SINA DEINERT

- Vem comigo - Noah fala em meu ouvido e me puxa pra fora da praia.

Ele para em frente a um carro e eu o olho confusa

- Que isso? - Pergunto.

- Um carro - Ele diz e da risada.

- Jura? Pensei que fosse um ônibus - Falo irritada - De onde você tirou um carro?

- Peguei do meu pai - Ele diz abrindo a porta para que eu pudesse entrar.

Entro, ele fecha a porta e entra do outro lado.

- Tá, onde vamos? - pergunto olhando para ele.

- Pra longe daqui - Ele diz ligando o carro.

- O que me garante que você não vai me matar e jogar meu corpo no mato? - Pergunto e ele ri.

- Nada, você corre esse perigo - Ele diz e começa a andar com o carro.

Só vi vantagens, não tenho nada a perder mesmo. Só se vive uma vez.

Depois de um tempo, Noah entra em uma rodovia, não havia muitos carros nela. Ligo o rádio e coloco pra tocar "Te hills - The Weeknd", abro a janela e no refrão da música Noah acelera o carro.

Eu me senti tão livre naquele momento, parecia uma cena de fanfic onde a mocinha foge com um mafioso. Não que o Noah seja um mafioso (também não duvido que seja) enfim, vocês entenderam.

A música, a noite, a velocidade que ele estava, tudo causava adrenalina, e eu estava amando aquilo, afinal, qual é a graça de brincar com fogo, se você não se queimar um pouquinho?

Ele andou por uns 40 minutos pra então, estacionar o carro em um lugar alto que a frente havia uma praia completamente vazia provavelmente porque já estava completamente de noite.

- Qual a necessidade de vir pra tão longe - Pergunto e o olho.

- Aqui a praia é vazia - Ele diz e sorri.

Pela primeira vez eu o observei de verdade, pude reparar seus traços, seus olhos verdes, seu cabelo castanho não muito curto pois alguns pequenos cachos caiam sobre seus olhos e o sorriso era lindo também, sobre a luz da lua que entrava no carro, ele ficava ainda mais bonito, parecia o tipo de cara perfeito pra foder minha vida, mas, por que deixar ele fazer isso com a minha, quando eu posso fazer com a dele?

Antes que eu pudesse pensar mais, Noah se inclina na minha direção e me beija, em um movimento rápido, ele me puxa para seu colo me deixando sentada de frente para ele. Ele afasta meu cabelo pra trás e deposita beijos quentes em meu pescoço fazendo minha respiração ficar levemente acelerada, seus beijos sobem do meu pescoço para minha bochecha até chegarem em meus lábios, então ele me beija novamente.

Minhas mãos vão para seu pescoço e as dele descem até minha bunda e ele dá leves apertadas ali me fazendo arfar. O beijo foi se aprofundando e ele puxou minha camisa a retirando rapidamente.

Algo deve estar errado no meu cérebro, estou com toda a sua química nas minhas veias, sentindo toda a alegria, sentindo toda a adrenalina, estou nervosa, não estou pensando direito, estamos ultrapassando todos os limites, ele me intoxica.

Se aquilo fosse mais longe, provavelmente iria rolar algo e eu iria me arrepender depois, então parei.

- Vamos a praia - falo baixo em seu ouvido e ele concorda.

Saímos do carro e descemos para a praia por uma escada que tinha ali. Corri pela areia e por incrível que pareça, eu me sentia realmente feliz, não conseguia pensar em nada que me afetasse naquele momento.

A noite estava fria, e eu comecei a arrepiar, Noah pareceu perceber, pois chegou perto e me tocou pra conferir se eu estava gelada.

- Vou buscar a minha camisa no carro - Falo já que ele tinha tirado ela.

- Não precisa - Ele diz tirando o moletom que estava usando - Toma - então ele me entrega.

Não nego, antes ele com frio do que eu. Visto e pude sentir seu cheiro, caralho, Urrea é cheiroso.

Ele se senta na areia. Sem pensar muito eu me sento em seu colo e volto a beijá-lo, ele deita na areia e me deixa por cima de si. O beijo começou a se aprofundar tanto que eu comecei a sentir calor.

Puxei a camisa do Noah o deixando só de calça e voltei a beijá-lo, ele desceu os beijos até meu pescoço e deu um chupão em seguida.

- URREA! - grito - isso vai ficar marcado!

- Passa base. Topa um banho de mar? - ele pergunta.

- Tá, depois eu vejo o que eu faço. Vamos pro mar - sorrio e me levanto.

Tiro o moletom do Noah e jogo na areia, enquanto tirava a calça ele me olhava paralisado, joguei a calça na areia ficando só de lingerie e fui correndo para o mar sentindo a água gelada entrando em contato com meu corpo quente.

- VOCÊ NÃO VEM?! - grito para que ele pudesse escutar.

Ele sorri, tira a calça e entra no mar também. Fico de costas para ele e observo a lua cheia que era refletida no mar, sem dúvidas uma das coisas mais lindas que eu já vi.

Sinto as mãos de Noah em minha cintura e me viro de frente para ele, coloco minhas mãos em volta de seu pescoço.

- Você é linda, Deinert - o olho um pouco chocada e ele ri.

- Idiota - falo revirando os olhos. Brincadeira de mal gosto.

- Não foi uma piada, você é linda mesmo - ele diz e eu fico sem reação.

Ficamos por um tempo apenas olhando um para o outro. Até que agora ele não estava tão babaca como sempre era, ele estava até sendo legal comigo.

- Você dá pro gasto - falo depois de um tempo em silêncio e ele ri.

Depois de um tempo no mar, voltamos para a areia, olhei em meu celular e eram oito da noite. Ignorei o horário e esperei em pé até meu corpo secar um pouco e eu poder sentar na areia sem ela grudar tanto em mim. Sentei ao lado de Noah que estava em silêncio observando a lua.

- Está tudo bem? - pergunto.

- Está, só estou pensando alto. Lembrando da minha mãe - ele diz mas parecia triste.

- Ela se separou do seu pai? - pergunto.

- Ela...ela morreu - ele fala e me olha.

Ok, eu sou um monstro.

- Ah meu Deus, me desculpe, por favor... - falo um pouco desesperada.

- Tudo bem - ele diz e ri pelo nariz - já faz muito tempo, eu tinha só seis anos.

- Eu sinto muito mesmo - falo.

Eu não fazia ideia disso.

- Ela caiu de uma escada, quebrou o pescoço, os médicos disseram que ela não sentiu dor, mas como eles poderiam saber? Eu devia estar lá com ela - ele diz e uma lágrima cai - fico imaginando o tempo todo o que ela sentiu ou pensou. E como não tem como saber, ela nunca para de morrer pra mim.

- Ei, mesmo que você estivesse lá, não teria como saber - falo e seco as lágrimas que caiam pelo seu rosto.

- Ela morreu sozinha, Sina - ele diz. Ele chorava como uma criança, nunca pensei que o veria assim.

- Mas todos nós morremos sozinhos, não? As pessoas que amamos não podem ir conosco.

- Tem razão... - ele diz e seca as lágrimas - Me desculpa por isso - diz depois de um tempo.

- Ei - falo e pego em sua mão - Está tudo bem.

Nem eu estava me reconhecendo.

Ficamos lá por mais tempo e eu fiz de tudo para o animar o que pareceu dar certo pois ele ria a cada frase que eu falava.

Resolvemos voltar para o carro e ir pra casa, o caminho era longo e já estava tarde. Assim que ele estaciona em frente a minha casa eu ia tirar o moletom e colocar minha camisa, mas ele me impediu.

- Está frio lá fora, pode ficar - ele diz.

- Ok, obrigado - falo.

- Eu que agradeço, foi bom passar um tempo com você, até que você é legal - ele diz rindo.

- Que idiota! - falo e dou um soco em seu ombro - tchau, Urrea.

- Tchau, Deinert.

Desço do carro e fecho a porta. Foi uma tarde estranha, nunca pensei que aguentaria muito tempo com ele. Entro em casa e Joalin provavelmente já estava dormindo pois estava tudo escuro. Tranco a porta e subo para meu quarto.

Tomei um banho quente e colocoquei um pijama, amanhã era a festa de Any, eu estava animada, confesso. Me deitei e logo peguei no sono.

Galera vocês querem uma maratona? Estava pensando em fazer, coloquem aqui nos comentários se vocês querem.

Foi isso, eu espero muito que vocês gostem, fiz com todo meu coração <3

xoxo lah