QUINZE 🍒. ━━ Eu nunca.
━ Eu nunca, tive um pai oriental.
AS SEMANAS APÓS A PRIMAVERA estavam mais que agitadas desde os últimos acontecimentos da última conversa entre Ethan e Ayla na estação de metrô. E mesmo que as coisas parecem em paz já que Morales havia sumido por semanas da vista da pequena Sanchez, ela tinha algumas pulgas atrás da orelha.
—— O quê acham da gente ir ao baile juntas? —— Ayla propôs durante a hora de estudos na sua casa.
—— Eleanor você topa? —— Fabiola perguntou na direção da amiga no celular.
—— Eu concordo com a Devi! —— Eleanor se assustou. —— Ela disse alguma coisa, né?
—— Eleanor, quê isso? Estamos falando do baile! —— Ayla disse animada. —— A gente mal tem conseguido te ver e quando vê, tá sempre distraída.
—— Eu sei, me desculpa —— É que tô lendo o roteiro do filme que eu vou trabalhar amanhã.
—— Uhu, você tem uma fala dessa vez? —— Fabiola perguntou curiosa.
—— Não, mas eu fiquei sabendo que um dos extras pode ser uma cadáver no cartaz! —— Wong respondeu.
—— Que tal ir ao baile com a gente? Essa vai ser a última coisa que vamos poder fazer nós quatro juntas! —— Devi propôs novamente a idéia.
—— Eu sei, mas eu tenho tanta coisa pra fazer, e não posso me comprometer com o baile —— Eleanor explicou.
—— Tá tudo bem, nós damos um jeito.
(...)
O problema de ter pais orientais, é que quando eles se divorciam e voltam para seus países de nacionalidade, os costumes voltam e você precisa vivenciar duas vidas totalmente diferentes e aprender a lidar com elas. Ayla havia aprendido a viver como uma americana legítima, ao mesmo tempo em que era criada por uma porto riquenha e aprendia de longe a lidar com a cultura e costumes chineses do pai.
E depois do senhor Mei descobrir que a garota havia mandado sua inscrição para NYU, é claro que ele desejou estar a frente quando a filha fosse chamada para a faculdade. O problema do pai da Ayla, é que diferente da mãe da garota que jamais havia colocado tantas expectativas na filha, o senhor Mei, era rígido e colocava toda a sua fé na sua única filha mulher.
A casa Sanchez havia ficado totalmente irreconhecível na intenção do pai da família ficar confortável o suficiente e familiarizado com a China. Mas principalmente, porque Ayla gostaria de mostrar que mesmo longe da cultura, estava ciente de todas as coisas.
Quando o pai da Ayla chegou na casa da garota, havia um jantar preparado formalmente em uma mesa americana com algumas comidas típicas chinesas, ao mesmo tempo que Ayla havia vestido seu chi- p’ao naquela noite. Um grande vestido azul claro com detalhes dourados que iam até o tornozelo, o vestido tampava seu pescoço e ombros ainda deixando seus braços amostra.
—— Pequena Ayla, que saudade —— Senhor Mei assumiu abraçando forte a filha. A garota sentiu o abraço forte do pai que não via meses desde a formatura do irmão.
—— É bom rever você, chichi —— Ayla chamou o pai por seu apelido carinhoso de infância. E após algum longo tempo apresentação da nova casa, as coisas pareciam mais leves.
—— Você se inscreveu para quantas faculdades? —— Sr. Mei perguntou.
—— NYU, Yale e duas faculdades no norte da Califórnia —— Ayla respondeu inquieta.
—— Não tentou Havard? —— Sr. Mei perguntou.
—— Ayla não poderia tentar, Havard é demais pra ela —— Sra. Sanchez respondeu. —— Não quero que minha pequeña se cobre tanto.
Ayla apenas concordou sem graça.
—— Se acha a faculdade coisa demais, não deveria nem ao menos tentar —— Sr. Mei respondeu diretamente rigoroso.
E durante todo o jantar, Ayla se sentiu indisposta de dizer qualquer coisa. Mesmo que amasse seus pais, as vezes sentia que eles não poderiam sempre fazer de tudo para vê-la feliz. Mesmo que tentassem muito como faziam agora.
(...)
E quando chegou a madrugada, Ayla estava enloquecendo no seu quarto, olhando para aquela roupa tradicional chinesa jogada do outro lado do quarto, ela sentiu que precisava naquele segundo simplesmente desaparecer para qualquer lugar.
Ayla abriu a janela do quarto na intenção de fugir de casa naquela noite, ir para qualquer lugar sem nem ao menos saber o horário que voltaria. E no mesmo instante que saiu pela janela, observou Ethan Morales na rua a frente da sua casa.
—— O quê tá fazendo aqui? —— Ayla perguntou confusa na janela.
—— Eu tava só passando por aqui, o quê você tá fazendo pra fora da janela? —— Ethan perguntou confuso.
—— É a minha janela, eu posso ficar aqui! —— Argumentou Ayla meio envergonhada.
—— Ok, tchau Ayla —— Ethan deu de ombros pegando o skate novamente.
—— Você quer ficar? —— Ayla perguntou mordendo a própria língua confusa. Ela queria Ethan por perto assim que viu ele novamente.
Ethan se virou rapidamente na direção da ex namorada, ele não exitou em ir até a direção da janela dela e olhar para o olhar de medo de Ayla, ele sabia que estava acontecendo alguma coisa.
—— Você quer fumar? —— Ethan perguntou baixo.
—— Sobe aqui —— Ayla respondeu dando espaço para o garoto. Isso obviamente era um sim.
A música baixa do quarto abafava o som das risadas e tosses após alguns tragos. Ethan estava sentado sobre o chão do quarto ao mesmo tempo em que Ayla estava deitada sobre a cama observando de longe o garoto que soltava fumaça pelos lábios.
—— Você tá enlouquecendo com esse lance de faculdade —— Ethan murmurou entregando o cigarro de maconha na direção da garota.
—— Eu tô enloquecendo com a minha vida —— Ayla respondeu. —— Sabia que meu irmão foi expulso da Fordham? Droga, eu não devia te dito isso.
—— Relaxa, eu não vou contar pra ninguém —— Ethan disse olhando sem graça pra garota que apenas riu ao sentir a maconha fazer resultado.
E quando ambos notaram, estavam totalmente chapados rindo alto com um som abafando todo o ambiente, alguma música boba em espanhol para evitar que sua mãe se preocupasse e que seu pai ao menos entendesse o quê estava acontecendo.
—— Eu amo essa música —— Ayla riu puxando Ethan para dançar pelo quarto.
A garota guiou a mão do garoto para sua cintura o puxando pelo ombro para mais perto enquanto dançavam uma valsa totalmente desajeitada enquanto ouviam risadas e música alta. O coração de Ethan batia tão forte, que Ayla poderia sentir sempre que seus peitos se tocavam, os olhos dela brilhavam como nunca antes, como se houvesse fogo dentro dela.
—— Por que ainda faz isso? —— Ethan perguntou baixo perto de Ayla. —— Por que ainda faz que gostar de você?
—— Me gusta tu —— Ayla murmurou em espanhol.
—— O quê?
Mesmo tanto tempo com a garota, Ethan ainda tinha muita dificuldade com o espanhol puxado de Ayla, principalmente quando a garota estava muito chapada. Mas antes que Ayla pudesse responder, apoiou sua cabeça no peito de Ethan jogando todo seu peso sentindo um sono pesado vir no mesmo instante.
Ethan apenas negou com a cabeça cansado, colocou a garota na cama e a cobriu antes de pegar suas coisas e sair pela janela outra vez. E então, Ethan viu a notificação do e-mail da faculdade de artes que havia se escrevido graças as insistências de Ayla.
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