Sn, uma mulher que desde pequena aprendeu a dar duro para conseguir o que queria, para sobreviver. Uma mulher que aprendeu na marra a ser forte. Sn é o oposto de Tony Stark, o bilionário, sarcástico, gênio, o mulherengo. Mas de alguma forma, ela foi completamente atraída por ele, uma conexão mais forte que um imã. Um amor que não era fácil de entender, talvez um amor que nem eles mesmos sabiam como expressar.

Os dois ficaram juntos por alguns meses, muitas recaídas aconteceram, muitas brigas também, os dois tinham decidido dar um tempo. Sn, havia ido se aconselhar com Wanda, que disse a ela para conversar com Tony e resolver a situação deles. Mas ao contrário de Sn, Tony parecia ter superado tudo rápido demais, ele havia ido para os braços de Pepper.

Quando Sn descobriu, ela ficou destruída. Extremamente magoada, abandonada, machucada e traída. Por dias ela ignorou Tony, suas ligações, suas tentativas de vê-la, de falar com ela. Mas ela fez questão de se desfazer de todas as conexões com ele, jogou presentes fora, excluiu número de telefone, apagou conversas, queimou fotos, mas apenas um pedaço dele ela não conseguiu apagar ou destruir, o bebê que ela estava esperando.

Sem saída, sem família, ela decidiu manter tudo em segredo, se mudou para São Francisco e lá começou uma nova vida com sua filha.

Ela trabalha à noite, perto da água, trocou de profissão, virou uma dançarina, não uma das que tira a roupa do meio do balco, mas sim uma que apenas dança porque não tem outra opção de emprego. Ela se afastou o máximo possível do pai de sua filha. Ela só quer uma vida para seu bebê. Tudo por conta própria, ninguém virá por ela.

Todas as noites antes de ir para o trabalho, ela coloca a sua bebê na cama, e susurra palavras para ela se acalmar. Ela diz: "Oh meu amor, ninguém vai te machucar, amor. Eu vou te dar todo o meu amor. Ninguém é tão importante quanto você."

Todos os dias ela jurava para si mesma que a vida da sua bebê não será como a dela, será uma vida diferente, uma em que ela seja feliz, e não passe pelas desilusões e pelas lutas que a mãe teve que participar. Ela queria que sua bebê fosse feliz, e tivesse as mais lindas lembranças do mundo, que não fosse igual a mãe, que vive tendo pesadelos das vidas que tirou.

Mãe solteira, enfrentando a vida dura sem medo, preparada para qualquer obstáculo, mesmo quando ela estava cansada, mesmo quando ela queria gritar, queria jogar tudo pro alto e fugir, ela sabia que não poderia deixar cair nem uma lágrima, porque ano após ano, é ela que tem que definir as coisas.

Agora sua bebê tem seis anos de idade, e não gosta mais de ser chamada de bebê da mamãe. Ela é uma menina extremamente fofa e decidida, assim como a mãe. Em mais uma tarde ensolarada, Sn levou sua pequena para tomar seu sorvete favorito. As duas foram até a sorveteria favorita da pequena e pediram seus sorvetes, e foram caminhando até o parque ali perto.

Sn estava sentada no banco enquanto a pequena estava brincando com algumas flores que ela havia encontrado. A pequena garotinha chamou sua atenção enquanto apontava para o homem parado à alguns centímetros delas.

─── Mamãe, é o homem da foto.─── Ela apontou para ele correndo na direção dele.

Sn havia salvado apenas uma foto com Tony. E era a foto do dia mais feliz que eles tiveram, foi um dia cheio de amor e carícias. E um dia a pequena encontrou no fundo do quarto roupa, e Sn disse que era o pai dela mas que ele não poderia ve-la. Mas agora, ele estava ali, ajoelhado em frente há pequena, com um sorriso de orelha a orelha.

A mulher se levantou calmamente enquanto respirava fundo, tentando não transparecer seu nervosismo.

─── Vem aqui, amor.─── Sn chamou a pequena que correu para o colo da mãe.

─── Ele é o meu papai, não é? ─── Ela perguntou com sua voz doce. Sn, se manteve em silêncio.

─── Ela é minha filha, não é? ─── Indagou Tony de braços cruzados.

─── Sim, Tony. ─── Sn respondeu apertando a filha contra seu corpo.

Por alguma razão, Sn sempre teve medo desse dia. Sempre teve medo de encontrar Tony, ele era tão imprevisível que ela nunca conseguia imaginar direito o que ele faria se descobrisse sobre a criança e acima de tudo ela tinha medo do que ele faria. E agora ela estava com medo. Medo de perder sua filha.

─── Filha, vá brincar um pouco enquanto eu converso com ele.─── Sn disse arrumando o laço na cabeça da menina.

─── Mas, mãe...─── Ela protestou fazendo biquinho.

─── Por favor, faça o que a mamãe está pedindo.─── Pediu Sn mais uma vez.

─── Tudo bem.─── A garota concordou, correndo até o balanço.

─── O que você quer, Tony? ─── Indagou a mulher assim que a menina estava longe o suficiente para não ouvir a briga deles.

─── Eu quero saber se ela é minha filha, eu quero a verdade.─── Ditou Tony batendo os pés.

─── Uau, você conseguiu dizer uma frase sem seu sarcasmo estúpido. Parabéns.─── Ela disse com desdém.

─── Mas, parece que você não.─── Ele provocou.

─── Não venha até aqui e pense que você tem direito a alguma coisa. Fazem anos que estou sozinha, trabalhando e criando a minha filha. Nunca precisamos do seu dinheiro, da sua arrogância ou de você então não pense que você tem o direito de aparecer do nada.─── Ela disse ignorando a provação dele.

─── Do nada? Desde que você sumiu estou lhe procurando, mas, nunca lhe encontrei, porque sempre que eu chegava perto, Rogers dava um jeito de te levar pra longe, para que eu não pudesse encontrá-la.─── Disse Tony.

─── Isso não muda os fatos. Você escolheu Pepper e não a mim. ─── Rebateu Sn.

─── Ela me deixou! Porque eu não consegui ama-la sem pensar em você.─── Ele disse espalmando as mãos.

─── Isso foi consequência da sua escolha, não culpa minha.─── Ela disse séria.

─── Desculpe se eu não superei as coisas como você, Senhorita coração de gelo.

─── Quem disse que eu consegui superar tudo isso? ─── Ela gritou.─── Eu penso sobre tudo o que vivemos, algumas vezes...

─── Não faz tanto tempo assim...

─── Não, o que são seis anos, Não é mesmo?

─── Seu ponto é? ─── Tony indagou cruzando os braços.

─── Eu ainda penso naquela noite no parque...─── Ela disse e ele se calou. ─── Estava escurecendo e nós ficamos acordados por horas.

─── Você me fez passar horas na natureza.─── Ele pontuou.

─── Aquilo foi um momento. Aquilo é uma das poucas lembranças que carregarei pelo resto de minha vida. Naquela noite você agarrou meu corpo como se me quisesse para sempre.

─── Dessa parte eu me lembro bem.─── Ele riu mas quando viu que ela permanecia séria, ele pigarreou logo mudando suas feições. ─── Ainda quero você.

─── E horas depois estava agarrando o corpo de Pepper. ───Ela disse com desdém o fazendo mudar sua expressão.

─── Eu sei que nós não terminamos como deveríamos...─── ele começou com as mãos dentro dos bolsos de sua calça de alfaiataria cinza.─── E agora ficamos um pouco tensos...

─── Um pouco tensos? Você fez a sua escolha, Tony. E agora não me deixa em paz com a minha escolha.─── Ela disse com os olhos marejados.

─── Eu sei que toda essa situação não faz sentido. Eu admito que penso sobre isso as vezes. Mesmo que eu saiba que não foi a tanto tempo assim. Eu ainda quero lembrar dos bons momentos.

─── Você me disse à anos atrás que seria meu para sempre, mas, nós dois sabemos que isso é uma mentira.─── Ela limpou uma lágrima solitária que insistia em cair.─── Filha! ─── Sn chamou e a pequena venho correndo.

─── Sim, Mãe.

─── Se despeça de seu pai.─── Sn disse pegando sua bolsa, enquanto a pequena correu para os braços de Tony e o abraçou com todo carinho que sentia pelo pai que mal conhecia.

─── Eu volto para trazer sua mãe e você para perto de mim.─── Tony disse ao ouvido da menina que sorriu para ele.

─── Tchau, Pai.─── A menina acenou e Tony sorriu involuntariamente. Agora era real, ele tinha uma filha. Uma filha com a mulher que ele mais amou e mais machucou em sua vida.