Garotas Perdidas 

3502 words

Os sᴏɴs ᴅᴏs pássaros cantando e carros passando na rua para começar o dia de trabalho não me tiravam do meu estado imóvel, enquanto eu permanecia sentada no sofá, olhando fixamente para a televisão. Caroline tinha me ligado mais cedo, dizendo que sua mãe tinha encontrado um monte de corpos mortos no cemitério, mas me pedindo para não falar para ninguém, já que ela tinha ouvido a conversa sem querer. Os acontecimentos dessa noite ainda me deixavam confusa e em certo choque, já que tudo parecia um pouco confuso demais para mim. Era… totalmente diferente de tudo que eu já tinha vivido.

Não ajudava o fato de Stefan ter falado comigo mais cedo, dizendo que Damon exigia o anel, mas que aparentemente ainda não sabia que estava comigo. Ainda. Não iria demorar até o Salvatore juntar os pontos, e sinceramente, acho que o único motivo dele não ter vindo atrás de mim ainda era o fato de que estava de dia. Stefan também tinha comentado que iria conversar com Elena essa manhã, explicando algumas coisas a ela.

Isso explicava o sumiço dela da casa, e eu agradecia no momento. Não queria lidar com perguntas do tipo “Porque não me disse nada?” Ou “Como pode estar tão tranquila com isso?”. Minha cabeça já estava cheia demais. Isso porque eu nem tinha comentado com Stefan o principal fato aqui: eu tinha perdido o anel.

Tia Jenna estava Deus sabe lá onde, e Jeremy… bom, provavelmente enfiado no quarto, sofrendo ou seja lá o que ele fazia quando não estava drogado ou pensando na Donovan. Eu até poderia ir até ele, mas minha mente estava ruim demais para pensar nisso agora.

Eu queria apenas… sumir, ir para algum lugar longe, longe de problemas e qualquer outra coisa que os Salvatores tenham trazido para a cidade. Mas era impossível, e eu sabia disso. Uma vozinha irritante me dizia que tudo estava muito longe de acabar, e que mais e mais coisas acabariam acontecendo.

Suspirando derrotada, me levanto do sofá, enquanto mexia levemente em meu cabelo, arrumando as mechas bagunçadas. Damon provavelmente estava na pensão, então ir para lá era fora de cogitação… por enquanto, pelo menos. Bonnie ainda estava em negação com toda a coisa que a avó dela falou, e eu não queria perturbar ela. Caroline… já tinha sofrido com Damon a usando como bolsa de sangue ambulante, mesmo ela não se lembrando. Envolver ela estava fora de questão pra mim. Suspiro, fazendo um beicinho. Nessas horas Stefan fazia falta, e bom… pelo menos Elena agora sabia de tudo, e se ela não ficasse com raiva de mim por já saber, poderíamos pelo menos ser o porto seguro uma da outra. 

Minha única opção no momento era esperar. Stefan, Elena, qualquer pessoa que aparecesse, já que sair não era uma opção tão inteligente no momento. Bufo, me sentando novamente e apoiando o queixo na palma da mão, encarando o nada. 

Algumas horas haviam se passado, e eu me encontrava deitada em minha cama, escutando músicas da Taylor Swift e cantarolando silenciosamente. Jeremy já havia chegado em casa, mas ainda não havia nenhum sinal de Elena. Minha atenção se desvia da música e eu olho em direção a porta, franzindo o cenho. Escuto alguns murmúrios no andar de baixo e rapidamente desligo o som, me levantando da cama e correndo para o lado de fora.

Ao chegar no andar de baixo, solto um zumbindo em decepção ao ver que era apenas Vicki. 

— O que ela tá fazendo aqui? — Pergunto aborrecida, encarando Jeremy. Meu irmão mais novo me olha igualmente confuso, e antes que eu possa falar algo novamente, a Donovan fala, começando a andar até a cozinha.

— Eu tô com fome. O que tem pra comer ai? — Ela pergunta quase desesperada, enquanto Jeremy e eu a seguimos até a cozinha, vendo ela abrir nossa geladeira rapidamente. Faço careta, cruzando os braços.

— Tem pão velho aqui não. — Falo de forma seca, observando ela começar a tirar várias vasilhas de comida da geladeira. Franzo o cenho indignada, dando uma olhada em Jeremy, que parece tão surpreso e confuso quanto eu.

— Tá doidona? Vicki, tá na metade do dia. — Jeremy fala em um tom normal e confuso, se aproximando. 

— Será que dá pra você falar baixo? Minha cabeça tá doendo! — Ela exclama, levando as mãos até a cabeça. Abro a boca indignada, olhando ela.

— Ele tá falando normal, louca. — Resmungo, revirando os olhos. — Era só o que me faltava… com tantos problemas na minha vida, ainda vem a maconheira pra minha casa. — Continuo resmungando, me sentando em uma cadeira do outro lado do balcão.

— Eu preciso de silêncio. — Ela permanece falando, enquanto continua tirando mais comidas da geladeira.

— Você vai pagar por todas essas comidas. — Resmungo aborrecida, encarando Jeremy. O garoto me olha indignado, mas apenas bufa, concordando em silêncio. 

— Cadê ela?! — Matt fala assim que Jeremy abre a porta, e eu quase grito de alívio. Suspiro, encarando ele e apontando para a cozinha, onde a maconheira estava. Depois dela começar a devorar todas as nossas comidas, Jeremy e eu concordamos em ligar para Matt, para ele vir buscá-la. A cozinha estava um caos, e ela já tinha comido quase tudo. Juro que se não fosse a estranheza do momento, eu já teria expulsado ela daqui aos tapas. Obviamente mantive respeito aos sentimentos do meu irmão por ela, mesmo que contragosto. 

— O que ela usou? — Matt suspira, nos encarando confuso.

— Nós não sabemos — Jeremy dá de ombros, e eu concordo, cruzando os braços enquanto observo Matt se aproximar da irmã, que estava sentada no chão da nossa cozinha, bebendo algo. 

— Oi Vicki, como é que você tá? — Escuto Matt murmurar para a garota, enquanto tira os óculos escuros dela. A garota resmunga, chorosa e olha ele.

— Eu não tô bem Matt. — Ela choraminga, encarando ele. — Tá doendo. 

— Onde dói? — Observo Matt perguntar, enquanto troco um olhar com Jeremy. Me aproximo um pouco mais, prestando mais atenção á conversa. 

— Minha gengiva, meu queixo. Tem alguma coisa na minha gengiva que dói. — Ela fala chorosa, e eu congelo. Engulo em seco, olhando a cena a minha frente, enquanto um pensamento surge em minha cabeça. Vicki não poderia estar em transição, poderia…? 

— Tá bom… — Matt tenta se aproximar dela, que se encolhe e o afasta. — Não, me deixa em paz. — ela fala, negando.

— Que isso, Vicki. Não faz assim. Vamos pra casa. — Ele tenta novamente. Franzo o cenho, pegando meu celular e começando a digitar uma mensagem para Stefan, preocupada. Minha concentração é tirada quando a garota grita de repente.

— Abaixem o volume!

— O volume de que? — Jeremy pergunta, confuso pela reação repentina da Donovan.

— Da falação, da conversa. Parem de falar! — Ela se levanta do chão, colocando as mãos nos ouvidos e caminhando até a sala. Nós três seguimos ela, e por um momento, eu me esqueço da mensagem que ia enviar antes, observando a forma como Vicki para no meio da sala de estar, olhando a televisão que eu tinha deixado ligada mais cedo.

O canal estava aberto no noticiário, onde Logan Fell fazia uma reportagem. Ele parecia falar sobre vários corpos encontrados em um cemitério, e minha mente logo volta para a conversa ao telefone com Caroline essa manhã. Suspiro, enquanto observo Jeremy caminhar até o controle e aumentar o volume.

— Três jovens foram encontrados mortos depois de uma suposta briga por drogas. — A voz do Fell soa mais claramente agora, enquanto nós quatro observamos a televisão. — A identificação ainda precisa ser confirmada. Foram encontrados hoje, no cemitério de Mystic Falls. 

— Isso foi onde a gente tava ontem. — Jeremy fala de repente, parecendo surpreso. Olho ele, franzindo o cenho.

— Você tava na porra de um cemitério ontem? Por que? 
Pergunto indignada, encarando ele, que apenas me encara e nega. 

— O que aconteceu Vicki? — Matt pergunta, encarando a irmã. A garota parecia assustada, e era possível ver as lágrimas começando a se formarem em seus olhos. A notícia continua a correr, enquanto a Donovan fica em silêncio. Matt fica sério e dá um passo para trás.

— Vou ligar pra polícia. — Ele fala, sendo impedido por ela, que segura os braços dele. 

— Não, não. — Ela fala assustada, encarando ele. Paro ao lado de Jeremy, observando a cena se desenrolar em minha frente em silêncio.

— O que aconteceu lá depois que eu saí, Vicki? — Meu irmão pergunta, se aproximando dela. Arregalo os olhos quando vejo Vicki empurrar Jeremy com uma força fora do comum para ela, fazendo meu irmão esbarrar no móvel atrás dele com força e cair no chão.

— Jeremy! — Falo preocupada, indo até ele e me abaixando ao seu lado, o ajudando a se sentar. Ele se levanta irritado, olhando a Donovan confuso e com raiva. — Que droga Vicki! Qual seu problema? — Ele fala, enquanto eu solto o braço dele. Nesse mesmo momento, Elena entra na sala acompanhada por Stefan, que estava logo atrás dela. Suspiro de alívio, olhando eles.

— O que tá acontecendo? — Minha irmã pergunta confusa, se aproximando da gente. Consigo notar um breve olhar dela sobre mim, mas resolvo deixar quieto, focando na situação do momento. Pelo olhar de Stefan, noto que assim como eu, ele começou a desconfiar de algo. 

— Ela tá muito doida. — Matt responde Elena, encarando Vicki seriamente. 

— Elena, Annabethy, pra trás. — Stefan fala seriamente, puxando Elena e eu para longe de Vicki, e ficando em frente a garota. Troco um olhar com Elena, e observo o Salvatore falar com a garota maluca em nossa frente.

— Vicki, olha pra mim. — Ele fala, segurando o queixo dela e erguendo para encontrar seu olhar. Ele murmura algumas coisas para ela, e posso ver a mesma começando a se acalmar. De repente, Stefan olha para Jeremy e Matt, começando a falar com eles.

— Levem ela para a cama. Fechem as cortinas. Ela vai ficar bem. — Os dois começam a fazer o que foi mandado, pegando Vicki e começando a subir com ela na escada. Fico com Elena na sala, e Stefan logo retorna. 

— Sabe o que ela tem? — Elena pergunta confusa e preocupada, ficando ao meu lado. Stefan me olha, estreitando os olhos.

— Sabemos. — Ele fala, me incluindo na fala. Suspiro, notando o olhar de Elena sobre mim. Concordo levemente, suspirando e me apoiando na parede. 

— O que é? 

— Ela tá em transição. — Ele responde Elena, e eu fecho os olhos com força, escutando minhas suspeitas serem confirmadas. 

— Transição para quê? — Elena pergunta confusa.

— Pra vampira. — Respondo, finalmente falando naquela conversa. Stefan me olha e suspira, concordando com minhas palavras. 

— Damon deve ter chegado nela. Ela é nova, ainda não completou a transformação. — Stefan explica para Elena, que parece ainda estar se adaptando a ideia de tudo isso ser… real. 

— E como é isso? — Ela pergunta exasperada e confusa, olhando de Stefan para mim. Posso ver seu olhar desesperado e suspiro, a encarando com simpatia. 

— Ela tem que se alimentar de sangue humano. — Stefan fala, fazendo Elena suspirar em choque e dar um passo para trás, mordendo o lábio inferior. 

— E se não se alimentar? 

— Ela morre. — Respondo por Stefan, suspirando e cruzando os braços. Elena parece horrorizada, enquanto me olha preocupada. 

Alguns minutos tinham se passado e Elena agora caminhava de um lado para o outro, parecendo ainda digerir a informação que foi
jogada a ela. Permaneci parada ao lado de Stefan, encarando ela silenciosamente, deixando ela ter seu momento de surto. 

— Ela tem poucas horas. — Stefan diz, encarando minha irmã com um olhar preocupado. 

— Ela está lá em cima com eles agora! — Ela fala exasperada, apontando com o dedo para cima. 

— Tudo bem, ela ainda não sabe o que está acontecendo. 

Ele tenta acalmá-la, e eu suspiro, negando.

— Mesmo assim, ainda é perigoso. Ela não tem controle, pode acabar atacando um deles na hora do desespero. — Me pronuncio, e Elena se vira para mim, apontando em minha direção como se concordasse. 

— Exatamente! E vai saber quando? — Ela volta a falar com Stefan depois de concordar comigo, passando a mão pelo cabelo. 

— Agora, ela não se lembra de nada. Parte dela ainda é humana, mas aos poucos, com o avanço da transição, as lembranças vão começar a voltar... — Ele faz uma pausa, enquanto observamos Elena se apoiar em duas cadeiras, colocando as mãos na cabeça. — … e então ela vai saber o que tem que escolher. 

— O que pode ser perigoso. Ela não vai ter controle. — Falo novamente, me aproximando de Elena e colocando uma mão em seu ombro, apertando levemente em forma de conforto. Ela suspira, se virando e dando um leve sorriso para mim, antes de ficar séria novamente e se virar para Stefan. 

— A escolha que você fez? — Ela pergunta olhando nos olhos dele. Sinto uma leve tensão no ar e coço a cabeça, meio desconfortável. 

Stefan fica em silêncio e ambos trocam olhares por um segundo antes de Elena se virar em minha direção. Vejo ela acenar para a sala ao lado e concordo, caminhando com ela até lá. Deixamos Stefan para trás, e eu me apoio na parede, a encarando. 

— Como você está… lidando com isso tão bem? — Ela me pergunta, se virando para me olhar e suspirando. 

— Você parece tão calma e… normal, eu não entendo. Eu sinto como se eu fosse surtar a qualquer momento. 

Observo ela passar a mão no rosto, me encarando cansada. Dou um sorriso fraco, caminhando até ela. — Eu quero surtar, e muito. Vai por mim, eu tô surtando por dentro. — Dou uma risada fraca, suspirando. — A questão é que é tudo… demais, só que agora, não tem o que fazer. Acabamos entrando nisso e… não acho que vamos conseguir sair, Elena. 

— Olha, eu… entendo o porquê você não me contou. — Ela começa, sorrindo fracamente. — Afinal era um segredo do Stefan, não seu… eu só, tô bem surpresa, eu confesso. 

Ela murmura desviando o olhar brevemente, engolindo em seco. Dou uma risada fraca, concordando e suspirando. Nossa atenção é desviada para Matt, que desce as escadas calmamente indo em direção a Stefan. Antes que qualquer uma de nós possamos processar corretamente, Vicki surge escadas a baixo, correndo com os sapatos na mão. 

— Vicki. — Matt fala, olhando ela confuso, enquanto a garota corre em direção a porta. — Vicki! — Ele corre atrás dela, enquanto Elena e eu vamos até o hall de entrada, juntamente com Stefan. Quando saímos para o lado de fora, encontramos Matt olhando aos arredores confuso e assustado, sem nenhum sinal de Vicki mais. 

— Ela tava bem, e aí de repente ela teve um ataque. — Jeremy fala, confuso e surgindo atrás de nós. Olho ele, suspirando e mordendo o lábio inferior, trocando um olhar com Stefan. 

— Eu vou atrás dela. Me liguem se souberem de alguma coisa. — Matt diz, e então corre antes que algum de nós fale algo, indo até o carro. 

— Santo Hades. — Murmuro, passando a mão no rosto e olhando a rua. 

— Eu consigo rastrear. — Stefan murmura de forma discreta para apenas Elena e eu ouvir. Troco um olhar sério com Elena, que não hesita em dizer:

— Então vai. 

Stefan começa a sair em passos rápidos. Suspiro, me virando com Elena e entrando para dentro, puxando Jeremy gentilmente pelo braço. O fato de Vicki ter fugido ia dar uma baita confusão, e eu só podia esperar que tudo ficasse bem no final. 

— Acho melhor a gente ligar pro Matt — Jeremy fala preocupado, enquanto nós três arrumamos toda a bagunça que a Donovan fez em nossa cozinha mais cedo. 

— Ele vai ligar quando encontrá-la. — Nossa irmã fala, levando um prato até a pia. 

— Tá, e o que a gente faz? — Ele pergunta estressado, encarando nós duas. 

— Esperar. Nós vamos esperar. Aqui em casa. Quietinhos.

Falo seriamente, enquanto Elena concorda comigo. Olho para cima da mesa, fazendo careta ao ver a sujeira e o lixo largado ali em cima. — Maldita Donovan. — Resmungo, suspirando baixinho e pegando a lixeira. 

— Eu não sei o que deu nela. — Jeremy volta a falar, seriamente. Troco um olhar com Elena, que suspira e olha ele.

— Ela vai ficar bem. — Elena fala, tentando acalmar ele. Sinto um pequeno arrepio percorrer meu corpo com a fala dela, e o sentimento de que Vicki não ficaria bem me consome. Permaneço em silêncio, colocando as embalagens vazias no lixo. — Você vai ver. — Ela continua, e antes que possa pegar os pratos para levar para a pia, a campainha toca, fazendo Elena largar o que tinha na mão e ir até o hall, enquanto Jeremy e eu ficamos na cozinha. Bom, ou pelo menos eu pensei que ficaríamos na cozinha, já que meu irmão decidiu seguir Elena, caminhando atrás dela.

Observo enquanto Elena abre a porta, apenas para fechá-la rapidamente, em pânico. Franzo o cenho confusa, até sentir meu coração acelerar ao perceber que era Damon do outro lado da porta. Minha irmã tenta fechá-la, mas o vampiro atrás da porta consegue empurrá-la facilmente, fazendo Elena entrar em pânico junto comigo. Jeremy permanece quieto atrás de nós, meio confuso e surpreso.

— Jeremy, vai lá pra cima. — Elena fala nervosa, sendo obedecida imediatamente. Jeremy se vira ainda confuso e sobe as escadas, enquanto Damon nos olha divertido. 

— Estão com medo de mim? — Ele pergunta lentamente, se apoiando no batente da porta. Fico ao lado de Elena, quase entrando em colapso nervoso. O cara o qual eu tinha ofendido várias vezes enquanto estava preso –e ainda dei uma facada– agora estava na nossa frente. 

— Espera aí, deixa eu adivinhar. — Ele balança a cabeça, nos olhando. — Stefan finalmente contou a verdade. Apesar da ruivinha ali já saber. 

— Fica longe da gente. — Elena fala nervosa, enquanto eu engulo em seco, ainda de olhos arregalados. 

— Calma aí, não precisa ser grossa. Eu só quero saber do Stefan. — Ele diz em um falso tom inocente, se afastando do batente da porta. — Eu posso entrar? — Ele aponta pra dentro.

— Ah, espera, claro que posso. Já fui convidado. — Ele fala maliciosamente e eu travo, agarrando o braço de Elena, enquanto ele entra e olha ao redor, fechando a porta atrás dele. 

— Vamos direto ao ponto. Se não quiser, eu não te mato agora. — Ele diz, cruzando os braços. — Apesar de que você, ruiva… — Ele me olha, estreitando os olhos. 

— Fica na sua, eu hein. — Murmuro em pânico, dando um passo pra trás imediatamente. 

— Então… — ele me ignora, encarando Elena seriamente, enquanto eu suspiro. — … cadê o Stefan? 

— Ele ‘tá procurando a Vicki. — Elena fala entredentes, enquanto eu me aproximo ainda mais dela, se possível. Eu estava pronta pra pegar o abajur e tacar no Salvatore se preciso, não que fosse adiantar de muita coisa.

— Não olhem pra mim com esses olhos críticos. — Ele revira os olhos ao escutar a fala de Elena, nos encarando sem remorso. — A garota vai agradecer por isso. — Ele completa, se aproximando de Elena e eu, olhando nos olhos da minha irmã.

— Agradeceu à Katherine? — Retruco, fazendo a atenção dele se desviar da Elena pra mim. Vejo um lampejo de irritação cruzar os olhos dele, antes que ele disfarce. 

— Pro seu bem, ruiva, vou te ignorar. — Ele fala sarcasticamente, me fazendo reprimir um comentário audacioso, mordendo a parte interna da minha bochecha. Ele olha para Elena, sorrindo de lado. 

— Ele contou tudo pra você também? — Damon pergunta a Elena, colocando as mãos no bolso e virando as costas, andando ainda mais para dentro da nossa casa. 

— O bastante. — Minha irmã fala, trocando um olhar breve comigo, enquanto damos passos hesitantes em direção ao Salvatore mais velho. 

— Ah, eu duvido. — Ele fala, ainda sem nos olhar. — Diz pro meu irmão que eu estou atrás dele. — Ele continua, se virando e caminhando em direção a porta. Contenho um suspiro de alívio, engolindo em seco e parando no lugar, olhando ele receosa. 

— Ah, só uma dica. — Ele volta rapidamente, me fazendo dar um pequeno pulo de susto, já que achei que ele tinha ido embora. — Cuidado com quem convidam para sua casa. 

Observo ele rir uma última vez, antes de fechar a porta e finalmente ir embora. Solto um suspiro aliviado, me encostando na parede e passando a mão no rosto, fechando os olhos por um momento. Depois de alguns segundos, abro os olhos, encarando Elena atenciosamente, essa qual continuava olhando a porta fechada.

— Então… loucura né? — Forço uma risada, tentando aliviar o clima, mas acabo por suspirar. 

— Loucura é pouco pra isso. — Ela sussurra, suspirando e passando uma mão no cabelo, se virando para me olhar. 

— Dorme comigo hoje? Não sei se consigo-

— Eu durmo. — Interrompi ela rapidamente, dando um sorriso fraco. — Também não quero dormir sozinha. — Vejo ela abrir um sorriso fraco, vindo até mim e passando uma mão em meu ombro, nos levando escada acima. Sigo ela com passos lentos, enquanto vamos até o quarto dela.

— Stefan provavelmente vai passar aqui mais tarde. — Falo em um tom baixo, vendo ela concordar e suspirar novamente. 

— Espero que a Vicki fique bem. — Ela murmura, antes de entrar no quarto. Fecho a porta atrás de nós, caminhando até a cama dela e me jogando lá. Fecho os olhos, repassando tudo que aconteceu hoje na minha mente, sentindo o cansaço se apossar do meu corpo. 

Quem é vivo sempre aparece, hein? Finalmente criei vergonha na cara e terminei o capítulo kakskakkakqka.

Espero que gostem da leitura e não se esqueçam de votar e comentar hein? Nada de leitor fantasma aqui!

Até o próximo!