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━━━━〔 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘵𝘸𝘦𝘯𝘵𝘺-𝘰𝘯𝘦 〕

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NEELA

POINT OF VIEW

Savannah Boswell


Sentiu a areia fazer cócegas no espaço entre seus dedos a medida em que enterrava mais os pés nos grãos. O mar estava calmo, quase sem ondas. Algumas pessoas mergulhavam ou praticavam Windsurf. Savannah olhou por cima do ombro e observou Reiko e Earl jogarem frescobol, e mais para trás havia Twinkie bebendo e Neela ao seu lado tomando um pouco de sol.

A garota encaminhou-se até os dois dando uma rápida corridinha assim que atravessou a partida de Reiko e Earl.

— Vou dar um mergulho, quem topa? — proferiu Twinkie dando um pulo da cadeira e tirando a blusa.

— Pode ir na frente, Twin, eu já te alcanço — retorquiu Savannah observando-o assentir e se afastar a passos largos.

Neela sorriu e colocou o óculos de sol na cabeça.

— Como está o mar? — ela endireitou a postura e passou um pouco de protetor solar nos ombros.

— Molhado. — respondeu Savannah buscando uma latinha de cerveja e abrindo-a.

— Pensei que o litoral fosse te animar um pouco mais — observou Neela ainda com um sorriso gentil no rosto, no qual Savannah prontamente se culpou por ter sido ácida com a mesma.

— Desculpa, Neela. — declarou a outra garota estendendo a toalha de praia sobre a areia e sentando-se nela.

Ela riu levemente.

— Você sabe que eu já sou acostumada com suas mudanças repentinas de humor — ela cutucou Savannah como se pedisse permissão para passar protetor solar em suas costas e a garota assentiu — Mas você tá parecendo preocupada, Savy, essa carranca não combina com você.

Queria contar sobre metade de sua preocupações, porém Neela já tinha as dela, e jogar tudo aquilo sobre a amiga não parecia algo agradável e empático a se fazer. E aquele dia era para ser um momento em que todos se divertissem e pudessem desopilar antes da volta às aulas...

— Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? — confortou Neela como se estivesse lendo seus pensamentos.

Mas havia algo que lhe incomodava, algo dentro de si... Que deixava-a receosa, que desejava colocar para fora como uma comida que não caira bem. Por mais que não fosse justo com Neela, ela era a única que iria entender.

— Sabe o meu emprego temporário em Akihabara? — ela virou-se para observar melhor Neela, ficando de costas para o mar e seus outros amigos. A garota assentiu com a cabeça e franziu o cenho — É em uma floricultura, Neela, a da Senhora Hiroki — desabafou.

Ela piscou os olhos algumas vezes e soltou um sorriso nervoso.

— Ela é a-avó do Takashi...

— É eu sei, descobri isso da forma mais desagradável — interrompeu ela.

— Ela é uma pessoa boa, pode acreditar, tem um temperamento discutível e língua afiada, mas possui um coração bom.

— Eu sei, ela me ajudou muito. Me deu conselhos, me arranjou o emprego... Sou muito grata a ela.

Neela olhava para ao horizonte com um sorriso genuíno e o olhar sonhador, escutando cada palavra que a amiga pronunciava.

— Foi ela quem me criou... — confessou em um sussurro e Savannah olhou para a garota um pouco surpresa — Quando minha mãe e eu saímos da Austrália e viemos para cá, não foi nada fácil... Eu era muito jovem, mas consigo lembrar perfeitamente de tudo o que passamos; Cada sufoco, a fome e a necessidade... — um suspiro deixou seus lábios e ela continuou: — Minha mãe não viu outra alternativa a não ser a de trabalhar em uma casa de conforto em Tóquio, elas geralmente estão sob o controle da Yakuza — a voz de Neela ficou um pouco mais séria e ela voltou o olhar para Savannah — No começo tudo estava dando certo, eu ia à escola, estava fazendo amigos e minha mãe sempre arranjava alguma coisa divertida para fazermos quando ela estava de folga, mas depois de um tempo ela mudou, foi ficando mais distante e toda noite saía... Eu tinha minhas suspeitas do que ela realmente trabalhava, você sabe, as crianças do bairro escutavam coisas e repetiam sem saber o quanto aquilo machucava. Mas teve um dia que ela não voltou, não estava na casa de conforto e as colegas de trabalho não sabiam de absolutamente nada, ou melhor, fingiam que não sabiam. E foi aí que eu conheci a avó do Takashi, ela conhecia minha mãe já que era ela que orientava as novatas que chegavam nas casas.

Neela deu um longo suspiro e encarou as mãos.

— Ela não disse nada sobre onde ela havia ido, se estava viva ou morta, mas me ofereceu moradia e um recomeço. A senhora Hiroki disse que era aquilo que minha mãe queria para mim — continuou Neela — Ela me acolheu e me protegeu, me ensinou algumas coisas e me aconselhou sobre outras, um dos principais ensinamentos dela que eu lembro muito bem foi sobre as minhas escolhas... Nunca vou esquecer — completou ela em um tom pensativo.

Depois de todo aquele desabafo, Savannah não sabia quais palavras proferir, como confortá-la sobre sua mãe que ela não sabia ao menos se estava viva ou morta, em relação a tudo o que ela havia enfrentado... Ela admirava Neela, não saberia se conseguiria seguir com a vida se enfrentasse por metade do que ela tinha enfrentado.

— E-eu sinto muito, Neela, por tudo... Se eu soubesse...

Ela a interrompeu:

— Essa era a nossa regra número um, lembra? Não falar sobre nossos passados — ela dirigiu-lhe um sorriso reconfortante — Além disso eu não estava preparada para contar sobre minha história e minha mãe, pra ser sincera eu estou um pouco surpresa comigo mesma em falar tão abertamente assim.

Savannah sorriu sem humor.

— Dizem que desabafar faz bem.

— Quem disse isso tem razão — Neela expressou — Me sinto mais leve, como se um enorme peso tivesse deixado meus ombros... Mas você tocou nesse assunto da senhora Hiroki por que afinal?

Savannah ponderou um pouco sobre o assunto enquanto bebia outro gole da bebida; Queria poder contar sobre DK e sua súbita visita à floricultura, porém realmente achou melhor não encher mais a cabeça da amiga com aquele assunto. O melhor a se fazer era deixar as coisas rolarem e ver no que iria acontecer.

— Estávamos conversando sobre coisas aleatórias e ela mencionou um nome ou outro de seus netos... Eu achei muito coincidência ela ter dois que se chamassem Takashi e Neela.

Ela deu um sorriso leve e balançou a cabeça.

É... — seus olhos observaram um pouco a praia que já chegava ao final da tarde, com o sol se pondo timidamente e o céu adotando bonitas cores laranja avermelhadas. Eles já haviam chegado tarde o suficiente em Kamakura, dessa forma não era tão impressionante o fato de estar quase anoitecendo tão rapidamente.

Algumas crianças saiam do mar a pedido de seus pais, que recolhiam suas cadeiras de praia e barracas prontos para irem embora, alguns casais chegavam ao local e estendiam suas toalhas enquanto sentavam-se para presenciarem o espetáculo da natureza que era o pôr do sol.

Por um instante quis que Han estivesse lá, não precisaria que os braços dele estivessem em volta do seu corpo enquanto ele murmurasse coisas bonitas em seu ouvido, não aquilo não fazia o estilo dos dois. Entretanto aquele tipo de momento parecia ser único para se dividir com alguém, talvez apenas a presença dele fosse o bastante para aquela ocasião ser especial. Mas ele estava bem longe dali. Pelo o que havia comentado para Savannah ele deveria viajar para Cingapura juntamente de DK, algo a ver com carros e algum carregamento. Por mais que tivesse ficado com o pé atrás com toda aquela história, o fato de DK ficar longe por alguns dias facilitou para que convidasse Neela para ir a praia também.

Twinkie correu em direção às duas garotas com Reiko e Earl em seu encalço:

— Vocês vão ficar mais um pouco? Um grupo de conhecidos estão chegando aí, nós podíamos sair e aproveitar a noite em Yokohama quem sabe — sugeriu Twinkie sendo apoiado apenas por Reiko, Earl bufou alto já deixando claro o que achava sobre aquilo — Ninguém tá te obrigando a ficar — disparou o garoto.

Savannah rolou os olhos já imaginando que uma discussão fosse surgir entre os dois.

— É, mas não sou louco de deixar minha irmã aqui com você. Savannah me apoia — pediu Earl cruzando os braços e encarando a garota que apenas deu de ombros.

— O que a Savy tem a ver com isso? Eu sou bem crescidinha pra fazer o que quero — interveio Reiko.

Neela concordou com a cabeça e Savannah bateu as mãos chamando a atenção do grupo para si:

— Vocês podem se matarem a vontade enquanto tentam decidir quem vai ficar ou não, mas eu e Neela vamos dar no pé. — esclareceu Savannah ajudando a amiga a colocar algumas latinhas de cerveja em um saquinho de lixo.

— Qual é vocês não ficar e curtir a noite? — Twinkie chateou-se.

— Eu disse para o meu pai que iria chegar ainda hoje, foi mal, Twin — Savannah deu um rápido beijo na bochecha dele observando-o fazer uma feição dramática — E não faz beicinho que esse tipo de coisa não funciona comigo.

— Tudo bem — respondeu ele e virou-se para Earl que ainda parecia pronto para uma possível briga — Aí irmão, não fica assim não, tá? Tem umas gatinhas chegando junto com a galera, de repente eu descolo umas para você se animar mais.

— E deixar a Reiko aqui também — ponderou ele. Reiko rolou os olhos e buscou uma latinha de refrigerante enquanto Savannah e Neela riam baixinho.

— Também, mas... Principalmente por nossa irmandade — disse Twinkie olhando para Savannah como se pedisse ajuda assim como Reiko.

Ela suspirou.

— Você precisa relaxar mais, Earl, fica aí cara. Não esquece que próxima semana você vai me dar uma força nas docas quando eu voltar a treinar — Savannah deu uma piscadela e buscou a bolsa colocando-a nas costas e saindo dali com Neela.

— Vou precisar encher a cara só de pensar nisso — disse ele alto o suficiente para Savannah escutar e dar uma risada.

❏ ❐ ❑ ❒❏ ❐ ❑ ❒

A garota acelerava com o seu carro pela as ruas da cidade. Em alta velocidade Neela jogava o carro para lá e cá fazendo o drift perfeito ao entrar e sair em cada curva.

— Por que eu nunca te vi fazendo Drift antes? — admirou-se Savannah assim que a outra garota enfiou o pé um pouco mais no acelerador no instante que aproximavam-se da ponte.

Neela ergueu a sobrancelha e deu de ombros.

— Você nunca pediu.

— Você é demais, sabia? Ganharia facilmente dos outros pilotos se participasse de uma corrida — contemporizou Savannah.

Nah, eu prefiro ficar longe das corridas — ela olhou para a outra garota e completou: — Não vejo por qual motivo correr. Prefiro ir as montanhas e aproveitar essa sensação sem a multidão me rodeando, gritando por mim ou algo do tipo... Gosto da forma que tudo parece sumir quando sou apenas eu, o volante e a estrada.

Savannah abriu um sorriso. Conhecia muito bem aquilo, as diversas formas de escape que a velocidade podia proporcionar. Foi por conta do abandono do seu pai há anos que ela começara a correr e participar de rachas.

— Sem preocupações e problemas...

— Só você e a velocidade — completou Neela sorrindo de lado e pisando fundo no acelerador observando a ponte se afastar.


˚·*'' to be continued ༻



NOTA DA AUTORA:

Oi pessoas! Tudo bem com vocês? A música do capítulo é a "Neela Drifts" que é simplesmente muito linda <3, coloquei ela no ínicio do cap caso vcs queiram escutar.

Esse capítulo ele foi propositalmente focado em apenas na Neela... Em sua história de vida e igualmente na relação dela com carros. E o ponto mais especial do capítulo é que ela finalmente de sente bem em contar sobre o passado e que também confia na Savy! ❤️, quem aí também ama uma amizade?

E por fim... Queria avisar que os capítulos vão voltar a ser postados unicamente aos sábados, considerando que vai ser o único dia disponível que eu vou poder mexer no computador :'(, já que eu tô passando a semana com minha avó cuidando dela.

Espero que possam compreender. ✨✨



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