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THREE, a lake with memories of the past

TRÊS, um lago com lembranças
do passado

QUANDO UM GRISHA praticava a Pequena Ciência, sua saúde elevava de um ótimo modo, seu paladar, sua pele se tornava saudável, tudo o deixava melhor. Não havia esforço. Era como se existisse para isso, para conjurar sua força através do seu poder.

Mas quando Alina explicou como havia enfrentado, o tamanho e o que sabia sobre os nichevo'ya do Darkling, a maioria dos Grishas que a ouviam ficaram hesitantes. A força e a invulnerabilidade a balas, lâminas e, infelizmente, ao próprio poder grisha, haviam deixado nascer um pouco mais de receio no salão. A maioria que continuava no Pequeno Palácio não era realmente soldados, mas precisavam saber o que iriam enfrentar.

Ksenya havia passado bastante tempo com Darkling, principalmente por ser uma das mais habilidosas dos Corporalki. Na época, quando era mais jovem e curiosa, havia feito milhares de perguntas a Grishas mais velhos e até mesmo ao próprio General, que, quando podia ou se sentia generoso, a respondia. E de acordo com relatos do passado, de livros velhos que ele possuía guardado a sete chaves, os Nichevo'ya não eram um poder Grisha. Era merzost.

Merzost era a palavra para abominação. A teoria Grisha básica dizia que a matéria não poderia simplesmente ser criada do nada, um exemplo disso é que um Infernal precisará de uma faísca. Toda a matéria do mundo pode ser dividida em partes fundamentais. E os Grishas possuíam o poder de manipular a matéria no nível essencial e em sua forma mais básica. O princípio da Pequena Ciência. Mas o merzost era diferente, uma ruptura forjada na criação do coração do mundo.

─ Mas como Darkling pode fazer isso? ─ perguntou Galena, sentada ao lado de Zoya. Alina havia falado para que os Grishas começassem a se misturar no salão, nada de grupinhos de corporalkis ou etherealkis.

─ Acho que a verdadeira pergunta é como iremos lutar contra eles ─ respondeu Ksenya.

𓍢

A porta do quarto de Natalya Kamenova-Petrova permanecera fechada desde o trágico dia em que ocorrera a tentativa da Travessia da Dobra. O quarto ficava a cinco portas dos aposentos de Ksenya e foi a primeira vez que ela teve a coragem de tocar a maçaneta da porta de madeira leve e avermelhada. No entanto, sua bravura acabou ali, Ksenya ainda não conseguia abri-la. Invadir a privacidade de sua irmã morta parecia corromper de alguma forma sua imagem.

Sabia que o que provavelmente iria encontrar era um quarto com a cama bem feita e a estante de livros organizada por gênero ou tema. Ksenya gostaria de entrar, abrir o guarda-roupa da irmã, ver suas roupas, seu primeiro kefta azul que recebera quando criança, as fotos acima da mesinha de cabeceira... Mas apesar de ter pedido uma cópia das chaves, ela simplesmente não conseguia girar a maçaneta e abrir a porta.

─ Você não precisa fazer isso agora ─ a voz de Nikolai correu suavemente até chegar aos ouvidos de Ksenya. Ela sabia que ele tinha se aproximado, assim como ele estava totalmente ciente disso também.

─ Não sei se conseguirei em algum momento ─ ela sentiu a testa tocar lentamente a madeira da porta enquanto ainda segurava a maçaneta. ─ Ou talvez só consiga quando pendurar a cabeça do Darkling em uma estaca.

─ Pelo menos você ainda consegue pensar no futuro ─ disse Nikolai. Ksenya se afastou da porta e olhou para ele, acabou sorrindo. ─ Esse lugar lhe trás pensamentos mórbidos; prefere sair? Estou lhe convidando para me fazer passar a noite acordado em sua companhia.

─ O que? ─ Kamenova franziu a testa.

─ Pelos Santos, Ky ─ Nikolai riu. ─ Eu quis dizer conversando. Conheço um bom lugar.

Ela sabia que Nikolai, embora pudesse fazer isto, não estava lhe propondo indiretamente uma proposta lasciva.

─ Só se tiver bebida barata ─ respondeu ela, aceitando quando Nikolai lhe ofereceu um braço, convidando-a para levá-la para fora, ─ nada desse luxo da realeza.

Os dois começaram a andar para fora do corredor.

─ Não que seja um problema pensar em outras maneiras de permanecermos acordados ─ ele murmurou, ─ serve para acalmar os nervos.

Os dois riram quando saíram pelas portas dos fundos.

𓍢

Nikolai ofereceu uma mão para Ksenya quando passaram por uma inclinação de terreno atrás de alguns arbustos e árvores.

─ Chegamos ─ disse ele, deixando Ksenya soltar sua mão lentamente.

O lago não era distante do Pequeno Palácio, mas ainda assim ambos achavam que o que faziam era loucura. Faltava poucos minutos para anoitecer de vez e eram apenas dois.

Mesmo assim pararam de frente para as águas calmas. Não puderam evitar a nostalgia e as lembranças de quando eram apenas crianças fugindo de babás enlouquecidas que pediam demissão dentro de três dias e caindo naquele mesmo local. Aquele era seu lugar desde sempre, seu lugar preferido, e por um momento silencioso, lado a lado, eles perceberam que passaram sete anos e nada parecia ter mudado.

─ Pronta? ─ Ksenya olhou para o lado e Nikolai terminava de desabotoar o próprio uniforme.

─ Eu acho que isso não é uma boa ideia.

De qualquer maneira ela estava sorrindo com ele, se divertindo do ato de loucura que os dois estavam prestes a cometer.

─ Você realmente vai me deixar fazer isso sozinho?

Quando as peças do uniforme ravkano de Nikolai caíram no chão de terra e grama mal aparada, ele correu para a borda da pequena ponte de madeira velha do lago, então saltou. Ksenya agradecia por ter apenas os dois naquele local, afinal eles não tinham mais doze anos e estavam repetindo uma ação que faziam naquela idade e naquele mesmo cenário. E ultimamente as coisas estavam tão pesadas que tudo fora do Pequeno Palácio parecia uma loucura.

─ Você vem ou não? ─ Nikolai gritou quando voltou à superfície, a água cobrindo de seus ombros para baixo. Quando ela olhou para ele, ele tinha um sorriso no rosto.

Ksenya olhou para os dois lados e removeu o kefta, então com um único gesto desamarrou o cordão pequeno que atava nas costas da cintura de seu vestido, permitindo que ele caísse no chão ao lado do uniforme de Nikolai.

O príncipe submergiu e quando a Sangradora pulou no lago, ele surgiu ao seu lado. A água estava gelada, mas eles nadaram até o centro.

─ Imaginei como seria ter você na minha tripulação ─ confessou Nikolai de repente, quando Ksenya o alcançou. ─ Ter você lá.

Por mais que Nikolai tenha ido sem se despedir, semanas antes havia falado sobre ter seu próprio negócio longe de Os Alta e do drama da monarquia e, principalmente, que adoraria que Ksenya o apoiasse e que também fosse. Mas eram só duas crianças e ela nunca levou essas palavras a sério. Até que um dia simplesmente amanheceu e ele já não estava mais lá.

─ Você gostaria ─ disse ela, jogando água no rosto e cabelo ensopado de Nikolai.

Ele fechou os olhos, seus cílios grandes criando pequenas gotículas d'água. Nikolai passou as mãos pelo rosto e pelos cabelos. Depois abriu os olhos e a encarou. Se fosse comparar, Ksenya parecia uma pessoa realmente diferente de mais cedo naquele dia.

─ Imaginei todas as nossas risadas e ofensas enquanto jogávamos alguma coisa com Tolya e Tamar pela madrugada. Teria sido esplêndido.

Realmente, pensou Ksenya. Mas ela não podia fantasiar isso porque sabia que mesmo que ele tivesse pedido com todas as letras, ela não teria ido com ele.

─ Com certeza ─ concordou. ─ Mas eu não poderia deixar Natalya, tudo o que ela fez em vida foi por mim...

Ksenya se calou. E Nikolai ainda olhava para ela.

─ Eu sei disso. Natalya era a pessoa mais durona que conheci. Não diga isso para Tamar ou Tolya ─ sorriu. Ele era a única pessoa que não se esquivava do assunto. Os outros simplesmente fugiam todas as vezes que Ksenya mencionou Natalya, até que ela parou. Mas Nikolai não estava nadando para longe ou mudando de assunto, e foi isso que a deixou assustada por um momento. Era novidade.

─ Está anoitecendo ─ de repente essas duas palavras escaparam da boca dela. Ksenya definitivamente não sabia o que queria. Agora ela estava fugindo?

Nikolai olhou para cima, para a lua. Já estava escuro há minutos.

Os dois nadaram para fora do lago ao longo da margem, ainda perto da ponte e onde estavam suas roupas. A peça íntima - mais parecida com uma anágua - que Ksenya usava sob o vestido era branca, e ela tinha plena coincidência de que, encharcada como estava, a maior parte de seu corpo era visível sob o tecido. Mas em nenhum momento Nikolai olhou.

─ Sinto-me com doze anos novamente ─ disse ele, secando-se com a camisa que vestia sob o uniforme e jogando-a para Ksenya. ─ Só que mais forte, mais alto e mais bonito.

Ksenya riu enquanto eles se vestiam.

─ É bom saber que não sou a única que se sente assim.

𓍢

─ Você realmente não precisava me acompanhar até o meu quarto.

Nikolai não se importava se um dos guardas pudesse vê-lo voltando de sabe-se-lá-onde com uma grisha. Mesmo assim Ksenya achou melhor passarem como dois criminosos escondidos. E quando ele exageradamente a acompanhou, não só até o Pequeno Palácio, mas até a porta do quarto, nas pontas dos pés e em silêncio, ela teve vontade de rir de sua audácia.

Não havia nenhum grisha no corredor e tudo estava escuro, recebendo pouca luz da única janela aberta do corredor. Os jarros que haviam em cada entrada haviam sido retirados por Zoya e Sergei - de alguma maneira eles lembravam demais o Darkling, então não foi problema entrar sem tropeçar em algo que parecia muito caro.

─ Eu sou um príncipe, posso fazer o que quiser ─ Nikolai piscou.

─ Claro, moi tsarevich ─ Ksenya fez uma mesura exagerada e terminou murmurando ─ amanhã você tem uma reunião importante com os conselheiros do Rei, espero que acorde bem cansado.

─ Eu adoraria acordar cansado ─ ele sussurrou, mas acabou sorrindo.

Nikolai queria adiar sua saída por mais tempo, mas não poderia deixar Ksenya fora do quarto para sempre, e estava óbvio ela não o convidaria para entrar. Não que ele estivesse desejando isso incondicionalmente... pelo menos não de propósito.

─ Eu me diverti hoje ─ ele revelou. Ksenya estava prestes a responder, dizer que também se divertiu depois de tanto tempo, mas Nikolai não lhe deu chance: ─ Quero que se junte a mim no Grande Palácio amanhã, falaremos sobre nossas defesas, sistemas de alertas e outras diversas coisas.

De repente eles não se sentiam mais com doze anos. Agora eram adultos outras vez, conversando sobre alertas e números de tropas.

─ Não sei se você sabe, mas se eu colocar um pé no Grande Palácio serei baleada. Eu não gosto de ser baleada.

─ Você foi baleada usando kefta?

─ Nunca deixei que atirassem em mim ─ Ksenya franziu a testa, ─ foi só um modo de falar.

─ Te espero amanhã, às nove horas.

Sem lhe dar chances de recusar, ele saiu, a deixando na porta do quarto.

SKYLANTSOV | 2021

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