|Capítulo 23|
P.O.V Abigail Swan
Na manhã seguinte, estava sentada na cama, arrumando uma das minhas malas. Estava tão distraída no meu mundo que nem percebi quando escutei passos e, em seguida, a porta da frente se fechando. Levantei da cama rapidamente, saí do meu quarto e chamei por Bella, mas não houve resposta. Chamei novamente, mais alto, e ainda assim, nada.
Fiquei parada por um momento, tentando pensar onde ela poderia ter ido, até que uma sensação de preocupação tomou conta de mim.
— Merda — murmurei, já descendo as escadas correndo.
Saí de casa rapidamente e fui até a garagem, abrindo a porta com pressa. Peguei minha bicicleta, montei nela, e comecei a pedalar em direção à reserva.
(...)
Cheguei na casa dos Black sem fôlego, descendo da bicicleta e a jogando no chão sem pensar. De longe, vi Sam, Quil, Jared, Paul e Embry se aproximando, todos sem camisa, com uma postura que exalava autoridade e poder. Bella saiu da casa do Tio Billy, caminhando diretamente em direção aos rapazes, e eu corri atrás dela, o coração acelerado não só pelo esforço físico, mas pela preocupação.
— Bella! — chamei, mas ela me ignorou completamente. Apertei o passo até ficar logo atrás dela, sentindo o olhar de Embry fixo em mim, algo que me deixava ainda mais inquieta.
— O que você fez?! — Bella gritou, encarando os meninos com uma fúria que eu nunca tinha visto nela. Os rapazes soltaram risadas como se aquilo fosse um jogo, mas Bella estava longe de achar graça. Ela empurrou Sam, e todos ficaram surpresos, especialmente eu. A minha irmã raramente se descontrolava assim. — O que você fez com ele?
— Pare! — Sam ordenou a Paul, que estava claramente se segurando para não perder a compostura, mas o rosnado baixo que escapava dele mostrava que ele estava no limite.
— Ele não queria isso! — Bella continuou, a voz carregada de desespero. Eu me coloquei ao seu lado, lançando um olhar confuso para Embry, que desviou os olhos com um ar de culpa.
— O que fez, hein? — Paul retrucou, sua voz carregada de sarcasmo e desafio. — O que ele te falou?
Sam segurou Paul, tentando evitar que a situação saísse de controle. Vi que Embry estava nervoso, com medo do que poderia acontecer.
— Abby, é melhor você tirar a Bella daqui. — Embry pediu, sua voz carregada de preocupação, mas eu cruzei os braços, sem a menor intenção de sair dali até entender o que estava acontecendo.
— Vocês dois, acalmem-se! — Sam ordenou novamente, mas o nervosismo de Paul só aumentava, especialmente com Bella o enfrentando de frente.
— Ele não me contou nada porque tem medo de você! — Bella respondeu, e eu soube que aquilo não ia terminar bem. Paul riu na cara dela, uma risada provocativa que fez minha irmã perder a paciência. Antes que eu pudesse reagir, Bella levantou a mão e deu um tapa no rosto dele.
— Tarde demais agora! — murmurou Jared, enquanto Paul dava dois passos para trás, o corpo tremendo de raiva.
— Abby, se afasta. — Embry falou, a urgência em sua voz me alertando, mas foi tarde demais. Em um instante, Paul se transformou em um grande lobo cinza. Eu e Bella recuamos, mas eu, com a minha típica falta de sorte, tropecei e caí no chão, enquanto Bella saiu correndo. Paul pulou em direção a ela, mas antes que ele a alcançasse, Jacob saiu correndo da casa, se transformando em lobo no ar, e os dois desapareceram na floresta.
— O segredo do lobo foi revelado. — Jared comentou, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Levem as meninas para minha casa. — Sam ordenou, e antes que eu pudesse processar tudo, Embry estava na minha frente, a mão estendida. Peguei-a, ainda atordoada, e ele me ajudou a levantar. A confusão estava estampada no meu rosto.
— Abby... olha... — Embry começou, mas minha cabeça girava, tentando compreender como minha vida havia se transformado nisso. O mundo começou a girar e, antes que eu percebesse, tudo escureceu.
A última coisa que senti foi Embry me segurando firme, sua voz desesperada chamando meu nome.
P.O.V Narradora
— Abby? Ai, Deus.—Embry murmurou, o pânico evidente em sua voz enquanto segurava a jovem inconsciente em seus braços. Jared e Quil soltaram risadas, achando graça na situação, mas um rosnado baixo e ameaçador de Embry os silenciou imediatamente.
— Abby? — Bella se aproximou rapidamente, o rosto dela carregado de preocupação. Apesar de tentar manter a calma, o medo por sua irmã transparecia em seus olhos. Ela observou Embry, que segurava Abby com um cuidado protetor.
— Seu carro tá onde? — Embry perguntou, a voz firme.
Bella apenas balançou a cabeça, sem palavras, e se virou, indo rapidamente em direção ao carro. Os outros rapazes a seguiram, ainda silenciosos, como se tivessem percebido a gravidade da situação.
Durante o trajeto de volta, o silêncio no carro era quebrado apenas pelo som do motor. Bella dirigia com as mãos firmes no volante, seguindo as instruções de Embry, que estava ao seu lado com Abby ainda desmaiada em seu colo. Ele passava a mão suavemente pelo braço dela, num gesto inconsciente de conforto, os olhos cheios de preocupação fixos no rosto pálido da garota.
— Ela vai ficar bem, não vai? — Bella perguntou, a voz baixa e hesitante, sem desviar os olhos da estrada.
— Vai sim. — Embry respondeu, tentando soar confiante, mas a preocupação era evidente em seu tom. Ele olhou para Abby mais uma vez, desejando desesperadamente que ela acordasse logo.
(...)
Ao chegarem na casa de Emily, Bella estacionou a caminhonete em frente à entrada, e Jared e Quil pularam da caçamba com agilidade. Bella desceu do carro, e Embry, com cuidado, abriu a porta e saiu com Abby nos braços. Aos poucos, os olhos de Abby começaram a se abrir, ainda atordoados. Sentindo o movimento, Embry a colocou gentilmente no chão, segurando-a firme pela cintura enquanto ela levava a mão à cabeça.
— Como se sente? — perguntou Embry, com o olhar preocupado.
— Bem, eu acho... — murmurou Abby, ainda um pouco confusa.
— Vamos voltar e ver se o Jacob está bem.—Bella, inquieta, interrompeu
— Tomara que o Paul enfie os dentes nele. Ele merece. — Jared comentou, com um sorriso malicioso. Bella e Abby o fuzilaram com os olhos.
— Relaxa, Jacob é talentoso.—Embry inclinou-se para sussurrar no ouvido de Abby—Não viu ele se transformando? Aposto 5 dólares como o Paul não vai encostar nele. Vem, meninas, a gente não morde. — ele lançou um olhar provocante para Abby. — Só se você pedir.
Abby sentiu o rosto queimar, corando visivelmente. Tentando se afastar de Embry, quase perdeu o equilíbrio, mas ele a segurou antes que caísse. Eles caminharam até a casa juntos.
— Olha, a Emily, noiva do Sam. Não fique olhando, o Sam não gosta. — avisou Embry, com um tom sério.
— Por que eu faria isso? — perguntou Bella, surpresa.
Assim que entraram, Emily, uma mulher com uma cicatriz marcante no rosto, se virou para eles com um sorriso acolhedor.
— Vocês estão com fome? Como se fosse preciso perguntar! — disse ela, colocando um prato de bolinhos na mesa. Bella e Abby trocaram olhares, ainda processando a cena.
— Quem são elas? — perguntou Emily, curiosa.
— Bella e Abby Swan. — respondeu Embry, casualmente. — Quem mais poderia ser?
— Então, você é a garota dos vampiros? — Emily questionou Bella, enquanto Abby ainda tentava entender tudo aquilo.
— E você é a garota dos lobisomens?—Bella respondeu sem hesitar
— Creio que sim.—Emily sorriu, apreciando o confronto amigável—Bem, sou a noiva de um deles. — ela colocou mais bolinhos na mesa, e Embry se afastou de Abby para se sentar.— Deixem alguns para os seus irmãos. E damas primeiro. Quer um bolinho? — Emily ofereceu a Abby, que cruzou os braços.
— Não, obrigada. — murmurou Abby, visivelmente desconfortável.
— Deixem o Jacob se virar com a ordem do Sam de não dizer nada.—Emily, ignorando a tensão, comentou
— Ele não me disse nada. — respondeu Bella, intrigada.
— É coisa de lobo. — Embry explicou, olhando para Abby, que parecia distraída. — Gostemos ou não, ordens do líder são obedecidas. E podemos ouvir os pensamentos uns dos outros.
— Quer calar a boca?—Jared, impaciente, interrompeu— São segredos do ofício. Droga! — ele olhou para Bella— Ela anda com vampiros.
Nesse momento, Jacob e Paul entraram na casa, rindo e zoando um ao outro. Sam logo os seguiu, indo diretamente até Emily e beijando-a com carinho. Paul se sentou na mesa, olhando fixamente para Bella e Abby.
— Foi mal aí. — disse Paul, com um tom despreocupado. Bella apenas acenou com a cabeça, antes de ser chamada por Jacob para conversarem fora da casa. Abby ficou sozinha com os lobisomens, sentindo o peso dos olhares sobre si. Emily notou seu desconforto.
— Você irá se acostumar. — disse Emily, com um sorriso tranquilizador.
— Bom.Abby sorriu de volta, tentando se aproximar um pouco mais— Se acostumar é saber que minha irmã namorou um vampiro ou que meus amigos se transformam em lobos gigantes. — ela comentou com uma mistura de sarcasmo e nervosismo, sem perceber a reação dos rapazes.
— Logo vai se acostumar com isso, namoradinha do Embry.— provocou Paul
— Namorada? — Abby perguntou, tentando esconder a animação em sua voz.
— Isso mesmo.—Jared aproveitou a deixa, encarando Embry com um sorriso travesso—Qualquer namorada sua, é nossa namorada também.
Abby ficou confusa, enquanto Embry lançou um olhar fulminante para Jared, claramente irritado. "Como é que é?"
— Isso parecia menos estranho na minha cabeça.—Jared, percebendo a besteira que disse, tentou se justificar
— E você pensa? — rebateu Paul, rindo.
Embry se levantou da mesa, claramente desconfortável com a situação, e se aproximou de Abby, que ainda parecia confusa com a conversa.
— A gente pode conversar? — perguntou ele, a voz suave, mas carregada de seriedade.
— Claro.—Abby, ainda um pouco atordoada pelas provocações dos outros, assentiu lentamente
— Só um momento. Vou colocar uma blusa. — Embry disse, lançando um olhar rápido para os amigos, que ainda riam entre si. Ele se virou e saiu da cozinha, indo em direção a um dos quartos da casa.
Enquanto ele estava fora, Abby encostou-se na parede próxima, sentindo a tensão esvair-se lentamente. Ela passou a mão pelo cabelo, tentando organizar os pensamentos que estavam uma bagunça. O coração batia acelerado, não só pela situação inusitada, mas também pela presença de Embry, que parecia mexer com ela sempre e deixei o primeiro beijo deles.
(...)
Na praia, o som das ondas quebrando ao longe fazia um contraste estranho com o silêncio tenso entre Embry e Abby. Eles andavam lado a lado, os passos afundando na areia molhada.
— Por que você não me disse antes, Embry? — Abby quebrou o silêncio, a voz carregada de frustração e mágoa. Ela não conseguia entender por que ele havia escondido tanto dela.
Embry parou de andar por um segundo, hesitando em como responder. Ele olhou para o horizonte, evitando encarar Abby diretamente.
— Eu… eu não podia.— respondeu ele—É um segredo, Abby.
Abby também parou, virando-se para ele com uma expressão que misturava decepção e dor.
— Eu sou sua melhor amiga, Embry.—munurrou ela—Pensei que você confiasse em mim.— ele finalmente olhou para ela, mas seus olhos estavam cheios de culpa.
— Eu confio, Abby. Mas tem coisas… — ele suspirou, a voz quase um murmúrio. — Tem coisas que eu não posso dizer, mesmo que queira.—completou, Abby balançou a cabeça, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair.
— Eu entendo. — Ela deu um passo para trás, criando uma distância entre eles. — Tem mais alguma coisa que eu deveria saber?
Embry abriu a boca para falar, mas as palavras não saíram. Como ele poderia contar que ela era seu imprinting, algo que ele mal conseguia entender, quanto mais explicar? Ele fechou a boca, a frustração evidente em seu rosto.Abby percebeu o conflito nos olhos dele, mas decidiu que era hora de ser honesta.
— Eu… eu preciso te contar algo, Embry.— ela respirou fundo, tentando acalmar a voz trêmula que mal conseguia controlar.Ele ficou em silêncio, os olhos fixos nela, esperando pelo que viria.— Eu vou voltar para Nova York. — as palavras saíram como um golpe, tanto para Abby quanto para Embry.O impacto foi imediato. Embry ficou pálido, como se as palavras tivessem tirado o chão sob seus pés.
— O quê?—questionou ele—Você vai simplesmente deixar tudo assim?
— Minha vida está em Nova York, Embry! — Abby respondeu, a voz subindo de tom, carregada de emoção. — Aqui… — ela gesticulou ao redor, referindo-se a tudo que conhecia em Forks. — Isso não é para mim. Não mais.
Embry sentiu uma mistura de raiva e desespero crescer dentro de si. Ele sabia que não podia forçá-la a ficar, mas a ideia de perdê-la era insuportável.
— E eu? — ele perguntou, quase em um sussurro, como se temesse a resposta,
Abby hesitou, mas o olhar que ela lançou a Embry estava cheio de uma tristeza profunda.
— Você sempre vai ser importante para mim, Embry.—respondeu ela—Mas eu preciso voltar para Nova York.
A dor no rosto de Embry era evidente, mas ele apenas assentiu, incapaz de encontrar as palavras certas.O vento frio da praia soprou entre eles.
Abby sentiu as lágrimas escorrerem pelo rosto antes mesmo de perceber que estava chorando. Cada palavra trocada com Embry parecia uma ferida aberta, que doía mais do que ela imaginava ser possível. Ela limpou as lágrimas rapidamente com a manga da blusa, tentando recuperar algum controle sobre si mesma, mas a tristeza e o desespero continuavam a crescer dentro dela.
— Abby... — Embry tentou chamar por ela, a voz cheia de dor e arrependimento, mas ela não conseguiu suportar ouvir o tom desesperado em suas palavras.
Sem olhar para trás, Abby balançou a cabeça, como se estivesse tentando afastar a realidade da situação. Cada passo que ela dava para longe de Embry parecia mais pesado, mas ela não podia parar. Não agora. Não quando tudo estava se despedaçando ao seu redor.
Embry deu um passo à frente, como se quisesse segui-la, mas algo o impediu. Talvez fosse o medo de dizer mais uma palavra errada, de piorar o que já estava destruído entre eles. Ele sabia que a deixaria ir, mas o pensamento de perdê-la de verdade o paralisava.
— Abby, por favor, não vá assim... — ele implorou, a voz quase um sussurro, como se soubesse que não adiantava, mas ainda assim precisasse tentar.
Abby parou por um breve momento, as lágrimas voltando a escorrer. Ela queria tanto olhar para trás, voltar e abraçá-lo, dizer que tudo ficaria bem. Mas a dor era esmagadora demais, e as palavras não vinham. Ela fechou os olhos por um instante, tentando gravar na memória o som da voz de Embry, antes de finalmente continuar caminhando, deixando-o para trás.
Embry ficou parado, observando enquanto a figura de Abby se afastava, até desaparecer completamente. O vazio que se instalou no peito dele era imenso, uma mistura de culpa, tristeza e impotência. Ele sabia que talvez essa fosse a última vez que a veria, e a dor dessa possibilidade o atingiu com uma força brutal.
Mais um capítulo amores,espero que gostem e me desculpem pelo erros de português amores ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
Me 20 curtidas amores.
Confesso que doeu demais escrever esse capítulo.
Até o próximo capítulo amores ❤️ ❤️
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