
Cap 7- 𝐃𝐑𝐈𝐕𝐄-𝐈𝐍 𝐂𝐎𝐍𝐅𝐔𝐒𝐈𝐎𝐍𝐒
CAPÍTULO SETE
Confusão no drive-in.
Dois dias depois.
Já era hora do jantar, mas o jantar não estava pronto e estava longe de estar. Meu pai que estava na cozinha tentava preparar um tipo de molho especial, mas não está ficando do jeito que ele quer.
— Pai tá pronto? — Jogo a cabeça para trás enquanto coloco as mão sobre a barriga. — Minha barriga está roncando e eu juro que se você falar que vai demorar mais um pouco eu peço uma pizza.
Então, ele prova o molho.
— Não tá macho o bastante.
Reviro os olhos. De repente, alguém batendo na porta. Meu pai larga o molho no fogão e atende a porta. Vejo meu irmão.
— Robby? — Me levanto, mas não vou até a porta.
— Oi, Robby. Tudo bem? Quer entrar?
— O falcão e outros alunos fizeram bullying com outra criança, manda eles pararem ou isso vai ter troco.
— Vai ter troco? O que o Kreese tá aprontando?
— Ele não está aprontando nada. Eu só quero ajudar esse garoto, mas se aqueles idiotas não pararem eu vou fazer o que for preciso.
— Não faça nada idiota. Você já foi expulso da escola.
— O Miguel que me atacou. — Seu tom de voz aumentou um pouco. — Eu tava tentando parar a luta, mas ele continuou.
— Olha eu não tava lá, mas conheço bem o cobra kai. O Kreese fez lavagem cerebral em você como fez comigo.
— Tá vendo, essa a diferença entre você e eu. Você colocou toda sua confiança no Kreese, eu não confio em mais ninguém. Só tô usando o cobra kai pra conseguir o que eu quero.
— É aposto que você acha isso mesmo, mas tá brincando com fogo, não sabe a história toda.
— Eu sei o bastante. E sei o que tá me atrapalhando, porque desde que me entendo por gente eu sinto medo. Medo de acabar que nem você, mas eu não vou sentir esse medo de novo porque sou melhor que você.
Após a fala de Robby meu pai se cala, segundos depois volta a falar.
— Acho que não temos mais nada pra conversar então se já tiver acabado, vou fazer o jantar.
— Tá bom, mas eu quero ver a minha irmã.
Meu pai olhou para mim e logo eu assenti, ele deu espaço para eu passar e rapidamente eu saí enquanto fechava a porta.
— Precisava mesmo tratar ele assim?
— Olha só, ele pode tá sendo presente na sua vida agora, mas na minha ele não foi.
— Tá tratando ele assim porque ele não foi presente na sua vida? — Digo enquanto cruzava os braços.
— Tem muito mais coisa do que só isso, Emanuelly.
Engoli seco. Odeio quando ele me chama assim, parece estar bravo.
— Tá bem, o que você queria falar comigo?
— Eu queria ver se você quer ir comigo ao “Drive-in”
— Ainda tem isso?
— Tem. E vai passar o seu filme de luta favorito.
— É sério? — Abro um sorriso. — Olha, por mim tudo bem, já pelo papai.. eu vou ver se consigo convencer ele.
Ele assenti.
— Eu já vou indo, me manda mensagem se você que eu venho te buscar.
— Okay.
Então, Robby saiu. Respiro fundo e entro em casa novamente, meu pai já está de volta ao fogão.
— O que ele queria?
— Ah, ele queria saber se eu gostaria de ir ao “Drive-in” mais tarde. — Digo enquanto fechava a porta.
Meu pai parou de mexer no fogão e me olhou.
— Você aceitou?
— Eu disse que ia ver com você primeiro. — Caminho até o balcão e me apoio. — Será que eu posso ir?
Ele suspirou.
— Promete não voltar tarde?
— Prometo.
— Então pode ir.
— Isso! — Levanto os braços em comemoração.
— E tenho que parar de ser tão liberal com você. — Ele murmura.
— Continua assim, tá ótimo. — Digo indo pro meu quarto.
Pego meu celular em cima da cama e abro as conversas de Robby, aviso que vou e ele manda uma figurinha. Em seguida, disse que me pegava às 19:00, olho para o relógio e vejo que já são 18:20.
Largo o celular e vou até meu guarda roupa. Passo minha mãe entre as roupas e pego uma camisa amarela, em seguida uma calça jeans escura. Às coloco sobre a cama e novamente volto minha atenção ao guarda roupa, pego uma jaqueta jeans escura caso faça frio. E por fim, pego um sapato branco.
Fecho a porta do quarto e me troco, depois que me troco me sento na beirada da cama e pego o celular e vejo o horário, ainda faltam vinte e cinco minutos pra Robby vir me buscar. Solto um bufo, então me levanto e vou até a cozinha.
— Tá bonita. — Meu pai disse enquanto arrumava os pratos.
— Valeu, pai. — Respondo com um sorriso.
Vou até os armários e pego uma colher e uma tigela pequena, vou até o fogão e pego um pouco do tal molho especial do meu pai. Levo a colher até a boca e sinto o sabor. Até que esse negócio é bom!
— Caramba pai, tá ótimo!
— Obrigado. — Ele ofereceu um sorriso.
Olho para a mesa e vejo que há dois lugares.
— Ah pai, mas eu não vou ficar pra jantar.
— Não é pra você, é pro Miguel.
— Atá. — Volto a comer molho.
Alguns minutos depois meu celular apita, o retiro do bolso e vejo uma notificação de Robby dizendo que já está aqui. Me despeço de meu pai e logo saio de casa. Vou até a entrada do prédio e lá está Robby, em um jeep preto. Fico boquiaberta.
— Quem diria que você tem um jeep. — Digo guardando o celular no bolso.
— Peguei emprestado, não é meu.
— Do mesmo jeito, eu amei. — Abro a porta do subo no jeep.
— Então, soube que você está saindo com
um LaRusso, é verdade? — Ele falou assim que me sentei no banco.
Imediatamente franzi o cenho com suas palavras.
— Você está me espionando? — Minha voz saiu um pouco alta.
— Eu tenho meus métodos de te proteger, tá legal? Ainda sou o seu irmão mais velho.
— Credo, tá pior que o papai, Robby. — Digo fechando a porta do carro.
— Aí. — Seu tom saiu firme. — Não me compara com ele. Só tô querendo sua segurança, o Anthony é meio… traiçoeiro. Então vê se toma cuidado.
Penso um pouco em suas palavras, Robby deve estar falando isso por conta da família LaRusso, mais especificamente Samantha e Daniel. Daniel porque foi seu sensei e Samantha porque foi sua ex-namorada.
— Tá bom. — Assenti colocando o cinto.
Ele assentiu e logo deu partida no carro.
Depois de alguns minutos na estrada, chegamos ao “Drive-in”, Robby estacionou o carro e logo descemos para pegar as pipocas.
Mas de repente, enquanto andávamos, vi Kenny parado em um canto junto de um garoto asiático e uma loira.
— O que o Kenny tá fazendo aqui? E quem são essas pessoas?
— A turma do cobra Kai.
— O que? — Olho pra ele, totalmente desacreditada. — Mas achei que era só você e eu.
— Se eu dissesse que o cobra kai estaria aqui, o papai nunca te deixaria vir. — Ele enfiou as mãos no bolso. — Pensa como uma oportunidade de conhecer a turma.
Desvio o olhar dele para o pessoal novamente, não vejo problemas em conhecê-los.
— Finalmente chegou, Kenne! — O asiático se aproximou. — Quem é a pirralha?
— A pirralha tem nome e é Emanuelly. — Digo cruzando os braços.
— Esse é o Kyler, ignora ele.
— Então você é a irmã de quem o Robby fala tanto. — A loira se aproximou. — Me chamo Tory.
— Prazer em conhecê-la.
— Cadê o resto do pessoal?
— Já estão no estacionamento. — Respondeu Kenny. — E aí.
Ofereço um sorriso de lábios fechados ao mesmo.
— Tá legal, vamos.
Voltamos ao estacionamento e assim que entramos no carro, o filme começou. Depois de um tempo, Kenny saiu para pegar as pipocas, enquanto ele não voltava fiquei vendo o filme, mas era quase impossível pois Kenny e mais um garoto ficavam comentando sobre as cenas.
— Ai, eu tô curtindo esse filme e esse tal de Jean-Claude van… Deus do céu!
— Bem nas bolas!
— Caramba!
Revirei os olhos esperando eles calarem a boca, mas acho que vai ser impossível. Olhei para o lado e vi Kenny trazendo as coisas.
— Aqui estão as coisas. — Ele entregou as coisas ao outro carro, e logo veio até minha janela e me entrega uma barra de chocolate que havia pedido. — Toma Emy.
— Valeu, Kenny. — Abro um sorriso ao pegar o pacote.
— Aí entregador. — Kyler o chamou e ele se virou sem ânimo. — Cadê as minhas?
— Você falou que não queria nada.
— Mas agora eu quero, eu quero dois baldes de pipoca com manteiga, quatro cocas grandes, dois hot dogs com mostarda sem catchup e um pretzel.
— Mas não consigo carregar…
— Ah e quero também uns nachos com queijo extra e bolinhos de rala penha, tá? Anda logo.
Idiota.
Kenny seguiu o caminho, mas segundos depois Robby veio atrás de nós.
— Ei, não esquenta com ele. Só tá zuando o novato.
É bom.
— Ah, é?
— É. — Ele soltou uma risada curta. — E é menos perigoso do que eu tive que fazer. Mantenha a cabeça erguida e vai ganhar respeito. Sacou?
Kenny assentiu levemente.
— E olha, me traz uma barra de chocolate. — Ele deu um soquinho de leve em seu ombro e ele assentiu se virando para ir até a barraca de comidas.
Mais alguns minutos se passaram desde que Kenny havia ido pegar as coisas, então decidi olhar para o lado para ver se ele já está vindo, mas ele não estava, ao invés disso tudo o que Kyler havia pedido estava no chão, e falcão está de frente com Kenny enquanto mais duas pessoas se aproximam.
— Ai, Robby. — O cutuco.
— Que foi?
Sinalizo com a cabeça e ele olha na mesma hora. Sua expressão fica enrubescida no mesmo instante.
— Aquele palhaço. — Ele abre a porta do carro e sai, em seguida faço o mesmo.
— Deveria andar por anda, moleque.
— Ai, qual foi?
Rapidamente, Kenny se aproximou de Robby e ficou ao seu lado. Os olhos de falcão vieram em minha direção.
— Olha só. Parece que tá no cobra Kai agora.
— Viu? Eu disse que ela não ia ficar nos presas de águia por muito tempo tendo o Robby como irmão dela! — Disse Bart.
Senti a raiva percorrendo minhas veias.
— Aí! — Robby tentou ir pra cima da Bart, mas eu impedi.
— Eu não tô no Cobra Kai! Não vê que só estou passando um tempo com o meu irmão?
— Você traiu o Miyagi do. Traidor. — Disse Aiden.
— Com certeza temos um traidor! — Tory disse enquanto se aproximava de nós junto de toda a turma do cobra kai. — E ele vai ter o que merece.
— Eu acho que não. — Samantha se aproxima junto do pessoal do Miyagi do e presas de águia.
Minha respiração acelera.
— Não se isso depender de mim, princesa.
Os grupos se encararam por um longo tempo, a tensão no ar era assustadora. Mau conseguia respirar de tanto tensão que circulava no ar.
Apenas uma coisa passa por minha mente neste momento. Eu não deveria estar aqui.
De repente, Demitri se aproximou do grupo.
— Ai galera, acredita que eles têm refrigerantes com correntes aqui? — Todos os encararam. — ai droga! De novo outra briga?
— Cuidado, LaRusso. A sua mãe não tá aqui pra ser pacificadora.
— O que isso quer dizer?
— Gente, chega! — Miguel interrompeu. — Não podemos fazer isso. Vamos vencer no tatame.
— Tem certeza? Lembra o que aconteceu da última vez que lutamos?
— Tá bom. Encontrem a gente no campo de baseball em trinta minutos. — Ele desafiou Robby. — E sem armas. — Olhou diretamente para Tory.
— Tá bom.
— Sei.
Logo,o grupo se foi, enquanto iam, Miguel não parava de me encarar com um olhar de estou desapontado. Mas logo Robby pegou meu braço e me virou.
— Vamos.
— Aí, Robby, eu não vou. — Eu paro de andar e ele também.
— Olha só, nada vai acontecer com você, eu prometo.
— Não é disso que eu tô falando! Olha só, eu não sou do cobra kai, essa luta não é minha, é de vocês contra o Miyagi Do.
— Então tá do lado deles?
— Não, mas…
— Olha só, você é minha irmã, eu não vou te julgar nas suas escolhas, mas tem que escolher um lado. Quando o torneio chegar, você vai ter que escolher.
Minha respiração para por alguns segundos com suas palavras. Não sei o que lhe responder.
— Fica no carro na hora da luta, tá legal?
Ele se virou e seguiu seu caminho até o resto do grupo, fiquei parada por alguns segundos, tentando raciocinar tudo, então logo balancei a cabeça e me juntei a eles.
E então, trinta minutos depois, lá estavam eles no campo e eu no carro. Não sou do tipo de fugir de uma luta, mas aquela luta não era minha.
Olhei pela janela e os vi no campo, parados esperando pelo pessoal do Miyagi Do. Franzi o cenho, já era para eles estarem ali.
De repente, água começou a sair do chão e começou a molhar eles. Coloquei a boca na boca tentando conter o riso. Minutos depois eles saíram do campo e eu controlei minha risada.
— Isso não vai ficar assim. — Disse Robby dando partida no carro. — Eles vão ter o troco.
Meu corpo arrepiou por inteiro com suas palavras. Acho que nunca vi Robby irritado do jeito que está agora.
(...)
No dia seguinte, não contei nada da noite anterior para meu pai, apenas disse que havia sido bom.
Pela tarde, quando meu pai e eu chegamos ao dojo, não senti aquela leveza que sinto quando chego, senti medo. Medo do que os outros iriam pensar de mim ao me verem.
Respirei fundo tentando afastar os pensamentos e segui pela lateral que leva até os fundos. Assim que chegamos aos fundos vi toda a turma já se aquecendo e assim que perceberam minha presença, me encararam.
— Olha só, antes que venham me dar um sermão, ou algo do tipo, eu só queria dizer que…
— A gente não tá bravo com você, Emy. — respondeu Samantha. — Nem poderíamos.
— Afinal, como você disse, estava só saindo com se irmão. — Completou falcão. — aposto que não sabia que o cobra kai tava lá, né?
— É, eu não sabia. Obrigada por me entenderem.
Senti todo peso de meus ombros sendo levados pelo vento. Fico aliviado deles não estarem bravos comigo.
— Mas cai aqui entre nós, aquele lance do gramado foi bem legal. — Soltei uma risada enquanto cruzava os braços.
— Foi mesmo. — Disse Dimitri. — E assim Miguel Diaz vai ser conhecido como “evocador de chuva”
— É, mas de qualquer maneira a gente acabaria com eles.
— Pode até ser, mas a coisa poderia ter ficado bem feia. — Miguel respondeu Samantha.
— O que podia ficar feio? — Meu pai se aproximou.
— A gente ia entrar numa briga lá no Drive-in, mas o Miguel salvou o dia.
— Ah é? E como foi isso?
— Eu falei pros Cobra irem até o campo de baseball. Bem na hora em que ele é regado.
Assim que meu pai ouviu a palavra “Cobra”, olhou para mim no mesmo instante como quisesse dizer “A gente conversa hora que chegar em casa”
Logo, voltou a encarar Miguel.
— Então provocaram uma briga, não apareceram e molharam eles com mangueiras?
— Ah, eram spinklers. — Demitri corrigiu, mas meu pai o olhou. — Tá, vou calar a boca.
— Vocês cutucaram a onça! O que acham que vai acontecer? Vão deixar passar numa boa?
— Pelo o que me contaram de ontem, o Miguel treinou moderação. — Senhor LaRusso saiu de dentro da casa. — Ele achou um jeito de sair de uma situação ruim sem que ninguém se machucasse. Que que você queria? Que ele entrasse numa luta de pivetes? Tô orgulhoso de você! — Ele olhou para Miguel e colocou a mão em seu ombro. — Levou os ensinamentos do Miyagi Do a sério.
— Tá bom LaRusso, temos que conversar.
Assim que o senhor LaRusso iria responder, ele olhou para frente e se assustou. Olhei para trás e vi dois homens, de cabelos brancos entrando no lugar. Um deles era kreese, o cara de quem meu pai falava. O outro, era um desconhecido, um desconhecido chique. Que vestia roupas pretas longas e seus cabelos brancos eram presos em um rabo de cavalo.
— Senhores. Acho que temos umas coisinhas para discutir.
(...)
𝗡𝗢𝗧𝗔𝗦 𝗗𝗔 𝗔𝗨𝗧𝗢𝗥𝗔
Achei que esse capítulo iria ficar curto, mas ficou mais longo do que eu esperava KKKKK
Enfim, agora a Emy está dívida entre dois lados, mas até ela escolher vão ter vários acontecimentos que vão definir pra que lado ela vai ficar.
Bom, é isso tchau até o próximo capítulo. Até lá votem e comentem por favor!!
Beijos da autora 😘😘
2,764 palavras.
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