
𝟬𝟬𝟴 ، VOID.
CAPÍTULO OITO :
VAZIO.
COM ELEVEN SENTADA EM UMA DAS CADEIRAS DA MESA REDONDA na cozinha de Joyce, os oito se reuniram ao redor da garota, observando enquanto o rádio chiava e ela fechava os olhos, tentando se concentrar. Como Mike havia explicado, Eleven já havia conseguido contato com Will daquela maneira usando um rádio maior na escola , o que Andrea achava extremamente sinistro e chocante ao mesmo tempo; ela começava a achar que nada mais poderia lhe surpreender naquela noite.
Ela estava terrivelmente enganada.
A Hopper sentou em uma cadeira ao lado de Joyce, com os cotovelos na mesa e o queixo apoiado na palma da mão enquanto observava Eleven com atenção, assim como os outros ── a garota lhe fazia lembrar de Sara e ela tinha a sensação de que seu pai sentia o mesmo.
O som do rádio chiando em cima da mesa estava começando a lhe irritar, mas a adolescente permaneceu calada, esperando por alguma reação: uma voz, algum som, qualquer coisa, mas nada veio. As luzes do cômodo piscaram algumas vezes antes de voltar ao normal, todos olharam para a menina com expectativa e choque diante da demonstração, aguardando uma resposta quando ela abriu os olhos.
─── Sinto muito.
A feição triste no rosto dela fez o coração de Andrea acelerar, sem entender o que aquilo poderia significar, virando para os garotos em busca de resposta.
─── O-o que foi? O que houve? ─── Joyce perguntou, olhando entre Eleven e Mike, segurando a mão de Jonathan.
─── Não consigo achar eles. ─── a menina respondeu com a voz quebrando, abaixando o olhar.
O grupo se entreolhou antes de Mike ajuda-lá a encontrar o banheiro. Ninguém parecia saber o que fazer a seguir, o que deixava todos ansiosos. ─── Sempre que ela usa os poderes, ela fica fraca. ─── Mike explicou ao retornar.
─── Quanto mais energia ela usa, mais cansada fica.
─── Ela capotou um furgão antes. ─── Lucas falou.
─── Foi incrível. ─── o Henderson comentou com um sorriso.
─── Mas ela tá sem energia. ─── o Wheeler prosseguiu.
─── É como uma bateria velha.
─── Como podemos fazê-la ficar melhor? ─── foi a pergunta de Joyce, olhando para Mike.
─── Não podemos. Temos de esperar e tentar novamente.
─── Esse é o problema, não podemos esperar. ─── Andy interrompeu frustrada, olhando para Mike. ─── Aquela criatura tá caçando nossos amigos, nós não temos tempo. Você acha que ela vai demorar muito?
─── Eu não sei.
─── A banheira. ─── Eleven falou do corredor, interrompendo a discussão.
─── O quê? ─── eles perguntaram assustados, se virando.
─── Posso achar eles. Imersa na banheira.
Andrea fitou a garota, imaginando que aquilo deveria ter algo a ver com o tanque de água que seu pai mencionou antes, próximo do portal no laboratório. Ninguém ali parecia saber como fazer uma, o que levou Andy a procurar na lista telefônica pelo número de um dos professores das crianças, o sr. Clarke, ditando o número para Dustin.
Após alguns segundos de insistência, o professor pareceu concordar em ajudar o garoto. Joyce entregou um bloco de papel e um lápis para o Henderson, todos observando enquanto ele anotava o que o homem no aparelho ditava. Ele se despediu do professor, desligando o telefone e virando-se para Joyce.
─── Ainda tem a piscina infantil em que pescávamos maçãs?
─── Eu acho que sim, é. ─── respondeu, olhando para Jonathan atrás de uma confirmação.
─── Ótimo. E precisamos de sal. Um montão.
─── Quanto é "um montão"?
Com a pergunta do delegado, o garoto abaixou o olhar para a caderneta, procurando pela informação. ─── 680 quilos.
Andrea ergueu as sobrancelhas, a boca levemente aberta em choque; o que parecia uma simples tarefa se tornava cada vez mais complicado. ─── Tem certeza que não é 68?
─── Onde vamos conseguir tanto sal?
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A CAMINHONETE DA POLÍCIA PAROU EM FRENTE A Hawkins Middle School, Andy e seu pai saltando do carro logo em seguida enquanto ela ainda processava o que eles haviam descoberto na casa de Terry. Por conta do inverno, as duas escolas precisavam ter um estoque de sal grosso para que nenhum acidente acontecesse ali, então o local parecia ideal para o que iriam fazer.
Enquanto Jonathan e seu pai pegavam o sal, Joyce e Eleven procuravam algo para bloquear a visão da garota e os irmãos Wheeler procuravam pelas mangueiras, Andy ajudou Lucas e Dustin a montar a piscina na quadra de basquete. Era uma tarefa fácil para ela, já que com seu tornozelo torcido seria impossível pegar peso.
─── Então... ─── Lucas falou, olhando para Dustin, esperando que ele tomasse a iniciativa.
O menino suspirou fraco, se virando para a Hopper. ─── Como você se meteu nisso?
Ela os fitou por um momento antes de tirar os papéis amassados do bolso e jogar na direção dos garotos, ainda segurando a borda da piscina para que não caísse, como aconteceu quando os outros dois tentaram deixá-la em pé sozinha ── que outra atividade seria dificultada naquela noite?
─── Eu desenhei isso aí há alguns dias. A piscina é onde a Barb sumiu, no Mundo Invertido, e o outro é aquele bicho. Eu vi ele na casa da Joyce no dia em que acharam o corpo do Will na pedreira.
─── Espera, você foi pro Mundo Invertido também? ─── o Sinclair questionou, vendo ela negar. ─── Então como desenhou isso?
─── Essa provavelmente é a quarta vez que alguém me pergunta isso e eu vou dar a mesma resposta de antes: eu não sei. Eu não fui ao Mundo Invertido e o desenho do monstro foi antes de ver ele pela primeira vez e não, eu não tenho ideia do motivo de ter feito isso. Vocês parecem saber bastante sobre esses negócios esquisitos, então, por favor, encontrem uma explicação razoável pra isso.
Eles dois trocaram um rápido olhar antes de a fitar novamente. ─── Existe uma possibilidade de você, sei lá, ter sido levada pro laboratório quando criança? ─── Lucas indagou, fazendo-a respirar fundo e se levantar, andando de um lado para o outro devagar.
─── Eu tenho certeza absoluta de que não fui um rato de laboratório. ─── ela limpou a garganta, notando que poderia ter soado um pouco rude. ─── Até onde eu lembro, minha infância foi dentro de um trailer antes de minha mãe casar de novo e me levar pra Ohio.
─── É só uma sugestão. ─── Dustin explicou. ─── Até onde sabemos, a El tem poderes por estar no laboratório. Esses desenhos, você começou a fazer só depois de chegar em Hawkins?
─── Não, eu já fiz alguns quando criança, mas parou um tempo depois de me mudar... e voltou recentemente. ─── ela balançou levemente a cabeça, suspirando. ─── Mas nunca foi algo tão... estranho como isso, sabe? Estamos falando de monstros e um universo paralelo! Eu fazia, no máximo, algum lugar novo na cidade que ainda não havia visto ou o que deveria se parecer com um humano. Além do mais, meus desenhos eram horríveis pra alguém de doze anos.
─── Mas você ainda fez algum durante esse tempo? Tipo, na escola? Porquê esses desenhos são muito bons. ─── Dustin disse com um sorriso, olhando para os detalhes feitos.
─── Não, minha mãe proibiu. Ela e o homem da igreja, o pastor, acharam melhor assim. ─── murmurou, não se aprofundando demais naquele assunto. ─── Enfim... o que eu não entendo é: como cinco anos sem fazer desenhos, mesmo na escola, trouxe isso?
─── Isso pode significar diversas coisas. Por exemplo, no D&D, existem classes que têm poderes, como os magos, e é bem maneiro, alguns tem o poder de adivinhar, que parece muito com o que você faz aqui. ─── explicou animado, apontando para os desenhos.
Ela olhou entre os dois garotos antes de fechar os olhos e passar a mão pelo rosto. ─── Eu não entendi metade do que você explicou, quem são esses caras, de onde é isso?
─── Os magos são uma classe em Dungeons and Dragons, um jogo nosso. ─── Lucas falou. ─── Quando terminarmos isso aqui, você pode jogar com a gente.
Ela abriu um sorriso pequeno, negando levemente. ─── Obrigada pelo convite, rapazes. Talvez um outro dia. ─── sussurrou, olhando na direção do corredor quando ouviu som de passos vindo de lá.
Nancy e Mike adentraram o ginásio logo em seguida, trazendo as mangueiras em um carrinho de mão e as derrubando próximas da piscina. Andy ajudou a Wheeler a desenrolar e levá-las ao banheiro próximo da quadra, as conectando e ligando a água enquanto Lucas checava a temperatura com um termômetro encontrado na enfermaria.
Após elas acertarem e encherem a piscina, seu pai e Jonathan foram colocando o sal na água aos poucos. Enquanto eles finalizavam os últimos preparativos, Andy sentou na arquibancada e tirou o sapato para dar uma olhada no tornozelo inchado, passando a mão pelos olhos em cansaço.
Ela estava ansiosa com o caminho que aquela noite levaria. Mesmo tentando se manter positiva sobre os dois desaparecidos, o aperto no peito que sentia sempre que pensava em Barb estava lhe deixando desesperada.
Andrea ainda lembrava do dia em que as três se viram pela primeira vez. Faziam apenas dois dias desde que ela havia chegado em Hawkins e as aulas iriam começar em menos de uma semana. Seu pai havia dito que ela não precisaria se mudar até o enterro de Walter, mas ela negou antes mesmo que ele terminasse de falar.
Naquela manhã específica, Jim havia lhe dado dinheiro para comprar os materiais necessários para a escola e alguns itens de higiene; Allison havia se recusado a deixar a adolescente entrar em casa novamente depois de sair da delegacia. Ela teve sorte que seu pai conseguiu convencer a Montgomery a entregar pelo menos as roupas de Andy, mas todas as suas fotos, lembranças e seus prêmios escolares ── que ela sempre achou estúpido já que eram distribuídos para toda a turma ── permaneceram lá, provavelmente indo para o lixo.
Como o centro comercial não parecia muito cheio naquele dia, ela ficou muito mais confortável em andar por lá sozinha, ainda não se sentindo bem em ficar no meio de grandes multidões. Ela sabia que teria que resolver aquele problema em breve porquê evitar aglomerações na escola seria impossível.
Ouvindo o sino da loja tocar, ela olhou na direção da entrada, vendo uma dupla de garotas adentrar. Soltando lentamente o ar, ela voltou sua atenção para as garrafas de bebida expostas na geladeira, sem saber muito bem o que pegar. Andrea estava cansada, sem conseguir dormir bem desde a viagem de carro para Hawkins. Tomar um energético parecia algo que funcionaria para mantê-la de pé durante o resto do dia; ela ainda teria que arrumar seu quarto e tinha algumas roupas que ela pretendia doar para a igreja, além de consertar a roda da bicicleta, que estava rangendo.
O som da porta da geladeira se abrindo ao seu lado a fez sair do transe e apertar levemente as alças da cesta plástica que carregava, olhando para as duas adolescentes que conversavam. A morena respirou fundo, pegando uma lata de refrigerante qualquer e jogando dentro da cesta.
─── Oi. ─── ela ouviu uma delas dizer e se virou, franzindo as sobrancelhas ao notar que falavam com ela. ─── Meu nome é Barb, essa é a Nancy.
─── Oi. ─── a menor acenou, com um sorriso simpático nos lábios.
─── Andy. ─── Disse simplista.
─── Você não é daqui, é?
Ela ergueu levemente as sobrancelhas, achando a pergunta um pouco engraçada. ─── Eu sou, na verdade. Fui embora com a minha mãe há alguns anos, mas já estou de volta. Vocês provavelmente conhecem meu pai, o delegado.
─── Você é filha do delegado Hopper?
Ela balançou a cabeça em concordância, respirando fundo. ─── A filha pródiga retorna ao lar. ─── brincou, dando uma risada sem graça ao abaixar a cabeça, envergonhada. ─── Mas eu não pretendo ficar por muito tempo. Vou apenas me formar e ir embora.
─── Por quê?
A Hopper franziu a testa em confusão, olhando para as duas como se a resposta fosse óbvia. ─── Vocês conseguem se ver tendo algum futuro aqui?
O chiado de um rádio ecoando pelo ginásio a fez erguer o olhar para o centro da quadra, notando que Eleven se preparava para a busca. Calçando o sapato, ela se aproximou da piscina e sentou entre Mike e Lucas, abraçando as pernas e apoiando o queixo no joelho.
Eleven deitou dentro da piscina, flutuando na água. As luzes do ginásio começando a piscar quase que imediatamente antes de se apagarem por completo, deixando apenas a luz vinda de fora iluminando o local. Aquele cenário a assustava, principalmente por conta do silêncio e do suspense que se seguia enquanto esperavam a garota dizer algo.
─── Barbara? ─── Eleven sussurrou, fazendo Andy e Nancy se olharem enquanto os outros as fitavam. A respiração da menina deitada acelerou e as luzes piscaram novamente; tudo que Andrea conseguia fazer era roer a unha, tentando se manter quieta.
─── O que tá havendo? ─── Nancy perguntou ao irmão.
─── Eu não sei...
─── Barb tá bem?
─── Morta... ─── ela falou baixo, sua voz falhando enquanto repetia algumas vezes, sendo reconfortada por Joyce. ─── Morta. Morta. Morta. Morta.
O lábio de Andy tremeu enquanto ela segurava o choro ao ouvir Eleven falar, desviando seu olhar para o chão. Sua respiração ficou presa na garganta e ela se viu com dificuldade para respirar, sabendo que o menor esforço que fizesse a quebraria e ela não queria fazer aquilo, não na frente de tantas pessoas.
Ela fechou os olhos enquanto silenciosamente contava de um a dez, ouvindo Joyce e Eleven falando. Com a voz de alguém saindo no rádio, ela ergueu a cabeça lentamente na direção do aparelho, franzindo as sobrancelhas. ─── Depressa.
─── Diga pra ele ficar onde está. ─── Joyce pediu, segurando a mão da menina. ─── Estamos indo, está bem? Nós estamos indo, querido.
O rádio ficou em silêncio durante alguns segundos antes de Eleven se sentar e tirar o óculos que bloqueava sua visão, sendo abraçada por Joyce enquanto chorava.
Andrea não aguentou segurar e se levantou, com a mão cobrindo a boca durante todo o caminho até a saída do ginásio, procurando por um banheiro. Ela empurrou a porta, correndo até a pia e vomitando tudo que havia comido na delegacia mais cedo, o gosto azedo do café se fazendo presente no fundo de sua garganta e a deixando enojada.
─── Morta. ─── ela sussurrou, se olhando no espelho e vendo o quão pálida estava. ─── Barb morreu.
Talvez a situação tivesse sido diferente se ela insistisse um pouco mais naquela noite. Se, ao invés de deixar Barb sangrando sozinha na beira da piscina quando tinha uma criança desaparecida, tivesse lhe feito companhia. Juntas, elas poderiam ter sobrevivido, como Will havia feito ── na pior das hipóteses, Barbara não teria morrido sozinha, tendo como suas últimas memórias uma briga com Nancy e Andy a abandonando.
A torneira foi ligada e ela abriu a mão em forma de concha, juntando um pouco de água gelada e jogando no rosto e boca diversas vezes, olhando pelo espelho o excesso molhar seu suéter e sobretudo. Ela se viu tentada a tirar o casaco, agoniada com tantas peças de roupa em contato com sua pele, mas guardar a pistola nas costas não seria nada sutil com seu pai ali.
Com algumas folhas de papel-toalha, ela se enxugou o melhor que pôde e saiu do banheiro, lentamente retornando para o ginásio. Eleven estava sentada nas arquibancadas ao lado dos garotos, enrolada em uma toalha enquanto Mike a abraçava e Lucas ajudava a esquentá-la. A adolescente caminhou até o pai, que colocava o chapéu e casaco.
─── Esse forte, onde fica?
─── No bosque, atrás da nossa casa. ─── Joyce respondeu.
─── Ele costumava ficar lá.
─── Onde você vai? ─── Andy perguntou baixo ao pai quando ele passou por ela, sem receber uma resposta. Olhando para Joyce e Jonathan que também estavam confusos, eles o seguiram até onde os carros estavam estacionados.
─── Ei, voltem pra dentro. ─── ele mandou ao ver os três atrás dele.
─── O quê? Você tá maluco? ─── Joyce protestou.
Andy ficou atrás de Jonathan, observando os dois discutindo.
─── Se algo acontecer comigo, se eu não voltar...
A adolescente travou a mandíbula com a possibilidade daquilo acontecer. Ali, em Hawkins, ela não tinha muitas coisas. Seu irmão provavelmente se mudaria para o Canadá com o pai dele, sua mãe a detestava ao ponto de ignorar suas ligações e uma de suas melhores amigas estava morta quando ela poderia ter evitado tudo aquilo. Se seu pai ── praticamente o único familiar restante que ela tinha além de uma tia distante por parte de mãe e uma por parte de pai ── morresse, então ela teria perdido tudo. Andrea sabia que não havia facilitado para ele, desde a mudança sempre fazendo o possível para o manter afastado, mas diante das circunstâncias, ela estava começando a se arrepender.
─── Então eu vou, você fica. Você tá brincando comigo?! Ele é meu filho, Hop. Meu filho. Eu vou! ─── ela gritou antes de se virar para Jonathan. ─── Ouça, eu preciso que fique aqui.
Andy olhou para os dois, seus olhos lacrimejando antes de fitar o pai, que mantinha os olhos no chão. Ela rapidamente se aproximou antes que ele pudesse ir para o carro, passando os braços ao redor de seu corpo em um abraço apertado ── ela lembrava vagamente a última vez que havia feito aquilo: maio de 1971, seu aniversário de cinco anos e o último em que passariam juntos. Surpreso, o delegado ergueu a mão e acariciou levemente as costas dela.
A adolescente então se afastou fungando, olhando para os lados para disfarçadamente limpar as lágrimas que caíram antes de o fitar de novo. ─── Voltem logo, por favor. ─── sussurrou, apertando os lábios em um curto sorriso.
Se virando e entrando na escola novamente, ela viu Nancy sentada no chão contra a parede. Aproximando-se, ela sentou no banco ao lado, encostando a cabeça na parede e fechando os olhos enquanto tentava manter pensamentos positivos sobre os dois adultos indo atrás de Will. Jonathan adentrou a escola alguns segundos mais tarde, se aproximando das garotas e tomando um lugar no chão, ao lado de Nancy.
─── Precisamos voltar para a delegacia. ─── a Wheeler disse após um momento de silêncio, fazendo a Hopper abrir os olhos e virar a cabeça na direção dela, sonolenta.
─── O quê? ─── o Byers questionou, confuso.
─── Os pais de vocês vão entrar lá como isca e a coisa ainda está lá. Não podemos ficar aqui e deixar que sejam pegos também... não podemos.
─── Ainda quer tentar? ─── Jonathan questionou.
─── Quero terminar o que começamos... eu quero matar o monstro.
Andrea apenas observou calada enquanto eles levantavam e iam até a porta, se virando quando notaram que ela não havia se movido do banco.
─── Andy, você não vem? ─── o rapaz questionou, fazendo-a desviar o olhar para a parede á frente.
Seu corpo se arrepiava com a possibilidade de ver aquela coisa de novo e, mesmo que eles estivessem pensando em matar o monstro que matou sua amiga, ela simplesmente não conseguia arranjar motivação para ir com eles. Seu pé e pulso doíam, sua cabeça doía, sua garganta estava ardendo e ela estava tão cansada. Cansada de correr, de pensar, de seguir as pessoas quando tudo que queria era tomar as próprias decisões.
Mesmo que isso significasse deixar a vingança de lado.
─── Alguém precisa olhar as crianças. ─── sussurrou, observando os troféus no armário do outro lado. ─── Aqueles caras ainda estão procurando por eles, alguém precisa ficar de olho.
─── E como você vai fazer isso? ─── Jonathan questionou.
Ela fitou os dois antes de tirar a pistola do bolso e erguer na altura dos olhos, encolhendo os ombros. ─── A gente vai ficar bem. Eu prometo.
─── Você têm certeza? ─── sua melhor amiga perguntou preocupada, vendo a Hopper fechar os olhos e concordar com um aceno fraco, lhe direcionando um sorriso.
─── Boa sorte, Nance.
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