━━━━〔 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘧𝘪𝘷𝘦𝘵𝘦𝘦𝘯 〕
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POINT OF VIEW
Savannah Boswell
Costumava ler em poemas ou escutar em músicas de como o orgulho era capaz de matar, — em uma linguagem exagerada, porém Savannah podia afirmar que matar ela não matava mas que adoecia sua mente, ah ela o fazia.
Cinco dias haviam se passado desde a noite da corrida contra Morimoto, seu aniversário e a noite em Shibuya, onde achou que seria uma boa ideia beijar Han porém aquilo pareceu positivo apenas em sua cabeça, depois aparentou ser mais uma ação impulsiva e boba.
Quando fechava os olhos visualizava o olhar incrédulo e os lábios entreabertos de Han, como naquela noite, a pouco centímetros de seu rosto... Imaginava diversas possibilidades: Ele com raiva, decepcionado e a pior envergonhado! Sabia que ele a considerava uma colega ou outrora sua motorista/piloto de aposta, mas um interesse amoroso? Sentia-se mal por ele, por não ter perguntado-o se queria aquilo.
— Senhorita Boswell, está acompanhando a aula? — o japonês suave e disciplinado da professora de Artes chegou a sua audição.
Os olhares curiosos dos outros alunos se viraram para Savannah que ergueu o queixo para respondê-la:
— Sim, senhora.
A resposta foi o suficiente para a mulher anuir com a cabeça e voltar a explicar passo a passo sobre as esculturas de cerâmicas que iriam fazer, no qual iria valer nota.
Aquelas semanas estavam sendo extremamente estressantes, os professores passavam atividades e mais atividades, particularmente Savannah não enxergava sentido algum naquilo considerando que dali a algumas semanas as férias de verão chegariam e todos iriam fazer qualquer coisa menos abrir os livros ou os cadernos. Ainda que achasse que esse tipo de comportamento não se aplicasse aos jovens dali já que eram tão disciplinados. Porém ela estava disposta a arranjar qualquer coisa que a mantivesse fora de casa. O relacionamento com seu pai havia melhorado bastante, não tinha nada do que reclamar, era só que já estava entediada de ficar estudando ou praticando o japonês... Sentia falta mesmo era das pistas de Drift, de passar metade do dia dirigindo, gastando pneus enquanto patinava com o carro para lá e cá.
O toque da sineta anunciou o fim da aula e todos os alunos foram se dispersando aos poucos, Savannah colocou a bolsa nas costas e imitou o ação dos outros. Era quinta-feira ainda e as algumas pessoas conseguiam tirar algum ânimo naquilo, algumas comentavam sobre irem ao cinema e outras ao karaoke. Por mais que a garota fosse reservada e sempre gostasse algumas vezes de sair sozinha curtindo a própria companhia, ultimamente desejava uma presença amiga. Pensou em chamar Twinkie porém não tinha visto-o no colégio, depois em Reiko mas não tinha tido aula alguma com ela naquele dia então não saberia se a garota também havia ido ou não, e por fim considerou convidar Neela entretanto um fio de recordação alertou-a sobre a fala de DK, na noite da corrida.
Nenhuma das opções de pessoas do seu pequeno ciclo de amizades ali em Tóquio parecia estar disponível para um saída naquela noite de quinta-feira, aquilo praticamente a obrigava ficar em casa e talvez assistisse algum filme ou lesse um livro, mas a quem estava enganando? Estava inventando um bilhão de coisas para se ocupar evitando o que realmente tinha de fazer. E definitivamente com aquele pensamento, soube para onde iria naquela noite.
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Pedalou apressada pela as ruas antes que a coragem se esvaísse feito um relâmpago. Quando chegou em casa tomou um banho rápido, praticamente engoliu um pedaço de pizza gelada e buscou a bicicleta que seu pai guardava na garagem juntamente de algumas peças de carro. E estava ali sentindo as mãos suarem sobre o guidão enquanto dobrava a esquina da oficina do Han.
Freou um pouco mais a bicicleta e pôde sentir o cansaço das rápidas pedaladas subirem ao seu peito e em seguida a sua boca, obrigando-a soltar uma respiração pesada em busca de oxigênio. Tinha um motivo para gostar mais de carros do que de bicicletas. Savannah desceu da mesma e deu passos firmes até o portão basculante, que estava suspenso, mostrando a iluminação do lado de dentro da oficina clarear igualmente um pouco o lado de fora, quando a garota aproximou-se mais um pouco pôde escutar um aglomerado de vozes animadas acompanhadas de risos abafados.
Considerou por um instante dar meia e volta e retornar em um momento que não tivesse tantas pessoas assim por ali, ainda que fosse mais uma desculpa estúpida já que nunca havia um momento em que a oficina estivesse sem muita movimentação.
Avançou com a bicicleta e conseguiu observar o local por um momento antes da primeira voz se pronunciar na parte de cima da oficina, onde ficava a sala de espera — , ou como ela e Twinkie costumavam chamar "A disney dos machos" :
— Hey... Olha isso daqui — a mulher com um sotaque desconhecido e de bonito sorriso indicou com a cabeça para Savannah, e rapidamente a figura de Twinkie prontificou-se ao seu lado:
— Eu não acredito — vociferou jogando as mãos para o alto — É muita coragem dar as caras depois do que você fez no sábado, Savannah.
Ela riu nervosa, esperando que ele estivesse se referindo apenas a sua saída repentina sem avisos ou despedidas naquela noite. Encostou a bicicleta em um canto e depois voltou o olhar para Twinkie, que inclinou a cabeça e colocou um sorriso divertido nos lábios.
— Vai ficar aí a noite inteira, mulher? Sobe aqui.
Ponderou por uns segundos no primeiro degrau da escada sobre a proposta, mas foi só para ter um certo tempo para saber o que iria fazer ou dizer, ao menos sabia se ele estava lá, era típico da parte de Han sair e deixar Kanji ou Earl ou mesmo Twinkie, cuidando da oficina.
Subiu a escada rapidamente e quando chegou a parte superior não viu sinal algum de pessoas ali. Twinkie puxou para perto em um meio abraço e levou-a para para o outro lado da sala, onde ficava uma porta camarão de madeira, ambos atravessaram e entraram em um corredor, com a mulher em seus encalços.
Savannah nunca tinha ido mais além do que aquela sala de espera ou os banheiros. Na verdade tinha ido sim porém na parte inferior da oficina, onde em uma porta do fundos havia alguns outros corredores como aquele que levavam a uma espécie de salão de festas. Quando chegaram rente a uma porta de correr já aberta, Twinkie desafrouxou o abraço e entrou com ela no cômodo:
— Olha só quem resolveu aparecer — exclamou o garoto dando uma risadinha.
O cômodo era enorme, com paredes brancas e possuinte de uma decoração clean. Havia um sofá grande e confortável rente a uma imagem pausada de um filme qualquer de ação vinda do projetor, que jazia sobre um pequeno móvel do lado direito de o que seria uma grande janela, esta que estava escondida por trás de uma bonita cortina.
A sala possuía um tapete verde musgo que cobria uma boa parte do piso amadeirado. E também haviam algumas plantas artificiais — já que regar e cuidar de plantas estava longe de ser o tipo de coisa que Han fizesse em horas vagas. Todas elas jaziam em bonitos vasos.
— Eu não estava sumida — argumentou Savannah.
— É... O Han disse que você não passou muito bem e saiu às pressas — defendeu Reiko com algum doce na mão, ao seu lado estava Earl e no tapete haviam duas garotas de barriga para baixo enquanto balançavam os pés no ar.
— Deve ter enchido a cara, não é americana? Olha não julgo, aquela noite era sua mesmo. — disse Twinkie.
— Quantas vezes eu preciso dizer a vocês para não deixarem a porta da garagem aberta? — manifestou-se a voz arrastada de Han atrás de Savannah, fazendo-a sentir a barriga gelar. Ela virou-se para encará-lo, ele estava com algumas sacolas na mão. Pensou que o homem fosse desprezar sua presença ali ou lhe tratar secamente porém Han acenou com a cabeça em forma de cumprimento — Pensei que você tivesse se mandado da cidade naquela noite.
Savannah enfiou a mão nos bolsos e dirigiu-lhe um sorriso sem jeito, esperava que os outros não notassem a tensão que vinha apenas dela, já que Han não demonstrou qualquer olhar indiferente ou agiu deste modo com ela.
— É eu também pensei nisso — Earl disse categoricamente fazendo todos voltarem suas atenções a ele — Ela já tinha conseguido o carro para o Han — argumentou ajeitando-se no sofá — Dívida paga e então estava livre pra voltar pra Los Angeles, não é?
— Na verdade não é tão simples assim — contrapôs Savannah sutilmente — É oficial, eu vou ficar aqui por um bom tempo.
Twinkie sorriu abertamente como se tivesse visto o par de tênis exclusivo do Michael Jordan. Reiko comemorou e Earl deu alguns assobios.
— Eu sabia que não ia ser apenas "uma temporada" — debochou Twinkie dando ênfase na frase e aproximando-se para lhe dar batidinhas nas costas — E tô feliz por isso, você é uma garota legal, americana.
— Valeu, cara. — respondeu dando um leve murrinho em seu punho, como forma de cumprimento.
— Acho que isso é um oficial seja bem-vinda, Savy, à Tóquio — exclamou Reiko levantando-se para dar lhe um abraço acolhedor.
Depois Earl lhe cumprimentou igualmente e até as garotas desejaram-lhe as boas-vindas, estava ali fazia-se três meses mas de qualquer forma as palavras e os gestos valiam também.
— Uma garrafa de champanhe para comemorar, quem topa? — a voz de Han manifestou-se pelo local e todos exclamaram em resposta — Vou buscar.
Ótimo aquela era sua deixa, pensou Savannah observando-o se afastar com as sacolas em direção a cozinha que ficava a poucos metros dali ao que o balcão separava os cômodos.
— Eu te ajudo — sua voz saiu um pouco mais alta e apressada no qual xingou-se mentalmente por aquilo.
Han a olhou por um instante e acenou com cabeça, caminhando calmamente até o outro cômodo. Savannah o seguiu enquanto escutava Twinkie e Earl comentarem sobre qualquer outra coisa.
A cozinha assim como a sala de estar, era simples e parecia que não era usada com tanta frequência. Havia alguns armários, geladeira, fogão... Tudo parecia intocado. Savannah chegou a perguntar-se porque Han tinha aquela casa, afinal, sabia que Reiko e Earl não moravam ali, e Twinkie tampouco, talvez dormissem quando uma das festas que o homem dava, acabavam tarde mas fora isso todos retornavam à suas casas quando terminava o expediente na oficina.
Han vasculhou as gavetas do armário próximo do fogão em busca de alguma coisa.
— Onde ficam as taças? — Savannah perguntou-o tirando as mãos do bolso e aguardando uma contra resposta.
Han a olhou confuso, parecia mais perdido que cego em tiroteio.
— Hã?
Savannah riu levemente.
— As taças, Han, para colocar o champanhe — explicou gesticulando com as mãos.
Ele assentiu com a cabeça e abriu uma porta do armário sobre a pia da cozinha, retirando de lá três taças e indicando para Savannah se aproximar e pegar mais:
A garota deu passos rápidos até o homem e buscou mais algumas taças, colocou-se sobre a pia e ajudou-a lavá-las, já que pareciam um pouco empoeiradas.
Foi quando o volume alto da televisão e das vozes das garotas juntamente das de Twinkie e Earl brigando novamente enquanto Reiko exigia que fizessem silêncio, que Savannah tomou coragem para se pronunciar:
— Ei, Han — pigarreou baixo na tentativa de ajeitar a voz.
— Hum — resmungou buscando a outra taça e passando para ela lavar.
— Eu queria pedir... desculpas por aquela noite — ele parou o movimento e ergueu o olhar para ela — Foi estupidez minha... Uma atitude de merda, na verdade.
— Foi por isso que sumiu? Por causa daquilo? — sua voz soou debochada e Savannah o encarou igualmente.
— É, eu fiquei com vergonha — admitiu ficando um pouco zangada com o sorriso irônico que ele lhe dirigiu. Não sabia o porque daquilo, podia muito bem entrar no jogo dele e rir do acontecimento como geralmente faziam os amigos recordando-se de seus micos bêbados, porém estava ali com o olhar semicerrado enquanto Han dava de ombros — Fiquei mal por... não sei... Ter deixado você constrangido.
— Eu não fiquei constrangido — cuspiu ainda com um sorriso nos lábios, como se aquela palavra não existisse em seu vocabulário... — Só surpreso com sua iniciativa.
— Enfim eu só vim pedir desculpas e deixar bem claro que o beijo não foi uma ação sóbria, eu estava... bêbada naquela noite — mentiu Savannah — E não queria que nossa amizade ficasse esquisita por conta de uma bobagem minha.
Aquilo era uma meia verdade.
— Nada de arrependimentos, lembra? — respondeu simplesmente buscando a garrafa de champanhe e as taças que conseguia levar nas mãos e saiu da cozinha.
Não soube exatamente o que aquilo queria dizer. Han conseguia ser a pessoa com frases mais subjetivas que já conhecera, era realmente difícil de decifrá-lo em algumas ocasiões. Porém naquele momento escolheu a opção mais pacífica para aquele "assunto encerrado", certamente ele só queria que ela relevasse o assunto assim como ele. Mas não sabia se conseguia o fazer.
˚·*'' to be continued ༻
Nota da autora
oláaa, como vocês estão? espero que bem.
hoje o meu dia foi tão produtivo/corrido que quase esqueci de postar esse capítulo, acreditam? eu tenho alguns capítulos prontos e vou apenas postando nos dias de att mas por paranóia minha eu não deixo eles no "ponto" de rascunho aqui no wattpad, então sempre é uma burocracia pra revisar rapidinho, encontrar o gif do capítulo e postar em um horário legal para todes vcs! ꒰˘̩̩̩⌣˘̩̩̩๑꒱♡
enfim o que acharam do capítulo? eu amo o quanto a savannah tá super sofrendo com o beijo q roubou do han e ele super de boa agindo como se "nada tivesse acontecido" skskskkskssk.
desculpas aceitas e os problemas do paraíso foram resolvidos. ❦
chegando ao fim das notas eu queria agradecer a todes que sempre votam, comentam e interagem ( leitores fantasmas apareçam também, vcs são muito bem-vindes) vcs são incríveis e tornam a experiência de escrever essa fanfic muito mais incrível e empolgante.
Bem aqui vou me despedindo. Até segunda-feira e beijo no coração. ❦ ❦ ❦
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