❚ Capítulo ❶❼
▬▬▬▬▬ ❝ PAULINA SOARES• 🔛💈
☺️ Good thing I have someone to talk to. ✍🏻
― Eu sou um desastre! ― digo choramingando ao levantar a minha cabeça que estava apoiada na mesa da cafeteria. ― Estava indo tudo bem... Era o meu momento de redenção! ― olhei para Ayla que estava concentrada em outra coisa. ― Ah não! Você não estava me escutando?
― Essa foi quase! ― ela deu um mini grito, e em seguida me olhando assustada após tirar a concentração da televisão na parede. ― Me desculpe, mas eu escutei tudo o que você disse...
― Claro que não! ― digo a interrompendo. ― O jogo de futebol é mais importante do que eu!
― Não seja dramática Paulina. ― ela se levantou do banco.
― Não estou sendo dramática! ― gritei chamando atenção das poucas pessoas que estavam na cafeteria. ― Só queria desabafar que sou um desastre como garçonete. ― dei um gole no meu cappuccino. ― Mas você não quer me escutar!
A cafeteria onde a minha amiga trabalha não é um estabelecimento tão grande como eu achava que era, mas é um tamanho muito bom. Ela não estava cheia e não havia muita movimentação, por isso sinto que posso chorar à vontade. Ayla me disse que o dono do estacionamento, o senhor Walker resolveu não aparecer hoje, e isso também me deixou mais à vontade contando que eu tenha dinheiro para pagar os capuccinos e os doces que já me ofereceram.
― Ninguém mandou você bobear amiga... ― ela disse, desviando o olhar da televisão outra vez. ― Caramba, você desperdiçou uma jarra de suco?
― Sim, e era de maracujá! ― abaixei a cabeça outra vez choramingando.
― Nossa que vacilo. ― escutei a risadinha dela. ― Isso não se faz!
― O pior é que se eu não estivesse distraída olhando para ele isso não teria acontecido. ― resmunguei baixinho me lembrando do verdadeiro motivo para o ocorrido. ― Como eu sou azarada!
― Você estava distraída com quem? ― ela perguntou, e eu levantei a cabeça. ― Essa parte você não me contou, Paulina?
― Opps. ― dei um sorriso sem graça. ― Acho que você tem alguns clientes para atender ali...
― Não tente me enrolar! ― ela disse, ignorando totalmente a televisão. ― Dias como hoje a cafeteria fica parada e poucas pessoas aparecem. ― ela cruzou os braços. ― Quem foi que te deixou tão distraída ao ponto de derramar uma jarra de suco em uma pessoa?
Não, eu não vou contar. ―Já imaginou o drama que ela vai fazer quando souber o que aconteceu no avião? E que eu demorei um ano para contar? Melhor eu ficar na minha calada.
A͎s únicas pessoas que estavam na cafeteria saíram. E as únicas palavras que soavam no estacionamento eram da televisão apoiada na parede. Me virei rapidamente para dar uma olhada e percebi porque ela não tirava os olhos dela, era um jogo de futebol? Sim era, e o narrador era extremamente bom no que fazia.
― Son perdeu a posse de bola... Mas não desistiu, foi em cima! ― disse ele com toda a empolgação com direito há comentários. ― O ataque do... É o melhor do campeonato!
Ayla não parava de me encarar esperando pela minha resposta.
― Ah, isso não importa mais! ― respondi, na esperança que ela me entendesse. ― Eu sou um desastre... Isso sim! Vou me acabar na cafeína...
― Ou, você pode se acabar nesse donuts recheado. ― comentou um rapaz super bonito se aproximando com uma bandeja, ele usava o uniforme igual o da minha amiga. ― Tenho certeza que vai adorar!
― Obrigada! ― digo limpando meu rosto de imediato. ― Quem é ele? ― sussurrei colocando a mão na frente para ela. ― É o seu crush, Noah?
Ayla imediatamente ficou vermelha. Tenho a impressão que ela teve a vontade de me matar com o olhar que ela me deu. ― Sem piadinhas. ― ela deu um sorriso sem graça. ― Paulina, esse é o Noah Sitesen.
Ele é extremamente lindo. ― O prazer é todo meu. ― ele disse, colocando a bandeja com o donuts na mesa. ― Ayla já me falou várias coisas sobre você. ― ele sorriu tímido.
― Posso dizer o mesmo. ― sorrio. ― Mas vou deixar em off.
― Amiga, por que você não enche sua boca com o donuts, hein?
Noah se afastou um pouco, olhando para a porta que não entrava ninguém. Depois começou a tirar o uniforme com delicadeza e é claro que eu e ela não paramos de olhar para ele.
― Vou precisar sair. ― ele disse diretamente para ela. ― Aconteceu um imprevisto.
― Não pode sair assim. ― ela rebateu cruzando os braços. ― Noah você vai pra onde?
― Aconteceu um imprevisto. ― ele deu um sorriso genuíno abrindo a porta, deixando soar o som do sino. ― Você pode cuidar da cafeteria com a sua amiga.
― Você não... ― ele saiu antes que ela terminasse de falar. ― Pode sair!
― Ele já foi embora amiga. ― digo. ― Até que ele é um gatinho...
― Filho da mulher! ― ela completou. ― Ele não vai voltar tão cedo.
― Vai com calma, senhora Rose. ― Ayla disse, entregando a sacolinha com o conteúdo dentro dela. ― Tem que ter cuidado com os açúcares.
― Pode deixar, minha filha.― respondeu a senhora de casaco vermelho, dando um sorrisinho ao se virar na direção da porta. ― Até amanhã!
― Tchau, meu amor! ― Ayla me olhou revirando os olhos do balcão, assim que a senhora saiu. ― O rendimento caiu... Se esqueceram da gente! ― ela olhou para a televisão apreensiva.
― Que pena. ― sussurrei um pouco desanimada.
Ayla se aproximou de mim tirando o uniforme e colocando na mesa. Tinha alguma coisa a incomodando e ela não queria me contar mesmo tentando disfarçar com aquele sorrisinho no rosto. Não tinha ninguém na cafeteria.
― Caramba, essa foi por pouco! ― ela deu um grito batendo na mesa.
Deve ser por causa do jogo que ela está assim. Peguei um guardanapo e comecei a desenhar algumas flores, tive sorte que ela tinha uma caneta azul no uniforme. Foi quando de repente, o celular dela tocou e ela atendeu às pressas, se levantando rapidamente e dando uma pequena distância. Quem será? Fiquei observando enquanto percebia uma certa baixa de temperatura no ambiente. Ayla voltou minutos depois com uma cara nada legal que me preocupou de imediato.
― Aconteceu alguma coisa? ― perguntei. ― Quem era?
Ela fez uma cara de preocupada antes de dizer. ― Vou precisar sair da cafeteria, mas não posso deixá-la sozinha. ― ela tentou se ajustar rapidamente. ― Como você já sabe, dificilmente vai aparecer muita gente por causa do jogo. ― ela disse rápido demais, e eu não estava entendendo o que ela queria dizer com aquele papo. ― Então, preciso que você fique tomando conta da cafeteria enquanto eu vou resolver uma coisa!
― É o quê? ― digo me levantando. ― Tá de brincadeira?
― Claro que não! Você viu que o Noah saiu. ― ela disse indo ao balcão. ― A Lara também não apareceu.... Você é a única que pode me ajudar!
― Mas eu não conheço ninguém, Ayla! ― digo antes que ela entrasse no cantinho escondido. ― Já imaginou chegar um monte de gente e eu não saber atendê-los?
Houve um silêncio até que ela voltou para o balcão. ― Qual é? Você trabalhou em um restaurante muito grande... Isso daqui é moleza.
― Foi apenas umas 2 horas. ― suspirei. ― Ou, foram mais? Hum.. Mas eu não vou conseguir! Você ouviu todos os desastres que eu fiz lá no restaurante?
― Eu preciso muito da sua ajuda. ― ela se aproximou ajeitando o cabelo, e também a bolsa de lado. ― Não se preocupe, vai dar tudo certo, ok?
― Não me deixe sozinha aqui. ― digo apontando para a porta. ― Já imaginou se o dono chegasse de surpresa?
― Eu converso com ele. ― ela guardou o celular na bolsa. ― E você pode usar o meu uniforme enquanto eu vou resolver o meu problema...
― Usar o seu uniforme?
― Sim, eu não vou demorar muito... ― ela disse com voz de choro. ― Por favor, amiga faz isso por mim!
― Tá bom! Mas não tem medo que eu faça mais um desastre?
― Não se preocupe, eu vou me responsabilizar por tudo!
― Até se eu comer uns 10 donuts? ― apontei para as prateleiras.
― Sim. ― ela arregalou os olhos. ― Tudo isso, Paulina?
― Sim! ― dei de ombros. ― Será o peso de ficar sozinha literalmente nessa cafeteria. ― apontei para televisão, revirando os olhos. ― Ah, e ter que aturar aquilo dali!
― Falando nisso em hipótese alguma você desligue a televisão!
― Por que não? ― cruzei os meus braços.
― A maioria das pessoas que entram aqui é para assistir aos jogos. ― ela sorriu. ― Então enquanto eu estiver fora não desligue a televisão.
― Por acaso a televisão é um ímã?
― Sim! ― ela me deu um abraço surpresa como se estivesse se despedindo e colocando um ponto final naquela conversa. ― Obrigada! Saiba que você pode contar comigo para tudo!
― É bom saber disso. ― digo retribuindo o abraço. ― Promete que depois me conta sobre esse seu problema?
― Sim. ― ela sorriu. ― Vou te contar qualquer coisa!
― Ótimo! ― digo. ― Não se esqueça de levar o casaco pois lá fora deve estar gelado.
― Pode deixar mamãe! ― ela brincou indo na direção da porta.
― Ayla não demore muito! ― gritei, mas acredito que ela já estava do lado de fora. ― Ninguém vai aparecer... Vai dar tudo certo! ― me aproximei do balcão, sentando-se na cadeira da frente. ― O engraçado é que hoje pela manhã, eu era garçonete de um restaurante chique e agora pela tarde eu sou a garçonete de uma cafeteria pequena...
― Pressão alta que funciona cada vez mais no futebol! ― o som da televisão me interrompe. ― Uma bobagem dessas na saída da bola já era....
― Meu Deus! Isso é azar ou sorte? ― digo me levantando, indo na direção da parede. ― Ela me disse que você é o ímã para chamar os clientes, então se eu te desligar... ― sorrio pegando o controle. ― Os clientes não vão chegar... Tchauzinho!
Me virei na direção da porta satisfeita. Já se passaram 5 minutos e ninguém apareceu na cafeteria, agora não sei se fico alegre ou preocupada.
― Cadê você Ayla? ― digo olhando na direção da porta. ― Como foi capaz de me deixar aqui sozinha na cafeteria!?
𝖬𝖾𝗇𝖼𝗂𝗈𝗇𝖺𝖽𝗈; 𝙹𝚘𝚐𝚘 𝚍𝚘 𝚃𝚘𝚝𝚝𝚎𝚗𝚑𝚊𝚖
🌪️💙
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