━━━━ 〔𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘵𝘩𝘪𝘳𝘵𝘺-𝘵𝘩𝘳𝘦𝘦〕
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Takashi's Mountain
POINT OF VIEW
Savannah Boswell
A brisa fresca que atingiu a face de Savannah pegou-a desprevenida, os cabelos de sua nuca arrepiaram-se involuntariamente devido ao novo corte que aderiu recentemente. Ela se encontrava na encosta da montanha naquele final de tarde de início de Janeiro analisando a pista e a movimentação de veículos por ali, sabia que esta última questão não deveria se preocupar considerando que a máfia fecharia o acesso de transportes na estrada da montanha. Outros pontos como o público que iria assistir a corrida também havia sido estabelecido há alguns dias, — tudo realizado pela organização mafiosa era muito sigiloso e dito de última hora, dessa forma evitavam tanta atenção para seu envolvimento com (principalmente) a corrida de drift, no qual era ilegal ali em Tóquio.
Earl e Twinkie aproximaram-se de maneira taciturna da amiga, os dois homens igualmente foram ao local na tentativa de analisar a pista, a paisagem montanhosa e como aqueles aspectos implicaria na dinâmica do veículo que a americana correria dali alguns dias.
— Então? — ponderou Earl com as mãos no bolso, aguardando uma resposta da amiga que continuava a olhar para o horizonte admirando as trilhas mais além.
Savannah deu de ombros e passou a mão pelo curto cabelo, sentia falta das tranças.
— Conhecia um pouco as curvas e a pista daqui... — Twinkie pendeu a cabeça para o lado e franziu o cenho, no mesmo instante Savannah esclareceu a frase: — Han e eu já corremos nessa uma vez.
Por um momento, ela lembrou-se daquele dia onde o homem lhe confessara algumas coisas de seu passado e como a paisagem durante o anoitecer estava deslumbrante.
— Mas dessa vez é diferente, Savy, você vai meter o pé no acelerador e deslizar com o carro nessas curvas sinistras. — alertou Earl dirigindo um olhar apreensivo — É perigoso, você não pode vacilar, não aqui.
— O carro vai estar pronto a tempo para pelo menos um teste? — quis saber Savannah fixando sua atenção em Earl, que assentiu firmemente.
— Talvez um dia ou dois antes da corrida. — informou ele.
Bom, pensou Savannah.
— Isso não faz sentido! Testar o carro dois dias antes da corrida? Não tô botando fé, americana.
A garota rolou os olhos e cutucou o amigo com o cotovelo.
— Confia em mim, cara. Eu sei que é um tiro no escuro, mas assim podemos ter a vantagem de saber como vai estar a pista e o clima. É alguma coisa, Twin.
Earl concordou com a cabeça e bateu levemente nos ombros de Twinkie que continuava a sacudir a cabeça negativamente. Por um momento Savannah descontraiu e permitiu que uma risada deixasse seus lábios, chamando a atenção dos dois amigos.
— Tá vendo? Eu sempre soube que ela não dava valor à própria vida. — Twinkie indignou-se mais ainda.
— Não, seu filho da mãe. Eu só não tinha ideia que você era tão pessimista assim. — monotonou a garota sutilmente vendo a expressão de diversão no rosto do Twinkie se atenuar — É exatamente isso que você escutou, me diz uma vez que você apostou ao meu favor e se arrependeu depois.
Twinkie torceu a boca e olhou para cima pensativo, fazendo Savannah e Earl revirarem os olhos divertidos. Depois um longo segundo de silêncio, o garoto sorriu timidamente e passou o braço por cima dos ombros da americana, que retribuiu o gesto fraterno.
— Nenhuma vez, Savannah. Confio em você, sabe disso, mas não é motivo para vacilar e não ser cuidadosa. — expressou com um olhar sereno — Não aguentaria perder mais um amigo. — agregou em um sussurro audível.
Apreciou por mais um momento seu amigo com atenção; Twinkie era especial para Savy, esta que tinha conhecimento sobre suas personalidades conflitantes, mas também por suas minuciosas semelhanças. Ela deu um leve tapa na nuca do amigo, que a xingou baixinho, e virou-se para encarar Earl, que observava a cena calado e afastado.
— Chega mais Earl, você também não tem nada pra me falar? — ele gargalhou profundamente e ficou lado a lado de Savy e Twinkie.
— Graças a você e seus conselhos, eu tenho o Twinkie de cunhado então não, americana. — brincou ele.
Os três fitaram o horizonte por um momento, admirando o sol se pôr lentamente em um espetáculo de fitas vermelhas alaranjadas que coloriam o céu. Alguns caminhões e outros veículos passaram cautelosos naquele trecho de estrada atrás dos jovens, que observaram a maneira como o transporte divagava por ali.
Um momento de puro silêncio se instaurou e depois de alguns minutos Twinkie o rompeu:
— Sabe por que o DK escolheu essa montanha? — questionou mesmo sabendo que nenhum dos outros dois amigos possuía a resposta — Porque é a montanha dele. É um dos principais pilotos de drift que conseguiu ir até o fim sem parar no caminho ou tombar.
Savannah engoliu em seco lembrando da primeira vez em que dirigiu ali, não fora até o fim e até mesmo quase deslizou com o carro em direção a um acidente no desfiladeiro. Recordou-se como a voz em sua cabeça a avisou naquela noite " Era quase como se eu não fosse digna de correr ali".
O pensamento foi o suficiente para instalar um frio na sua barriga.
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— Ele tá pronto. — Tosh carregava um sorriso orgulhoso ao que limpava as mãos sujas em um paninho. — Claro, ainda não está completo devido ao medíocre prazo que vocês me deram, mas ele tá pronto.
Kanji, Reiko, Earl e Twinkie levantaram-se quase que animados instantaneamente para ver o veículo. Fazia um mês que Tosh trabalhava no carro que Savannah correria com DK, em um conserto embasado de recriação. Considerando que todos os carros da oficina e acervo pessoal de Han foram confiscados pela a polícia, e assim como perdera o seu mustang na perseguição em Shibuya, a garota precisaria de um carro emprestado para uma corrida decisiva ou uma criação própria para si em menos de um mês.
Quando a equipe da oficina juntamente de Savannah estavam desesperados em busca de um carro após saberem do acordo de Kamata, para uma corrida de retratação. Foi quase consolador quando Reiko encontrou nos fundos da oficina com outras peças, entre elas o Silvia S15, ou auto-nomeado: Monalisa, que Savannah tivera a honra de "inaugurar" de forma inesquecível na primeira vez em que correu com DK.
— É quase poético você correr com a Monalisa contra o DK. — comentou Reiko uma vez quando às duas decidiam sobre o adesivo e a pintura do carro. — Na verdade, é curioso saber que você quer apenas algumas peças e o motor do Silvia S15, no Mustang do seu pai.
Savannah sorriu com a observação.
— Eles chamavam de "carro híbrido" — explicou Savy — Não teria como eu correr com um carro americano ou japonês. Esse foi o único jeito de unir aquilo que me representa.
E ali estava a Monalisa reconstruída bem na sua frente, o exterior: o Mustang GT que seu pai guardou na garagem, e no interior as partes essenciais para o veículo funcionar e rodar perfeitamente. A adesivagem se resumia a uma grande pintura e desenho da Sailor Moon, que fez Twinkie revirar os olhos assim que bateu o olhar no carro.
— Oh-Deus! — murmurou o garoto em tom irônico arrancando riso de Kanji e Tosh.
— Você tem certeza de que está tudo certo, Tosh? — Savannah dirigiu ao japonês um olhar curioso, este que assentiu em resposta.
— Como eu disse, Faye Valentine, o veículo está completo, mas se quisesse ele perfeito, aí sim eu precisaria de mais alguns dias. Mas está tudo nos conformes: Óxido nitroso, o sistema primário de freio, a tração traseira e o pacote completo. Esse Mustang do seu pai é uma belezinha.
Sorriu com o comentário de Tosh e suspirou profundamente.
— Então é isso... Está tudo certo para a corrida. — declamou Savannah trazendo para si as feições de apreensão dos amigos — Caso eu não consiga, vocês já sabem o que fazer, não é?
Reiko foi a primeira a se manifestar dando um passo largo para frente e envolvendo Savannah em um abraço, essa ação foi suficiente para cada um vir cumprimentá-la: Earl, Kanji, Twinkie e Tosh.
— Consegui passagens, passaportes e outros documentos para cada um de nós. — comunicou Twinkie fixando seu olhar em cada um dos presentes ali, incluindo Savannah — Inclusive para a Neela.
Aquilo foi o suficiente para Tosh e Earl protestarem expressamente.
— E quanto à Savannah?
— Se eu perder a corrida não tem outra escapatória. — respondeu à americana.
Contra isso, Reiko argumentou:
— Pensei que o tal Kamata tivesse dito que você poderia sair da cidade, contanto que não voltasse mais.
Savannah bufou suavemente e balançou com a cabeça:
— Ele estava blefando. Só iria deixar que eu saísse daqui quando possuísse a dívida paga.
— Trabalhar para a Yakuza. — deduziu Kanji simplesmente.
— O Kamata é inteligente demais para deixar alguém bagunçar a cidade, roubar deles e permitir que ficasse por isso mesmo.
Os rostos dos amigos ficaram impassíveis, sem esboçar nenhuma reação.
— Vamos logo acabar com isso. — Twinkie pronunciou jogando as chaves da Monalisa para Savannah que as alcançou com precisão.
O velho homem da Yakuza analisava calmamente o veículo de Savannah estacionado bem ao lado do Nissan 350Z preto de DK, este que permanecia um pouco mais afastado da garota a observando atentamente. A noite fria e de céu estrelado engoliu Tóquio juntamente da montanha em que correriam, Savannah e Takashi estavam no sopé do relevo japonês, e a finalidade da corrida era a famigerada. Quem chegasse na linha de chegada primeiro, venceria, contudo, na modalidade do drift e naquela montanha cheia de curvas sinuosas.
Savannah passou o último mês temerosa com aquela tão esperada corrida, tentava controlar sua ansiedade atenuada aquela altura, mas era um exercício complicado quando não sabia se perderia no caminho ou ultrapassaria DK na linha de chegada. Diversas situações hipotéticas que poderiam ou não dar certo passavam por sua mente, enquanto tentava manter-se calma por fora já que ainda sentia a atenção do seu adversário.
— Está na hora. — a voz séria do homem Yakuza saiu alta o suficiente para que Takashi e Savannah ficassem alerta.
Os dois se encararam por um breve instante antes de entrarem em seus veículos, enquanto o homem que daria largada contornava a pequena área ali e colocava-se rente aos dois corredores. Ele ergueu as mãos indicando que ficassem a postos, após uma ligeira reverência. Savannah sentiu as mãos apertarem firmemente o volante por um instante, permitindo sentir o carro conectar-se consigo. DK ousou olhá-la mais uma vez, mas Savannah não o retribuiu, ela não daria este gosto, estava confiante.
Quando as mãos do homem baixaram drasticamente permitindo que os dois pilotos avançassem, Savannah pisou fortemente no acelerador e sentiu a noite juntamente da velocidade engolindo-a com fervor. Contudo, escutou o motor de DK bem no seu encalço, tentando de todas as formas ultrapassá-la, mas Savy sabia que seria uma questão de tempo até que o homem conseguisse na primeira curva.
E foi o que aconteceu: na curva que apareceu logo à frente, DK aproveitou uma falha da americana a fim de executar um drift, e passou na frente.
— Porra. — xingou alto o suficiente.
Mas não se permitiu estressar mais com aquele erro, era perda de tempo. Foi quando outra curva bem mais a frente surgiu, e ela acelerou o automóvel para ficar bem no encalço de DK sempre tentando o ultrapassar, mas sem êxito algum. Ele não iria vacilar em nenhum momento daquela corrida, sabia disso, ele era muito bom; Savannah deduziu tal coisa apenas naquela corrida, considerando que a primeira que tiveram ao menos considerava uma, ela não sabia de técnica alguma naquele dia da garagem, mas naquele instante sim. Havia disputado outros rachas contra os outros dois melhores pilotos de drift ilegal da cena de Tóquio, fazendo-a ficar atrás de DK de qualquer forma.
Algumas luzes e 'flashes' chamaram a atenção da americana, que espreitou os olhos para identificar o que eram; assim que o conseguiu soltou uma bufada irônica, algumas pessoas estavam reunidas bem ali do lado de seus carros estacionados ao que seguravam seus celulares e bebiam animados. A máfia não conseguia ser discreta e esconder seus negócios de adolescentes, pensou Savannah divertida.
Assim que entraram na curva estreita DK não conseguiu se desvencilhar dos automóveis dos estudantes ali, demorando alguns instantes para retomar o controle do volante aquele momento foi oportuno para Savannah, que arrancou com maestria após deslizar perfeitamente com as rodas traseiras por ali. Deixando para trás o ronco do motor de DK e os gritos eufóricos do público reunido no local. Um leve suspiro deixou seus lábios, aproveitando o momento a medida em que continuava dirigindo em alta velocidade contemplando a parede rochosa do lado direito e o céu de Tóquio juntamente do penhasco da montanha à sua esquerda, assim que avistou mais outra curva esta que forçaria os dois pilotos deslizassem com a traseira na direção contrária, ou seja, pela a borda da pista, de imediato Savannah sentiu a efêmera tranquilidade esvair-se, sobretudo quando no minuto que realizou o drift, DK colidiu fortemente contra a lateral do seu carro.
— Seu filho da puta. — exasperou-se Savannah sentindo o desespero subir até seus dedos suados que envolviam o volante com firmeza.
A única coisa que escutou de volta foi o grito de entusiasmo de Takashi perpetuando-se na noite. E assim a corrida prosseguiu-se com o homem liderando-a com êxito. As curvas começaram a se estreitar à medida que iam aproximando-se da linha de chegada mais adentro da montanha. Quando no instante que a pista foi ficando mais comprimida, que a corrida tornou-se mais dinâmica, pois ambos pilotos sabiam que a poucas curvas dali estaria a decisão da disputa, portanto não poderiam permitir qualquer ultrapassagem.
Savannah pisou fundo em um perfeito zigue-zague em busca de sua passagem rumo à vitória; logo quando uma das últimas curvas surgiu ligeiramente às suas vistas, em um movimento brusco DK usando o freio-de-mão e a direção, ficando bem de frente para o Mustang da americana.
— Você ficou louco?! — gritou ela por cima do barulho dos motores e arranques dos veículos.
A garota continuou buzinando incessantemente para que ele girasse o carro e voltasse a correr direito, contudo foi em vão. Savannah compreendeu que ele estava desesperado e de qualquer forma iria ferrar com a vitória dos dois, foi no momento em que ambos estavam a beira do abismo, literalmente, e a garota freiou bruscamente em seguida desligando o carro, observando DK imitar a ação. Então era isso que ele queria?
Ela desceu do carro exasperada em direção ao homem que deslizou para fora do seu veículo igualmente.
— Seu tio vai acabar com a gente, seu idiota. Entra no carro e vamos correr. — urrou ela próximo o suficiente de Takashi, que possuía um aspecto impassível — Anda, cara.
Ele manifestou-se com pesar na voz:
— Eu não vou correr, Savannah, desisto. — seus olhos encontraram-se com os de Savannah, que franziu o cenho no mesmo instante.
— O que você está aprontando, DK? Eu não estou de brincadeira. — o vento gélido da montanha silviou assombrosamente em suas audições. Tinha algo por trás daquela escolha do homem, Savannah sabia disso ou, porque ele teria topado com a corrida e teria ido até ali? Ela não conseguia acreditar em uma redenção naquela altura do campeonato.
— Acabou, gaijin. Estou farto mesmo. — pronunciou com firmeza na voz.
— Seu desgraçado, entra no carro agora. Eu não vou continuar em débito com o seu tio, ainda mais por um inútil como você. — trovejou Savannah encostando a palma de sua mão com força na bochecha do homem, que a olhou mortalmente.
— A cidade é sua, Savannah. Você venceu. — concluiu entre dentes, em seguida ele correu até o próprio veículo, ligando-o e deixando a corrida pelo lado oposto.
O ronco do motor do carro de Takashi deixou-a ali sem reação alguma. Seus dedos formigavam e em sua mente era um turbilhão de pensamentos e ideias confusas. Ele desistiu, o que aconteceu ali? Contudo, tomou uma ação de supetão sem perder tempo algum arquitetando em sua mente o que realmente acabara de acontecer ali, ela deslizou no banco de motorista do seu carro e dirigiu com fervor, deslizando entre as curvas e sentindo o vento embalar suas curtas madeixas.
Avistou a linha de chegada com um aglomerado pequeno de pessoas ali, estas que a princípio gritaram animadas e depois estranharam o fato de haver apenas um carro sem outro em seu encalço, Savannah avistou Neela ao lado de Twinkie, Earl e Reiko que possuíam semblantes radiantes assim que reconheceram o Mustang da americana. Seus amigos exceto Kamata e seus homens yakuza, que olharam para mais além do veículo de Savy como se aguardassem até o último segundo Takashi, contudo, ele não apareceu. Não saberia dizer se o homem conseguiu fugir ou quando estava fazendo tal coisa fora apanhado pela máfia. Savannah não obteve notícias, e tampouco importava, ela havia conseguido.
Ela deslizou para fora do carro sentindo abraços e cumprimentos do público, Neela a envolveu em um longo abraço e sussurrou um "Obrigada" próximo à sua audição. Depois que a sessão de parabenização cessou, foi a vez de Kamata aproximar-se da americana, com seu ar autoritário e ameaçador, o japonês apenas assentiu com a cabeça a contragosto firmando o acordo e em seguida deu as costas para ela entrando em seu automóvel de vidro fumê e a prova de bala.
Savannah suspirou profundamente, acabou.
˚·*'' to be continued ༻
nota da autora
hallo! continue passando para o lado o último capítulo é logo ai <3.
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