Ao chegarmos na corte invernal, onde Rhysand havia pedido permissão para realizar a reunião dos grãos senhores, Eilsha se empolgou em perguntar várias coisas de uma vez só.

—Vocês duas, quero que fiquem para o lado de fora da sala se qualquer coisa tentar nos impedir – Rhysand deu sua última ordem antes de entrar junto de Kallias.

— Tomem cuidado meninas – Feyre falou e seguiu o marido

Assim que a porta se fechou, Eilsha se sentou no chão com as pernas esticadas e começou a mexer em seu cabelo.

—O que está fazendo? Devíamos ficar de vigia – falei olhando para a mesma

—Aurore querida, ninguém entra na corte invernal – ela disse – ja ouviu falar que depois da nossa corte, a invernal é uma das mais protegidas?

—Mas Rhysand... – comecei quando ela me cortou

—Meu irmão sabe disso, vamos – ela disse batendo a mão em seu lado – sente-se aqui.

Sentei-me ao lado de Eilsha e respirei fundo, a belíssima grã feérica então sorriu e encostou sua cabeça em meu ombro.

—Fico feliz que confie em nós Rore – ela disse e eu estranhei – posso te chamar assim? Não é?

—Claro – falei – apenas se me deixar te chamar de Eil.

—Acordo fechado – ela disse e um risinho ecoou de nós duas.

《 ✮ 》

Um bom tempo depois, os grãos senhores foram se despedindo aos poucos ao sairem da grande sala. Por fim, Kallias, Rhysand e Feyre sairam de lá.
Com uma despedida rápida, atravessamos de volta para casa, Velaris.

Quando voltamos, a irmã de Feyre estava em frente a lareira com a cópia de Rhysand nos braços. Quando nos viu, imediatamente se levantou e entregou o pequeno para a mãe.

—Espero que tenha dado tudo certo na reunião – Elain disse com um meigo sorriso

—Esta tudo certo querida – Feyre disse – os outros?

—Vocês foram os primeiros a voltarem – ela disse

—Azriel não voltou? – perguntei e a mesma negou com a cabeça dando de ombros

—Está tudo bem, Rore– Eilsha disse colocando a mão em meu ombro.

Sorri como forma de agradecimento pelo conforto e fui direto para meu quarto.
No dia seguinte, acordei com Eilsha sentada na janela e Sara em pé perto da minha cama.

—Achei que você fosse dormir até o solstício do ano que vem – Eilsha resmungou

—Estranhei quando você não me recebeu de volta – minha irmã disse.

Ela estava totalmente diferente, Sara não estava mais ruiva, estava loira, as roupas que ela estava usando destacava cada tom da sua paleta de cores, combinava com ela. Ela estava sorrindo quando firmei meus olhos em seu rosto.

—Você – falei me levantando – seu cabelo?

—Uma longa história – ela sorriu colocando uma mecha para frente

—a bela magia da estival – Eilsha disse se juntando a nós – bom, Rore você tem dois minutos para levantar e se ajeitar, quero mostrar uma coisa a vocês.

Sem muita escolha, me levantei e troquei de roupa. Sempre o mesmo roxo e preto da corte noturna, a paleta por qual eu venho me apaixonando a cada dia que passa. Em pouco tempo, Eilsha atravessou Sara e eu para um lugar em cima da montanha, cheio de neve.

—Um segredo Illyriano, meu irmão e os meninos sempre vem aqui no aniversário de Feyre, no solstício de inverno. – Eilsha disse parando em nossa frente – eles competem com guerra de bolinhas de neve todo ano. Eu sempre quis participar, mas eles nunca deixaram.

—Falta quanto tempo para o solstício? – Sara perguntou

—Muito.

—Nunca pensou em participar sem a permissão deles? – falei e Sara me deu um empurrãozinho

—Sim, sozinha é chato demais – Eilsha falou – Morrigan e Amren falam que é coisa de bebês illyrianos. Quero dizer, vocês concordam em participar?

—Não tenho nada para fazer o dia inteiro – Sara disse sorrindo – acho que posso jogar.

—Por mim – falei assentindo com a cabeça

Um sorriso lindo se formou no rosto perfeito da grã feérica em nossa frente. Então, algo branco disparou pelo campo, branco e duro e reluzente.
Um urro de Sara ecoou pelas montanhas ao redor. Seguido por:
— Não fiquem paradas!
A risada de resposta de Eilsha foi tão alegre quanto o sol sobre a neve. Quando menos esperamos, três muralhas de neve foram erguidas, uma em cada canto daquele imenso campo.

Observei as três muralhas de neve — as barricadas —Olhei boquiaberta para Sara quando ela me atingiu com uma de suas perfeitas e pequenas bolas de neve. Então para o campo adiante. Para as bolas de neve que estavam, de fato, voando com precisão brutal, ágil, conforme Eilsha surgia acima da muralha que ela havia construído.

— Sem mágica — recitei — sem asas, sem descanso.

Eilsha riu quando Sara e eu sumimos de sua vista. De fato, aquilo era genial, era bom.
Um tempo depois, Sara surgiu, atirou duas bolas de neve para o céu e sumiu atrás de sua muralha de neve outra vez.
Um momento depois, o xingamento de Eilsha disparou até nós:
— Tontas!. — Gargalhada envolvia cada sílaba.
As três muralhas caíram quando arremessamos de uma vez várias bolas de neve ao mesmo tempo. No meio do campo, juntas, a gargalhada e o cansaço estabeleceram.

—Não acho que seja coisa de bebês illyrianos – resmunguei

—Mesmo? – Eilsha perguntou agradecida de alguma forma

—Acho que é coisa de bebês illyrianas – falei e rimos juntas

《 ✮ 》

Quando retornamos a casa, todos haviam chego. Azriel ao me ver sorriu e eu retribui.

—Onde estavam? – Morrigan perguntou – procurei vocês a manhã toda pela casa.

—Estávamos fazendo coisas de bebês illyrianas – Eilsha disse e piscou para mim com aquele mesmo sorriso de mais cedo.

               Ao me aproximar de Azriel, um de seus braços abraçou de lado minha cintura e então ouvi um sussurro:

—Devo me preocupar com sua amizade com Eilsha?

—Definitivamente, não! – respondi sorrindo no mesmo tom.

notas da autora:

a amizade da Eilsha com
a Aurore vai ser tão linda
de se ver, eu estou tão
animada por isso.

Esse negócio de escrever
"bebam água" em toda nota de
capítulo é algo que deu muito
certo na minha primeira fic
e desde então eu escrevo em todas.

É muito importante se hidratar,
então bebam água!

Até o próximo capítulo e feliz ano
novo pessoal!!!