➤ TEMA: Conforto

➤ LEITOR: Neutro

➤ CRÉDITOS: jukey no Tumblr

Se houvesse uma palavra que você não usaria para descrever o relacionamento entre você e Hiori, seria "confuso". Honestamente, não era nada confuso. A maneira como vocês dois se entendiam tão facilmente fazia Hiori acreditar verdadeiramente que vocês eram almas gêmeas, como aquelas que ele via nas séries românticas melosas que ele maratonava pensando em você. Mesmo em momentos em que seria difícil entender a situação de fora, não seria tão difícil para nenhum de vocês reconhecer o que o outro estava passando.

Isso nos leva ao presente, com Hiori deitado na sua cama olhando para o teto depois de chegar à sua casa no meio da noite. Sua visita não anunciada não foi surpreendente, honestamente. Você o entende bem o suficiente para saber sobre suas frequentes mudanças de humor depressivas causadas pela pressão de seus pais. Não são necessárias palavras para que ele saiba que você está lá para ele, e não são necessárias palavras para que você saiba que ele aprecia tudo o que você está fazendo por ele.

— Aqui, eu trouxe um pouco de chá para você — Você colocou delicadamente a bandeja na mesa de cabeceira. Você não pôde deixar de notar as marcas de lágrimas limpas em sua mão enquanto ele tentava se recompor na sua frente.

— Obrigado — ele sussurrou. Enquanto ele se sentava para pegar uma xícara, você se ajustou para sentar ao lado dele. Apesar da atmosfera sombria, era bom para ele estar perto de você.

Traçando seus dedos sobre a mão livre dele, você não pôde deixar de pensar em como eram macias. Não importava o quão áspero e cruel fosse o ambiente ao seu redor, ele nunca refletia sobre as coisas horríveis que vivenciava. Você era grato por isso; a crueldade que seus pais lhe impunham nunca influenciava a maneira como ele agia com os outros. É uma das coisas que fez você se apaixonar ainda mais por ele.

Seu pensamento foi interrompido ao ouvir os soluços sufocados de Hiori, sua mão segurando firmemente a sua. A maneira como você segurava suavemente a mão dele, como se fosse algo frágil e delicado, foi suficiente para que ele desmoronasse novamente.

— Desculpe, me desculpe — ele soltou. — Não quero ser um fardo. — Você envolveu levemente os braços ao redor dele e acariciou suas costas.

— Você sabe que não é um fardo para mim, Hiori. Nunca é — Em seguida, ele estava agarrando sua camisa com força. Os únicos sons, além dos choros abafados, eram as gotas de chuva batendo na janela, anunciando a tempestade que se aproximava.

— Você é... — Ele começou, um pouco mais calmo do que antes. — A melhor coisa que já me aconteceu.

Sim, entendê-lo talvez tenha sido a melhor coisa que já aconteceu a você também.

Não se esqueçam da ★!