𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐰𝐨
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ORDEM DA FÊNIX
POINT OF VIEW
Sirius Black {1995}
As vozes altas e eufóricas vinham do andar de baixo, o bruxo tinha consciência disso, pois era dia de reunião com a Ordem. Ele não se apressou para ajeitar-se para descer, pois naquele primeiro momento, um grupo de bruxos iriam buscar Harry em Little Whinging, na casa dos seus parentes trouxas - para o aborrecimento de Sirius, que em momentos decisivos como estes, serviam apenas para o fazia sentir-se mais inútil, ao ponto de não poder resgatar seu afilhado. Em seguida, quando possuíssem a certeza de que Harry estivesse bem, juntamente com o grupo de aurores, então iniciariam uma reunião.
O bruxo carregava dentro de si uma exaustão psicológica, esses anos foram arrastados e tortuosos para Sirius, que almejava apenas liberdade e justiça. Nunca esqueceria da sensação em que sentira quando conseguira fugir de Azkaban, o ar de emancipação que encheu-lhe os pulmões quando deu-se por si que não encontrava-se mais nos domínios da prisão. Fora uma época cruel, porém não reclamava daquele passado, o que lhe enfurecia referia-se a tudo que tivera que enfrentar para naquele momento desempenhar o papel de um jovem de castigo na mansão.
Dumbledore fora incontestável quando dissera para Sirius que o papel dele na ocasião era permanecer recluso na mansão, e não colocar nada a perder, poucos sabiam que o mesmo estava ali, ou até mesmo que estava vivo, o profeta diário atualizava a comunidade mágica de quê, o bruxo organizava um grupo de criminosos, fazendo com que todos temessem um "massacre" como o de anos atrás, entretanto todos sabiam a grande tolice que eram tais noticias, certas vezes a diversão do homem era ler aquela bobagem toda em forma de noticia.
Sirius segurava um copo contendo firewhisky, e bebericava com emergência de maneira que o obrigava a levantar-se de minuto em minuto até o aparador do outro lado do quarto. Estava ansioso para rever Harry, e mais ainda para receber noticias de Abigail, seu peito apertava só de pensar na bruxa e o quanto ele ansiava-a para envolvê-la em seus braços novamente. Uma vez e outra Arthur ou Tonks mencionavam sobre a mulher, afinal ambos trabalhavam no ministério e sabiam que ela enviava seus artigos para o escritório pessoal de Barnabas Cuffe - o editor chefe do Profeta diário. Eles diziam que ninguém sabia da localização de Abigail, apenas Dumbledore, que enfatizara diversas vezes que não o revelaria, e isso enlouquecia Sirius, faziam-se dois anos o qual fugira de Azkaban, e desde então não possuiria contato algum com a mulher, calculando aproximadamente catorze anos, sem ver Abigail.
Seus pensamentos foram interrompidos pela a porta sendo aberta devagar após uma breve batida:
— Veja só você — esbravejou Molly parada a porta.
— O que tem? — rebateu ele limpando resquícios de poeira da capa.
— Não vai preparar-se para a reunião? Estão quase todos aqui.
— Imaginei que começariam apenas quando os outros e Harry chegassem — comentou alarmado, já cogitando a ideia de que algo tenha saído errado.
— O que deve ser logo, Sirius — esclareceu Molly como se fosse algo óbvio — Sei que detesta estar sendo tratado dessa forma, mas tente ajeitar-se de forma mais apresentável para a reunião, Severo Snape está aqui.
— Aquele ranhoso na minha casa — exclamou erguendo-se rapidamente da poltrona.
— Ele veio fazer o relatório — ralhou a mulher o fuzilando com o olhar — Você despreza o modo como o tratam, mas pede por isso, Sirius. Deixe essa intriga de adolescente no passado, há coisas mais importantes para se discutir.
— Não trata-se de intrigas, Molly — desabafou — Eu não confio nele.
「• • •」
Sirius desceu as escadas cambaleante devido ao efeito do firewhisky. Ele encontrou-se com os gêmeos Weasley no percurso e ambos os encararam nervosos, e rapidamente suspeitou que eles estavam aprontando algo, no entanto não os impediu apenas prosseguiu o caminho até a cozinha. Alguns bruxos estavam no Hall comentando sobre algo do mundo mágico, talvez alguma fofoca ou episódio engraçado, pois ambos riam baixinho — Sirius não saberia ao certo, afinal eles evitavam dialogar sobre informações não importantes com ele.
O murmurio encerrou-se quando Molly convidou todos para conduzirem-se até a cozinha, onde beberiam algo e recapitulariam algumas informações das reuniões passadas. Sirius cumprimentou um ou dois bruxos, e logo se viu apanhando uma taça de prata que Mundungo Fletcher tentara enfiar dentro de uma sacola encardida no qual carregava para todo lugar, em seguida acomodou-se na cadeira do centro e encarou Severo Snape, este que desprezava-o Mundungo e Sirius com o olhar, como se ambos fossem dois palermas.
— Onde estão os outros? — comentou Mundungo impaciente.
— Estão chegando — exclamou Arthur Weasley dando batidinhas nas costas de seu filho, Gui Weasley que cumprimentou a todos e sentou-se próximo a Sirius.
— E a mamãe? — quis saber o ruivo.
— Bem, parece que alguém chegou — anunciou Arthur fazendo Sirius erguer o pescoço um pouco e endireitar a postura.
O homem não possuía uma visão clara do corredor, pois estava sentado do outro lado da cozinha, apenas enxergaria quando a pessoa adentrasse no cômodo. A curiosidade o tomou, pois houve um murmurio geral e até mesmo Snape soltou um sorriso de deboche.
A silhueta atravessou a porta e trouxe consigo um ar agradável, obviamente, o sorriso sedante e a graça da presença da mulher faziam até com que um enterro apagasse seu espírito fúnebre. Mas ela estava diferente desde a última vez, seu cabelo caía abaixo de seu peito, as maças de seu rosto pareciam um pouco secas e desanimadas perdendo o tom rosado de outrora, porém seu olhar esperançoso ainda continuava lá, no qual o homem pensava durante as madrugadas amarguradas, onde a única coisa que fazia os gritos dos outros prisioneiros ficarem mais distantes era a imagem daquele olhar em sua cabeça. Tais olhos que o encaravam vazios naquele exato momento.
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