❚ Capítulo ❻
▬▬▬▬▬ ❝ 𝗣𝗔𝗨𝗟𝗜𝗡𝗔 𝗦𝗢𝗔𝗥𝗘𝗦• 🌨️♥️
😅 Então é assim que é viver com irmãos? ✍🏻
D͎epois que dei uma olhada no quarto, observei cada detalhe. Podia notar que a minha amiga gostava muito de músicas de bandas de k-pop. Tem um pôster enorme na porta de uma banda muito conhecida, eu já escutei algumas das músicas deles e até gostei, mas não entra na minha playlist de músicas favoritas. Eu tenho uma vibe mais diferente da dela.
― Você me parece alguém familiar. ― digo encarando outro cartaz cheio de rabiscos. ― Agora não sei de onde...
O homem de cabelo preto e olhos puxados me trouxe a lembrança do cara do avião, qual era mesmo o nome dele? Ah, lembrei que era Takehiro Tomiyasu. Mas isso não tem lógica, por que ela rabiscaria a cara dele se nem conhece ele? Acho que estou pensando demais e pior que os outros homens também estão riscados.
Ayla deve ter odiado essa banda de uma hora para outra. Essa é a Ayla que eu conheço. Tenho sorte que ela ainda não me perguntou sobre a viagem e isso é um milagre! Pois sempre quando fazíamos chamada de vídeo ela me perguntava tudo sobre o meu dia a dia.
Sempre era tedioso. Mas, ainda bem que tinha as praias que não ficavam tão longe do meu bairro para me desestressar.
― Ainda bem. ― digo colocando o meu casaco. ― Ayla, você é uma grande influência do mal para minha vida.
― Eu escutei isso. ― ela disse, aparecendo na porta do quarto. ― E aí gostou da minha decoração?
― É divina. ― respondi. ― Não imaginei que teria vários posts no seu quarto! Só falta me dizer que aquela banda ali é do capeta. ― apontei para o rabiscado.
― Deixa eu ver. ― ela ficou pensativa. ― O que tem no seu quarto? Tipo uma decoração de princesinha?
― Tá longe disso queridinha. ― digo passando por ela. ― Ele é pintado de verde cana, com uma cama de solteiro e uma cômoda de cinco gavetas ao lado.
― Uau, você é tão fofa! ― ela respondeu, com ironia ao caminhar pelo corredor na direção da cozinha comigo. ― Me conte mais…
― Tenho algumas borboletas na parede que são tão perfeitas! Você precisa ver algum dia. ― respondi, com um sorriso cínico. ― Já estou com saudades delas! Ah, e também tenho uma prateleira repleta de livros com minhas coleções favoritas em ordem...
― Vou tirar os livros de você! ― ela disse, me fazendo parar na porta da cozinha. ― Já te disse que você precisa sair daquelas páginas de um livro e viver a sua própria vida!
― Wallace, que jeito foi aquele de dizer seja bem-vinda para a nossa visitante? ― Amélia gritou alto, com o garoto de cabelos loiros, que já estava sentado em sua cadeira. ― Ontem, eu e o seu pai conversamos com você sobre a Paulina Soares, não foi filho?
― Desculpa, eu só estava brincando mamãe. ― ele respondeu, ajeitando o cabelo que tava quase tapando os seus olhos. ― E a Ayla também estava na brincadeira...
― Tenho uma ótima amiga. ― resmunguei entrando na cozinha. ― Senhora Amélia não precisa se preocupar, não foi nada demais.
― Não se pode dar asas à cobra. ― Ayla respondeu, entrando em seguida na cozinha. ― Só quero relembrar que quem teve o plano diabólico foi esse anjinho aí.
― Filha não comece. ― Amélia me olhou como se estivesse pedindo desculpas no lugar dos filhos. ― Wallace, meu filho tenha modos e seja educado com a nossa visitante.
O garotinho se levantou da cadeira com uma cara um pouco borrada, mas mesmo assim veio ao meu encontro me dando um abraço bem apertado assim que me abaixei percebendo o seu ato. Com aquele rostinho fofo e olhos azuis seria difícil não aceitar o pedido de desculpas dele! Não que eu estivesse mesmo chateada pelo que eles fizeram comigo.
― Me desculpa Paulina, prometo que nunca mais vou fazer uma trollagem com você. ― ele disse, tão fofinho que minha vontade era apertar a bochecha dele. ― Mesmo que seja tentador.
― Esse daí é perigoso. ― Amélia resmungou baixinho. ― Seja sincero.
― É brincadeirinha. ― ele me abraçou mais uma vez. ― Seja bem-vinda, Paulina! E espero que a gente possa se tornar ótimos amigos!
― Obrigada! ― respondi, bagunçando o cabelo do garoto que não gosto muito. ― Já podemos usar pulseirinhas de best friends?
― Sim! ― ele gritou animado, voltando para sua cadeira. ― Já podemos comer?
Pelo visto eles são uma família muito feliz! Será que algum dia eu vou ter uma?
A͎ mesa do café da manhã estava repleta de coisas gostosas e tenho que admitir que a Ayla não estava mentindo quando disse sobre a culinária da mãe que era prefeita. Que delícia de pãozinho são esses? Eu vou pedir a receita dela! Não imaginei que os dotes culinários ingleses era tão bom assim, principalmente essa receita.
― Que delícia... Que maravilha! ― murmurei para mim mesma.
O que será que eles vão fazer com as comidas que sobrarem, hein? Porque sinceramente aqui tem muita comida para um simples café da manhã.
― Mamãe, cadê o papai? ― Wallace perguntou, e só agora percebi que ele não estava em casa.
― Ele já foi trabalhar filho. ― ela respondeu, sem olhar para ele. ― Alguém quer mais leite?
― O meu pai trabalha com times de futebol. ― Ayla disse, me olhando sem graça. ― Atualmente ele está no Tottenham. ― eu pude notar um sorriso surgindo no rosto dela.
― Papai vai sair dele logo logo. ― Wallace comentou meio baixinho. ― Ele vai para os Gunners!
― Mas é claro que não! ― ela respondeu, parando de comer os cereais. ― Ele não seria um traidor como você.
― Eu não traí ninguém. ― ele também parou de comer a panqueca que estava no prato. ― Eu e o papai temos o direito de torcer para quem quiser!
Literalmente eu não estou entendendo muito bem sobre o que os dois estão discutindo, mas é a coisa mais fofa do mundo ver o Wallace e a Ayla nessa situação engraçada. Pena que não durou muito.
― Ei! ― Amélia gritou. ― Já falei mil vezes que não quero ver ninguém falando de futebol enquanto estamos fazendo as refeições!
Então eles estavam discutindo por causa do futebol? Eu não mereço isso, não agora de manhã.
― A culpa não é minha. ― Ayla respondeu, com uma cara fechada.
― Nem minha. ― ele sussurrou como um suspiro. ― Só estava falando a sugestão do papai.
― É vocês são... ― me engasguei com o leite. ― Desculpa, eu vou pegar mais um bolinho.
― Vocês dois precisam ter modos! ― Amélia gentilmente gritou para os filhos. ― E pararem de me fazer vergonha na frente dos outros!
― Qual é mãe? A Paulina já é de casa. ― Ayla respondeu, sorrindo para mim.
― Eu também acho. ― Wallace sorriu.
― Vocês dois estão proibidos de falar sobre futebol nas refeições! ― ela gritou. ― Estão me escutando?
― Desse jeito a senhora vai expulsar a Paulina de volta para o Brasil.
A͎yla fez uma careta para sua mãe e sorriu olhando para mim, como se não tivesse falado nada demais. Eu nunca tive esses momentos com os meus familiares nas refeições, minha vontade sempre foi de ter dois irmãos mais velhos ou mais novos, mas isso nunca aconteceu. Sou filha única por escolha dos meus pais, e mesmo assim esses momentos nunca aconteceram entre nós e nem mesmo diálogos saudáveis.
― Fiquei sabendo pelo jornal que o avião dos Gunners teve problemas em Portugal. ― Amélia comentou do nada. ― E eles precisaram embarcar em outro vôo comercial.
― Hum. ― Ayla resmungou.
― Ainda bem que eles estão bem. ― Wallace disse, com um lindo sorriso no rosto. ― Não vejo a hora de poder ir ao estádio...
― Achei que não era para falar mais sobre futebol. ― Ayla disse, interrompendo o garoto. ― Mãe?
― Os incomodados que se mudem! ― ele fez uma careta para ela.
― Nossa... ― sussurrei, tentando não chamar muita atenção. ― Vocês são ótimos em acolher alguém...
― Nem todos são ótimos em acolher alguém. ― Wallace respondeu me olhando.
― Verdade! Pois nem todos merecem ser acolhidos quando entram no território de outro dono. ― Ayla respondeu, encarando ele. ― Intrometidos!
― E vocês são os piores vizinhos! ― ele gritou.
Do que é que eles estão discutindo? Parece que eles estão se comunicando em códigos. Não achei que ficaria tão perdida assim no meu primeiro dia na casa dos Edwards. Será que eles estão falando ainda sobre futebol mesmo?
― Não se preocupe querida, eles são assim o dia inteiro. ― Amélia disse, percebendo a minha preocupação. ― Vocês dois podem parar com essa discussão boba de uma vez! ― ela gritou e houve-se bonança.
― Eu só não gosto quando ele começa falando do meu time. ― Ayla foi a primeira a quebrar o silêncio.
― Se você não tivesse falado do meu. ― ele respondeu. ― A gente não teria discutido!
Estou me sentindo um peixinho fora d'água. E agora lembrando de todas as vezes que ela me disse que havia discutido com o irmão pequeno pois ele era um chato briguento. Então todos os motivos foram sobre futebol? Ai não.
Será que vou conseguir sobreviver alguns meses aqui? Eles são únicos.
~•♪
𝖬𝖾𝗇𝖼𝗂𝗈𝗇𝖺𝖽𝗈; 𝙼𝚊𝚒𝚘𝚛 𝚛𝚒𝚟𝚊𝚕𝚒𝚍𝚊𝚍𝚎 𝚍𝚘 𝙽𝚘𝚛𝚝𝚎 𝚍𝚎 𝙻𝚘𝚗𝚍𝚛𝚎𝚜.
𝙰𝚛𝚜𝚎𝚗𝚊𝚕 (𝙶𝚞𝚗𝚗𝚎𝚛𝚜) 𝚅𝚜
𝚃𝚘𝚝𝚝𝚎𝚗𝚑𝚊𝚖 (𝚂𝚙𝚞𝚛𝚜)
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