|Capítulo 04|
P.O.V Narradora
Em frente à escola primária, Adalind permanecia no banco de trás do carro, olhando a entrada do prédio com uma expressão descontente. Claramente, ela não queria estar ali. Com um suspiro dramático, pegou sua mochila e abriu a porta com determinação.
— Obrigada, tio! — disse Adalind, num tom rápido e automático, já saindo do carro antes que alguém tivesse tempo de responder. Aurora, que estava no banco da frente, sorriu e lançou um olhar agradecido para Carlisle.
— Obrigada pela carona, Carlisle.
— Não foi nada, Aurora.—Carlisle retribuiu o sorriso, com a tranquilidade habitual. —Foi um prazer.
Ele ficou no carro, observando enquanto Aurora saía e se aproximava da filha, que agora estava parada a poucos passos da entrada, olhando para a escola como se fosse sua maior inimiga.
— Mamãe, eu tenho mesmo que entrar? — perguntou Adalind, virando-se para Aurora com uma expressão que misturava dúvida e apelo, a mulher
se abaixou, ficando na altura da filha, e gentilmente passou a mão pelos cabelos ruivos dela.
— Anjinho, você precisa estudar. É importante aprender o básico, sabia? — disse Aurora com um sorriso doce. — Eu sei que você não é muito fã de escola, mas você ainda está no jardim de infância. Lá, você vai aprender coisas novas, pintar e brincar bastante.
— Mamãe, eu sou inteligente demais pra escola — Adalind estreitou os olhos, claramente não convencida
—Você é mesmo muito esperta.—Aurora riu da confiança da filha, sacudindo a cabeça.—Mas que tal fazermos um combinado?
— Que tipo de combinado?—Adalind arqueou uma sobrancelha, interessada,
Aurora sorriu, já sabendo que havia ganhado a atenção da filha.
— Se você for pra escola hoje sem reclamar e continuar se comportando bem, no seu aniversário de 6 anos, você vai poder fazer o que quiser. — surgiu a ideia a filha,os olhos de Adalind brilharam imediatamente, e seu rosto se iluminou com um sorriso enorme.
— Qualquer coisa?— repetiu Adalind
— Qualquer coisa — confirmou Aurora, cruzando os braços com um olhar satisfeito.
— Combinado, mamãe! — Adalind exclamou animada. Ela deu um beijo rápido na bochecha de Aurora e disparou em direção à entrada da escola. — Beijos! Vou me comportar!
Aurora ficou de pé, observando a filha sumir pelo portão com um sorriso divertido nos lábios. Ela cruzou os braços, balançando a cabeça levemente.
Carlisle, ainda no carro, assistia à cena com um sorriso discreto, antes de ligar o motor e partir lentamente.
(...)
Aurora caminhava pelo centro da cidade, perdida em pensamentos enquanto admirava as vitrines e o movimento ao seu redor. Apesar de ser dona de uma grande fortuna, ela sentia a necessidade de trabalhar, de ocupar suas manhãs com algo produtivo e que trouxesse algum propósito. Ao passar em frente a uma pequena biblioteca com uma fachada charmosa e acolhedora, algo lhe chamou a atenção.
Sem hesitar, Aurora entrou, sentindo o aroma de livros antigos e chá que preenchia o ambiente. Seus olhos percorreram as prateleiras repletas de volumes organizados de maneira impecável. Uma senhora de cabelos brancos, com um sorriso amável, aproximou-se dela.
— Posso ajudá-la, querida? — perguntou a senhora, com um tom gentil.
— Na verdade, estou me perguntando... a senhora está contratando alguém? —Aurora virou-se para ela, sorrindo educadamente.A mulher arqueou as sobrancelhas, surpresa, mas o sorriso não desapareceu.
— Está procurando emprego?
— Sim, algo para ocupar minhas manhãs — admitiu Aurora. — Sempre amei livros e achei que talvez pudesse ser útil aqui.
A senhora pareceu pensar por um momento, então fez um gesto convidativo.
— Por que não começamos com uma xícara de chá? Venha, vamos conversar.
— Aceito com prazer.— Aurora sorriu, sentindo-se à vontade.
(...)
Enquanto isso, na escola, Adalind estava sentada à mesa com outras crianças. A professora havia distribuído folhas e tintas para uma atividade de pintura antes do recreio. Adalind, concentrada, pintava uma paisagem cheia de árvores e flores, completamente absorvida no que fazia.
Ao lado dela, uma menina loira olhava fixamente para o cabelo ruivo de Adalind, com uma curiosidade evidente. Sem pedir permissão, a garota estendeu a mão e puxou uma mecha do cabelo da ruiva.
— Isso é de verdade? — perguntou a menina, franzindo o nariz enquanto examinava o cabelo de Adalind, a mesma fechou os olhos por um instante, claramente irritada.
— Dá pra parar? — pediu, olhando feio para a menina.Mas a loira ignorou o pedido e puxou novamente, dessa vez com mais força. — Eu falei pra parar! — gritou Adalind, antes de se levantar de repente e, sem hesitar, desferir um soco certeiro no rosto da menina.
A loira caiu no chão, chorando alto enquanto levava a mão ao nariz. A professora, alarmada, correu até elas.
— Adalind! O que é isso? Não pode bater nos colegas!
— Ela mexeu comigo primeiro.— Adalind cruzou os braços, com um sorriso debochado nos lábios.A professora suspirou, tentando manter a calma enquanto ajudava a menina a se levantar.
— Não importa o que ela fez, bater não é permitido. Venha comigo, vamos conversar na sala da diretora.
Adalind apenas deu de ombros, pegando sua mochila e a pintura da mesa antes de seguir a professora.
(...)
Aurora colocou a xícara vazia sobre a mesinha de madeira, um sorriso satisfeito no rosto. A conversa com a senhora da biblioteca havia sido agradável, e o resultado ainda melhor. A mulher, encantada pela simpatia e interesse de Aurora, decidiu contratá-la sem hesitação.
— Acho que você será perfeita para esse trabalho — disse a senhora com um sorriso gentil, ajustando os óculos sobre o nariz. — Podemos começar amanhã?
Aurora olhou ao redor mais uma vez, admirando o ambiente tranquilo e acolhedor da biblioteca. Apesar de ser pequena e com poucos visitantes, o local tinha um charme especial que ela adorava.
— Claro, amanhã estarei aqui! Obrigada pela oportunidade.
Antes que pudessem conversar mais, o celular de Aurora vibrou dentro de sua bolsa. Pedindo desculpas, ela atendeu rapidamente. Do outro lado da linha, uma voz formal informou.
— Senhora Aurora, aqui é da escola da Adalind. Poderia vir até aqui? Sua filha se envolveu em um incidente.
Aurora fechou os olhos, suspirando profundamente enquanto sentia a paciência se esvair.
— Estou a caminho. Obrigada por avisar.— desligando, ela se virou para a senhora da biblioteca. — Preciso ir, houve um problema na escola da minha filha.
— Tudo bem, querida.— respondeu a senhora sorrindo compreensivamente.
—Amanhã nos vemos, então.
Aurora agradeceu novamente e saiu, já imaginando o que Adalind teria aprontado dessa vez.
(...)
Ao chegar na escola, Aurora caminhou pelos corredores até a sala da diretora, sentindo os olhares das crianças e professores que sabiam exatamente por que ela estava ali. Ao abrir a porta, viu Adalind sentada em uma cadeira, balançando as pernas com um ar despreocupado, como se nada tivesse acontecido.
— Adalind Elizabeth Burkhardt ! — chamou Aurora, seu tom firme e carregado de autoridade.
A pequena ruiva parou de balançar as pernas e olhou para a mãe com um sorriso inocente.
— Oi, mamãe!
— Não vem com esse "oi, mamãe" pra mim — Aurora cruzou os braços, encarando-a. — O que você fez agora?
— Ela puxou meu cabelo, e eu só me defendi.—Adalind deu de ombros, apontando para a menina com o nariz vermelho ao lado da diretora, a mesma apareceu com semblante sério, interveio.
— Senhora Aurora, entendo que houve um desentendimento, mas socar uma colega de classe não é uma maneira aceitável de resolver conflitos,Aurora esfregou a testa, sentindo a tensão crescer.
— Adalind, quantas vezes já conversamos sobre isso? — disse, olhando diretamente para a filha.
— Mas, mamãe, ela começou! — Adalind protestou, cruzando os braços com um bico no rosto.
— Isso não importa.—Aurora respirou fundo, tentando manter a calma.— Você sabe que não pode bater nas pessoas. Vamos conversar sobre isso em casa. Agora, peça desculpas.Adalind hesitou, lançando um olhar irritado para a menina ao lado.
— Desculpa — disse finalmente, embora o tom estivesse longe de ser sincero.
— Obrigada por vir, senhora Aurora.—diretora suspirou— Espero que consigamos evitar novos incidentes no futuro.
Aurora segurou a mão da filha e, com um último sorriso para a diretora, saiu da sala. Assim que estavam fora, inclinou-se para Adalind.
— Quando chegarmos em casa, você e eu vamos ter uma conversa séria sobre comportamento.
Adalind apenas resmungou, mas não disse mais nada, sabendo que sua mãe estava realmente brava desta vez.
Mais um capítulo amores espero que gostem ❤️ 🥰 ❤️ 🥰
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Até o próximo capítulo amores ♥️ 🥰 ♥️ 🥰
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