❚ Capítulo ❶❹
▬▬▬▬ ❝ PAULINA SOARES• 🌾💨
😬 The consequence of lying. ✍🏻
― Ayla me fala a verdade! ― olhei para ela. ― Qual foi a verdadeira sentença que os seus pais me deram? ― digo andando de um lado para o outro. ― Eu devo me desculpar... Mas acho que o meu pedido de desculpas não vai adiantar de nada.
― Verdade. ― ela respondeu. ― Hoje de madrugada você pediu mais de mil desculpas para eles...
― Eu vou arrumar as minhas malas para voltar para o Brasil hoje mesmo! ― digo não deixando ela terminar de falar. ― Ainda preciso falar com minha mãe...
― Dá para você ficar calada por um instante!? ― ela gritou, me interrompendo. ― Por favor...
― Não, eu não consigo. ― respondi.
― Paulina! O que você acha que os meus pais são? ― ela perguntou, cruzando os braços.
― Pessoas legais demais...
― Acha que eles vão mandar os soldados do Rei Charles III, te prender por ter mentido? ― ela perguntou tentando não rir.
― Acho... ― sussurrei, pois não queria decepcioná-los. ― Não deveríamos chegar como chegamos hoje de madrugada... Minha mãe teria nos expulso de casa!
― Às vezes, eu sempre chego assim e eles não brigam comigo.
― Uau, você não esconde o que é de verdade. ― respondi, dando um mini sorriso.
― É. ― ela apontou para mim. ― E você é muito certinha! Nem sabe se divertir…
― Eu discordo. ― me aproximei da porta. ― Tenho a sensação que aprontei alguma coisa ontem...
― Não me diga. ― ela sorriu, e imediatamente achei aquilo suspeito.
C͎aminhei em direção a cozinha pensando em como aparecer na frente da família Edwards depois de chegar bêbada e mentir para eles. Eles foram muito legais comigo e minha atitude me pareceu imatura para alguém que acabou de chegar. Ayla parecia não se importar com a opinião dos pais. Desde o momento que eu a conheci, não foi difícil notar sua personalidade forte em certos aspectos.
Mesmo que não me lembre ao certo, como ocorreu o meu deslize ontem a noite. Ayla ainda mantinha um sorriso no rosto como se quisesse falar alguma coisa, mas estava esperando o momento certo?
― Meninas ainda bem que vocês apareceram. ― Amélia disse, colocando um bule na mesa. ― Vem meus amores, eu preparei um chá delicioso para a ressaca de vocês...
― Senhora Amélia. ― digo me aproximando da cadeira. ― Me des...
― Oras, eu já disse que pode me chamar apenas de Amélia.
― Ela é a madame Amélia. ― Ayla sorriu. ― Paulina não começa...
― Está tudo bem. ― Amélia respondeu sorrindo. ― Vocês estavam apenas comemorando... ― ela colocou duas xícaras na mesa. ― Já fui jovem como vocês e sei como as coisas são...
― É o quê? ― sussurrei, olhando para Ayla. ― Ela tá...
― Fiz alguns scones para vocês. ― ela sorriu, mostrando a bandeja. ― Ficaram uma delícia!
― Não precisava. ― respondi, chegando mais perto da bandeja. ― Uau, pela aparência estão deliciosos!
― Eu te disse que tenho a melhor mãe do mundo! ― Ayla respondeu, pegando um scones. ― Ela é incrível.
F͎icamos conversando por um bom tempo e agora sei porque Ayla tem esse jeitinho de convencer as pessoas rapidamente. Amélia é uma excelente mãe, e por um momento tive uma certa inveja da Ayla por ter alguém como ela ao seu lado. Nem todos têm essa sorte.
― Quero te levar em um lugar. ― Ayla sussurrou, ao meu lado, para que sua mãe não escutasse. ― Preciso muito da sua opinião...
― Na cafeteria? ― perguntei, comendo mais um pedacinho de um scone.
― Não, é em outro lugar. ― ela respondeu baixinho. ― Ela não pode saber, entendeu? ― ela apontou para sua mãe. ― É só entre nós.
― Ayla? Você já está pensando em aprontar de novo é? ― sem querer, minha voz saiu um pouco alta. ― Opps.
― O que as duas estão cochichando aí? ― Amélia perguntou, se virando para nós.
― Nada. ― respondi de primeira. ― Nada demais.
― Não seja curiosa mãe. ― ela deu de ombros.
― Uhum. ― Amélia abriu um sorrisinho ao se aproximar da gente. ― Por acaso, não estavam falando do loiro, não?
― Que loiro? ― perguntei, sem muita reação.
― O seu loiro. ― Ayla deu uma gargalhada. ― Você não se lembra?
― Não, não me lembro de nada. ― respondi, parando de mastigar. ― Por que estão me olhando desse jeito?
― Você não parava de falar sobre esse tal loiro bonitão, enquanto estava bê...
Um loiro? Não é possível, será que eu contei o ocorrido no avião? Pelas características, eu não duvido que contei sobre a turbulência no voo para elas, enquanto falava um monte de coisas, inclusive sobre o verdadeiro resultado do teste.
― E aí, lembrou do seu namorado? ― Ayla perguntou, assim que eu voltei a minha atenção para elas.
― Meu namorado? ― arqueei as sobrancelhas um pouco confusa. ― O loiro?
― Sim. ― Amélia respondeu. ― O loiro mais bonito de Londres!
Senti as minhas bochechas arderem. E imediatamente me veio a lembrança de um homem que não consegui ver o seu rosto com perfeição, mas que estava ao meu lado o tempo todo. ― Quem é esse moço? Será que é outro homem?
Mesmo com um certo esforço, consigo distinguir seus cabelos extremamente loiros, e que ele tem um lindo sorriso e é um verdadeiro cavalheiro assim que abriu a porta do carro para mim. ― Ele é muito educado... Mas quem será ele? Não consigo me lembrar direito.
S͎into uma chuchada na cabeça e outra vez vejo o homem me olhando nos olhos, ele estava tão perto de mim que consegui escutar as batidas do seu coração. E pelo visto, a minha intuição de ter feito alguma coisa errada pode estar certa. ― Quem é esse loiro? Não é o mesmo do avião... Será? Porque ele está tão perto assim de mim?
― Terra chamando, Paulina... ― Ayla sussurrou tirando minha concentração das lembranças. ― Paulina? Você está aí?
― Lembrou de alguma coisa? ― Amélia me olhou como se quisesse descobrir o que eu estava pensando. ― Você ficou pálida.
― Não, mas eu estou bem. ― digo tentando esconder o que acabei de sentir. ― Acho que esse loiro deve ser um garçom normal, não foi nada demais. ― apenas sorrio tentando desviar o olhar julgativo de Ayla.
Ela não parava de sorrir, enquanto Amélia parecia estar preocupada com alguma coisa. Será que eu misturei muitas bebidas ontem? E acabei alucinado muita coisa. Certeza que inventei várias mentiras para elas... Um namorado? Agora que faz sentido... Preciso jurar para mim mesma que nunca mais faço isso!
Mais lembranças surgindo na minha mente. Só que dessa vez consigo ver perfeitamente o rosto do homem que me ajudou a me apoiar no ombro de Ayla. Pelo visto, eles se conheciam perfeitamente.
― Paulina! ― Wallace gritou, entrando na cozinha bastante animado. ― Vamos assistir o jogo dos Gunners!?
Fiquei olhando para ele por um instante tentando raciocinar direito o que ele estava me perguntando. ― Ela não vai. ―Ayla respondeu, antes que eu pudesse responder o garoto.
― Por que não? ― ele perguntou, com a voz fofa. ― Hein?
― Eu e ela vamos sair já já. ― Ayla voltou a responder às perguntas do irmão. ― Entendeu?
― Nós vamos para... ― digo quase não resistindo ao pedido dele. ― Desculpas...
― Às duas já vão sair? ― Amélia perguntou, nos analisando com um olhar julgativo. ― Pra onde é que vocês vão, de novo?
― O Noah me pediu para ajudar na cafeteria hoje de noite. ― Ayla respondeu, abrindo um sorriso meio falso. ― E a senhora sabe que eu não consigo dizer não para ele.
― Ele poderia chamar outra pessoa. ― Wallace resmungou. ― Ou, você poderia deixar a Paulina ficar assistindo o jogo comigo.
― Ela não quer assistir esse jogo chato. ― Ayla respondeu antes que eu.
É impressão minha ou ela está irritada com o irmãozinho? Será que esse jogo é de futebol? Eu estou confusa com esse assunto entre eles ainda.
― Você não quer? ― ele me olhou com aqueles olhinhos, tirando minha concentração.
Como posso falar de um jeito que não machucasse ele? Olhei diretamente para Ayla e depois para o anjinho do Wallace que estava me olhando triste.
― Me desculpe... Podemos assistir outro dia? É que... Ayla quer muito me apresentar à cafeteria onde ela trabalha. ― sorrio sem jeito para ele.
― Tá bom. ― ele deu um sorriso. ― Mas, você pode torcer por ele?
― Que ideia incrível! ― Ayla deu um gritinho como se não soubesse que o meu azar era verdadeiro. ― É uma excelente ideia meu irmãozinho.
― Oi? ― Amélia nos olhou confusa.
― Posso. ― respondi, depois de cinco segundos em silêncio. ― Vou torcer para ele, ok?
― Sim! ― Wallace gritou, saindo correndo da cozinha como havia entrado.
― O que foi que acabou de acontecer aqui? ― Amélia perguntou, ainda confusa, perto do armário. ― Filha, você acabou de concordar com seu irmão?
― Sim. ― ela balançou a cabeça. ― Haha eu só quero ver a carinha dele quando o time dele perder! ― ela me olhou. ― Será que vai acontecer de novo, hein amiga?
― Como assim? ― Amélia se aproximou ainda mais. ― Porque sempre tem que ser mal com ele?
― Paulina é azarada. ― ela deu de ombros. ― E eu não sou mal pra ninguém...
― Ei! ― me levantei. ― Eu não sou azarada, ok? Apenas...
― Vai torcer por Gunners? ― ela perguntou, me interrompendo.
― Vou. ― encarei ela. ― E eles vão ganhar! Mesmo eu não conhecendo eles...
Seria azar demais se o time do Wallace perdesse só porque acabei de dizer que eles vão ganhar, não é mesmo? ― Hoje será diferente!
A͎yla havia dito que iríamos visitar a cafeteria, mas na verdade ela havia mentido para que sua mãe não soubesse a verdadeira localização da nossa viagem. Não falei muito com ela enquanto estávamos no carro, ela parecia concentrada demais e mesmo que eu quisesse perguntar sobre o outro homem das minhas lembranças, preferi quando ela não estivesse dirigindo.
Que cidade maravilhosa, meu Deus! Principalmente quando está escurecendo aos poucos e o céu vai se transformando, fica muito bonito. Percebi que os casacos são os fiéis amigos dos londrinos.
― Tenho certeza que você está curiosa para saber qual é a surpresa, não é mesmo? ― Ayla perguntou, assim que parou o carro em um estacionamento. ― Lembra quando eu disse que queria ser independente?
― Sim. ― digo abrindo a porta do carro. ― O que estamos fazendo aqui?
― Eu fiz umas economias. ― ela sorriu, me indicando um caminho. ― Lembra quando eu disse para você não se preocupar com os meus pais sobre o resultado do teste?
― Sim. ― digo um pouco confusa. ― Você disse que tinha um lado bom, mas ainda não entendi. ― ela fez um gesto para que eu prosseguisse o meu caminho, e assim entramos dentro do prédio. ― Ayla você já programou outra festa, aqui?
― Não. ― ela deu de ombros. ― Apenas me siga...
Ayla não me contou nada até que entramos em um pequeno quarto. Seu sorriso estava estampado no rosto e logo percebi do que se tratava. Ela sempre me compartilhou seu sonho de morar sozinha e quando a porta foi aberta, vi que faltava alguns móveis e logo a ficha caiu.
― Seja bem-vinda! ― Ayla disse, tão animada que me contagiou. ― Esse será meu novo lar...
― Não acredito. ― respondi, observando o pequeno cômodo. ― Ayla você tá dizendo que conseguiu comprar esse apartamento? ― ela balançou a cabeça positivamente. ― Meus parabéns!
― Obrigada! ― nos abraçamos aos gritos. ― Muito obrigada por tudo amiga! Você sempre foi a única que acreditou em mim... Você é a minha melhor amiga de todas! ― ela deixou as lágrimas caírem, assim como eu. ― Por isso... Podemos morar juntas até você voltar para o Brasil!
― Nossa... É uma ótima ideia!
― Agora podemos curtir sem que os meus pais saibam. ― ela gritou, apontando para a garrafa de champanhe que estava na pequena mesa. ― Ou melhor, eles não vão nos impedir de fazer o que queremos! E vamos ficar sem seus sermões chatos!
― Você pensou em tudo. ― sorrio observando sua animação. ― Como vai pagar?
― Peguei mais um turno na cafeteria. ― ela piscou, despejando o champanhe em duas taças. ― Vamos comemorar! Hoje é nosso dia e ninguém poderia estragar o nosso momento... Ninguém! Escutou Londrees?!
Como se estivesse conectado com o que ela havia dito. O celular dela vibrou anunciando que havia chegado uma mensagem. Nos encaramos imediatamente antes que ela olhasse a mensagem, em seguida ela pegou rápido o celular olhando para a mensagem que a deixou ainda mais feliz.
― Haha Paulina! ― ela gargalhou. ― Você é mesmo azarada...
~•♪
𝖬𝖾𝗇𝖼𝗂𝗈𝗇𝖺𝖽𝗈; 𝙋𝙖𝙪𝙡𝙞𝙣𝙖 𝙥𝙚𝙣𝙨𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙣𝙤 𝙡𝙤𝙞𝙧𝙞𝙣𝙝𝙤 𝙙𝙤 𝙥𝙪𝙗 🥺❤️
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro