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06 | O GATO COMEU A SUA LINGUA?

POUCOS dias haviam se passado depois do incidente no ginásio. Os alunos que estavam ali naquele dia, e principalmente o garoto que me acertou com a bola, vieram atrás de mim no outro dia para se certificarem de que eu estava bem. Eu os agradeci por serem tão atenciosos e garanti que não havia sido nada grave. Descobri que Carl, o garoto que fez o arremesso do ano era o filho de Rick. Eu me lembro vagamente dele, pois antigamente Rick costumava ir à minha casa visitar meu pai levando sua esposa e Carl.

Hoje é quinta-feira, um dia após a primeira reunião de orientação com os professores. Como eu havia previsto, Negan não apareceu, o que não foi nenhuma surpresa nem para mim e nem para nenhum dos outro professores. Alguns até tentaram justificar sua ausência. Como um dos amigos dele, Simon que é o professor de geografia, dizendo que Negan estava muito ocupado com a chegada do campeonato de futebol americano, então estava montando uma "estratégia infalível para o time". Todos sabiamos que era pura mentira.

Eu balancei a cabeça, sorri e então disse que estava tudo bem. Iniciei nossa reunião e dei meu melhor, ouvi os professores e propus estratégias para que eles conseguissem lidar com os problemas que eles estavam trazendo. Os adolescentes estavam agitados nessas últimas semanas por algumas razões específicas. A primeira é o baile que estava chegando e toda aquela pressão sobre quem seriam coroados o rei e a rainha da primavera. Eu me lembro dessa coisa e para mim eram momentos aterrorizantes na época, então com certeza está sendo para eles agora.

Quando todos foram embora e eu estava sozinha arrumando minhas coisas, acabei pensando mais em Negan do que gostaria. Por mais que eu diga que estava tudo bem, eu sabia que bem lá no fundo não estava. No passado, aquele idiota era meu professor favorito por muitas razões. A principal era que Negan sempre pareceu acreditar muito em mim, no meu potencial para fazer qualquer coisa que eu realmente quisesse fazer. Eu era terrível nos esportes, mas ele sempre me dizia que eu era a "garota mais insuportavelmente inteligente que já havia conhecido", e isso me deixava nas nuvens.

Ter todos os meus professores aqui me ouvindo, confiando no meu trabalho, vendo aquilo que me tornei depois de tanto estudo é gratificante, mas ao mesmo tempo... não ter justamente ele alí é extremamente frustrante.

É claro que eu não deveria mais me importar com o que ele pensa sobre mim. Já faz tanto tempo que eu não pensava nele. As vezes, Negan me voltava a mente; como quando estava em alguma roda de amigos bebendo e falando bobagens antigas. Eu citava sobre meu professor gostoso por quem tinha uma queda no ensino médio. Eu não era a única. Nós riamos de o quão idiota costumavamos ser e então passavamos para o próximo tópico.

Nunca mais pensei em como seria reencontrá-lo. Não pensava se iria agradá-lo ou não. Eu só não... pensava. Talvez essa tenha sido minha estratégia para superar. Me forçar a deixar para trás e nunca mais pensar nele. E agora com ele tão perto e de volta a minha vida, é simplesmente impossível deixar para trás. Me esforço para convencer a mim mesma de que é temporário e passageiro. Eu o deixei de lado uma vez, posso perfeitamente fazer de novo.

Passarei um ano aqui e depois vou voltar para a Inglaterra. Eu vou concluir a minha tese lá e é isso. Esse é o plano e agradar Negan nunca fez parte dele.

Ao final do horário letivo todos fomos reunidos na sala dos professores onde Rick alegou precisar conversar sobre o baile. Como todos os anos, os professores deveriam ir ao baile para monitorar e verificar se nada "incorreto" estava acontecendo. Com isso, Rick se refere a adolescentes transando nos banheiros, batizando o ponche ou usando drogas escondidos atrás da arquibancada do ginásio.
Considerando tudo o que vi nos dois anos que participei do baile, a supervisão deles não vai fazer muita diferença.

Enquanto Rick estava falando sobre a importância da presença de todos os professores, Negan entra na sala, atrasado como sempre. Meus olhos o seguiram discretamente pela sala até que ele ocupou seu posto abitual no fundo. Ele se sentou e jogou as pernas encima da mesa com aquela maldita atitude de bad boy que não deveria cair bem um homem da idade dele, mas, puta merda... é como se ele tivesse nascido pra isso. Eu desviei o olhar e encarei a janela ao meu lado, prestando atenção no pátio externo que não tinha nada de especial, mas que evitaria que tinha como função me distrair.

— Kira, você pode se juntar a nós este ano?

Ouvi Rick me chamar e então virei minha cabeça rapidamente para ele. Eu estava meio alheia para ser sincera, não havia pegado metade do que ele havia dito. Ele pareceu perceber e repetiu erguendo uma sobrancelha:

— Normalmente ficamos desfalcados, então, gostaria de saber se você poderia se juntar a nós como monitora do baile.

Agora eu havia entendido. Esse "desfalque", o qual ele se refere é Negan. Ele nunca vai ao baile, ou pelo menos não ia na minha época. Eu me lembro das garotas se arrumando das maneiras mais obscenas possíveis com a esperança de um único olhar dele, mas ele nunca aparecia. Pelo visto ele aínda não curte ponche e dança.

— Uhn... claro – Eu concordei. – Por que não, não é?

Perguntei com um sorriso e um leve dar de ombros, Rick concordou correspondendo meu sorriso com um outro ainda mais caloroso.

— Eu sabia que poderia contar com você.
Ele acrescentou.

Depois, Rick repassou mais algumas coisas e então dispensou todo mundo. Antes de ir, fui até a máquina de capuccino e tive alguns problemas para lidar com aquela coisa até que conseguisse meu café do jeito certo. Eu senti que alguém estava se aproximando por trás e imaginei que seria alguém esperando para usar a máquina. Eu já estava me preparando para me desculpar pela demora, até que a pessoa atrás de mim abriu a boca:

— Então, como está a cabeça?

Eu reconheci a voz em segundos e soube imediatamente quem era. Me virei para Negan e o encontrei apoiado contra a parede logo atrás de mim, um sorriso arrogante com covinhas saltadas brilhava em seu rosto e eu não fazia idéia do motivo dele estar falando comigo.

— Ótima.
Respondi resumidamente. Eu dei um gole no café e ensaiei me afastar, mas ele fechou o caminho.

— Sabe, você não parece ter ficado melhor em queimada nesses últimos anos.

Eu revirei os olhos.
— É, não mesmo. E você também não parece ter ficado melhor em vigiar seus alunos para que eles não se matem.

Ele cruzou os braços, parecia não ter gostado do meu comentário ácido. Bom, era para ele não gostar mesmo.

— Então, não tem nada melhor para fazer em um sábado à noite do que atrapalhar a foda de adolescentes?

Negan perguntou mudando radicalmente de assunto.

Percebi que ele estava falando sobre o baile e apenas dei de ombros.

— Talvez. Só que isso não é da sua conta, é?

Meu tom era seco. Eu estava mostrando a ele um pouco da minha versão atualizada. Ele pode ter se saído por cima naquele primeiro dia, mas foi só uma excessão. Negan me pegou de surpresa em uma situação atípica, eu não estava esperando que ele agisse daquele jeito e fiquei sem fala, mas isso não vai se repetir. Eu estou armada para qualquer coisa que saía da boca dele.

Negan não respondeu, e essa interação sem pé nem cabeça já estava me deixando impaciente. Então me virei para a mesa onde estava sentada e deixei o copo encima dela, depois passei a arrumar minha caderneta e a caneta, guardado-os na bolsa. Negan não saiu em momento nenhum. Continuou paradão no mesmo lugar como uma estátua de cera. Joguei a alça da bolsa sobre meu ombro e apanhei o copo de café.

— Pode sair da frente?

Eu pergunto, parando de frente para ele que ainda estava bloqueando a passagem.

Negan umideceu seus lábios lentamente, e por quase quinze segundos inteiros não moveu um único músculo. Ele ficou ali, me olhando como um predador.

— Negan...

Eu falei baixo, novamente o alertando de que eu queria sair. Finalmente ele balançou a cabeça e ergueu as mãos como se estivesse se rendendo ou sei lá, em seguida recuou saíndo do caminho.
Eu passei rapidamente por ele e deixei a sala.

🌙

EU NÃO faço idéia do que aconteceu. Quando deixei a sala, foi como se eu fosse capas de respirar ar puro outra vez. A tensão que se instalou naqueles míseros segundos era tão intensa que poderia ser cortada com uma faca.

Enquanto dirigia para casa e depois quando estava tomando banho ou simplesmente fazendo o jantar, aqueles olhos cor de whisky não saiam da minha mente. Cada movimento que ele fez parecia marcado na minha memória e ficava sendo reproduzido.
A maneira como ele me olhou, como sua língua deslizava entre os lábios, o sorriso de alguém que sabe o que está aprontando...

Quando Tyra chegou, ela percebeu que eu estava um pouco aérea. Minha prima precisou chamar minha atenção varias vezes durante o jantar.

— Ei, qual é o seu problema hoje?
Ela perguntou.

— Nada – Balancei a cabeça. – Eu só estou pensando demais, sei lá.
Dei de ombros e me concentrei em comer.

— Pensando em quê?
Ela perguntou e então surgiu um sorriso sugestivo em seus lábios.– Ou melhor, em quem?

Eu me recostei na cadeira e suspirei.

— Eu sou mesmo tão transparente assim?
Perguntei aborrecida.

— Como uma janela.
Isso me fez revirar os olhos.

— Negan veio falar comigo hoje – Eu comecei. – Queria saber como minha cabeça estava.

— Demonstrou preocupação, isso é bom.

— Ou talvez só estivesse querendo me aborrecer, eu não sei – Resmunguei. – Eu só não vejo motivos para que ele decida vir falar comigo de repente e isso me deixou pensativa.

— Vocês eram amigos, não eram? As vezes ele decidiu que ser um babaca com você não fazia sentido.

— Acho um pouco difícil. Logo depois ele voltou a ser babaca.
Eu falei, me lembrando da continuação da conversa.

— Bom, ele ainda é o Negan, então a gente não pode esperar muito.

Eu revirei meus olhos e me levantei, comecei a levar as louças para a pia. Tyra veio logo atrás e começou a lavar os pratos. Eu me apoiei na bancada e comecei a pensar novamente sobre o que aconteceu hoje. Foi tão estranho ele ter vindo falar comigo. Poucos instantes depois eu conclui que é perda de tempo continuar permitindo que Negan entre na minha mente desse jeito. Talvez seja isso que ele quer, começar algum joguinho idiota. Eu não vou entrar nessa.

Dei boa noite para Tyra e subi de volta para o meu quarto. Me livrei da calça de moletom e me deitei na cama apenas com a camiseta e a calcinha. Os últimos dias estão sendo quentes e eu tenho acordado molhada de suor todas as manhãs.

Eu não demorei para pegar no sono, mas nem percebi quando aconteceu.

🌙

EU HAVIA sido chamada na diretoria. Por algum motivo que eu não tenho idéia, já que não me lembro de ter feito nada de errado. Enquanto atravesso os corredores apinhados de alunos, começo a pensar que sentir medo ou apreensiva é ridículo. Eu não vou levar uma detenção, eu nem estudo mais aqui.

Parei em frente a porta da sala do direitor e bati, aguardei até que escutasse algum sinal positivo para que eu pudesse entrar. Uma voz me mandou entrar, mas não me parecia a voz de Rick. Quando entrei, constatei que realmente não era o diretor.

— Negan?

Perguntei em tom confuso. Era ele quem estava sentado atrás da mesa do diretor, com os pés encima do tampo de madeira e os braços cruzados em frente ao corpo. Ele não estava usando o moletom usual com o qual costuma dar suas aulas. No lugar, Negan estava vestindo uma camiseta branca justa e uma jaqueta de couro escura por cima. Eu me lembro de tê-lo visto usando algo assim uma ou duas vezes em eventos escolares ou na rua quando acabava trombando com ele.

— Ei, boneca – Ele cumprimentou, abrindo um sorriso predatório. Eu não iria me desestabilizar com aquilo.

— Onde está o diretor?
Perguntei em tom firme.

— Infelizmente o sr. Dick Grimes não está aqui, mas eu resolvo qualquer merda que quiser.

Eu revirei os olhos.
— Negan, eu não estou brincando com você. Eu fui chamada para vir até aqui. Onde está o Rick?

Ele umideceu o lábio com a ponta da lingua antes de responder:

— Fui eu quem mandou chamar você e não faz diferença onde a porra do Grimes está. Sou eu quem quero conversar com você.

Cruzei os braços e o encarei impressionada com sua audácia em falar comigo desse jeito. Ele indicou a porta atrás de mim.

— Feche a porta e senta aqui – Ele mandou se referindo a cadeira em frente a mesa.

— Eu não vou...

— Eu mandei você fechar a merda da porta e se sentar aqui – Ele quase rosnou. Aquilo soou ameaçador e ao mesmo tempo sexy pra caralho.

Fiquei curiosa para saber onde vai dar todo esse teatrinho dele, então fechei a porta e caminhei até a cadeira onde me sentei e o encarei com o queixo erguido e o nariz empinado.

— Muito bem, boneca – Ele sorriu satisfeito. – Não vai querer uma detenção por ter sido uma garota desobediente. Posso fazer você dar 30 voltas naquela pista. Vi na tv que vai chover hoje.

— Não pode me dar detenção, eu não sou mais sua aluna, Negan – Falei arrogante, no mesmo tom que ele.

— É treinador, garota – Ele me corrigiu. – E é claro que eu posso mandar sua bunda gostosa para a detenção. Eu faço o que eu quero.

Ele se levantou da cadeira e deu a volta na mesa. Eu não percebi que estava prendendo a respiração até sentir que estava ficando tonta. Negan circulou a mesa e comecou a caminhar atrás de mim. Ele se aproximou e senti suas mãos pousarem nos meus ombros.

— É Kira – Eu o corrigi também. Me forcei a manter minha postura arrogante. – O que você quer comigo.

Ele se abaixou e inclinou-se na direção do meu ouvido.

— Eu quero te ensinar bons modos. Você parece tê-los perdido em algum momento nos últimos anos.

Eu ri com sarcasmo. É sério? Qual é o problema desse cara? E qual é o problema comigo? Meu corpo está ficando quente.

— Que tipo de piada é essa?

Eu perguntei, virando meu rosto na direção do dele para encará-lo. A sensação da respiração dele no meu pescoço estava me deixando arrepiada. Negan também virou o rosto para mim e agora ele estava me encarando com seus olhos castanhos e aquele sorriso provocador.

— Não é isso que você queria, uhn? Vamos, boneca, você não é ingênua... isso é o que você sempre quis de mim – Ele falou. Sua mão segurou meu rosto e a textura era aspera, mas ao mesmo tempo muito boa. – Você sempre quis ser a minha putinha, você praticamente implorou por isso todos aqueles anos.

Ele conseguiu me calar naquele momento. Vasculhei minha mente em busca de algo para falar, mas não encontrei nada que fosse soar à altura. Negan conseguiu me deixar sem palavras.

— O gato comeu a sua lingua, boneca?
Ele riu e aproximou mais seu rosto do meu. – Ou está com medo de mim?

Eu pisquei algumas vezes e balancei a cabeça.

— Não tenho medo de você.
Murmurei.

Ele deslizou a lingua pelos dentes e mordeu a ponta.
— É o que vamos ver.

Senti seus lábios se chocando contra os meus, mas ao mesmo tempo uma outra coisa aconteceu. Foi um baque estranho e uma falta de ar repentina.

De repente eu estava na minha cama. Sentada, confusa e perdida no meio do meu quarto escuro. Eu estava ofegante e sentindo meu corpo superaquecido pingando suor. Era um sonho.... era tudo a porra de um sonho e... droga, eu não sabia se ficava aliviada ou frustrada por não ser real.

Eu não acredito que permiti que ele entrasse na minha cabeça outra vez.

🌙

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