
❚ Capítulo ❹❹ ✓
▬▬▬▬▬ ❝ 𝗠𝗔𝗥𝗧𝗜𝗡 Ø𝗗𝗘𝗚𝗔𝗔𝗥𝗗• 🏟️
😍 O grande momento está chegando... 👏🏻❤️
O SILÊNCIO, apenas quebrado pelos sussurros frustrados de alguns e os resmungos pesados dos outros, pesava mais do que a derrota parcial. Dois a zero para o Tottenham. Dois gols. De Kulusevski e Son. E eu, o capitão, me sentia impotente... E para piorar, a imagem da minha Paulina com aquela camisa do Richarlison martelava na minha cabeça, uma espécie de maldição. Ouvi risadas abafadas vindas do corredor. Eram eles. Os jogadores do Tottenham, cheios de si, celebrando o resultado do primeiro tempo. A raiva começou a borbulhar dentro de mim, mas ainda não era o suficiente para dissipar a nuvem de pessimismo que pairava sobre nós.
Mikel Arteta nos deu uma bronca dura, mas justa. Falou sobre o orgulho, sobre o que significava vestir a camisa do Arsenal, sobre a nossa capacidade de virar o jogo. Mas as palavras pareciam se perder no ar denso do desânimo, e eu estava ajustando minhas caneleiras, sentindo o peso do fracasso. Foi quando Gabriel Jesus, que estava ao meu lado, cutucou-me.
― Capitão, o Arteta pediu pra te entregar isso. ― me passou um bilhete dobrado.
Pensei que fosse alguma anotação tática de última hora, talvez um lembrete sobre a marcação. Martinelli, que estava perto, olhou por cima do meu ombro, curioso.
― Tática secreta, capitão? O que o chefe inventou agora? ― ele respirou, fundo.
Abri o bilhete, e não era a letra dele. Era dela. A minha brasileira tinha escrito algo.
"Martin, meu amor, eu juro que fui obrigada pela Ayla a vestir essa camisa do Tottenham! Ela disse que era para "confundir" vocês, mas eu sei que é para o azar cair em mim, não em vocês! Não sei o que é pior, usar essa camisa ou ver o time perder por causa da minha superstição maluca. Mas não importa o que aconteça, tenha força. Tenham força! Martin, confie em Deus, em você e em todos os seus companheiros, mesmo cansados. Vocês são incríveis! Eu te amo."
Meu coração, que estava pesado e triste, deu um salto. Um sorriso, genuíno e enorme, tomou conta do meu rosto. A culpa da Paulina com a camisa do Richarlison era hilária, e a mensagem dela, a fé que ela tinha em mim e no time. A raiva do placar adverso se transformou em uma energia incontrolável, eu tinha que vencer. Por ela. Por nós. Pelo Arsenal.
Levantei-me, o bilhete amassado na minha mão. Meus olhos varreram o vestiário, encontrando os olhares cabisbaixos dos meus companheiros.
― Atenção, galera! ― minha voz soou mais forte do que eu esperava, cortando o silêncio. ― O primeiro tempo foi um desastre, eu sei. Mas isso não é o fim! Nós somos o Arsenal! Nós somos capazes de virar esse jogo! Não importa o que eles digam lá fora, não importa o placar agora! Nós vamos entrar lá e vamos lutar por cada bola, por cada centímetro do campo! Nós vamos vencer essa partida! Por nós, pela nossa torcida, e porque... porque hoje é um dia importante pra mim! Vamos lá, Gunners!
As palavras ecoaram. Os olhares se levantaram, e eu vi a chama reacender nos olhos deles. O discurso do Arteta havia sido importante, mas as palavras de Paulina, através de mim, trouxeram a injeção de ânimo que precisávamos.
QUANDO entramos em campo para o segundo tempo, o rugido da torcida era diferente. Havia uma expectativa renovada, e os meus olhos, instintivamente, procuraram a Paulina. E lá estava ela, na mesma posição, mas agora, para meu alívio, ela estava fazendo um coração com as mãos para mim. Meu coração esquentou, mas então, algo chamou minha atenção... Ao lado da Paulina e da Ayla, havia um homem alto, loiro, com uma cabeleira inconfundível.
Ele estava abraçando a Ayla de um jeito... íntimo. Meus olhos se estreitaram. Aqueles ombros largos, aquele sorriso... Não podia ser, era o Erling Haaland. O que o meu grande amigo, o artilheiro do City, o cara que ninguém da imprensa sabia que estava em Londres, estava fazendo ao lado da Ayla? E abraçando-a daquele jeito? Bem que a Paulina me disse que a coisa entre eles estava ficando muito sério...
O apito soou, e o jogo recomeçou. O Arsenal entrou em campo com uma energia totalmente diferente, a cada dividida, a cada passe, sentíamos que a maré estava virando... Aos 55 minutos, Gabriel Martinelli pegou a bola pela esquerda, driblou dois marcadores com sua velocidade, avançou para a área e, sem ângulo, disparou um foguete que estufou a rede do Tottenham. Um golaço!
Tottenham 2 x 1 Arsenal.
O Emirates explodiu! A torcida do Arsenal, que estava silenciosa, agora gritava em uma só voz. E aos 70 minutos, Bukayo Saka recebeu a bola na intermediária, avançou, fintou um defensor e, da entrada da área, chutou de chapa, colocado no ângulo. A bola fez uma curva perfeita e morreu no fundo da rede. Outro golaço!
Tottenham 2 x 2 Arsenal.
Aquele grito da torcida, o som dos nossos nomes sendo cantados... a virada estava próxima. Eu corri para abraçar Saka... O jogo se tornou uma batalha, ambos os times queriam a vitória. O tempo passava, e o cansaço começava a pesar...
Eu sentia minhas pernas pesadas, mas a adrenalina me impulsionava. Faltando apenas três minutos para o fim do tempo regulamentar, eu recebi a bola no meio-campo. Avancei, driblando um marcador, acelerando em direção à área. Um defensor do Tottenham veio no carrinho, direto na minha perna, eu senti a pancada antes mesmo de cair... O apito do árbitro soou forte. Era Pênalti para o Arsenal!
Caí no chão, sentindo uma dor aguda no meu tornozelo. Tentei me levantar, mas minha perna parecia não me obedecer. O médico do time correu para me atender... O que aconteceu?
― Consegue continuar, Martin? ― Arteta gritou do banco, com o semblante preocupado.
A dor era forte, mas a oportunidade era única. A chance de vencer o clássico, de honrar a Paulina, e de selar o meu dia. Me levantei, manco, mancando um pouco, mas com a determinação estampada no rosto.
― Sim. ― eu disse, minha voz um pouco rouca pela dor. ― Eu vou cobrar.
A torcida do Tottenham apupava, tentando me desestabilizar. Os meus companheiros me olhavam com apreensão, e eu posicionei a bola na marca do pênalti, sentindo cada passo doloroso... A dor no meu tornozelo, ignorei olhando para o gol, para o goleiro. Respirei fundo. Lembrei das palavras de Paulina, da fé dela...
Corri para a bola e, com um chute potente e preciso, mandei a bola para o fundo das redes.
Arsenal 3 x 2 Tottenham!
O estádio virou uma loucura ensandecida! O rugido da torcida do Arsenal era tão alto que achei que o teto do Emirates fosse desabar. Meus companheiros correram para me abraçar, o caos da vitória nos engolindo. Mas no segundo seguinte, a dor tomou conta... Meu corpo cedeu, e eu caí no gramado, sentindo uma pontada fortíssima no tornozelo.
A última coisa que vi antes que meus companheiros me cercassem foi a Paulina, em pé, vibrando, com a camisa do Richarlison agora parecendo a mais linda do mundo. E, ao lado dela, o Haaland, comemorando também, abraçando a Ayla.
O RUGIDO da torcida ainda ecoava nos meus ouvidos enquanto eu estava caído no gramado, a dor no tornozelo latejando. Meus companheiros se ajoelharam ao meu redor, os rostos de preocupação.
― Capitão! Martin! ― ouvi Saka gritar, sua voz cheia de apreensão.
Zinchenko estava com os olhos arregalados. Os médicos do time chegaram em segundos, ajoelhando-se ao meu lado, avaliando meu tornozelo.
A dor era intensa, mas eu estava mais preocupado em saber se conseguiria ficar em pé, ou se o pedido de casamento que eu tanto planejei ainda seria possível. Eles me ajudaram a sentar, e a atenção de todos estava em mim. Minha mente, porém, estava dividida entre a dor e a Paulina. Será que ela me viu caindo?
― A lesão não parece ser tão séria. ― o médico disse, palpando meu tornozelo com cuidado. ― É uma torção, mas precisaremos de exames mais detalhados no hospital.
Enquanto os médicos me avaliavam, notei uma pequena confusão ao meu redor. Martinelli e Gabriel Jesus estavam atordoados, olhando para o chão.
― O que foi, galera? ― perguntei, tentando me levantar um pouco.
― A aliança, capitão! ― Martinelli exclamou, com uma mistura de alívio. ― Caiu do seu bolso quando você comemorou o gol! Quase se perdeu no gramado...
Eu congelei. A aliança. Tinha esquecido completamente dela no meio daquele turbilhão de emoções e dor. Olhei para o chão, e lá estava ela, brilhando discretamente na grama. Gabriel Jesus se apressou em pegá-la, limpando-a com a camisa e entregando para mim, com um sorriso cúmplice. Que amigo!
― Qual é, capitão? ― Ramsdale perguntou, me olhando com um misto de diversão e seriedade.― Você vai pedir ela em casamento agora, todo suado e machucado? Não tem que ser algo especial? Um jantar? Um violino? Um helicóptero com flores? ― ele riu.
― Pelo amor de Deus, Martin! ― Zinchenko interveio, gesticulando. ― Pense no cenário! Ela vai querer algo romântico, não a enfermaria do Emirates! Espera um pouco, se recupere...
― E o que eu faço agora? ― eu perguntei, sentindo o desespero. ― Eu ia fazer isso depois do jogo, com tudo tranquilo. Agora está tudo acabado! Vou desistir...
― Calma, Martin. Ela te ama de qualquer jeito. ― Jorginho disse, sua voz calma e sensata. ― Faça o que estiver no seu coração. E não ligue para nenhum deles.
Enquanto eu estava ali, debatendo com meus companheiros e os médicos, escutei uma voz irreconhecível.
― Martin! Meu Deus, você está bem? ― ela perguntou, a voz embargada, e me abraçou com força. ― Meu amor...
Ela me deu um abraço apertado que dissipou um pouco da dor física, e toda a minha ansiedade. Eu senti a aliança ainda na minha mão, mas me contive.
― Estou bem, meu amor. ― eu respondi, abraçando-a de volta, sentindo o cheiro dela, ignorando o suor e o sangue do jogo. ― É só uma torção, não é grave...
― Chega de namoro, Ødegaard! ― o médico interveio, com um sorriso. ― Precisamos levá-lo para o hospital para os exames. E Paulina, você pode acompanhá-lo.
Eu olhei para ela, e a preocupação em seus olhos era mais forte do que qualquer frustração minha. Ela me abraçou de novo.
― Vamos, Martin. ― ela disse, já me ajudando a apoiar no ombro do médico.
A viagem de ambulância até o hospital foi uma tortura lenta. Cada pequena irregularidade na estrada fazia meu tornozelo protestar, mas eu me esforçava para manter a calma, Paulina estava ao meu lado, segurando minha mão, o rosto dela ainda pálido de preocupação.
― Martin, não se preocupe, o médico disse que não é grave. ― ela murmurava, fazendo um carinho na minha testa.
Eu sabia que ela estava tentando me acalmar, mas minha mente estava em outro lugar. Na aliança que ainda estava no meu bolso, e na forma como meu plano tinha ido por água abaixo...
FUI LEVADO para uma sala de emergência. Paulina não saiu do meu lado, um segundo, e o médico responsável confirmou o que já sabíamos: foi uma torção, nada que me tirasse dos campos por muito tempo, mas o suficiente para me deixar mancando por alguns dias, ele me recomendou repouso e fisioterapia.
Paulina estava no telefone com a minha família, tranquilizando-os, e Ayla estava sentada, mexendo no celular, com um sorriso bobo no rosto, provavelmente trocando mensagens com o Erling. Pouco depois, a porta se abriu e vários rostos familiares surgiram, como: Saka, Gabriel Jesus, Zinchenko, Martinelli, Jorginho, Ramsdale... E, para minha surpresa, o próprio Haaland entrou no quarto com uma caixa de chocolates, e flores...
― Chegamos para animar o velório! ― Erling brincou, com um sorriso.
― Velório, não, Erling! Celebração da vitória! E do retorno do nosso capitão! ― Martinelli corrigiu, rindo. ― Aquele gol de pênalti foi uma loucura, Martin! O Arteta vai te dar um dia de folga por isso!
A atmosfera no quarto, apesar de ser um hospital, ficou leve e divertida. Contamos piadas, contamos os lances do jogo, e a vitória de virada foi o tema principal.
― Aquele é o tipo de jogo que a gente nunca esquece, capitão. ― Zinchenko disse, os olhos brilhando. ― Graças à sua força e às táticas do Arteta. És um gênio!
No meio daquela alegria contagiante, uma ideia começou a florescer na minha cabeça. O plano original de pedir Paulina em casamento após o jogo tinha falhado.
― Ei, galera? ― eu disse, chamando a atenção deles, e todos se viraram.
Eu estava sentado na cama, ainda mancando, e Paulina estava mexendo no celular, não percebeu a mudança no meu olhar. Ela não estava prestando atenção.
― Preciso da ajuda de vocês. ― eu comecei, com um sorriso no rosto. ― Preciso fazer o pedido. Aqui. Agora.
Os olhos dos meus amigos se arregalaram. Haaland, que estava mastigando um chocolate, quase engasgou. Eles não estavam acreditando.
― Você vai mesmo fazer isso no hospital? ― Ramsdale perguntou, as sobrancelhas levantadas.
― Sim. ― eu disse, determinado. ― Não vou aguentar mais um segundo.
― Qual é o plano, capitão? ― Saka perguntou, já entrando no espírito da coisa.
― Vou precisar da ajuda de vocês para distrair a Paulina por um momento. ― eu disse, já pensando em como tirar a aliança do meu bolso. ― Preciso me preparar. Eu sei que vai dar tudo certo.
― Ah, Martin... o não você já tem, né? ― Haaland zombou, me dando um tapinha no ombro bom, tentando me confortar com seu humor peculiar. ― Mas vai dar tudo certo, meu amigo. Ela te ama.
Olhei para ela, e ela olhou para o círculo de jogadores ao redor da minha cama, e depois para mim, com um olhar confuso.
― Martin, está tudo bem? ― ela perguntou, vindo até a cama, preocupada. ― O que é que vocês estão fazendo aí juntinhos?
Os jogadores começaram a soltar risadinhas abafadas, o que deixou Paulina ainda mais confusa.
― Sim, meu amor. ― eu disse, olhando fundo nos olhos dela, sentindo meu coração disparar. ― Está tudo bem...
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Sabemos que a ansiedade foi grande – e peço desculpas pela demora –, mas a verdade é que o nosso querido Martin estava enrolando um pouquinho para fazer o grande pedido. E, claro, a Paulina estava totalmente focada em seu curso em Londres, aquele mesmo que, lá no início, rendeu umas histórias divertidas e um reencontro inesquecível.... Estão prontos?
RissaGomes sdds❤️
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