seventeen
𝗘𝗡𝗗 𝗚𝗔𝗠𝗘
ᶜᵃᵖⁱᵗᵘˡᵒ ¹⁷
𝗢 grupo chegou do lado de fora dos muros e encontrou uma multidão amontoada. Algumas pessoas estavam tentando se aproximar da entrada da fortaleza onde o CRUEL estava localizado, enquanto outras pareciam estar em pânico, buscando uma maneira de escapar ou se refugiar.
—— Aqui está um inferno. - Aaron comentou.
—— Vamos ficar juntos. - Thomas falou.
—— Somos a voz dos sem vozes! Eles se escondem atrás de muros pensando que podem manter a cura para si mesmos enquanto veem o resto de nós murchar e apodrecer! - A voz vinha do alto-falante, e o homem que falava estava em cima do carro. - —— Mas há mais de nós do que deles.
Um homem mascarado passou, encarando o grupo. Annabeth rapidamente franziu o cenho, visivelmente confusa e desconfiada. Ela se perguntou o por que estava tão interessado neles.
—— Você viu? - Thomas se aproximou da garota.
—— Vi. - Encarou o carro. - —— Não deve ser nada. - Segurou a mão do garoto, puxando-o.
Antes que pudessem avançar mais, o grupo parou ao ouvir o barulho de uma aeronave. Ao olharem para cima, viram helicópteros e um avião grande passando sobre suas cabeças.
O moreno envolveu o ombro de Annabeth com o braço, aproximando-a de si. Juntos, eles se juntaram à multidão e seguiram em direção ao tumulto, onde diversas vozes gritavam, pedindo para que entrassem.
—— É ali. É a nossa entrada. - Thomas apontou.
Havia uma multidão de pessoas protestando, segurando placas e erguendo os braços em sinal de resistência. Annabeth seguia Thomas de perto, tentando manter-se atenta ao movimento ao redor.
Jorge seguia eles, resmungando, claramente não gostando.
—— Não é isso que vocês procuram. - Jorge se aproximou. - —— Todos atrás de uma entrada, e vocês vão achar o que não conseguiram?
—— Vim até aqui. Não vou desistir agora. - Annabeth retrucou.
Estavam passando pelas pessoas, Jorge perdendo a paciência estava empurrando maioria.
—— Sai da minha frente! - Resmungou.
Ao chegarem na frente do portão, viram pessoas jogando pedras e encarando atentamente.
—— Tem alguma coisa errada. - Aaron retrucou.
—— Gente, temos que ir agora. Vejam. - Newt apontou para o mascarado que os seguia.
Jorge pegou sua arma, um barulho instantâneo começou. Todos começaram a correr ao verem as pessoas armadas.
—— Bombas ativadas.
—— Vai! Fujam! - Aaron gritou.
Annabeth corria desesperada, seu coração batendo tão rápido que quase não conseguia respirar. O caos à sua volta era esmagador — gritos, pessoas correndo em todas as direções e uma fumaça escura subindo pelo céu. No meio da multidão, ela viu um garotinho, parado e imóvel, cercado por adultos que não pareciam notá-lo.
Ela agiu sem pensar, empurrando-se através das pessoas até alcançar o menino.
—— Ei, garotinho! Vem cá, rápido! Fica perto de mim! - Annabeth gritou, estendendo a mão.
O menino, assustado, olhou para ela e hesitou por um momento, mas começou a caminhar em sua direção. No entanto, antes que Annabeth pudesse alcançá-lo, seus olhos captaram outra visão devastadora: uma garotinha, caída no chão, presa sob grandes pedaços de destroços. Seu pequeno corpo estava coberto por poeira e sangue, e as pernas dela estavam completamente esmagadas sob o peso dos escombros.
—— Socorro... - A menina murmurava, com a voz fraca, lágrimas escorrendo por seu rosto sujo. Seus olhos imploravam por ajuda.
Annabeth ficou paralisada por um segundo, seu coração apertado de desespero. Ela sabia que não havia muito tempo.
—— Fica calma, eu vou te tirar daqui! - Annabeth disse, com a voz trêmula, enquanto se ajoelhava ao lado da menina e tentava, com todas as suas forças, puxar os pedaços de concreto que a prendiam. Mas os destroços eram pesados demais, e cada movimento fazia a garotinha soltar um gemido de dor.
Enquanto isso, o menino que ela havia chamado já estava próximo dela, mas agora Annabeth estava focada na garotinha.
—— Annabeth! - Thomas gritou ao longe, correndo em sua direção.
Antes que ele pudesse alcançá-la, uma explosão ensurdecedora ecoou atrás deles, sacudindo o chão e lançando fragmentos de metal por todo lado. O garoto, que estava perto de Annabeth, desapareceu na onda de destruição. O som foi como um trovão, e Annabeth sentiu o calor da explosão em sua pele. Ela gritou, mas não podia fazer nada enquanto via o menino ser engolido pelo caos.
Ela se virou de volta para a garotinha, que agora respirava com dificuldade, seu rosto pálido e os olhos começando a se fechar.
—— Não... por favor, não... - Annabeth sussurrou, segurando a mão frágil da menina. Mas o corpo dela já estava fraco demais, esmagado pelos destroços. Com um último suspiro trêmulo, a garotinha fechou os olhos. A mão dela, antes segurando a de Annabeth, ficou fria e imóvel.
Annabeth sentiu um nó apertar sua garganta, lágrimas descendo pelo seu rosto. Ela tentou puxar a menina de volta à vida, sacudindo-a levemente, como se aquilo pudesse mudar o destino terrível.
—— Não, por favor... - Implorou, mas era tarde demais.
Thomas finalmente alcançou Annabeth e, vendo a situação, tentou ajudar a tirar os escombros da garota. Porém, antes que conseguissem, uma mão forte agarrou Annabeth por trás. Ela foi puxada para trás por um homem mascarado, sendo forçada a entrar em uma van, enquanto os gritos desesperados da garotinha e os de Thomas ecoavam ao fundo.
—— Não! Annabeth! - O moreno gritava.
Annabeth estava com Newt, Caçarola, Jorge, Aaron e Lana em uma das vans, enquanto Finn, Thomas e Brenda estavam na outra. Assim que estacionaram, Jorge pulou da van, indo direto para cima do homem, lhe desferindo vários socos, completamente tomado pela preocupação com Brenda.
Quando Annabeth saiu da van, seus olhos imediatamente encontraram os de Thomas. Sem pensar duas vezes, ele correu até ela e a envolveu em um abraço apertado, como se quisesse garantir que ela realmente estava ali, segura.
—— Anna! - Respirou aliviado.
—— Eu estou aqui! - Brenda gritava.
—— Estamos todos do mesmo lado. - O mascarado falou.
—— Como assim do mesmo lado? Quem é você? - Thomas questionou.
Todos olhavam para ele, sem entender nada. O silêncio era tão pesado que dava para sentir o clima de tensão no ar. Ninguém sabia o que dizer ou fazer. Então, o garoto começou a tirar a máscara devagar, e todos pararam para assistir. Quando ele finalmente revelou o rosto, a reação foi instantânea.
Era Gally.
Annabeth arregalou os olhos, sentindo o corpo travar ao ver aquele rosto que jamais esperava encontrar de novo.
—— Oi, Fedelho. - Olhou para Thomas.
—— Gally? - O moreno perguntou.
—— Não brinca. - Caçarola murmurou.
Thomas não perdeu tempo. Avançou e derrubou Gally no chão, ficando por cima dele. Seu punho voou rápido, acertando o loiro com força no rosto mais uma vez.
Finn se aproximou rapidamente, agarrando o braço de Thomas antes que ele pudesse acertar outro soco.
—— Para! Para com isso! - Finn o encarou.
—— Ele matou o Chuck. - Thomas falou, ainda com os olhos fixos no loiro.
—— É, eu sei. Eu lembro. Eu também estava lá. Eu também lembro que ele foi picado.
Annabeth notou o jeito como seu pai cerrava os punhos, claramente lutando para manter a calma. Ela suspirou, tentando afastar a própria raiva que ainda sentia por Gally. No fundo, sabia que ele não era o único culpado. Ele tinha sido picado, não estava no controle naquela situação.
—— Não culpe ele - Murmurou. - —— Lembra o que a Teresa falou...
O moreno saiu de cima do loiro, fazendo ele se levantar com a mão no rosto.
—— Eu meio que mereci. Mais alguém? Annabeth? Newt? Caçarola?
—— Conhecem ele? - Lana perguntou.
—— Era um velho amigo. - Caçarola respondeu.
—— Como? Como é que pode? Vimos você morrer. - Newt encarou o mesmo.
—— Não, me deixaram pra morrer. - Encarou Annabeth. - —— Se não tivéssemos achado vocês, já estariam mortos. O que vieram fazer aqui?
—— Minho. - Annabeth respondeu. - —— O CRUEL prendeu ele aqui. Queremos achar uma entrada.
—— Eu posso ajudar vocês. Venham comigo.
—— Não vou a lugar nenhum com você. - Thomas o encarou.
—— Você que sabe. Mas eu ponho vocês do outro lado do muro. - Lambeu o lábio inferior.
—— Thomas, é necessário. - A garota colocou a mão no ombro do moreno. - —— Não há nada que você possa fazer para mudar o passado.
Enquanto caminhavam pelo lugar, não podiam deixar de notar os olhares curiosos e inquietos que recebiam de todas as direções. A sensação de estar sendo observado era quase palpável, com as pessoas se virando para acompanhá-los, cochichando e lançando olhares desconfiados.
—— Depois do labirinto, fui pego por um grupo que vinha pra cidade. Eles notaram que eu era imune, trataram de mim e me trouxeram aqui pro Lawrence. - Comentou. - —— Estão em guerra com o CRUEL desde que a cidade foi controlada. O CRUEL não vai se esconder atrás dos muros para sempre. Algum dia, eles vão pagar pelo o que fizeram. - Deixou de caminhar. - —— Escutem... ele não recebe muita visita. Deixem que eu falo. Vocês entenderam? E tentem não encarar.
Eles entraram no local, cheio de flores, e notaram que estava um pouco escuro. Desceram as escadas, aproximando-se com cautela.
—— Gally! - Exclamou. - —— Que bom que conseguiu voltar. Jasper me contou o que houve.
Ao olharem, perceberam que o homem não tinha o nariz,
—— Foi uma matança. Não podemos fazer nada contra aquelas armas. - Comentou.
Annabeth fechava os olhos ao lembrar do garoto que havia sido atingido pela bomba.
—— Não, mas só podem cutucar o vespeiro até o certo ponto, antes de serem picados. Quem é essa gente? Por que estão aqui?
—— Precisamos entrar no CRUEL. O Gally disse que nos põe do outro lado do muro. - Thomas deu um passo a frente, respondendo.
—— O Gally não deveria fazer promessas que não pode cumprir. Além disso, o muro é só metade do problema. Entrar no CRUEL é impossível.
—— Pode haver um jeito agora. Mas não funciona sem o Thomas e a Annabeth. - Gally explicou.
—— Não me diga... - Começou a se aproximar. - —— Sabem o que eu sou? Thomas e Annabeth. - Revelou sua face, cheia de buracos, o nariz pela metade, era algo um pouco perturbante. - —— Sou um empresário. - Se aproximou do rosto dos dois. - —— Ou seja, não assumo riscos desnecessários. Por que devo confiar em vocês?
—— Porque podemos te ajudar. - Annabeth o encarou. - —— Se nos colocar do outro lado do muro, eu consigo o que precisar.
—— E o que é que você acha que eu preciso? - Questionou.
—— Tempo. Até a última gota. - Respondeu.
—— É disso que eu preciso? - Soltou uma risadinha.
—— O CRUEL tem algo que ambos queremos.
—— Ainda não me convenceu, garotinha. - Murmurou.
—— Não convenci? - Soltou uma risada nasal. - —— Eu só quero encontrar meu melhor amigo, e você está aqui pedindo tempo para, sei lá, fazer o que bem entender. - Annabeth falou, a voz tremendo de raiva e desespero. - —— Desde que comecei a lembrar das minhas memórias, eu vi coisas que ninguém deveria ver. Perdi meu irmão mais novo, e agora, só de pensar na minha filha em casa, eu sinto um desespero insuportável. - Ao falar "filha", se referindo a Eleanor, todos olharam confusos para garota. - —— O que eu vi hoje foi a gota d'água. Vi duas crianças indefesas serem mortas na minha frente, sem chance de escapar ou receber ajuda. Eles as mataram com uma brutalidade que eu não consigo esquecer. Eu não posso ficar aqui, esperando enquanto tem pessoas inocentes lá fora, sem saber o que está acontecendo. Eu estou aqui para lutar contra isso, para proteger o que ainda posso, e garantir que ninguém mais passe por isso. Eu vi o pior do CRUEL e estou disposta a fazer qualquer coisa para acabar com isso.
Todo mundo ficou em silêncio, Lawrence também ficou em silêncio, a expressão dura enquanto ouvia Annabeth. Todos estavam absorvendo as palavras de Annabeth. Alguns estavam visivelmente surpresos.
—— Vamos fazer o seguinte: vocês dois podem ir agora. O resto fica aqui comigo. - O homem falou. - —— Uma garantia para ter certeza que vão achar o caminho de volta. Estamos combinados?
Annabeth trocou um olhar firme com Thomas e apertou a mão do Lawrence, o que ele estranhou, ela não aparentou demonstrar nojo algum.
—— Gally, mostre a eles o caminho.
𝗡𝗼𝘁𝗮𝘀;
——— olá leitores, como estão? espero que bem! o que acharam do cap de hoje?
——— vocês viram o nome "jasper" em itálico? só me lembrei do jasper de apocalypse, saudades!
——— o discurso de annabeth, amo! nem parece que deu um trabalho pra encontrar as falas certas🥰
——— tava vendo jogos vorazes a esperança parte 2 hoje, ver a prim morrer me deu ideia de capítulo 🤭
——— não se esqueçam de comentar e votar que me motiva mtoo!🫶🏽
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro