Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

OO, 'um lobo em Porto Real.

║▌│█║▌│ █║▌│█│║▌║║▌│█║▌│ █║▌│█│║▌║
𝖉𝖆𝖊𝖒𝖔𝖓 𝖙. 𝖝 𝖒𝖆𝖑𝖊!𝖔𝖈 𝖝 𝖗𝖍𝖆𝖊𝖓𝖞𝖗𝖆 𝖙.
⏝͜ ︶ ⏝͜ ︶ ⏝͜ ︶ ⏝͜ ︶

──── Ele me dizia que, dentro de cada pessoa, vivem dois lobos. Um lobo é tudo o que há de bom: compaixão, amor, confiança.

E o outro lobo? ────

──── O outro é tudo o que há de ruim, irmão: medo, vergonha e autodestruição. Um dia perguntei a ele "qual dos lobos vence?".

E qual foi a resposta, Achard? ────
O lobo bom ou o ruim?

──── Aquele que você alimentar.

2.140 palavras.
Gif e banners feitos
por IvyChaevy. Avisos!!
Descrição rápida e implícita
de sangue e auto mutilação.
░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░░


ACHARD SE PERGUNTOU, não pela primeira ou última vez naquela mesma manhã, sobre o porquê das pessoas ao seu redor, e de todos os reinos, acharem toda aquela pateticidade diante de seus olhos ─── todas as cores e estandartes tremeluzentes, o maldito brilho incômodo do sol em seus olhos, a algazarra e a balbúrdia de toda a multidão amontada e espremida uns nos outros ───, de, alguma maneira, assim tão divertido. Não pela primeira vez, ele achou que as pessoas do Sul eram, de fato, estúpidas.

Não, corte isso, as pessoas do Norte também eram ─── e, ele temeu silenciosamente, talvez as pessoas de todos os sete reinos fossem realmente estúpidas; elas eram pessoas, afinal de contas.

Lamentando inconsolavelmente o calor incessante, o brilho excessivo e os barulhos inquietantes que perfuravam seus tímpanos sensíveis, o Stark não pôde deixar de se sentir ferido. Traído, até, por seu próprio irmão. Ao seu lado, sorrindo o mais grandiosamente que um nortenho era capaz (ou seja, com um sutil levantar no canto de seus lábios), Rickon Stark ignorava descaradamente o sofrimento de seu irmão mais novo. Apesar de ainda estar quase se divertindo ao testemunhar o torneio, o fato era que nenhum dos dois homens queria estar ali ─── ou em qualquer proximidade de Porto Real, obrigado.

O motivo para que dois Stark's tivessem saído de puro e bom grado do frio familiar de Winterfell e de seu amado Norte, ia muito além da festividade comandada pelo Rei Viserys I Targaryen. Deuses Antigos, acima e abaixo, sabiam bem que nenhum dos homens se importava mesmo com isso, que estavam ali por uma razão maior, uma causa que tinha nome, sobrenome e um título a ser retomado.

Toda a viagem que tinham feito até Porto Real, toda a barulheira que eram obrigados a aguentar, todo o calor massante que incomodava seus corpos habituados ao frio extremo; tudo isso era para que Achard Stark pudesse, oficial e formalmente, ser exatamente isso. Um Stark.

Suspirando, e começando a crer que os sulistas só acreditavam na "Fé dos Setes" porque qualquer deus, antigo ou não, já teria morrido de insolação há séculos atrás, Achard levou uma mão à frente de seus olhos sensíveis, tampando parcialmente a claridade ofuscante. Por tudo que havia de inexplicável em Westeros, isso era tortura, era inadmissível que as pessoas realmente suportassem isso. Ele entendia porque as mulheres usavam a seda mais fina e delicada, entendia os pajens e cavaleiros que usavam linho trançado sob as cotas de malha, mas não entendia, e não entenderia, nessa vida ou em outra, porquê àqueles em posições privilegiadas como a sua eram obrigados a vestir as vestes mais pesadas, exuberantes e ostensivas possíveis. O longo manto cinzento em suas costas parecia pesar um lobo inteiro.

E Achard saberia, ele com certeza saberia.

Unido ao peso massivo, para piorar sua situação já deplorável, o moreno, miseravelmente, parecia a um passo de pedir misericórdia a qualquer divindade que o escutasse. Que o levassem para o frio, para o fogo do inferno, que o levassem para qualquer dos quatro cantos do mundo; mas que, por cada floco de neve no Norte, o tirassem desse calor desgraçado.

─── Observe, Achard, e observe bem. Não pararei o treino de novo para te socorrer, jovens da sua idade já são coroados cavaleiros e você mal consegue manter um aperto firme no cabo da espada. Veja como eles lutam e mantenha cada movimento em mente; você não pode estar atrás de nenhum deles, como meu irmão, como um Stark, tudo que se espera é que você, no mínimo, saiba empunhar uma espada devidamente ─── alfinetou Rickon, sua voz comedida e calma, falando num tom acima de um sussurro, mesmo com a multidão gritando por todos os lados.

Ele sabia muito bem que Achard escutaria cada palavra que escapasse por seus lábios. Era o que Achard fazia, era nisso que ele era bom.

Por outro lado, o Stark mais jovem não era exatamente conhecido por dignificar as pessoas com suas respostas. Sem sequer considerar as palavras do irmão, ou de demonstrar tê-las escutado, o rapaz desviou seus olhos para onde dois homens duelavam com suas lâminas longas e afiadas. Seu interesse no assunto era tamanho que, nem dois minutos depois, as orbes cinzentas já estavam vagando de novo por aí, sem analisar ou focar em nada que não fosse o quão quente aquela bola maldita de fogo no céu era.

Ele podia sentir seu cérebro derretendo dentro de seu crânio, escorrendo por sua orelha e o deixando tonto, burro e menos pensativo a cada instante.

O Torneio do Herdeiro parecia tão irrelevante para ele quanto era. E daí que o rei queria comemorar o nascimento de seu filho ainda não nascido e de sexo ainda desconhecido? Se isso fosse antes, Achard pensou, se fosse antes… bom, de onde ele vinha, não importava se as crianças eram isso ou aquilo, se tinham ou não um órgão genital masculino ou útero para parir. O que importava era a força, era o tamanho, a ferocidade, a sagacidade e o quão rápido suas pernas podiam levá-lo para longe dali.

Com um devaneio insignificante, ele decidiu, derrotaria ambos os espadachins em instantes com suas habilidades.

De que interesse seria para ele segurar uma espada se aquele mesmo objeto, para aqueles mesmos homens, não os separaria da morte certa caso Achard, simplesmente, decidisse que se importava. Não levaria mais de um segundo para desarmá-los, o sabor do sangue em suas mãos não duraria nem meio minuto a mais. Achard sabia, da mesma forma que sabia que o céu era azul e a água molhava, que nenhum dos dois homens ali presentes, que nenhum dos homens que já haviam lutado naquela arena, seriam capazes de fugir da sua fome, caso essa fosse a sua vontade.

Era de fato uma benção, disfarçada de infortúnio, que o calor realmente acabasse com toda a mente do jovem nortenho; inclusive calasse os anseios e as necessidades, os instintos que tentava, a todo custo, espantar para a parte mais profunda e inacessível de seu ser. Se pudesse usar suas mãos para arrancar a pele de alguém naquele instante, Achard as usaria em si mesmo.

A dor física e torturante em ser escalpelado vivo lhe parecia muito mais doce, agradável e prazerosa do que toda aquela insolação que, ele tinha certeza, faria com ele se jogasse no primeiro monte de neve que encontrasse e ficasse lá até seu corpo estar tão completamente congelado quanto o de um cadáver. Talvez, assim, a quentura desagradável do sol e as queimaduras em sua pele, enfim cessassem. Destino ou não, o jovem estava exausto desse cenário, das pessoas ao seu redor, da euforia que todos os presentes, menos ele, eram capazes de sentir, e, definitivamente não pela última vez no dia (ou em sua vida como um todo), Achard lamentou seu próprio desinteresse, sua própria apatia e indiferença.

Apenas se as pessoas, nortenhas ou não, fossem mais interessantes; então, ele poderia fazer algum esforço, poderia colocar alguma vontade real de interação por trás de suas raras demonstrações de habilidade social e expondo sua opinião. Se alguém, pelo menos, valesse a pena, então… O problema não estava todo nele, o mundo é que era um lugar terrível, arraigado por imbecis, assolado por perigos e idiotas fatalmente entediantes.

E Achard, com seus olhos melancólicos, mas afiados, pensava que, talvez, nenhum deles custasse, ou valesse tanto assim, de seu tempo ─── nem Rickon era tão estimulante assim dessa maneira, e, verdade fosse dita, seus outros irmãos eram apenas como pequenos predadores burros atrás de alguma presa fácil; não saberiam onde, e de que maneira, enfiar os seus próprios traseiros caso suas vidas estivessem na balança. “Filhotes brincando de ser grandes feras” soava como algum tipo de tolice tamanha que o jovem Stark, com sua tolerância reconhecidamente inexistente, sequer se dava ao trabalho de considerá-los seus iguais.

─── Eu sou capaz de sentir a agitação incessante na sua cabeça, Arch ─── seu irmão suspirou, usando aquele apelido estúpido com o propósito claro de chamar sua atenção e, com alguma sorte, ganhar uma resposta em troca. ─── E é barulhento e insuportável. Cuspa.

Rickon tratava Achard como tratava qualquer outra pessoa: com dois javalis, em peso, de ordens e as gramas de uma pena de respeito ─── mas, para com o único irmão que ele tolerava, ainda havia uma minúscula sentença de afeição. Felizmente, este era um dia de sorte para pelo menos uma das pessoas ali presentes e Achard, para a surpresa de muitos, realmente respondeu.

─── Você confunde minha mente com uma multidão ─── retorquiu suavemente, com um tom tão ameno, tão indiferente e distante, que parecia falar sob o fundo do mar, através de um espelho ou, mais precisamente ainda, como se estivesse a muitos milhas de distância. Sua voz mal pôde ser ouvida em meio à exaltação mas, para Rickon, que se surpreendia toda vez, soou exatamente como sempre soava.

Era a voz de alguém que quase nunca falava, cujas palavras pareciam sempre vir com uma dificuldade imensa, mas, sobretudo, eram sempre certas, de alguma forma estranha. O homem não precisava dizer muito para poder falar aquilo que queria. No auge de seus 18 anos, isso era uma dádiva louvável ─── e uma atitude igualmente estúpida e perigosa.

Aqueles que diziam precisamente o que pensavam, num mundo como o deles, não costumavam durar muito.

─── Então coloque-a pra pensar e aprender, ou pare de usá-la de uma vez por todas ─── o mais velho suspirou, levando sua própria mão à testa e esfregando sua têmpora. O calor sempre afetava mais a Achard do que qualquer outra pessoa, mas estava tão ridiculamente quente que qualquer nortenho, em especial um Stark como Rickon, cederia ao cansaço mental. ─── Vá e dê uma volta se quiser, apenas evite mais dor de cabeça e, pelos deuses antigos, não faça nada e nem fale com ninguém.

O jovem rapaz finalmente se dignou a levantar os olhos em direção ao rosto de seu irmão, uma sobrancelha erguida em questionamento. Ele acreditava mesmo que justo Achard, Achard Stark, abriria a boca para falar com qualquer desconhecido? Deuses, ele tinha acabado de dizer a primeira frase do dia em direção ao próprio familiar; a primeira frase do dia inteiro, na verdade. Até anos atrás, o garoto passava meses sem se comunicar abertamente com alguém e ainda tinha que ouvir sermão sobre falar demais com desconhecidos?

Isso o enfureceu e, sem prestar respeito ao irmão mais velho, ao líder de todo o Norte e seu Senhor, ele virou as costas e saiu andando, sem se dar ao trabalho de até mesmo abrir a boca.

As pessoas eram estupidamente estressantes às vezes. E mesmo aquelas a que estava acostumado não fugiam à regra.

Num sopro de ar, o irmão sumiu do seu campo de visão e Rickon, satisfeito, soltou um suspiro exasperado. Querendo ou não, Achard era um ímã para problemas e informações extremamente úteis; tinha sido assim desde que havia sido resgatado. Apesar da personalidade difícil, antissocial e teimosa, o garoto era tão ferozmente leal que, quer abrisse a boca ou rosnasse para ele, o jovem lobo contaria ao mais velho tudo que descobrisse.

Sua audição era um ouro tão valioso que, como qualquer grande segredo da corte, era muito mais precioso quando guardado a sete chaves. O Senhor do Norte sabia que seu irmãozinho conseguiria não colocar a própria vida em risco, afinal, tudo em Achard foi criado e ensinado a sobreviver desde cedo.

Mesmo para um jovem de 18 dias de seu nome, a sobrevivência já havia sido gravada tão profundamente em seus ossos que o lobo nele, se sentisse a necessidade, fugiria correndo para o outro lado sem pestanejar.

Nos tempos que estavam vivendo, e que viveriam futuramente, Rickon sabia bem que Achard viria muito a calhar. E que a solução para os problemas draconianos do Norte não podia vir de ninguém além de um verdadeiro lobo, não é?

Observando o torneio se desenrolar e ouvindo o anúncio do nome de Daemon Targaryen, Rickon Stark se permitiu uma baixa prece aos deuses antigos em que tanto acreditava ─── quer o destino fosse traçado hoje ou não, Achard Stark prevaleceria à casa do Dragão. Sua vinda à capital tinha muitas intenções e segredos envolvidos, mas este prelúdio especial já não mais dependia de suas próprias decisões.

Deixado vagando sozinho na residência dos dragões, um jovem lobo descobriria em breve sua função no grande arco das coisas e ascenderia numa batalha cujo sangue derramado não seria tão frio quanto o do norte; pelo contrário, seria o sangue escarlate e ungido de divindade e cinzas vulcânicas de um continente apagado e esquecido.

Apenas a casa do dragão poderia destruir a si mesma; mas quem além do gelo puro seria capaz de apagar o fogo de uma dinastia em chamas?

Fogo e gelo sempre estiveram em posições distantes, mas agora andariam lado a lado.

capítulo não revisado.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro