe. Não tinha outra escolha, aquele divórcio o destruiu, e sabia que seus pais iriam lhe acolher pelo tempo que precisasse.
⸺ Já são dez horas da manhã! Acorde! ⸺ ouviu sua mãe gritando enquanto batia na porta do quarto. Fazia uma semana que Yeonjun estava em casa, e aquela semana ele se manteve trancado em seu antigo quarto.
Estava preso entre os traumas deixados por sua ex-esposa, e também todas as memórias de seu passado que estavam impregnadas nas paredes daquele quarto.
⸺ Eu já vou! ⸺ exclamou em resposta, sua mãe pareceu ter aceitado aquilo, mas se caso demorasse mais de dez minutos ela provavelmente voltaria a bater em sua porta.
Yeonjun não estava a dormir, na verdade acordou cedo. Ele estava parado, olhando a última mensagem que Rine lhe enviou, em um natal a cinco anos atrás. Ele viu cada mensagem que ela enviou, mas nunca teve coragem de respondê-las. Yeonjun fez de tudo para tirá-la de seu coração, tentou conhecer pessoas novas, se casou com uma mulher que pensou amar, no entanto mesmo assim, Rine sempre esteve em seu coração. E agora que estava ali, aquela angústia parecia maior, a casa dela era ali perto, moravam no mesmo bairro, porém Yeonjun ao mesmo tempo que queria reencontra-la, também estava temeroso. Depois de ter sumido daquela forma, ela provavelmente estaria chateada, e com razão.
Guardou seu celular e levantou-se da cama, já estava devidamente vestido, apenas não queria sair do quarto. Ao abrir a porta, deu de cara com sua mãe, que estava com os braços cruzados e uma feição nada amigável.
⸺ Demorei demais? ⸺ perguntou, com certa relutância para não irritá-la ainda mais.
⸺ Leve o lixo para fora, anda! ⸺ Ela ordenou, com um tom de raiva que até o assustou. Yeonjun não lhe contestou, apenas saiu cabisbaixo, e quando olhou para trás por pouco não foi atingido por um chinelo voador, o que o fez ir rapidamente juntar o lixo para fora.
Entendia sua mãe estar tão furiosa, chegou a uma semana e além de dormir e comer, não saía do quarto. Ela o compreendia, uma separação nunca é fácil, porém para tudo havia um limite.
Enquanto jogava o lixo na rua, viu um grupo de crianças brincando, correndo de um lado para o outro. Lembrava-se de quando dizia que queria ter filhos, e Rine sempre lhe dizia que crianças eram repugnantes. Pensava onde ela estaria agora, se teria mudado ou ainda continuava com a mesma percepção de mundo. Em todos aqueles anos, pensar nela era recorrente, algumas vezes até entrava em abstinência, como se fosse um viciado, se trancava em casa e não saia, pois sabia que se saísse, iria atrás dela. Talvez se tivesse coragem para dizer a ela o que sentia as coisas pudessem ter sido diferentes, ou não, Yeonjun sempre foi apenas o melhor amigo, Rine nunca o viu como algo além daquilo e ele sabia disso.
Perdido em seus devaneios, apenas saiu de seu transe quando uma garotinha de no máximo quatro anos o atropelou com sua pequena bicicleta. Ele se assustou, mas não se feriu, no entanto a garotinha caiu sobre o chão e logo começou a chorar.
⸺ Shhh, está tudo bem ⸺ tentou acalmá-la, viu um pequeno ralado no joelho dela, mas nada muito grave. Levantou a bicicleta toda cor de rosa dela e a ajudou a se levantar, aos poucos a pequena foi parando de chorar, porém continou fungando.
⸺ Aigoo! Bomi! Eu falei para você não falar com estranhos! ⸺ A garotinha soltou sua bicicleta bem no pé de Yeonjun, que por pouco não murmurou um xingamento, principalmente porque reconheceu aquela maldita voz. ⸺ Yeonjun? ⸺ Beomgyu arregalou os olhos ao ver o mais velho, Bomi chorava logo em sua frente, e assim que Beomgyu pegou a pequena em seus braços, ela finalmente se acalmou.
⸺ É sua filha? ⸺ perguntou, só poderia ser filha de Choi Beomgyu aquela pequena pestinha.
⸺ Está tão na cara assim? ⸺ respondeu com um tom brincalhão, e de fato, a garotinha era a cara dele.
⸺ Deveria ensiná-la a pilotar uma bicicleta direito, ela me atropelou ⸺ resmungou, cruzando os braços enquanto olhava para os dois pensativo. Beomgyu teoricamente não morava por ali, era uma infeliz coincidência encontrá-lo.
⸺ Ela está aprendendo ainda. Bomi, eu te disse para andar devagar ⸺ repreendeu a garotinha, que apenas se encolheu em seus braços.
⸺ É chato andar devagar. ⸺ A garotinha respondeu baixinho, ainda envergonhada.
⸺ Aish! Bomi! ⸺ apertou a bochecha farta da pequena, que apenas riu. ⸺ Pode andar por aqui, mas tome cuidado. ⸺ A garotinha assentiu rapidamente, Beomgyu a colocou no chão, a pequena pegou sua bicicleta rosa e voltou a andar como se nada tivesse acontecido. ⸺ Ela é uma pestinha, semana passada atropelou uma senhora na rua. ⸺ Mesmo que tivesse um imenso ressentimento por Beomgyu, acabou rindo do relato dele.
⸺ Aproveite essa fase, depois que crescem fica complicado.
⸺ Não me faça pensar nisso, tenho pesadelos com isso toda semana! ⸺ riu novamente, mesmo que Beomgyu parecesse mais maduro, ainda tinha seu jeito bobo e brincalhão. ⸺ Tem filhos?
⸺ Não, descobri que sou estéril. Uma pena, minha esposa me chutou por isso ⸺ relatou, enquanto via as crianças correndo de um lado para o outro, fugindo da garotinha com a bicicleta que tentava atropelá-los.
⸺ Eu sinto muito, deve ter sido difícil para você.
⸺ Um pouco, mas estou melhorando ⸺ pôs as mãos nos bolsos de sua calça, dando um longo suspiro logo depois. No entanto, enquanto olhava para Bomi, o sorriso dela lhe lembrou de alguém. Sentiu um arrepio na espinha só de pensar na possibilidade de Rine e Beomgyu ainda estarem juntos, e pior ainda seria se aquela criança fosse filha deles. ⸺ E a Rine? Tem notícias dela? ⸺ perguntou como quem não queria nada, nem parecia que estava torcendo para que os dois não estivessem mais juntos.
⸺ Ah, ela está bem, ela ficou chateada contigo, mas acredito que esteja melhor quanto a isso. Não falamos muito sobre essas coisas, ultimamente estivemos focados em cuidar da nossa família e termos tempo para a Bomi, é difícil conciliar tudo. ⸺ Yeonjun ficou em silêncio, não conseguia dizer mais nada e nem queria dizer.
Bomi era mesmo filha de Rine e Beomgyu. Os dois estavam mesmo juntos, provavelmente casados.
⸺ Bomi! Não atropele as crianças! ⸺ Beomgyu foi correndo atrás da garotinha, que tentou fugir dele com sua pequena bicicleta, rindo sem parar.
Yeonjun ficou parado por alguns minutos, perdido em seus pensamentos. Estava com esperanças de que sua história teria um final feliz, de que a encontraria novamente e ela estaria sozinha, lhe esperando. Dez anos se passaram, ela seguiu em frente, porém Yeonjun não, ainda estava preso ao passado.
Sem se despedir ou dizer qualquer coisa, Yeonjun voltou para sua casa, passou por seus pais sem dizer nada e trancou a porta de seu quarto com tudo. Andando de um lado para o outro uma sensação de angústia o dominava. Nas paredes do quarto tinha inúmeras fotos junto dela, e tomado pela raiva, arrancou todas as fotos, jogando-as sobre o chão.
Se deixou cair sentado sobre o chão, com as costas apoiadas em sua cama, e assim mais uma vez chorou, porque amá-la era sempre doloroso, e porque por mais que doesse não conseguia deixar seus sentimentos de lado. Por mais que quisesse, parecia que estava amarrado a ela, preso de alguma forma. Ninguém era como ela, ninguém lhe deixava como ela o deixava, e nunca seria capaz de amar alguém como a amava.
⸺ Por que… porque você não me ama? ⸺ perguntou em um fio de voz, olhando para uma foto da época em que ainda estavam na escola, juntos, quando tudo era tão fácil e estar apaixonado era apenas algo inocente.
Abriu a última gaveta de sua mesa de cabeceira e tirou de lá uma garrafinha de soju, as escondia ali para que sua mãe não as visse, as vezes bebia apenas uma antes de dormir para esquecer de seus problemas, no entanto, desta vez apenas uma não seria suficiente. Ficou sozinho, trancado naquele quarto o restante do dia, seus pais lhe chamaram para comer diversas vezes, porém o máximo que conseguia responder era um não. Lá permaneceu, entre lágrimas e goles de bebida, dormiu também boa parte da tarde, e a noite estava sentado em frente a janela, completamente embriagado.
Não sabia mais nem seu próprio nome, ou como destrancar a porta do quarto, vomitou por todo o pequeno banheiro que ali tinha, e ainda estava tonto. Estava se sentindo péssimo, tanto emocionalmente quanto fisicamente. Talvez se dissesse finalmente a ela o que sentia, sentisse aquele peso sair de suas costas, não conseguia mais esconder aquilo. Ela nunca iria lhe amar de volta, então que ao menos pudesse dizer toda a verdade, e acabar com tudo de uma vez por todas.
Cambaleando, ele abriu a porta de seu quarto com muita dificuldade, e se apoiando nas paredes foi até a saída. Era noite ainda, umas onze horas, não havia mais ninguém nas ruas, estava tudo vazio.
Era como se seu cérebro voltasse para um momento do passado e fosse sábado de manhã, quando ia até a casa dela para conversarem ou jogar algum jogo. Mesmo quase caindo no chão diversas vezes, ele lembrava claramente do caminho até a casa dela. Estava mal, sentia como se fosse morrer a qualquer momento, e só se acalmou quando viu a fachada da casa dela. Com as mesmas árvores frutíferas e flores na frente. Faziam anos que não ia até ali, entretanto parecia que nada havia mudado.
Yeonjun foi até a varanda e tocou a campainha, diversas vezes, estava ansioso. Entretanto, quando Beomgyu abriu a porta, fez uma careta enojada.
⸺ Eu odeio você ⸺ falou com a voz completamente embargada, letárgica pelo álcool.
⸺ Yeonjun, você está bem? ⸺ perguntou, vendo que o mais velho claramente estava bêbado.
⸺ Estou péssimo, e a culpa é toda sua! ⸺ cambaleou, por pouco não caindo sobre o chão, entretanto Beomgyu o segurou, vendo que ele não estava bem, fechou a porta com o pé e o arrastou até uma poltrona na sala de estar.
⸺ Quem estava… Yeonjun? ⸺ Rine ficou perplexa quando o viu sentado sobre a poltrona, não sabia se gritava com ele ou se o abraçava, afinal, ele era seu melhor amigo.
⸺ Rine… ⸺ Yeonjun ficou sem reação por longos minutos, tentou se levantar, estava tão tonto que por pouco não caiu sobre o chão, mas conseguiu se manter de pé para olhá-la atentamente. Um aperto se formou em seu peito, e mesmo involuntariamente, algumas lágrimas caíram pelo seu rosto. ⸺ Eu te amo ⸺ sentiu finalmente um peso ser retirado de suas costas ao dizer aquilo declaradamente, olhando nos olhos dela.
⸺ Você deveria se sentar, não parece muito bem. ⸺ Ela tentou se aproximar, aos poucos, Rine pensou que Yeonjun estava apenas delirando e não estava falando algo sério, porém, Beomgyu não deixou que se aproximasse dele.
⸺ Rine, volte para o quarto, eu tomo conta disso ⸺ sussurrou baixo para que apenas ela ouvisse, Beomgyu lhe contou sobre a conversa que teve com Yeonjun naquela manhã, e ela pensou que ele estava daquela forma por conta da separação recente.
⸺ Rine, eu estou falando sério, eu te amo! Inferno! Eu não aguento mais isso, eu não quero ser seu amigo! ⸺ Rine e Beomgyu se viraram para Yeonjun, suas pernas estavam trêmulas, e ele acabou caindo de joelhos sobre o chão, enquanto chorava sem qualquer controle. ⸺ Eu tentei te esquecer, eu tentei muito, mas eu não consigo! Por isso eu sumi, porque eu não aguento mais viver num mundo em que você ama outro e não a mim… aquele beijo, aquele beijo que eu te dei no passado foi verdadeiro, eu menti que era uma brincadeira, eu menti dizendo que fiquei com nojo, eu menti diversas vezes. Eu menti esse tempo todo, e a verdade é que eu te amo! Por mais que ele te ame, nunca vai chegar nem na metade do quanto eu amo você. Eu daria a minha vida para te ter comigo, eu faço qualquer coisa por você. Por favor, diga que ama também, diga que isso tudo foi um pesadelo e que estamos juntos, poderíamos ter uma filha também e eu prometo que seria o melhor pai do mundo. Por favor… ⸺ ficou cabisbaixo, sua voz falhou e não conseguiu dizer mais nada, só conseguia chorar e implorar para que pudesse acordar daquele pesadelo.
Rine ficou assustada, sem qualquer reação além de segurar firmemente a mão de Beomgyu, como se buscasse o apoio dele e também de alguma forma o impedisse de chutar Yeonjun porta a fora.
⸺ Eu sinto muito ⸺ foi tudo o que Rine conseguiu dizer, Yeonjun sabia que aquilo era um não mais do que claro, e não pensou que seria tão doloroso ouvi-lo pessoalmente. ⸺ Acho que deveríamos nos afastar, para sempre. Você merece ser feliz, eu me importo com você e não quero que sofra. Mesmo que seja doloroso, me esqueça, Yeonjun. ⸺ Não, ele não queria esquecê-la, ele não conseguia esquecê-la.
⸺ Eu não quero mais ficar sem você, eu aceito ser apenas seu amigo, eu me conformo. Mas eu não quero perder tudo, eu não posso perder tudo. ⸺ Ele olhou para ela, quase sem conseguir abrir os olhos pelas lágrimas, seu choro era compulsivo, e mal conseguia respirar.
⸺ É o que deve ser feito, você precisa seguir em frente…
⸺ Eu não quero seguir em frente! ⸺ gritou, não conseguindo dizer mais nada.
Rine olhou para Beomgyu como se perguntasse o que deveriam fazer, o Choi mais novo pegou seu celular e pediu para Soobin, um dos amigos de Yeonjun, o número dos pais dele. O que aconteceu depois dali foi pura humilhação, Yeonjun estava fora de controle e não queria ir para casa, ele queria ficar com ela, e gritou diversas vezes dizendo o quanto a amava. Era como se não fosse ele mesmo, perdeu qualquer resquício de noção, tiveram que chamar uma ambulância para levá-lo para casa, e apenas se acalmou quando foi sedado.
Caiu feito uma pedra sobre o chão e dormiu. Por longas e longas horas. Quando acordou estava em seu quarto, parado, olhando para o teto e pensando em tudo o que havia dito.
Por que diabos fez aquilo? O que estava pensando? Que ela iria largar Beomgyu e sua filha para viverem um romance? Havia sido um idiota, um completo imbecil. Ouviu sons de batidas na porta de seu quarto, e lentamente a porta foi aberta. Desta vez Yeonjun não fez uma careta ao ver Beomgyu, ficou quieto, envergonhado de suas próprias atitudes.
⸺ Ela me pediu para ver como você estava, ficamos preocupados. ⸺ Yeonjun nada respondeu, não por raiva, mas por vergonha de suas ações e palavras. ⸺ Enfim, isso não é saudável, você sabe disso, não?
⸺ Eu sei ⸺ respondeu baixo, olhando para suas mãos. ⸺ Não se preocupe, vou me afastar completamente dela, depois do que fiz por todos esses anos, acho que não somos mais amigos como antes. ⸺ Beomgyu assentiu, olhando para o mais velho, podia perceber o quão abatido ele claramente estava.
⸺ Queremos que você seja feliz, mesmo que você tenha dito tudo aquilo, eu entendo você. ⸺ Yeonjun lentamente se virou para Beomgyu, sério.
⸺ Cuide bem dela, ou eu acabo com a sua raça. ⸺ Beomgyu riu fraco, balançando a cabeça em negação.
⸺ Eu amo ela, se ela está feliz é o que importa para mim. Pode ter certeza que cuidarei bem dela, e você, vê se se cuida. ⸺ Beomgyu saiu do quarto, fechando a porta ao sair.
Yeonjun respirou fundo, olhando novamente para o teto. Se arrependia do que havia dito e feito na noite anterior, porém, já estava feito, e agora, aquilo claramente era o fim. Estava condenado à solidão, e ele sabia que apesar de que continuasse tentando, seu coração pertencia a Rine, mesmo que para ela, sempre tivesse sido apenas um amigo.
Final meio cagado mas tentamos, quis fazer algo em uma pegada diferente e não sei se ficou bom ou confuso, espero que tenha ficado bom, essa coisa de passagem no tempo é sempre complicada para mim 🫠
Enfim, é isso! Sentem o dedo na estrela e deixem comentários cheirosos! Até a próxima e bye 😼
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