
𝗢𝗢𝟳﹙𖤐﹚o.mascarado
www.capítulo sete;
o mascarado
﹙𖤐﹚
BEATRIZ, QUIETA E OBSERVANDO, OUVIA A
discussão sobre onde e como dormiriam. De certo, estava extremamente cansada e exigia um bom lugar pra dormir, pelo menos por algumas horas.
Leandro cogitava ir até a cabana anterior e pegar o colchão de casal de lá, entretanto as garotas reprovaram a ideia pelo horário.
— E aonde eu vou dormir? — Cruzou os braços fechando a cara.
— Da pra você dormir com a gente. — Lila disse.
— Isso, a gente dorme 'espremidinho. — Nath pontuou concordando com as amigas.
Leandro arregalou os olhos com a situação se materializando em sua mente. Ele. Quatro garotas. Juntos.
Isso era um pesadelo.
De certa forma, uma porcentagem acirrada o fazia querer aceitar o convite, uma vez que seria uma oportunidade de dormir junto com Bia, mesmo que negasse.
— Olha a cara dele, acha mesmo que ele vai recusar a oportunidade de deitar do lado da Biazona? — Shanyqua riu pelo nariz, apontando em direção ao rapaz de rosto vermelho.
Agora ele não era o único, transparecendo vergonha também, Beatriz olhava para seus pés a fim de poupar mais risadas sem vergonhas dos colegas.
— O quê?! É c-claro que não. — Leandro negou. — Três mulheres me chamando pra dormir! — Fingiu arrepio, ainda que olhasse de canto de olho para decifrar as expressões da Alves.
Ele queria ver se tinha uma aprovação da parte dela.
— Eu não me importaria. — Ela soltou.
— Sério, casal? Eu suspeito que eles reataram. — Natália colocou o dedo indicador sobre o queixo.
— Então, tem o sofá aqui. — Lila apontou. — E mais os colchões lá em cima.
— Mas, aí a gente iria dormir separado. — Ricardo alegou.
— Não acho que seja uma boa. — Bia comentou. — Fora que, a porta da frente não tem tranca. — Sentou-se com as mãos apoiando a cabeça.
— Então, por que o patrão não leva o sofá pro banheiro? — Shanyqua propôs.
Beatriz enrijeceu o corpo, totalmente curiosa do fundamento disso, quase soltando um riso.
Suas mãos, agora se esquentavam no bolso de seu novo moletom, no qual a estudante de medicina vestia.
— No banheiro? — Lila e Bia questionaram em uníssono.
— Ah, é por que talvez não caiba lá no quarto. — Respondeu.
— Ricardinho. — Virou-se para o melhor amigo. — Você acha que consegue carregar o sofá até lá em cima? — Perguntou Bia.
— Eu não sei. — Coçou a cabeça.
De mesmo instante, curvou a cintura, já pegando o sofá, e, falhando miseravelmente.
Era antigo, provavelmente revestido interiormente de madeiras, o tornando pesado demais.
— Consegue levar lá pra cima? — Lila indagou — O que acha?
— Não consigo. — Ele respondeu grunhindo. Logo soltou o objeto.
A de cabelos roxos coçou o queixo e soltou:
— O que vocês acham de trazer os colchões pra cá?
Bia ergueu os braços ao alto, agradecendo a ideia.
— A gente dorme todos juntos, o Joto também. Fora que o quarto lá em cima era sinistro. — Concluiu.
Logo, concluindo o que fariam, Lila acendeu alguns incensos, entregando à Bia.
A garota caminhou descontraída pela sala, observando Shanyqua pegar um crucifixo com Leandro.
Ricardo subiu, não demorando até trazer dois colchões consigo. E assim sucessivamente, até que os três colchões, dois de solteiros, e um de casal estivessem sobre o tapete da grande sala aconchegante.
Bia prendeu o cabelo encaracolado em um coque frouxo, vestindo seu óculos cujo o tirou durante a ação.
— Eu vou lá pegar o colchão. — Leandro avisou.
— Eu vou junto. — Ricardo disse saindo.
Logo atrás da dupla, Beatriz se infiltrava quieta, esperando que não percebessem sua presença ligeira ali.
— Bu! — Ela chacoalhou Ricardo na porta da sala.
Seu corpo tornou-se frio instantaneamente, carregando um grito que, ficou preso na garganta. Era típico de Bia fazer aquilo com o pobre rapaz.
— Aí, acho que minha pressão caiu. — O jogador apoiou-se na porta.
Leandro soltou um riso arrastado, chamando atenção de Bia, que respondeu com outra risada.
— Ué. — Se recompôs. — Por que vocês não brigaram e nem se olharam com desgosto?
— Por que, dessa vez, a vítima é você. — Leandro se posicionou, caminhando na frente.
Bia seguia lado a lado com o jogador, caminhando normalmente sobre a terra.
O vento esgueirava-se de canto à canto, fazendo diversas formas com os galhos barulhentos das árvores, e, trazendo folhas secas de encontro com o chão.
A lua parecia anormal, mas, Beatriz era desinformada demais pra notar a diferença.
Parecia mais adiante do que às 22:00, levando em conta da brisa gélida. Beatriz agradecia a si mentalmente por ter colocado o moletom, mesmo que suas pernas tremessem na ausência de um tecido maior.
De repente, Ricardo parou no meio do caminho. Virou-se para a amiga e fechou a cara.
— Você já viu isso aqui antes?
Leandro cessou os passos pouco depois, percebendo a ausência da dupla pouco atrás.
O jogador levantou o objeto em suas mãos, o pendurando no dedo indicador.
A de óculos franziu o cenho completamente avoada.
— Ahn? Isso aí é uma cobra. — Deu de ombros.
— E você? Sabe o nome disso? — Virou até Leandro.
— Cobra. — Respondeu simples.
— Vocês não tem nada a ver com isso?
— Não, porra, por que a gente iria carregar uma coisa horrenda dessas? — Lê perguntou rindo. — Eu carrego isso aqui, ó.
Mostrou um bisturi.
— Que caralho, hein. Eu não sei quem é mais bizarro. — Bia mordeu a bochecha, completamente perplexa.
— Por que você carrega isso aí? — A morena perguntou.
— Falaram que a gente ia pro mato, porra. Eu já assisti uns filmes de terror, só me precavi. — Explicou.
— Mas por que caralhos um bisturi?
— Eu não tenho faca em casa. — Deu de ombros.
Ricardo, completamente sério e pensativo, soltou:
— Tem alguém que torce pro víboras lá dentro. — Fechou o semblante.
— Da galera? Puft. — Bia cruzou os braços.
— Eu encontrei esse chaveiro lá.
— O víboras? Não acho que eles torçam. — Leandro opinou.
O trio descia enquanto conversavam.
— Então não tem nada a ver com você, né?
— Não. Mas se tiver também, foda-se.
Bia enxergou o rosto do jogador mudar o tom completamente.
— Foda-se o quê?! — Perguntou sério.
— É. Eu sou víbora também, é isso aí. — Cuspiu em descaso.
Acontece que, basquete era o ponto fraco de Ricardo.
O rapaz avançou até Leandro, o empurrando fortemente, que cambaleou pouco para trás.
A garota arregalou os olhos preocupada e soltou o celular no chão, deixando a lanterna ligada. Rapidamente, antes que Leandro pudesse revidar, (coisa que tentou) colocou-se entre a dupla.
— Qual foi, seus bundões? — Intercalou o olhar entre a dupla. — Puta que pariu, o Leandro tá zoando com você, Ricardo.
O jogador ainda mantinha o cenho fechado, não diferente de Leandro, que juntava as sobrancelhas contraindo os lábios em si.
— Eu juro que se vocês continuaram, eu mesma esfolo a cara de cu de vocês. — Concluiu, cessando o discurso.
De certo, sua atenção foi direcionada até em baixo, onde, uma movimentação era presente.
Bia franziu o cenho, ignorando a disputa de xingamentos da dupla.
Era um carro. Sem o farol aceso, porém se aproximando, já dentro da propriedade.
— Ei, caralho. — Em um ato ágil, arrastou a dupla pelo colarinho da blusa. — Abaixem, porra.
Agora, encolhidos atrás de algumas moitas, Leandro e Ricardo encaravam a Alves.
— O Leandro não é víbora porra nenhuma, esqueçam isso. Agora olhem lá. — Apontou com o queixo.
Uma tensão estranha prensou seu coração, como se seus sentimentos gritassem, implorassem pra ela dar o fora da'li.
Seus dedos eram agoniados em cãibra, que surgiu do nada.
Ainda abaixado, Ricardo voltou ligeiramente e pegou o celular de Bia, já se posicionando novamente ao lado dos amigos e desligando a lanterna.
Assim, estavam em um completo escuro, claro, se não fosse pela lua.
A caminhonete então estacionou, lado a lado com o carro de Shanyqua, provavelmente já ciente de que havia alguém, uma vez que, o Dogde de Bia estava mais atrás.
— Quem que é aquele? — Ricardo perguntou em um sussurro.
— A gente tem que avisar eles. — Leandro se posicionou.
Bia se manteve quieta, sua garganta estava inevitavelmente seca.
Apesar da lua iluminar boa parte do acampamento, alguns arbustos e cercas foram suficientes para abrigar o trio, que, analisava a situação entre si.
— Será que não é o caseiro? A gente pode tá brisando. — Leandro falou.
Algo a dizia que era mais do que um caseiro chegando tarde da noite.
— Não acho que um caseiro chegaria há está hora. — Bia se prontificou, tentando manter a calma.
— Vamos perguntar pro Jorel, então. — Acrescentou — Ele deve saber se alguém ia vir.
Durante a conversa, um ato chamou a atenção de Beatriz.
A porta abriu-se em uma ignorância de força, logo, uma silhueta robusta e bem apresentada saiu da caminhonete branca.
De rápida percepção, Bia analisou a caminhonete e, era da polícia. Seus olhos arregalaram-se, ela sabia, coisa boa não era.
— Puta merda. — Sua voz saiu embargada e trêmula, pela primeira vez em muito tempo, ela se sentia ameaçada.
Iluminada por alguns postes da entrada, a caçamba da caminhonete era preenchida por diversos sacos pretos e bem amarrados.
A silhueta desceu do veículo por completo, revelando um grande porte musculoso, cabelos médios e, algo do qual Bia nao conseguiu enxergar em suas mãos.
— Me diz que eu não sou a única a ver isso. — Sentiu sua garganta secar.
Inesperadamente, seu corpo foi colocado para trás por ambos os garotos, como se eles quisessem a proteger de uma possível ameaça.
— Vamos voltar pra casa, agora. — Continuou tenso — Não 'ta certo essa porra, não.
Antes disso, alcançou um punhado de terra úmida, no qual fez menção de jogar sentido contrário deles, provavelmente pra despistar.
Mas antes, algo o fez ligeiramente cessar o ato.
— Aí meu Deus. — seu corpo ameaçava vacilar em caso de teste.
Bia enxergou um dos sacos se mexendo, e, consequentemente, a silhueta também.
Seus passos causavam uma angústia inexplicável, como se a cada movimento aumentasse a tensão ao redor dele.
O saco então foi atirado no chão, em seguida, Leandro atirou a pedra pra direita, a fim de despistar um possível trajeto.
Entretanto, seus olhos entraram em choque quando, violentamente, a silhueta levantou o objeto ao alto, revelando um machado.
Seguindo de uma machadada. E mais uma, e consecutivas vezes até que, finalmente, a coisa dentro do saco parasse de se mexer.
Beatriz sentia a falta de oxigênio transparecer, sua visão embaçada pela respiração contra o vidro de seus óculos.
A pedra quicava sucessivamente, caindo aos pés da silhueta.
No meio de todo aquele desespero, Bia viu, a coisa olhou na direção do ombro, revelando uma máscara aterrorizante cobrindo sua face.
Uma grande mancha de mão em vermelho diferenciava da máscara inteiramente branca.
Seja o que for, tinta ou sangue, aquele trio não queria ficar ali pra descobrir o objetivo daquele Mascarado.
não revisado.
Eu tô doida pra continuar, agora que as coisas ficam interessantes 💀
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