
𝐁𝐨𝐲𝐝 𝐇𝐨𝐥𝐛𝐫𝐨𝐨𝐤 - Pt.02
Imagine baseado na série: Narcos
Gênero: hot (+18)
You as Maritza Alvarez
Boyd Holbrook as Steve Murphy
Pedro Pascal as Javier Peña*
[Deveria haver um GIF ou vídeo aqui. Atualize a aplicação agora para ver.]
Sugestão de música: Eyes without a face – Billy Idol
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❝empurrãozinho.❞
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『𝗠𝗮𝗿𝗶𝘁𝘇𝗮 𝗔𝗹𝘃𝗮𝗿𝗲𝘇』
Já são sete dias sem olhar para a cara de Steve Murphy, nem mesmo consigo trajar os mesmos passos que ele. Eu o evitei de maneira que meus colegas de trabalho estranharam por não estarmos mais almoçando juntos ou resolvendo enigmas e quebra-cabeças de Pablo Escobar. Murphy se tornara um fantasma desde então e eu decidi trabalhar por conta própria, sem mesmo a ajuda de Javier Peña, que não se envolveu nesse assunto. Simplesmente cortei relações. Foi e está sendo difícil. Esses dias percebi que meu afeto por ele ultrapassa o substantivo "amizade". Vai bem além. Talvez por isso que eu não esteja conseguindo ficar 100% descansada e sem me importar. Ele era meu ponto de tranquilidade na hora do estresse do trabalho e dos grandes nós apertados que se formaram no decorrer das semanas passadas.
De dois dias até agora, percebi que trabalhar sozinha não é fácil. Quando os meninos estavam comigo as coisas fluíam um pouco mais, mesmo que a parte braçal fosse completamente minha, mas uma mão lavava a outra... no caso, quatro mãos lavavam as minhas. Telefonemas, barreiras, planos e qualquer porra que você possa imaginar para lotar meu dia, tinha sempre a presença de Javier e Steve. Não é um trabalho simples e óbvio, estamos tratando de Escobar, um dos homens mais ricos e perigosos do mundo, então a ajuda dos dois era como uma peça que estava faltando em um quebra-cabeça. Eu quero sempre transmitir o quanto eu sou forte e independente nas buscas e pesquisas, mas isso é bem mais complicado do que eu imaginei. Eles sabem que, a qualquer momento, ou eu irei abrir mão disso tudo ou eu estarei ensacada com uma etiqueta no dedo do meu pé. É questão de tempo. Um tempo apertado. Mas eu preciso melhorar a minha situação, seja com novos parceiros ou tendo que engolir tudo o que foi dito.
Mais cedo recebi uma ligação do meu chefe pedindo para vir no escritório. Não sei o que houve, mas pelo visto a coisa não é das melhores. Fiquei sabendo que, na noite anterior, houveram tiroteios na praça principal de Medellín, mas não sei se houve óbitos e, muito menos, o motivo. Pablo Escobar? Talvez. Mas, nos últimos dias, o cartel Cali tem feito seu nome aparecer por aí.
Ao chegar em meu escritório, vejo que há pastas com alguns papéis e fotos grampeadas nas extremidades. Retiro meu sobretudo e penduro no gancho próximo a porta, já olhando para os papéis. Me aproximo mais da mesa e, ainda sem tirar os olhos de lá, abro as persianas para entrar luz solar na sala. Finalmente pego a pasta e, ao abrir, me deparo com as fotos da perícia e os relatórios policiais destrinchados de cada foto. Muitos corpos baleados. Vítimas e os capangas de sabe lá quem. Analiso mais um pouco e vejo que havia anotações de Javier Peña, informando a quantidade de vítimas. Duas crianças, três homens e uma mulher, sendo quatro mortes e dois em estado grave. Engulo seco e tento ser o mais fria possível para encarar as fotos, mesmo não sendo nada fácil vendo isso. É difícil. Ainda mais quando envolvem inocentes.
Me assusto com alguém batendo na porta e já entrando sem pedir licença. Olho em direção e vejo meu chefe acompanhado de Steve e Javier logo atrás do mesmo. Sinto minhas mãos gelarem ao vê-lo e as pernas bambeam um pouco. Meu coração palpitou forte, quase saindo pela minha boca. Um frio estremeceu me interno e pude sentir minha garganta ressecar. É como se eu estivesse ouvindo tudo de novo de uma semana atrás e ficasse calada enquanto ele cuspia as palavras em mim. Olho para Javier e ele está um pouco apreensivo, sem conseguir deixar os olhos firmes. Enquanto Steve parece acanhado, olha apenas para o chão enquanto as mãos nos bolsos da calça estão enfiadas.
— Maritza, deixei o relatório de ontem com você. Já deu uma olhada?– Duffy se aproxima de mim e os dois ficam parados, lado a lado, próximos a mesa.
— Sim, dei uma olhada rápida. Então?– Cruzo os braços e tento manter a voz mais firme, mas nitidamente me esforço.
— Ainda não sabemos quem começou, mas tenho certeza que isso é coisa do Escobar. Aquele filho da puta está declarando guerra pra quase todos os cartéis da Colômbia. Isso vai virar uma chacina.– Revoltado, Duffy gesticula as mãos e, notoriamente, o mesmo está esgotado, assim como eu e qualquer pessoa envolvida nesse caso.
Olho de relance para os rapazes e vejo Javier de braços cruzados, pensando, enquanto Steve me encara e arqueia as sobrancelhas.
— Caralho...– Falo baixo e fecho os olhos, suspirando fundo e levando as mãos para a cintura.— Qual o plano?– Questiono e, em silêncio, meu chefe aponta para Javi e senta na minha cadeira.
— Tem um filho da puta solto que está envolvido no que aconteceu ontem. Se conseguirmos captar a localização dele, conseguimos saber o que aconteceu e quem começou isso tudo. Precisamos de você.– Peña fala rapidamente em tom médio. O mesmo fica sem jeito ao pedir minha ajuda e me encara quase suplicando. Eu mereço!
— Essa é boa...– Ironizo e sorrio sarcástica, olhando para o lado enquanto balanço minha cabeça.— Agora querem a minha ajuda?– Elevo um pouco a minha voz, mas mantenho a calma. Murphy fecha os olhos e passa a mão no rosto.
— Maritza, você é a única que consegue rastrear pelos bairros. Por favor. Essa pode ser a nossa chance! Não podemos demorar muito tempo.– Javi continua suplicando.
— Alvarez, não temos muito tempo. Decida!– Duffy me pressiona e eu suspiro fundo. Eu não tenho opção.
— Certo. Preciso que você vá para a rua dez e tente ficar o mais próximo do bairro.– Direciono para Peña, ignorando completamente a presença de Murphy.
— Certo. Vamos, Murphy.– Javi passa pelo menos e bate em seu peitoral, saindo da minha sala.
— Chefe, tenho que ir pra casa. Meu equipamento todo está lá.– Direciono para Duffy, que afirma com a cabeça.
— Quanto tempo para chegar?
— Cinco minutos eu chego.
— Vou pedir para abrirem o trânsito. Quero você em três minutos na linha.– Ele aponta para mim e sai também.
Rapidamente recolho os papéis e meu sobretudo, vestindo-o às pressas. Percebo que Murphy ainda está na sala e me encara, como se quisesse falar algo mas não conseguisse. O encaro e, a pressa que eu estava, começa a diminuir e acabamos nos encarando de vez.
— Vai logo, Murphy, você está perdendo tempo!– Tento disfarçar meu nervosismo.
— Podemos conversar depois?– Ele pergunta com um tom de voz calmo e baixo, mas comedido.
— Depois.– Passo pelo menos, sem olhar em seus olhos, e corro para o estacionamento, entrando em meu carro e saindo rapidamente, cantando pneu.
•••
『𝗦𝘁𝗲𝘃𝗲 𝗠𝘂𝗿𝗽𝗵𝘆』
— Esperem um pouco, estou conseguindo rastrear o cara. Me deem cinco minutos.– Escutamos a voz chiada de Maritza através do rádio do carro.
— Rápido, ele pode fugir.– Javi responde e desliga o nosso câmbio.
— Porra...– Encosto no sofá e suspiro fundo, fechando os olhos por um tempo.
— O que foi?– Peña me encara pelo retrovisor interno do carro.
— Eu não devia ter dito aquilo a ela.– Digo sem olhar em seus olhos e balançando a cabeça negativamente.
Já tem uma semana que ela não olha na minha cara e nem cruza caminho comigo. Como sempre, eu fiz burrada! Falei aquilo que não queria mas, por um impulso do estresse, acabei soltando o que teimei ter pensado. Eu não sei o que houve e sei que não há justificativa, até porque eu a magoei, mas eu estou esgotado desse trabalho de merda. Eu perdi minha esposa, minha rotina, meu sono e tudo o que era valioso na minha vida. Isso é horrível. Essa porra de emprego está acabando comigo e com todos os meus colegas, e a única pessoa que eu tinha do meu lado, independente do que eu faço, está chateada comigo por uma merda que eu falei.
Ver a ascensão de Escobar e saber que a DEA só está falhando em relação a ele é mesmo que atirar contra a própria cabeça. Nós somos que nem cães farejadores atrás desses ratos imundos do crime... mas não se engane, eles são ratos espertos. Enquanto estamos farejando algo importante, eles já estão bem mais adiantados, escondidos em bueiros e seja lá onde caralho eles se enfiam. A DEA cada vez mais fica para trás de um homem que fica milionário apenas com o tráfico de cocaína. O que a gente faz? Destruímos uma cozinha de produção e descobrimos mais duas pela região. Como conseguir dormir sabendo que, mesmo você se esforçando, os filhos da puta estão se saindo bem melhor? Não há sossego para ninguém. Enquanto eles estão rindo e mergulhando naquela porra de dinheiro sujo, nós estamos nos estressando e nos desgastando para ganhar um salário que, para eles, está dentro da carteira de maneira fácil.
— Murphy, não é hora...– Peña olha rapidamente para mim e, depois, desce o olhar, pegando sua carteira de cigarro.
— Porra, eu sei!– Exclamo.— Mas eu não consigo. Desde quando a Connie foi embora, a Maritza ficou do meu lado e, quase toda noite, a gente conversava e esquecia essa porra de trabalho.– Minha voz fica lamentada.
— Desce aí.– Javi põe um cigarro na boca e desce do carro.
O acompanho também e pego um cigarro na minha caixinha de metal juntamente com o isqueiro, e desço do carro. Acendo o meu e Javier se inclina para perto de mim, pedindo para que acendesse o dele. Então, acendo o seu.
Começamos a fumar em silêncio e fico o encarando, enquanto leva a mão para a cintura e dá uma boa puxada no cigarro.
— Olha, depois do trabalho, por que não tenta conversar com ela?– Ele finalmente me encara e eu olho para o chão.
— Acho que ela não está interessada.– Indago. Puxo mais uma vez a nicotina.
— Mas tenta, Murphy, você fez a merda e agora é a hora de reparar isso.– Peña insiste.— Com tudo o que está rolando esses dias, eu tenho certeza que nossos nomes foram bater na lista de marcados para morrer do Escobar. Você ainda fez a merda de tentar contatar com a porra do cartel Cali. Ela sabia exatamente o que fazer com aqueles números e você fodeu com tudo, então, nada mais justo, você tentar conversar com ela.– Ele escarra todas as palavras na minha cara, sem poupar da verdade. Não dá para não negar.
— Obrigado pela delicadeza.– Ironizo e jogo a ponta do cigarro no chão, pisando e esfregando em seguida para apagá-lo.
— Disponha.– Javi faz o mesmo e cruza os braços, olhando para um lado e para o outro.
— Eu acho que estou gostando dela.– Afirmo e um silêncio toma conta de nós dois. Eu o olho e ele me olha com certo desdém. Eu podia rir dessa cena, mas a tensão foi maior.
— Ah, puta que pariu...– O mesmo nega com a cabeça e me encara novamente.— Como se não pudesse piorar...
— O quê? Eu estou falando a verdade.
— Murphy, ca...– Antes que ele terminasse, o rádio intercepta o momento com seu chiado.
— Pessoal, rápido, rua oito, casa número seis de cor amarela clara. Pelo visto o filho da puta usou o telefone de alguém. Descubram quem é e, se ele estiver lá, capturem-o vivo.– Maritza fala apressada e tenta ser o mais clara possível.
— Beleza, vamos lá. Depois você fala mais sobre esse seu papo de mocinha.– Sinto um tapa na minha bunda e, quando o olho de lado, vejo o mesmo sorrindo irônico e se direcionando para o banco do motorista.
Reviro os olhos e me encaminho até o banco do passageiro, entrando em seguida e fechando a porta. Javi gira a chave, ligando o carro e preparando-o para dar a partida.
— Só uma coisa,– Ele me olha de lado e eu o encaro.— se você não conseguir conversar com ela, eu não vou dormir no seu apartamento pra ficar ouvindo você chorar.
— Se eu não conseguir falar com ela, eu vou atrás de você porque foi você quem mandou eu tentar.– Aponto para o mesmo e rio do seu jeito.
Eu vou tentar.
•••
『𝗠𝗮𝗿𝗶𝘁𝘇𝗮 𝗔𝗹𝘃𝗮𝗿𝗲𝘇』
Eu já estava apreensiva, andando de um lado para o outro e batucando as pontas dos dedos na testa. Pude sentir o suor frio que aparecera nesses últimos minutos de tensão. Não havia recebido nenhuma resposta sobre a busca que fizemos mais cedo. Murphy e Peña não entraram mais em contato desde o momento em que passei o endereço para eles. Eu simplesmente estou por fora de qualquer novidade do caso. Nem sei se estão vivos, para falar a verdade, o que cria uma inquietude ainda maior sobre minhas costas. Não consigo me concentrar em mais nada a não ser pensar nas inúmeras coisas que podem ter acontecido.
— Anda, Murphy.– Falo baixinho e encaro o rádio transmissor montado na minha mesa de jantar.
Suspiro fundo e sento na cadeira de frente para o rádio, segurando o microfone e esperando alguém chamar. Minha mão sobre a mesa molha a madeira maciça e pude sentir minhas pernas tremendo. Pelo visto, mais uma vez, Pablo Escobar ganhou o mérito.
— Jesus...
Escuto uma voz distante vindo do andar de baixo e passos duplos subindo a escadaria do prédio. A voz é familiar. Me atento a mesma e largo o que tinha em minha mão. Sinto meu coração acelerar e aquela curiosidade sufocante sobe em mim, quase me cessando o ar.
Abro a porta do meu apartamento rapidamente e desço as escadas correndo, indo em direção ao apartamento de Steve. Vejo a porta do mesmo aberta e um suspiro bem fundo destrava o ar que prendia dentro do meu peito, quase inacabável de tanto fôlego que prendi. Os vi se dispersando pela sala e, mesmo depois da raiva que passei, vê-los novamente foi um alívio sem preço e, aparentemente, os dois estão bem. Seus rostos não são os dos melhores. As expressões estão fechadas e chateadas. Concluí que a missão não deu certo.
Ambos não perceberam a minha presença no corredor do andar e continuaram a conversar:
— A gente tá ferrado.– Murphy exclama irritado enquanto pega uma cerveja na sua geladeira e leva um cigarro para a boca. O mesmo bebe como se estivesse virando um copo de leite.
— Tem que ter mais coisa naquela casa. Não é possível.– Javier se manifesta, em um tom de voz mais calmo que de Steve, porém mais ríspido e sério.
— Acabou, Peña! Ele ganhou mais uma vez.– Steve o corta e bate a garrafa contra a mesa, deixando esguichar um pouco de cerveja para fora.
Antes que Javier pudesse responder, bato levemente na porta e ambos se atentam, olhando em direção a mim. Peña abaixa a cabeça e leva as mãos para a cintura, encostando na parede ao lado da janela, onde Steve enche a cara em uma mesa a baixo. Murphy me encara e vejo que seu semblante muda um pouco mais, ficando cada vez mais leve e apagando as marcas de expressões que seu rosto estava, já que o mesmo estava irritado. Aquilo me surpreende um pouco, ainda mais em momentos assim. Ver que seu olhar mudou rapidamente ao ver minha presença foi uma surpresa boa, talvez.
— Hey.– Entro devagar no apartamento e Steve continua a me olhar calado e segurando sua cerveja.
— Não deu certo.– Javier responde de maneira limpa e ríspida, com uma certa fúria pesando em sua voz.
— O que houve?– Cruzo os braços e me aproximo dos dois, fazendo Murphy abaixar a cabeça e balançar a perna esquerda como um trejeito.
— O filho da puta atirou na própria cabeça quando soube que estávamos na redondeza.– Ele suspira fundo e fecha os olhos.— Eu quero investigar a casa amanhã bem cedo e saber se tem alguma pista.
— Tudo bem.– Afirmo com a cabeça.
Um silêncio reina durante aqueles segundos na meia-lua que formamos. Javier tem os olhos vidrados na janela, encarando a rua vazia e estreita de trás do prédio. Murphy não consegue manter seus olhos em mim e, toda vez que me olha, um gole na cerveja é dado, como se isso o fizesse manter presente ali e, de alguma forma, o fortificasse também. Pela primeira vez, as palavras faltaram para mim e me sinto constrangida com esse silêncio. Nós estávamos retraídos com a situação do cara que se matou e, entre eu e Steve, por conta do nosso problema. Me sinto desestabilizada a cada dia que passa. Não aguento mais saber que perdi mais um dia de trabalho e dei mais uma noite de descanso para Pablo Escobar e seus fiéis seguidores.
As vezes sinto vontade de abrir mão desse trabalho infeliz, mas até isso é uma coisa perigosa. Mesmo se eu for para longe, trocar de identidade e até trocar de rosto, eles saberão onde eu estou e serei caçada até no inferno, e não adianta, minha proteção acabará no momento em que eu entregar meu distintivo. Quando você passa a ser uma inútil para a DEA, eles passam a ser seu inimigo também. A proteção acaba e eu me torno a presa deles por pura maldade e vingança, já que fiz inferno em suas vidas.
A cilada é das grandes e tudo só acaba quando alguém desce à sete palmos. Eu ou Escobar.
— Eu tenho que ir. Até amanhã.– Peña pega seus pertences em cima da mesinha e, de cabeça baixa, sai andando pela sala de estar até a porta, fechando a mesma.
Olho para Murphy, que encara sua cerveja e mantém uma expressão rígida no rosto, sem dizer uma palavra sequer. Seu cansaço mental é visível e consigo sentir na pele. Todos nós estamos esgotados. Temos que ser guerreiros para conviver com isso todos os dias.
— Boa noite, Murphy.– Falo em um sussurro e dou as costas, pronta para voltar ao meu apartamento.
— Maritza...– Finalmente escuto sua voz meio falha e rouca.— Podemos conversar?– Eu o olho e o vejo com uma mão sobre a perna e, com a ponta do dedo da outra mão passando ao redor da boca da garrafa.
Me aproximo da mesa em que ele está e fico o encarando, esperando o que ele quer me dizer. Pude sentir uma leve balançada em meu interno, com nervosismo do que pode acontecer. Eu não aguento mais brigar e me desentender com quem eu gosto. Eu quero meu trabalho concluído e meu sorriso de volta, do jeito que Murphy conseguia tirar isso de mim espontaneamente.
— Me desculpa pelo que eu disse na semana passada...– Murphy fala mais baixo e, a cada palavra dita, o mesmo empertiga e se levanta da cadeira, ficando frente a frente.— eu estou muito arrependido. Eu estava estressado naquele dia e simplesmente falei, mas nunca foi a minha intenção magoar você. Me perdoa.– Ele põe as mãos dentro dos bolsos da jaqueta e me encara.
— Como se fosse fácil.– Ironizo com uma risada leve e impugno.
— Eu sei que não, mas eu não vou aguentar ficar muito tempo assim com você. Nós temos que nos unir. É exatamente isso o que ele quer: o inferno na DEA!– Sinto sua mão subir na minha e acabo olhando para as mesmas se entrelaçando.— Me perdoa, Mari. Você é importante para mim.
— Como posso confiar em você, Steve? Não dá! Você pegou o mais importante daquele trabalho e agiu pelas minhas costas.– Sinto meu peito pesar de remorso, mas já não aguento mais segurar isso tanto tempo. Eu sinto a falta dele e do quão bem ele me fazia.
— Eu agi por impulso. Eu só quero voltar pra minha casa, Maritza, e quero saber que você está bem e protegida, assim como o Peña também. Eu quero acabar logo com isso.– A cada cochicho seu, um passo a mais é dado e, quando percebo, estávamos bem próximos um do outro. Pude sentir meu coração palpitar.
— Tudo bem, Murphy...– Abaixo levemente minha cabeça e, antes que eu pudesse soltar minha mão da sua, sinto seus dedos da outra mão levantando levemente meu queixo.
— Como eu disse, você é importante para mim.– Seu sussurro bate contra meu rosto e balança levemente meu cabelo caído.
Em um impulso, acabo umedecendo meus lábios e encaro sua boca. Aquele momento parecia irreal. Eu esperei por um bom tempo mas não percebi a veracidade da minha vontade de vivenciar isso, até porque eu não tinha tempo para momentos assim. Agora, vendo bem de perto -literalmente-, percebo que se tornara uma necessidade. Seus lábios se tornaram uma necessidade para mim. Steve é um cara que está ao seu lado, independente dos motivos é das situações, mas ele sempre está ali. Ele é um ótimo homem e eu consigo perdoa-lo. Nesses momentos, minha única vontade era ter uma vida diferente da que eu tenho. Queria conhecê-lo melhor, sair para conversar, rir e respirar o ar da vida normal, talvez até formar uma família com ele. Mas, ao mesmo tempo, sinto que se não fosse do jeito que é agora, talvez não seria tão bom e importante.
Sinto o toque leve dos seus lábios e, como um bom beijo, um abraço para juntar nossos corpos, deixando com que nossas ações respondessem por nós. Acabo cedendo um pouco mais e sinto sua língua invadir, trazendo aquela magia que é beijar a pessoa que gosto. Pude sentir a aspereza do seu bigode tocar acima dos meus lábios e o gosto da cerveja. Suas grandes mãos se enroscam em minha cintura e cada vez mais puxa minha cintura para si, obrigando nossos corpos a grudarem.
Aos poucos, percebo que nossos beijos ficam mais urgentes e incessantes. Murphy começa a andar, juntamente comigo, sem separar da minha boca e logo sinto uma parede contra minhas costas. Sinto-o me prensar e aquilo me faz entender o que ele quer. Minha mente engatilha e já pude sentir o corpo esquentar internamente. Não consigo negar isso e eu estou pronta para ele. Seus beijos quentes descem pelo meu pescoço e sinto-o distribuir mordidas leves pela área sensível, me fazendo arrepiar e obter mais um gatilho: o desejo.
Minhas mãos se encaminham para seus ombros e começo a retirar sua jaqueta, que o mesmo agiliza para retirá-la. Aliso sua nuca e enrosco meus dedos em seus cabelos loiros e liso, empurrando-o contra o meu pescoço e o fazendo deixar marcas em mim com chupadas na área. Meus olhos pesam de prazer e sinto minha boca querer liberar um gemido inaudível, mas controlei para não ser cedo demais. Enquanto isso, sinto minha mente explodir de pensamentos e de imaginar cada passo que daremos, o que já me excita e me tira do sério.
Pude sentir as mãos de Steve passeando pelo meu corpo, contornando toda a minha silhueta lentamente e sentindo cada curva do meu corpo. Uma leve apertada em minha bunda por cima da calça é deixada pelo mesmo, me fazendo sorrir com malícia e fechar os olhos lentamente. Seus beijos descem mais e o sinto retirar minha blusa, beijando acima dos meus seios e dando leves mordidas no local. Começo a desabotoar sua blusa social e, em seguida, aliso seus ombros e seus trapézios, sentindo seus músculos enrijecidos e fortes.
Murphy leva suas mãos para a curvatura da minha perna e logo me ergue, fazendo-me envolver minhas pernas em sua cintura. Logo, o mesmo me encaminha para algum lugar da casa sem descolar seus lábios do meu. Nosso beijo estava cada vez mais urgente e o efeito desceu para minha intimidade, vibrando meu ponto de excitação, o que me faz dá leves reboladas sobre seu membro. Pude sentir sua calça levemente apertada e enrijecida, o que indica que a troca é recíproca também.
Percebo que havíamos chegado em seu quarto, totalmente escuro, que tem uma única janela próxima a cama, dando visão a rua iluminada pelos postes de luz amarelada, o que iluminava pouco o quarto. Nos deitamos devagar e sem parar com as preliminares. Steve fica em meu meio e já começa a desabotoar minha calça, enquanto eu desfaço do seu cinto com certa dificuldade. Estamos com certa urgência, então tudo se tornou um pouco mais rápido e desesperado.
Rapidamente retiro meu sutiã e, sem perder tempo, Steve abocanha meu seio esquerdo. Acabo soltando um grunhido ao sentir sua boca quente e molhada em contato com a minha pele, me fazendo arrepiar e fechar os olhos de prazer. Logo consigo abrir sua calça jeans e passo a mão por cima da sua cueca, sentindo-o duro e lascivo ao momento. Pude sentir seus lábios vibrarem com um gemido recluso em meio peito pelo fato de tê-lo tocado. Meu corpo estremece ao vê-lo retirar sua cueca e seu membro saltar totalmente ereto e saliente. Murphy retira apressadamente minhas últimas peças de roupa e se posiciona a minha entrada, provocando-me com leves encostadas do seu melhor em meu ponto de prazer.
Aos poucos sinto sua extensão sendo introduzida em mim, devagar e calmo. Levo minhas mãos para suas costas e o aliso com certa força, enquanto mordo o lábio inferior para segurar um grunhido que teme em sair. Murphy fica completamente dentro de mim e permanece um pouco parado, para nos acostumarmos com o momento e o seu tamanho. Nossos lábios voltam a se encontrar e, dessa vez, mais calmos e mais demorados, deixando com que nossas línguas trabalhem por nós mesmos.
Logo sinto seu quadril começar a remexer para frente e para trás, ainda devagar. Nossos corpos grudam um no outro e seu peitoral pesa em meu busto, fazendo a troca de calor. É incrível como temos uma sincronia sem nunca termos tido um canto mais íntimo. Essa é a nossa primeira vez em tudo e parece que necessitávamos antes mesmo de sabermos. Seu beijo, sua transa e seu prazer é totalmente palpável e verdadeiro quando começamos o que estamos fazendo. É perceptível o quão estamos necessitados um do outro.
Steve começa a acelerar seu quadril e, para pegar mais impulso, o mesmo apoia suas duas mãos ao meu lado. Nossos corpos se chocam cada vez mais e o som estralado emite em nossos ouvidos, como uma verdadeira música prazeirosa. Vejo seu olhar inclinado em meu corpo e sua boca levemente caída, liberando grunhidos, assim como eu. Aperto os lençóis da cama e, automaticamente, sinto minha coluna contorcer ao senti-lo atingir um ponto que me atiçasse. Enquanto investe em mim, a ponta da sua língua passeia da minha barriga até meu seio direito e sinto chupões fortes no local. Levo minhas mãos para sua bunda e acompanho seu ritmo, arranhando-o.
Acabo trocando de posição e viro de costas para o mesmo, deitando meu busto na cama e deixando apenas minha cintura erguida. Me sinto exposta com isso e, até então, sentindo uma leve timidez por não ser alguém que já tive contato, mas não contive a vontade e o desejo. Eu só quero senti-lo e me dá o luxo de poder sentir prazer com alguém que eu quero.
Então, Steve se posiciona novamente sobre os seus joelhos e sinto seu dedão alisar minha vagina, provocando-me de propósito. Solto um gemido mais alto e o olho de lado, vendo-o sorrir malicioso.
Sinto-o pousar suas mãos em minha cintura e, novamente, seu membro é introduzido, dessa vez sem pedir permissão e muito menos esperar me acostumar com o mesmo. Cada vez mais Steve parece sedento e suas estocadas se tornam bem mais severas. Nossas vozes envolvidas em gemidos se encontram e o ambiente fica cada vez mais repleto de tensão, já que é escuro e com um único flash de luz amarelado logo ao lado da cabeceira da cama, devido a janela aberta.
Suas mãos descem para meus seios e o mesmo levanta-me, me fazendo sentar de costas para o mesmo. Rebolo contra seu membro enquanto o mesmo vai para frente e para trás. Estamos em uma sintonia incrível. Nossos corpos grudados e molhados, e as reboladas intensas e fogosas. Sinto sua respiração bater contra minha nuca enquanto suas mãos agarram fortemente meus seios, massageando-os com certa força. Levo minhas mãos para meus cabelos e os seguro, como forma de aliviar minha excitação, o que faz Murphy chupar meu pescoço, deixando, possivelmente, marcas roxas no local.
Sinto que nosso ápice já está quase lá, então trocamos mais uma vez de posição e fico de frente para o mesmo, sentando em seu colo e o abraçando. Enquanto nos beijamos incessantemente, cavalgo em seu colo de maneira rápida e agilizando cada vez mais nosso orgasmo. Murphy leva suas mãos para minha bunda e as segura firmemente, estimulando cada vez mais e me fazendo acelerar mais. Nossos gemidos inexprimíveis vibram em nossos lábios e pude sentir meu líquido esguichando.
— Estou quase lá, baby...– Ele cochicha em meu ouvido e estoca com mais força e mais rapidez.
Em questão de poucos segundos, Steve sai rapidamente dentro de mim e jorra seu gozo por cima da cama, seguido de um gemido ofegante e arrastado. Respiro fundo e senti meu corpo amolecer, o que me faz deitar na cama do jeito que estava.
O quarto ficou em um silêncio profundo, exceto pelas nossas respirações fatigadas e pelos grilos do lado de fora. Nos encaramos e vejo Steve alisar seus cabelos para trás, um pouco suados e bagunçados. Vejo seu lábio vermelho e levemente inchado pelos beijos agilizados.
— Perdão.– Ele cochicha. Sua voz soa mais lisa e calma. Percebo que ele não sabia como se chegar em mim, então permaneceu na extremidade da cama.
— Não vamos mais falar sobre isso.– Falo no mesmo tom e tento realmente não lembrar do que aconteceu uma semana atrás.
— Você me faz feliz, de verdade. Eu sei disso no momento em que dividimos sala.– Murphy sorri de lado e olha para as mãos. Sorrio também e, em um impulso, abro os braços.
— Não precisa ficar retraído não, cowboy.– Tento anima-ló com uma voz mais divertida, vendo o mesmo rir levemente e me encarar.
Murphy se arrasta até mim e deita ao meu lado, me abraçando e, em seguida, depositando um beijo leve em meus lábios. Pude sentir, depois de muitos meses, uma calmaria dentro de mim. Aquela tensão que carrego desde quando tive meu primeiro "encontro" com Escobar sumiu nesse momento. Ele realmente me traz paz, apenas precisou de um empurrãozinho para perceber.
《--¤ 𝐀𝐄𝐒𝐓𝐇𝐄𝐓𝐈𝐂 ¤--》
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Uauuuuu, que milagre que é esse que eu não demorei bem um mês pra postar? Eh isso aí morex, a vida é feita de mudanças nenon? Rs
Como vcs estão? Tudo bem? Estão protegidinhos? Espero que sim!
Gente, estou tentando me organizar para postar ainda essa semana os gráficos do livro 2 de "o sócio do meu CEO" e também capítulo novo de Love a la français, mas vcs sabem como eu sou né rs? Então, sem promessas!
Aliás, vc já conhece meus livros? Corre que tu tá perdendo tempo, mermã! Pense nuns livros tops?! Vão lá! Quem gosta do Henry Cavill, Chris Evans e Jake Gyllenhaal vai ter sorte, viu? 😍
Bom, acredito que seja só isso. Espero que tenham gostado desse imagine! Se gostou, PLEASE, deixe seu voto, seu comentário e me deem sugestões de quem vocês querem que eu escreva imagines! Vou ficar muito feliz em ver vcs interagindo.
Um xêro no cangote e até o próximo imagine. 💜
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