
005| ℱ𝓇𝒾𝒹𝒶𝓎 𝒩𝒾𝓰𝒽𝓉 ℬ𝒾𝓉ℯ𝓈
9320 words
Mordidas de sexta à noite
A ɴᴏɪᴛᴇ ᴅᴏ ᴄᴏᴍᴇᴛᴀ tinha passado e agora todos tinham voltado ao normal, praticamente ignorando o casal que tinha sido encontrado morto para continuarem suas vidinhas medíocres. Saio do meu carro e pego minha mochila no banco de passageiro, fechando as portas e trancando ele com a chave. Passo apenas uma das alças pelo meu ombro direito, passando um rápido olhar pelo local, vendo alguns alunos se divertindo com a bola de futebol, outros conversando e os maconheiros em um canto. Ao me virar para um canto, vejo Bonnie e Elena saindo do carro da morena, me fazendo suspirar levemente. Sinto o olhar da Bennett em mim e a olho de volta, vendo a mesma me olhar com uma cara sofrida, antes de acenar levemente. Dou um pequeno sorriso fraco, acenando de volta e desviando o olhar, começando a caminhar para o lado contrário delas.
Desde a noite do cometa, as coisas entre Bonnie e eu estavam meio abaladas, com nós duas assustadas com o que aconteceu no dia, e ela negando qualquer coisa. Meu olhar se prende em um dos cantos onde os viciados estavam, vendo Jeremy sentado em um canto enquanto fumava um baseado, fazendo com que eu revirasse os olhos. Acelero meus passos até lá, chegando nele e parando em sua frente.
— No horário de aula, sério Jeremy? — Faço o meu melhor para imitar a voz de Elena enquanto finjo uma cara séria, vendo ele erguer o olhar assustado pela aparição repentina e me olhar de forma irritada, me fazendo dar uma risada. — Não enche, Annabethy. — Ele fala de cara fechada, antes de aos poucos ser contagiado por minha risada e rir levemente, negando com a cabeça enquanto apagava o cigarro e jogava fora. — Não vai brigar comigo também? — O mesmo me pergunta confuso, me olhando de forma atenta enquanto eu dava um leve sorriso e negava com a cabeça.
— E ser uma chata hipócrita? Não, não vou brigar. Não posso julgar você, não quando eu fazia a mesma coisa a uns anos atrás.
Minha fala fez ele me olhar surpreso, abrindo a boca para falar e a fechando logo depois, sem saber o que dizer.
— É, surpresa! Eu era uma maldita drogada que fumava maconha, saia por aí fazendo merda e bebia sem poder. E eu não tinha motivo, eu só… fazia por fazer. — Continuo dizendo, suspirando enquanto o olhava de forma compreensiva.
— Você perdeu os nossos pais, isso é um motivo. Um bom motivo? Não, não justifica, tem outras saídas para superar a dor. A questão é… eu não posso te julgar, por algo que eu sei que eu também faria.
Termino de dizer com a voz baixa, vendo o mesmo me olhar envergonhado e de certa forma triste, abaixando a cabeça.
— Eu sinto a falta deles. O tempo todo. Eu comecei em um momento de tristeza, e isso me fez esquecer que eles não estão mais aqui. E agora… eu não consigo parar. — A voz triste dele fez meu coração se apertar, enquanto eu me sentava ao seu lado e apoiava minha cabeça em seu ombro.
— Drogas só destroem nossa vida, nos corrói por dentro e nos mata lentamente. Você não está sozinho, Jeremy. Eu estou aqui, tia Jenna está aqui, e a Elena também, mesmo ela sendo chata nessa questão às vezes. — Brinco levemente, vendo ele dar uma risada fraca, que me fez sorrir.
— Olha, por favor… para, tá? Não tô dizendo pra parar de uma vez por todas, eu sei que é difícil, acredite, eu tentei. Só… pelo menos tenta, eu vou estar aqui para te ajudar nisso.
Falo de forma carinhosa, vendo ele erguer o olhar para mim e me abraçar de forma apertada, ficando ali por alguns segundos antes de se separar. Jeremy olha para mim com um pequeno sorriso.
— Você bem que tem cara de quem já fumou mesmo. — Ele brinca, fazendo com que eu faça uma cara indignada e empurre ele de brincadeira, começando a rir com o mesmo.
— Eu sou demais. Consegui duas entradas para ver o Posers no sábado. — Vicki chega falando toda sorridente, ainda não me percebendo do outro lado de Jeremy. Assim que ela percebe, me olha surpresa, enquanto eu fecho a cara e vejo Jeremy ficando sério também. Reviro os olhos e me levanto, dando um rápido beijo na bochecha do Jeremy e olhando para Vicki com desgosto.
— Eu vou indo Jeremy, a gente se vê em casa.
Falo séria, antes de ignorar completamente a Donovan e sair dali, voltando para o meio dos alunos espalhados na frente da escola. Vejo Bonnie saindo de perto de Elena assim que Stefan chega, fazendo com que eu suspire e desvie o olhar, olhando para trás rapidamente a onde eu estava com Jeremy antes, vendo ele sair de lá e deixar Vicki Donovan parada sozinha, olhando para ele de forma perdida. Dou um sorriso de lado e volto a caminhar para outro canto, vendo alguns alunos me cumprimentando e acenando para mim, fazendo com que eu sorria e acene de volta, indo até eles e iniciando uma conversa.
— A segunda guerra mundial, acabou em… — Sr.Tanner começa dizendo assim que a aula deu início, nos olhando de sua mesa com as mãos no bolso, apoiado no móvel e passando o olhar por cada um. Quando ele se vira para perguntar a uma garota, me desligo da conversa e me viro para Bonnie, vendo ela desenhar coisas estranhas no caderno, entre elas vários números. Dou um olhar estranho a ela e percebo a mesma vidrada na folha, como se estivesse fazendo em modo automático. Mordo o lábio inferior e desvio o olhar, a tempo de ver Tanner se virar para Elena.
— Senhorita Gilbert, Pearl Harbor?
Elena olha para ele encabulada, gaguejando antes de ser interrompida por Stefan. — 7 de dezembro de 1941.
Stefan dá um pequeno sorriso para Elena enquanto responde, fazendo com que ela sorria de volta para ele.
— Obrigado, senhorita Gilbert. — O Sr.Tanner fala sarcasticamente, fazendo com que todos da sala deem risadas.
— Disponha… — Stefan responde brincalhão, fazendo com que a risada do Sr.Tanner pare, enquanto o mais velho olha para ele com a sobrancelha erguida.
— Muito bem… A queda do muro de Berlim. — Ele olha desafiadoramente para o Salvatore, enquanto eu me ajeito melhor na cadeira, observando os dois assim como toda a sala.
— 1989. Sou bom com datas, senhor. — Stefan coloca os braços sobre a mesa enquanto responde.
— Ah é? É bom mesmo? Vamos ao ano. — Sr.Tanner fala com um pequeno sorriso debochado, olhando para o Salvatore com descrença. — Ato dos Direitos Civis.
— 1964. — Tanner dá uma risadinha desdenhosa ao ouvir Stefan, acenando levemente antes de continuar. — Assassinato de Jhon Kennedy..
— 1963.
— Martin Luther King?
— 1968. — Stefan dá um pequeno sorriso.
— Lincoln?
— 1865.
— Roe contra Wade? — O professor começa a perguntar cada vez mais rápido, tentando confundir o Salvatore.
— 1973.
— Brown contra o conselho?
— 1954. — A cada resposta do Salvatore, o professor se aproximava cada vez mais, o olhando com raiva mal escondida e esperando algum deslize.
— A batalha de Gettysburg.
— 1863.
— Guerra da Coreia.
— Foi de 1950 a 1953. — Assim que Stefan termina de responder, o professor se aproxima dele e abaixa zombando do mesmo, olhando pro resto da turma.
— Há! Terminou em 1952. — Ele dá um sorriso vitorioso, virando de costas para Stefan e caminhando em direção ao quadro, enquanto alguns davam risadas. Franzo a testa levemente e olho para Stefan, que dá uma piscadinha e um sorriso de lado, antes de se virar novamente para o Sr.Tanner.
— Ah, não, não. Acabou em… 53. — Assim que escuta a voz dele novamente, o professor se vira e fica em silêncio por alguns segundos, antes de dizer em voz alta para todos.
— Alguém olha, rápido! Rápido!
Os alunos começam a folhear livros e pesquisar em seus celulares, enquanto eu vou direto pra página da resposta e dou um pequeno sorriso, antes de falar em voz alta para todos.
— Foi em mil novecentos… e cinquenta e três. — Termino de dizer com um sorriso, escutando todos darem risada e baterem palmas levemente pro Salvatore, enquanto ele faz uma leve reverência de brincadeira com a cabeça.
Depois das aulas, o momento de voltar a treinar para o time de cheerleaders tinha chegado. Diversas garotas estavam espalhadas se alongando na área perto do campo de futebol americano, atrás das arquibancadas. Estava ao lado de Bonnie, me alongando enquanto conversava algumas coisas com ela, ambas resolvendo ignorar o assunto de bruxaria e agir como se nada tivesse acontecido. Antes que eu pudesse perguntar a ela algo sobre Caroline –que estava incrivelmente atrasada– escutamos um limpar de garganta atrás de nós, fazendo com que nos virássemos, encontrando Elena com os braços abertos e sorrindo para nós, em sua roupa de treino.
— Meu Deus, você veio! — Bonnie fala animada, enquanto abraçamos Elena, que sorri de forma alegre para nós e retribui o abraço. — Não posso ser a garota triste pra sempre. As coisas só vão voltar a ser como eram, se eu voltar a fazer tudo como antes. — Elena responde, se abaixando e começando a se alongar, sorrindo para nós antes de focar no alongamento. Bonnie e eu nos entreolhamos e sorrimos, começando a alongar ao lado da minha irmã.
— Ah, e você vai jantar lá em casa hoje. — Ela se vira para Bonnie, enquanto a Bennet a olha de forma surpresa e confusa, sorrindo levemente. — Vou?
— O que tem hoje a noite? — Pergunto confusa, assim que escuto a afirmação de Elena, que nos olha sorrindo. Ela apenas me olha com um sorriso e se vira de volta para Bonnie, respondendo ela. — Você, eu, Annabethy e Stefan.
A morena olha pra ela com uma cara descontente e suspira, antes de forçar um sorriso. — Hoje não dá… Você viu a Caroline? Hoje eu mandei umas cem mensagens pra ela..
Ela tenta desconversar, fazendo Elena olhar para a mesma de forma repreensiva, enquanto eu fechava o sorriso e a olhava preocupada.
— Pera aí, nenhuma de vocês falou com a Caroline desde ontem?
Minha voz soa preocupada, e quando Bonnie estava prestes a responder, Elena a interrompe e muda o assunto para o jantar novamente. — Pode parar. Não mude de assunto, Bonnie! Você tem que ir.
Minha irmã olha pra ela de forma pidona, enquanto levava sua mão até o pé, se alongando.
— Tá, eu vou! — Ela se dá por vencida, fazendo minha irmã dar um sorriso vitorioso enquanto ainda se alongava.
— Legal.
Paro de me alongar, olhando para as duas de forma preocupada e vendo Bonnie retribuir o olhar de maneira confusa.
— Nenhuma de vocês falou com a Caroline? Eu liguei pra ela e ela não atendeu, e a Bonnie ta dizendo que ela não responde as mensagens.
Assim que eu termino de falar, Bonnie se lembra desse detalhe e seu olhar se torna preocupado, enquanto Elena nos olha sem entender, antes de abrir a boca surpresa.
— Ela não é disso.
Elena fala preocupada, colocando a garrafinha de água de lado. — Tenta de novo.
Sigo o conselho dela e pego meu celular, vendo Bonnie fazer o mesmo e dizer que vai mandar uma mensagem só por precaução. Disco o número dela e coloco meu celular no ouvido, esperando chamar. Enquanto faço isso, escuto um barulho de carro e vejo Elena olhando para trás confusa, fazendo com que eu viro o pescoço, olhando para onde ela olhava e arregalando os olhos surpresa, deixando o celular cair junto com minha mão.
— Ah meu Deus. — Bonnie e eu falamos juntas ao ver o carro parar em nossa frente. Caroline olha para o lado e beija o motorista. — Deve ser o cara misterioso do Grill. — Bonnie comenta, ainda surpresa, enquanto eu olhava em choque ao reconhecer a pessoa que dirigia. — Ele não é misterioso. Elena começa dizendo, se levantando sendo seguida por Bonnie e eu, termino de me levantar e completo a frase dela.
— É o Damon Salvatore. — Falo de maneira séria, dando um breve olhar para Elena.
— Salvatore? Como o Stefan?
Bonnie pergunta confusa. Antes que alguma de nós pudesse responder, Caroline sai do carro e vem até nós sorrindo, olhando para Elena e sorrindo de forma convencida.
— Eu peguei o outro irmão, espero que não se importe. Ah, oi Annie. — Ela termina de falar sorrindo, me olhando brevemente e passando por nós, ficando na frente de todas as garotas que se aqueciam e alongavam para o treino.
— Oi.. — murmuro chocada, mesmo sabendo que ela não estava mais ali. Balanço a cabeça e olho em direção ao carro do Salvatore mais velho, vendo ele olhar em nossa direção e dar um sorriso de lado, piscando com um dos olhos antes de sair com o carro. Sinto meu corpo todo se arrepiar e um sentimento ruim tomar conta de mim, enquanto levo mais uma vez meu olhar até Caroline, um mau pressentimento se apossando de meu corpo.
— Desculpe o atraso, meninas. Eu estava ocupada. — Caroline se vira para todas, enquanto todas as cheerleaders entravam em posição para começar o treino. Ela me olha brevemente e sorri de forma descontraída, enquanto eu tento retribuir apesar do desconforto em meu corpo, que surgiu desde que olhei para o Salvatore.
— Está bem, vamos começar com o salto com pegada dupla, o que acham?
Começamos o treino e ficamos na linha de sempre, comigo bem em frente a Caroline, com Bonnie ao meu lado direito e Elena ao meu esquerdo. Mesmo após a morte dos meus pais, não tinha desistido das cheerleaders , e Caroline me ajudou bastante treinando comigo no verão. Elena, porém, não se sentiu bem o suficiente para treinar e não tinha pegado os passos, o que era bem visível quando eu olhava para ela ao meu lado.
— Um, dois, três, quatro, — Caroline começa, ficando em nossa frente e mostrando os passos, enquanto todas nós acompanhamos ela. — cinco, seis, sete, oito.
Continuamos com a coreografia, nos virando de costa enquanto fazíamos a outra parte, prestando sempre atenção nas ordens de Caroline. — Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito!
Me viro novamente para a frente e continuo com a sequência, sendo acompanhada por todas, enquanto Elena tentava, se sentindo confusa com alguns passos e não conseguindo acompanhar direito. — Um, dois, três, quatro… Cinco, seis, sete, oito. Elena, querida, por que não fica só olhando hoje? Tá? — Caroline chama a atenção dela, que para e concorda levemente com a cabeça, saindo da fileira. — Continuem! Vamos do começo de novo. E cinco, seis, sete, oito.
Olho brevemente para Elena, antes de me virar para a frente e continuar o treino. Caroline continuou dando as instruções, andando de um lado para o outro à nossa frente, sorrindo e apontando coisas em que poderíamos melhorar. Percebo brevemente Elena se afastando em direção ao campo, me fazendo dar de ombros e continuar com a coreografia, sentindo o suor começar a escorrer em meu rosto.
A noite tinha chegado e o tão esperado jantar que Elena estava planejando para aproximar Bonnie do Stefan estava quase começando. Enquanto minha irmã organizava as comidas e tirava os alimentos prontos dos potes para colocar em travessas, Bonnie e eu ajudamos com outras coisas, enquanto a citada nos contava sobre sua estranha experiência anterior.
— Me expliquem. Eu tava vendo TV, foi para o comercial e eu pensei, “aposto que é o comercial do telefone.” — Ela me olha brevemente, antes de direcionar o olhar para Elena que escutava tudo enquanto arrumava as vasilhas.
— Na hora, começa o cara e a garota no banco, ele vai a Paris e depois volta. Eles tiram uma foto. — Ela gesticula com a mão, fazendo Elena dar uma risada e olhar pra ela com as sobrancelhas erguidas.
— Ah, qual é! Esse comercial passa toda hora. — Ela fala risonha, se virando para ela e deixando as tigelas no balcão. Bonnie suspira e ergue a sobrancelha ainda não aceitando.
— Está bem. E isso aqui? Eu estou obcecada com números. Três números. Eu fico vendo oito, 14 e 22. Não é esquisito?
Assim que ela termina de falar eu olho para ela de testa franzida, mordendo levemente o lábio inferior antes de começar a falar.
— Eu também tive uns sonhos com números esses dias, mas não consigo me lembrar quais são.
— Vê só! Isso é muito estranho, vem acontecendo coisas estranhas, não só comigo, com a Annie também. — Ela me olha brevemente, antes de voltar a olhar para Elena, que apenas a encara ainda sem acreditar.
— Se vocês ficam vendo números… eu acho melhor vocês jogarem na loteria.
Suspiro sem acreditar, negando com a cabeça e indo finalizar o prato que Elena estava arrumando antes, enquanto Bonnie a olhava decepcionada, me olhando brevemente antes de negar com a cabeça. Elena dá uma risadinha e volta a mexer nas coisas do balcão, enquanto Bonnie pegava uma das comidas prontas que compramos e passava para uma vasilha daqui de casa.
— Já falou com a sua avó? — Elena pergunta pra Bonnie, me dando um breve olhar. — Ela vai dizer que é porque sou uma bruxa. E eu não quero ser uma bruxa. Vocês querem? — Bonnie diz indignada, olhando para Elena e para mim.
— Deus me livre ser bruxa.
— Eu amaria ser bruxa.
Elena e eu falamos ao mesmo tempo, ambas se olhando com a resposta contraditória de cada uma, com Bonnie me olhando sem acreditar ao me escutar. Eu olho para as duas e dou de ombros.
— O que? Ser bruxa deve ser legal.
Ambas negam com a cabeça e Elena dá uma pequena risadinha, antes de voltarem ao assunto anterior.
— Colocar numa tigela bonita não vai enganar ninguém. — A voz de Bonnie soa enquanto ela coloca algumas batatas na tigela, fazendo com que Elena e eu demos uma risada.
— Certo, colher de servir. Cadê as colheres para servir? — Elena me pergunta confusa, enquanto eu dou de ombros sem saber dizer.
— Não olha pra mim, eu abro no mínimo umas três gavetas até achar o que eu quero aqui em casa, e moro aqui desde que nasci. — Minha fala gera risadas nas duas que me olham de maneira divertida, enquanto Bonnie olha para Elena e a responde tranquilamente.
— Gaveta do meio à esquerda.
Ela se vira e aponta, enquanto Elena a olha de maneira confusa e vai até a gaveta indicada, abrindo e encontrando as colheres de servir. Ela tira uma de dentro da gaveta e nos olha logo em seguida, enquanto eu olho para Bonnie surpresa. Elena suspira e dá de ombros, caminhando em direção ao balcão novamente.
— Tá, idai? Você já esteve nessa cozinha umas mil vezes.
Assim que Elena fala, Bonnie e eu nos entreolhamos e a olhamos logo em seguida.
— Eu moro aqui, e não sabia. Isso aí não é normal não. — Assim que termino de falar, Bonnie me olha com uma cara meio deprimida, enquanto Elena me repreendia com o olhar.
— Ah… quer dizer… não foi isso que eu-
— Tá certo, Annie. Nós entendemos. — Elena me interrompe, enquanto eu olho pra Bonnie com uma cara culpada, murmurando um “desculpa” para ela, que só sorri e dá de ombros. A campainha toca e Elena se vira em direção ao som, nos olhando brevemente.
— Certo, é ele. Olha, não fica nervosa. — Ela diz para Bonnie, sorrindo gentilmente. — Seja legal como você sempre é. — Ela sai da sala assim que termina de dizer, me deixando sozinha com a Bennet, que suspira e me olha.
— Velas de aniversário… — Ela fala de forma confusa, olhando brevemente para baixo e abrindo a gaveta, encontrando uma caixinha de velas de aniversário. Ela me olha de forma assustada, enquanto eu a olha surpresa, desviando o olhar rapidamente e suspirando fundo.
O silêncio constrangedor que estava na mesa era sufocante. Bonnie não tinha dado nem um passo para conversar com Stefan, e esse parecia constrangido ao ver o descaso da morena em frente a Elena. O único barulho escutado era o tintilar dos talheres nos pratos, junto com a respiração pesada que, de vez em quando, Bonnie dava. Minha irmã me olha desesperada em busca de ajuda, enquanto eu apenas dou de ombros, fazendo encolher os ombros e me olhar com uma cara pidona. Suspiro frustrada e aceno com a cabeça, vendo ela dar um imenso sorriso, enquanto eu me virava na direção de Stefan e Bonnie.
— O Tanner implicou com você hoje?
Pergunto em direção a Stefan, já que mais cedo, em uma de nossas ligações aleatórias no meio da tarde, ele tinha me contando que tentou entrar para o time de futebol da escola.
— Bom, ele me aceitou no time, então… Devo ter feito algo certo. — Ele dá um pequeno sorriso, o qual eu retribuo, enquanto Elena se vira animada para Bonnie.
— Bonnie, você tinha que ter visto o Stefan hoje. O Tyler jogou a bola em cima dele e…
— É, eu soube. — Bonnie a interrompe, fazendo com que a conversa morra por um instante. O silêncio constrangedor volta, antes de Elena tentar mais uma vez.
— Por que não fala da sua família pro Stefan?
— Ah… Pais divorciados. Sem mãe. Moro com meu pai.
Ela dá uma risadinha sem graça, olhando para baixo. Elena a olha de forma séria, negando com a cabeça.
— Não, sobre as bruxas. — Assim que ela fala, me viro para a mesma a repreendendo.
— Isso é coisa pessoal, Elena. — Sussurro na intenção de nenhum dos outros dois ouvirem. Ela me olha e me ignora, olhando para Stefan e voltando a falar.
— A família da Bonnie tem uma linhagem de bruxas. É muito legal.
— Eu não usaria essa palavra. — Bonnie nega com a cabeça a olhando, antes de Stefan começar a falar.
— Ah, mas é Interessante. Eu não conheço muito, mas eu sei que tem uma história de Druidas Celtas que migraram para cá no século XIV. — Bonnie olha para ele surpresa ao ouvir suas palavras.
— Minha família vem de Salém.
— Mesmo? — Ele pergunta surpresa, vendo ela concordar sem graça. — Bruxas de Salém?
— É… — Ela dá uma pequena risada, desviando o olhar para a comida. — Eu acho muito legal. — Ele fala desviando o olhar para Elena e eu, fazendo com que minha irmã sorria de forma alegre ao ver que eles estão começando a se dar bem.
— Mesmo? Por quê? — Bonnie pergunta confusa, fazendo com que ele desvie o olhar de volta para ela.
— As bruxas de Salém são exemplos heroicos de individualismo e não-conformismo. — A fala dele fez Bonnie sorrir genuinamente pela primeira vez desde que o jantar começou, enquanto ela balançava a cabeça afirmativamente.
— É, são mesmo. — Eu olho para Elena com um sorriso, enquanto ela me olha alegremente. Antes que qualquer um de nós possa falar alguma coisa, a campainha toca, fazendo com que eu e Elena nos olhemos confusas.
— Ué, quem será? — Ela pergunta se levantando enquanto me olha. Dou de ombros olhando brevemente para Stefan e Bonnie, que me olham igualmente confusos. Elena segue até a porta da frente e eu vou logo atrás dela.
Assim que ela abre a porta, a cara sorridente e animada de Caroline surge, enquanto ela ergue uma torta.
— Surpresa! Bonnie disse que você ia fazer o jantar, e a gente trouxe a sobremesa. — Ela fala sorrindo, enquanto eu e Elena nos olhamos surpresa.
— Espero que não se importe. — Damon fala atrás dela, fazendo com que eu finalmente note a presença dele. Olho para ambos sem saber o que dizer, e percebo que Elena ficou do mesmo jeito. Caroline entra na casa e passa por nós, me olhando com um sorriso animado e ficando atrás depois de entregar a torta para Elena. Stefan aparece de repente e olha para Damon do lado de fora.
— O que está fazendo aqui? — A voz séria dele nos surpreende, enquanto eu e Elena nos entreolhamos ainda mais confusas.
— Esperando Elena ou Annabethy me convidarem para entrar. — O Salvatore mais velho fala sorrindo levemente, dando um olhar em minha irmã e eu.
— Ah, claro! Você-
— Não! Ele não… ele não pode ficar. — Stefan interrompe Elena assim que ela ia chamar Damon para entrar, fazendo com que todos olhem para ele, apesar de eu claramente ver pelo canto do olho o de olhos azuis dar um sorriso sarcástico.
— Pode, Damon? — Stefan parecia falar algo com os olhos que só o irmão entendia, já que ele deu um pequeno sorriso sarcástico de lado. Caroline, que estava atrás de Elena, aparece brevemente e dá um pequeno sorriso.
— Entra logo!
Stefan desvia o olhar dela e olha para Elena brevemente, que olha para ele confusa. A mesma me olha antes de negar com a cabeça, se virando para Damon e sorrindo gentilmente.
— Pode entrar. — O Salvatore do lado de fora dá uma pequena risada enquanto olhava para o irmão, colocando o pé direito dentro da casa, antes de entrar por completo. Ele passa por Stefan e olha com um pequeno sorriso para Elena e eu, seguindo Caroline, que pega na mão dele.
— Tem uma bela casa, Elena. – Ele olha pra ela com um olhar calmo, parecendo satisfeito com o olhar duro que Stefan lançava em direção a ele. Fecho a porta e me viro em direção a Stefan, vendo que apenas ele e eu tínhamos ficado no hall de entrada. Solto um pequeno suspiro e vejo ele olhar pra mim, parecendo levemente preocupado.
— Ele é problema, não é? — Minha pergunta pareceu surpreender ele, que pisca brevemente antes de suspirar e concordar. — Fique longe dele, Annie. Damon não é uma boa pessoa.
A voz séria e preocupada dele tinha me deixado apreensiva, meus ouvidos capturando brevemente a voz animada de Caroline. — E Caroline? Se ele não é uma boa pessoa… não posso deixá-lo perto dela. — Falo num sussurro, olhando brevemente para baixo. Stefan suspira, e me olha com compaixão, sorrindo brevemente.
— Não vou deixar o Damon fazer nada com ela, nem com você ou a Elena.
Concordo brevemente com a cabeça, mordendo meu lábio inferior antes de começar a andar em direção a sala, parando rapidamente e olhando para ele.
— Eu não sei o porquê, nem como eu sinto isso e o que significa. Mas eu sinto perigo, sinto uma coisa estranha em relação a vocês. Você e ele, têm a mesma energia, a diferença é que sinto que posso confiar em você. Por favor, não me decepcione. — Peço com a testa franzida, antes de seguir em direção da sala, o deixando sozinho no hall.
— Eu não acredito que o Sr.Tanner aceitou você no time!
A voz animada de Caroline soava na sala, enquanto todos estavam sentados em algum lugar. Damon e Caroline em uma das poltronas, juntos. Bonnie na poltrona em frente a eles, comigo sentada no braço do pequeno sofá, ao lado dela, enquanto Elena e Stefan ocupavam o sofá maior, um do lado do outro.
— Tyler deve estar furioso. Mas é bom pra você. Manda ver. — Ela termina com um sorrisinho, olhando pra ele enquanto Stefan apnas concordava, ainda parecendo desconfortável com a presença do irmão mais velho.
— É o que eu sempre digo a ele. Participa! Não pode ficar sentado aí esperando a vida bater na sua porta. Tem que correr atrás. — Damon fala de modo tranquilo e preguiçoso em direção ao Stefan, dando um pequeno sorriso de lado que parecia apenas afetuoso.
— É. Elena não teve tanta sorte hoje. Só porque você não foi aos treinos no verão. — Caroline volta a falar, dessa vez em direção a minha irmã, acrescentando a última parte rapidamente ao ver o desconforto dela. — Eu não sei como você vai pegar a coreografia. — Ela fala num tom solidário.
— Annabethy e eu ensinamos pra ela. Ela vai pegar. — Bonnie fala pela primeira vez desde que chegamos na sala, olhando pra mim desconfortável ao ver o incômodo de Elena com as palavras da minha melhor amiga.
— Acho que ela pode ficar atrás. — Caroline diz pensativa, não notando o olhar desconfortável de Elena em direção a ela. Antes que eu pudesse dizer algo para ajudá-la na situação, Damon começa a falar novamente.
— Você não faz o tipo animadora de torcida, Elena. — Ele fala com um pequeno sorriso no rosto, se virando para mim e parecendo que ia falar algo, sendo interrompido por Caroline, que respondeu a fala dele.
— Ah, é porque os pais dela morreram. E agora ela tá numa fase meio “paradona”. — Meu sorriso morreu na hora ao escutar as palavras dela, e posso perceber que o pequeno sorriso que Elena tinha também tinha sumido. Caroline não pareceu perceber, pois continuou falando enquanto gesticulava com as mãos.
— Ela era muito mais divertida. Uma pena que não quis continuar com as coisas que fazia antes, como a Annabethy. — Ela termina com um sorriso. Ao perceber o olhar de todos nela, ela desfaz o sorriso e se vira para nós. — E eu digo isso com total insensibilidade..
O clima fica desconfortável e chato depois desse breve diálogo da Caroline, o silêncio reinando até que o Salvatore mais velho decide falar novamente.
— Sinto muito, Elena, Annabethy. Eu sei como é perder os pais. — Ele se vira para mim brevemente antes de voltar a olhar para minha irmã, enquanto eu apenas suspirava e colocava a xícara de chocolate quente de lado. Stefan me dá um breve olhar em questionamento, que eu logo percebo que é para saber se estou bem. Dou um mínimo sorriso e concordo com a cabeça, voltando a escutar a voz de Damon.
— Na verdade, Stefan e eu perdemos quase todas as pessoas que nós amamos. Isso é muito cruel. — Ele fala com uma cara sofrida, enquanto Stefan volta a olhar para ele aborrecido. — Não precisa entrar no assunto agora, Damon.
— Ah, tem razão, Stefan. Sinto muito. A última coisa que eu queria, era falar nela. — Ele move a cabeça levemente para o lado, olhando para o irmão antes de mover os olhos para minha irmã novamente, dando um sorriso sem graça.
Elena tinha saído da sala para colocar as louças sujas no lava-louças, e Damon tinha acabado de sair para entregar um copo. Eu me levanto de onde eu estava e paro ao lado de Stefan, gesticulando para ele e indo em direção as escadas, subindo e parando no corredor de cima, olhando lá para baixo. Escuto passos atrás de mim e sinto ele parar ao meu lado, seguindo meu exemplo e apoiando os braços no corrimão do parapeito da escada. Ficamos em silêncio por um tempo, observando Caroline lá embaixo iniciar uma conversa com Bonnie. Solto um suspiro e balanço a cabeça levemente, tombando ela pro lado e sentindo o olhar de Stefan sobre mim.
— Não sei o que tá acontecendo. É como se… eu estivesse perdida desde criança. — O olhar curioso dele se intensificou sobre mim com minhas palavras, enquanto ele escutava em silêncio.
— Coisas estranhas, sonhos estranhos que de alguma forma me avisam sobre algo que vai acontecer. Esse… esse sentimento que eu tenho em relação a você, a desconfiança com o desnaturado do seu irmão. Eu sinto plenamente o perigo emanando de vocês, meu corpo grita para que eu corra para o mais longe possível.
Sinto o corpo dele tensionar ao meu lado, enquanto a respiração dele parecia ficar tensa e preocupada, seu olhar voltando para baixo. — Mais eu confio em você, Stefan. Sei que… mesmo que tenha algo, algo que eu sei que você esconde e que pode mudar nossa vida aqui na cidade… eu continuo confiando em você, porque eu sinto dentro de mim, que você não é um monstro, não é um monstro que meu corpo pede para correr para longe o tempo todo.
Viro meu olhar para ele, vendo ele me olhar surpreso e confuso, abaixando levemente o olhar.
— Escuta… não sei se um dia vou descobrir seu segredo, e nem quero procurar, sei que se um dia… se confiar em mim e realmente quiser contar, vai contar. Apenas… você se tornou meu melhor amigo em pouquíssimo tempo, não vou julgar você. Confio em você Stefan.
Escuto ele virar o corpo em minha direção, parecendo querer falar algo, ainda confuso e parecendo receoso.
— Como… como sabe? Como sabe que eu escondo alguma coisa? Que tenho um segredo? Que… tem que fugir?
Viro meu olhar pra ele, rindo levemente com suas palavras e dando de ombros.
— Eu não sei de muita coisa, na verdade, não sei de nada do que eu sinto ou vejo desde que me entendo por gente. Eu só..
Paro de falar, deixando o contexto no ar, vendo ele concordar levemente, ainda confuso. — Obrigada, Annabethy. Por confiar em mim, e por ter se tornado minha melhor amiga. — Ele dá um sorriso sincero, parecendo mais tranquilo. — E eu confio em você. Muito. Só… acho que não estou preparado para te contar, acho que ainda tenho medo. Mas eu prometo a você, não irei fazer mal algum a você ou a Elena.
Assim que ele termina de dizer eu sorrio, concordando com a cabeça e me desencostando do parapeito. — Eu sei.
Passo por ele e desço a escada novamente, vendo Bonnie ir para a cozinha ajudar Elena, deixando Caroline na sala, que logo começa a falar com Stefan, que tinha descido novamente. Sigo os passos dela em direção a cozinha, encontrando minha irmã olhando para Damon de maneira um pouco triste, e Bonnie olhando pra eles confusa, antes de sorrir e oferecer ajuda. Elena concorda com a cabeça e sorri também.
— Bom, já que as meninas vão se ajudar… eu vou voltar para a sala. — Ele dá um sorriso em nossa direção, passando por Bonnie e eu e voltando para a sala.
Um novo dia tinha acabado de começar, e já estava me tirando totalmente a paciência. Era dia do jogo de futebol, e Caroline estava quase enlouquecendo as cheerleaders por causa disso, até parecia que nós que jogaríamos. Falando nela, desde o jantar de ontem a noite não tínhamos nos falado, já que eu ainda estava chateada com ela por causa de suas falas sem noção sobre meus pais.
Apesar disso, minha preocupação em relação a ela tinha apenas aumentado. Depois da minha conversa com Stefan em relação ao Damon e ele mesmo, eu me preocupava com que o irmão mais velho do meu amigo fizesse algo com ela. A conversa entre Stefan e eu tinha servido para esclarecer algumas dúvidas, e me confirmar que realmente, tinha algo de muito errado com os dois. Por um lado, eu estava doida para pesquisar, fazer perguntas e descobrir logo o segredo dele.
Pelo o outro, era do Stefan de que eu estava falando. Eu confiava nele, e mesmo com meus pelos se arrepiando sempre que ele ou seu irmão estavam perto, ou meu subconsciente gritando em voz alta “PERIGO” e “MORTE” quando eles chegavam, eu ainda sentia que podia confiar nele. Baseado nisso, decidi que iria esperar até ele decidir me contar o que ele quer que seja que ele tinha. Ainda perdida em meus pensamentos sobre isso enquanto arrumava meu uniforme, acabo me assustando quando Bonnie chega ao meu lado de uma vez, também vestida e sorrindo para mim, balançando dois pompons em minha frente e me abraçando. Dou uma risada afetuosa e abraço ela de volta, sorrindo para a mesma e a olhando curiosa.
— Bom dia, BonBon. — Falo sorrindo, vendo ela revirar os olhos carinhosamente com o apelido.
— Bom dia, Annie! — Ela responde de volta, começando a caminhar comigo. — Como dormiu depois daquele desastroso jantar? — Ela me pergunta sarcasticamente, fazendo com que eu dê uma risada, balançando a cabeça em negação.
— Quase não consegui dormir, tive muitas coisas com o que pensar. — Confessor, mordendo levemente o lábio inferior. Escuto ela suspirar e me olhar, dando um passo para o lado e desviando de um dos jogadores que passou por nós. — Sei como se sente, quando voltei para casa, a vovó estava falando coisas de bruxa de novo, isso me deixa paranoica!
Ela suspirou aborrecida, enquanto eu levava a mão até o ombro dela, apertando levemente e voltando a andar.
— Bonnie, eu acho–
Antes que pudesse terminar de dizer, sou interrompida por um Stefan sorridente tocando em meu ombro, fazendo com que eu me virasse num pulo, sentindo meus batimentos cardíacos aumentarem com o susto que levei. — Caramba, Stefan! Qual é a de vocês hoje de me assustar, hein?
Vejo Bonnie e Stefan rirem levemente de mim, enquanto o segundo citado me olhava com um sorriso divertido, cruzando os braços de maneira casual. — Sinto muito, senhorita. Não foi minha intenção. — A voz sarcástica que saiu dele me surpreende, enquanto eu estreito os olhos em sua direção, balançando a cabeça em negação com um leve sorriso de lado.
— Desculpe interromper vocês duas. Mas… eu preciso falar um pouquinho com a Annabethy. — Ele olha em direção a Bonnie, que concorda com um sorriso fechado, balançando a cabeça e me olhando. — Nos vemos depois. Tchau vocês.
Assisto ela sair e ir em direção a uma Caroline bem animada, se misturando com as outras cheerleaders e rapidamente sumindo do meu ponto de vista. Me viro para Stefan e o olho gentilmente, sorrindo para ele que retribui o gesto, antes de gesticular com a cabeça em direção a um canto mais afastado, começando a andar para lá. Sigo ele calmamente e me apoio em uma parede que tinha ali, o olhando curiosamente.
— Então, senhor… — Meu tom sarcástico fez ele sorrir, se lembrando da forma a qual tinha me chamado anteriormente.
— …sobre o que quer falar comigo? — Pergunto na minha habitual curiosidade, vendo ele olhar para baixo levemente envergonhado.
— Bom… eu queria te dar uma coisa, para falar a verdade.
Ergo a sobrancelha ainda mais curiosa que antes, balançando levemente meu corpo para trás e para frente sobre meus pés, o olhando e esperando. — Eu dei um colar para a Elena, e achei um nas coisas da minha família. Me lembrei de você imediatamente. E bom… considere isso o meu primeiro presente de melhores amigos.
Dou um enorme sorriso ao escutar ele, o encarando de forma surpresa. — Ah, Stefan! Não precisava. Se eu soubesse teria te comprado algo também… podemos ter algo para simbolizar nossa amizade! — Falo animada, vendo ele sorrir levemente ao ver minha animação, pegando uma pequena caixinha de madeira na coloração verde escura, abrindo e revelando um colar deslumbrante. Parecia antigo, mas a beleza continuava ali. O colar tinha uma corrente fina, que parecia ouro, um pouco escura e delicada.
A pedra no meio lembrava bastante a uma esmeralda, com a coloração um pouco mais escura, dando um charme a mais na joia. O verde escuro da pedra combinava perfeitamente com os outros detalhes do colar, como uma folha de três pontas que ficava no meio da pedra, numa coloração de cobre escuro, enquanto outras pequenas flores e folhas adornavam ao redor da pedra.
Minha boca se abre em choque enquanto eu pegava o colar total delicadeza em minhas mãos, olhando para Stefan em seguida e encontrando seus olhos me olhando de forma ansiosa e insegura, esperando saber minha opinião. Volto a olhar para o colar por um tempo e levanto meu olhar novamente, ainda estupefata.
— Stefan… é lindo, eu.. eu não sei o que dizer. — Falo num sussurro, sorrindo levemente. — Eu não posso aceitar, parece muito caro–
— Por favor, aceite. — Ele me interrompe, sorrindo tenuemente. — Eu ganhei ele de uma pessoa muito especial para mim, que me disse para entregar para uma pessoa especial. Quem melhor do que minha nova melhor amiga?
Ele fala a última parte em tom de brincadeira, me encarando com um pequeno sorriso. — Sei que nós nos conhecemos a pouco tempo, mas você é uma amiga muito especial pra mim, se tornou especial em pouquíssimo tempo. Ficarei feliz se você aceitar. — Ele termina de falar, fazendo com que eu sorrisse, me lançando sobre ele e o abraçando de forma apertada.
— Obrigada, Stef. — Sussurro ainda em seu abraço, saindo e sorrindo de forma animada, entregando o colar para ele.
— Coloca em mim, por favor?
Ele concorda com a cabeça, sorrindo gentilmente e afastando meu cabelo assim que eu me viro de costas pro mesmo, pondo o colar sob meu pescoço e fechando o feixe.
Me viro para ele e sorrio animada olhando para o colar que estava em meu pescoço, o olhando com um sorriso enorme.
— Obrigada mesmo, Stefan. Eu amei!
— Fico feliz que tenha gostado. Agora, como símbolo da nossa amizade, você não pode tirar ele. — Ele fala com um sorriso divertido, apesar de que no fundo, fosse possível ver uma pitada de preocupação em seus olhos. Concordo com a cabeça e coloco minha mão esquerda sob meu peito, fazendo uma cara séria. — Eu juro solenemente não tirar o colar enquanto viver. Que assim seja, Malfeito feito!
Vejo ele dar uma risada com minhas palavras, enquanto eu desmanchava minha posição séria e ria com ele.
— Olha só, acho que já sei o que te dar de aniversário agora.
Ele fala divertido, enquanto eu revirava os olhos carinhosamente, um sorriso em meu rosto. Antes que nossa conversa pudesse continuar, escutei uma pessoa do time gritando por ele, o chamando junto com os outros jogadores.
— Vai lá, senhor. Ganhe o jogo e boa sorte.
Falo com um sorriso, batendo levemente no ombro dele e saindo dali, indo em direção as cheerleaders .
O lugar inteiro estava um caos. No bom sentido, claro. Todos estavam imensamente animados com a noite do jogo. Os jogadores conversavam entre si e comemoravam. As cheerleaders –onde eu estava ao lado de Caroline– estavam pulando e aplaudindo, dando a todos uma animação extra. E claro, tinha os que vinheram até aqui apenas para assistir o jogo. O Sr.Tanner sobe em cima de um pequeno palco onde um microfone estava, chamando nossa atenção enquanto tentava ser notado no meio de tantos gritos animados.
— Sejamos sinceros. — Ele começa seu discurso, enfim tendo silêncio para poder ser ouvido. — No ano passado, a gente deixava que outros times viessem até aqui e nos arrasassem. — Dezenas de vozes reclamando são ouvidas, enquanto todos gritavam.
— Mas isso vai mudar agora! — Todos começam a gritar ainda mais, enquanto Caroline me balançava levemente enquanto sorria, erguendo os pompons bem no alto junto comigo. — Temos novos talentos aparecendo no time. E eu tenho que dizer agora mesmo que tem muito tempo que não vejo um garoto com essas mãos. — O Sr.Tanner aponta para Stefan, que estava na linha de frente a todas as pessoas com os demais jogadores. Assim como a torcida e as cheerleaders, começo a gritar e aplaudir, vendo ele sorrir brevemente com a animação de todos.
— Muitos aplausos para Stefan Salvatore! — O Sr.Tanner termina de dizer, enquanto ainda mais gritos e aplausos eram escutados. Dou um pequeno empurrãozinho em Caroline com minha cintura, erguendo os pompons na altura do meu busto, mexendo levemente meu corpo pros lados enquanto os agitava. Vejo ela soltar uma risada e balançar a cabeça em concordância, fazendo a mesma coisa que eu.
— Então para todos os torcedores que estão esperando uma vitória, eu tenho uma coisa a dizer: os Timberwolves estão famintos!
Os gritos animados continuavam por todo o lugar. As cheerleaders faziam pequenas danças sincronizadas que faziam parte da coreografia que faríamos antes do jogo. Um tempo depois, escuto uma comoção e franzo o cenho confusa, seguindo a todos em direção onde estava localizado o tumulto. — Licença. Com licença, por favor. — Murmuro para algumas pessoas, passando por elas enquanto tentava chegar a frente, querendo saber o que estava acontecendo.
Assim que chego a frente, consigo ver duas pessoas brigando no chão, com direito a soco e tudo. Arregalo levemente os olhos surpresa, antes de praguejar xingamentos baixinho ao notar que quem estava brigando era Jeremy e Tyler. Entrego os pompons para uma garota aleatória ao meu lado e vou até lá, vendo pelo canto de olho Vicky gritando para o Tyler parar.
— Tyler seu merda, para com isso! — Grito com ele ao notar o soco que ele deu no meu irmão caçula. Antes que ele pudesse repetir o ato, Stefan chega e segura o punho do mesmo, o puxando de cima de Jeremy. — Ele está caído, já chega!
Num momento de raiva, Tyler olhou para Stefan e deu um soco em seu abdômen, o que não pareceu adiantar nada, já que o Salvatore nem sequer se moveu, o olhando seriamente. Ainda estupefata com o que estava acontecendo, vejo Jeremy –que ainda estava caído no chão– pegar um pedaço de vidro de uma garrafa que tinha quebrado e se levantar rapidamente, se preparando para acertar Tyler. No último segundo, vejo Stefan empurrar o Lockwood para o lado e bloquear o golpe de Jeremy com a mão, fazendo com que a garrafa cortasse sua palma. Arfo surpresa e preocupada, correndo até lá juntamente com Elena. Enquanto minha irmã seguia em direção a Jeremy, viro meu olhar para Stefan, me aproximando dele assustada e olhando sua mão.
Num movimento rápido, pego ela e ergo a palma para mim, vendo o corte sangrando e olhando para ele preocupada, esse, que me olhava assustado e nervoso, tirando rapidamente sua mão da minha.
— Stefan você–
— Eu tô bem.
-— Mas… a sua mão, ela-
— Annabethy, eu tô bem. — Ele me interrompe novamente, escondendo a mão e me olhando preocupado, parecendo nervoso com alguma coisa.
— Ah meu Deus, a sua mão. — Escuto a voz de Elena, que chega perto de nós depois que Jeremy sai bravo dali. Assim que ela tenta pegar a mão do Salvatore para olhar, ele esconde ela rapidamente, não a dando chance de ver.
— Não, não, não, tudo bem. — Ele fala meio nervoso, dando um sorriso deveras tenso. Seu olhar encontrando o meu enquanto ele parecia implorar algo. Algo que eu rapidamente decifrei, ficar calada. Elena ignora ele e pega a mão do mesmo que estava fechada.
— É profundo? Tá feio? — Ela olha a mão dele, fazendo ele abrir ela a contragosto.
— Mas… eu vi
— Não era meu, ele errou. — Ele fala sorrindo fechado, desviando o olhar rapidamente para mim, enquanto eu olhava para a mão dele em choque, vendo que o lugar que antes tinha um corte, agora não tinha absolutamente nada.
— Não, não, eu vi. O vidro cortou a sua mão. — Minha irmã fala convicta, o olhando.
— Não era sangue dele. — Eu falo com a voz trêmula, fazendo o olhar dos dois vir para mim. — Eu… vim direto nele quando tiraram o Tyler. Ele não se machucou. As coisas aconteceram rápido demais, você deve ter se confundindo.
Meu tom se torna sério e confiante, enquanto eu olhava nos olhos da minha irmã, que me olhava de maneira confusa e atordoada. Stefan olha pra mim surpreso e confuso, enquanto eu evitava a todo custo olhar em sua direção.
— É. Annabethy tem razão. Eu tô bem. — Ele fala me olhando, seus olhos parecendo agradecidos enquanto olhava nos meus, apesar de ser possível ver o medo que eles escondiam. — O jogo já vai quase começar, tá? A gente se vê depois do jogo. — Ele fala olhando para ela e para mim, vendo ela concordar levemente com a cabeça e saindo logo depois, me deixando sozinha com Elena.
Eu estava quieta em um canto, organizando algumas coisas com as cheerleaders, ainda pensativa sobre o que tinha acontecido mais cedo.
— Ei, Tiki, está torto. Tem que ficar reta. Alguém pode ajudar a Tiki? — A voz de Caroline me tira do meu tupor, enquanto eu suspirava e ia para o lado de Bonnie, vendo minha irmã chegando até nós.
— Ei, onde você estava? — Bonnie pergunta aflita. Elena a olha de maneira séria e ignora sua pergunta.
— Posso fazer uma pergunta, e você me responde sério, sem piada?
— Claro, o que é? — A Bennet pergunta confusa.
— O mau presságio. Quando você encostou no Stefan e teve aquela reação-
— Quer saber, esquece o que eu disse. O seu planinho do jantar me ganhou de vez. — Ela fala com um pequeno sorriso. Ao contrário do que ela esperava, Elena continuou séria, enquanto eu ficava aflita ao escutar a pergunta dela.
— Não, Bonnie, sério. O que foi? Viu alguma coisa, ou…
— Não foi nada muito claro. — Ela nega com a cabeça, me dando um breve olhar. — Como hoje, que continuo vendo os números que falei para vocês. Oito, 14, 22. — Meu corpo se arrepia enquanto eu escuto os números, me fazendo estranhar e me encolher levemente, me mantendo calada.
— E ai? — Elena espera ela continuar.
— Quando toquei o Stefan, foi uma sensação. E vibrou através de mim, e era frio e…
— E o quê? — Dessa vez sou eu que pergunto, vendo Elena concordar comigo e a olhar à espera de uma resposta.
— Era morte. — A fala dela nos fez ficar tensa, enquanto eu me encolhida ainda mais, sentindo uma pontada de dor em minha cabeça. — É como eu imagino que seja a morte.
— Se me dão licença, eu vou sair um pouco. — falo para as duas, saindo dali antes que qualquer uma pudesse falar alguma coisa.
Sigo caminho até uma parte escura, logo atrás do campo e perto de onde os jogadores passavam para entrar no jogo, ao lado de um pequeno estacionamento. Me encosto em uma parede contrária e dali consigo ver alguns jogadores passando, enquanto outros ainda ficavam. Sabendo que ninguém me veria ali por estar meio longe, me deixo escorregar pela parede e me sento no chão, sentindo as lágrimas escorrerem do meu rosto enquanto a pontada em minha cabeça ficava ainda pior.
Mais barulhos de passos são ouvidos e consigo enxergar Stefan e Matt passando com alguns outros jogadores, enquanto pareciam ter algum tipo de conversa. De onde eu estava, era impossível escutar alguma coisa, por isso fiquei apenas observando. Assim que Matt saiu e vi que Stefan estava sozinho, pensei em me levantar e ir até ele. Meus pensamentos são logo frustrados ao ver o irmão dele, Damon, aparecendo. Noto que ele parecia estar batendo palmas, e fico confusa, enxugando minhas lágrimas quando elas embaçam demais meus olhos, dificultando minha visão.
Em certo momento, vejo Stefan prestes a sair, dando meia volta com alguma fala de seu irmão, o olhando seriamente e dizendo algo para ele. Tento forçar meus ouvidos para escutar pelo menos alguma coisa, mesmo sabendo que aquilo era errado. O que quer que Stefan estava falando, estava deixando Damon levemente aborrecido.
— Salvatore! — Consigo escutar o grito do Sr.Tanner, chamando Stefan, que se vira na direção dele. Ele abre os braços e parece falar alguma coisa em direção ao Salvatore mais novo. Damon fala alguma coisa para Stefan, que se vira para ele aparentemente confuso.
Antes que minha mente pudesse processar alguma coisa, meus olhos se arregalaram de medo enquanto via Damon correr numa velocidade sobre-humana em direção ao Sr.Tanner. Atacando seu pescoço brutalmente, enquanto Stefan o gritava para parar. Antes que algo pudesse ser feito, de longe, vejo o corpo do Sr.Tanner cair no chão e sangue em seu pescoço, enquanto Damon se virava em direção a Stefan, me dando uma visão melhor de seu rosto. Minha respiração oscila quando vejo sua boca cheia de sangue e seus olhos diferentes. Por algum motivo, minha visão parecia ter ficado melhor naquele momento, me possibilitando de ver as veias debaixo de seus olhos e o sangue escorrendo por seu queixo.
Me levanto devagar e sentindo meu corpo trêmulo, enquanto observava assustada, o corpo do meu antigo professor no chão. Me viro lentamente e saio apressada do lugar, indo em direção ao meu carro que estava longe daquela cena e entrando nele, fechando as portas rapidamente e o trancando. Assim que faço isso, me permito chorar, colocando meus pés no banco do automóvel e abraçando minhas pernas, chorando enquanto sentia a dor em minha cabeça aumentar cada vez mais. Sinto minha visão ficando turva e fecho meus olhos fortemente, segurando minha cabeça com as mãos. Tapo meus ouvidos e começo a murmurar algumas coisas desconexas até para mim mesma, escutando o barulho que antes estava baixo, aumentar a cada segundo. As diversas vozes seguidas pela melodia assustadora de batidas ritmadas por algo pesado aumentava cada vez mais, a ponto de me fazer grunhir de dor, enquanto eu apertava ainda mais os lados da minha cabeça.
— Cala a boca. — Murmuro trêmula. — Cala a boca, cala a boca, CALA A BOCA!
Grito a última parte, sentindo tudo parar e o silêncio reinar novamente. Tiro minhas mãos dos meus ouvidos e abro meus olhos lentamente, arfando assustada ao notar que eu estava dentro de uma cabine, no banheiro. Olho para baixo e vejo que estou sentada em cima de um vaso sanitário com a tampa fechada. Desço meus pés lentamente para baixo e observo minhas mãos trêmulas, vendo uma quantia significativa de sangue nelas. Sinto algo quente escorrendo em meu rosto, e com as mãos trêmulas, pego um pequeno espelho que carregava comigo sempre. Olho meu reflexo e fico assustada com o que vejo. Além do rímel borrado que manchava meu rosto, era possível ver a fileira de sangue que saia de cada um de meus ouvidos. Fecho o espelho trêmula e solto um suspiro, olhando para baixo desnorteada, antes de escutar uma batida alta na porta da cabine, que me fez assustar. Dou um pulo e me levanto rapidamente, relaxando ao escutar a voz da minha melhor amiga.
— Annabethy? Você tá bem? Me disseram que você entrou aqui há um tempão. Tá tudo bem? Tô preocupada com você.
A voz preocupada e confusa de Caroline chegou em meus ouvidos, enquanto eu pegava papel higiênico que tinha ali e tentava rapidamente limpar o sangue que tinha na lateral do meu rosto.
— Tá tudo bem, Care. Eu já tô saindo. — Eu tento manter minha voz firme, enquanto pegava cada vez mais papel e passava em meu rosto de maneira desesperada.
Assim que confirmo pelo espelho que não havia mais sangue ali, jogo todo o papel no lixo e abro a porta da cabine, forçando um sorriso pra ela.
— Me desculpa, eu precisava resolver algumas coisas. Você sabe, emergência feminina. — Minto, esperando que nenhum resquício de rímel borrado estivesse ficado em meus olhos e rosto.
— Tem certeza que está bem? Parece meio abalada.
Ela pergunta com uma voz mais suave, me encarando preocupada.
— Eu tô bem. Só… você sabe, mudança de humor. — Reviro os olhos de forma divertida, vendo ela dar uma risada. Solto um suspiro aliviado ao ver que ela tinha engolido aquela desculpa.
— Bom, dessa vez eu vou te perdoar. Você perdeu o jogo. Te esperei um tempão, tive que colocar uma das líderes de reserva pra ficar no seu lugar. O que foi péssimo, nenhuma é tão boa quanto você. — Ela fala rindo levemente, enquanto eu dava um pequeno sorriso, concordando com a cabeça.
— Sinto muito, não vai acontecer de novo. — Falo em voz baixa, vendo ela sorrir tranquilamente e dar de ombros.
— Anda, vamos. Temos uma festa de comemoração para ir.
Ela fala animada, passando seu braço direito pelo meu ombro e me arrastando com ela para fora do banheiro feminino.
Assim que chegamos do lado de fora, consigo notar algumas viaturas e o centro de controle de animais, enquanto várias pessoas pareciam abaladas com algo. Caroline ao meu lado murmurou confusa e me olhou preocupada, antes de me puxar com ela até sua mãe.
— Mãe, o que aconteceu? — Ela pergunta, fazendo com que a xerife se virasse para nós, suspirando aliviada ao nos ver.
— Onde é que vocês estavam? Eu estava morrendo de preocupação, perguntei de vocês a todos e ninguém sabia onde estavam. — Ela fala brava, nos abraçando ao mesmo tempo.
— Sinto muito, tia Liz. Eu estava no banheiro, não estava muito bem. Caroline me procurou e ficou comigo lá.
Falo me sentindo culpada, enquanto a preocupação enchia meu peito, sentindo uma sensação ruim
— É. Eu acabei demorando pra achar ela. Mãe, o que aconteceu? — Caroline pergunta novamente, me abraçando pelos ombros ao notar o quão nervosa eu estava.
A xerife Forbes suspirou e nos olhos com preocupação.
— O professor de vocês, Sr.Tanner. Ele foi encontrado morto por um dos alunos, aqui no estacionamento.
Minha respiração oscila quando escuto ela falar, enquanto eu olho para baixo escutando Caroline arfar surpresa ao meu lado. Lágrimas voltam a surgir em meus olhos. Não pela morte do Sr.Tanner, mais sim porque aquilo significava que não tinha sido só um sonho, como desconfiei ao abrir os olhos e me deparar no banheiro, ao invés do meu carro. O Sr.Tanner tinha morrido e eu sabia que Damon Salvatore tinha feito aquilo.
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