𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲-𝐭𝐰𝐨
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FUGA EM MASSA
POINT OF VIEW
Abigail Givens
Abigail ainda tinha esperanças de que seu final de semana pudesse ser pacato, contudo no momento em que alcançou o Profeta Diário daquela manhã de sábado, suas expectativas foram embora tão rapidamente quanto sua serenidade interior.
A primeira página estampava a notícia inédita e alarmante:
Fuga em Massa de Azkaban
Ministério teme que Black seja o "ponto de encontro"
para antigos Comensais da morte.
Seu estômago embrulhou e torceu fortemente a medida em que seus olhos percorriam as linhas com informações sobre os criminosos que conseguiram fugir, os nomes familiares em sua memória e alguns até marcados em seu corpo, como uma cicatriz no ombro assinada por Dolohov, — um dos rostos que ostentava a página exclusiva para mostrar cada um dos comensais, suas vítimas e suas sentenças. Havia Augusto Rookwood sorrindo torto ao que seus olhos insanos na foto fitavam Abigail, e no fim da página a figura notória hipnótica de Bellatrix Lestrange, uma das seguidoras mais fiéis de você-sabe-quem, assim que as expressões corporais características à insanidade da bruxa foram identificadas por Abigail, a mulher sentiu um medo único ponderar de seu corpo.
Tinha conhecimento de que Bellatrix além de ser uma mulher que possuía uma extensão de seu corpo em pura perversidade, ela era prima de Sirius, e ele a odiava. Nos primeiros momentos em que Sirius e Abigail se aproximaram e se sentiram confortáveis o suficiente para compartilhar as intimidades de seus lares familiares, a bruxa Givens sensibilizou-se pelos os relatos de seu na época, amigo. Sirius sempre carregava raiva e indignação, ele não se sentia feliz ou ao menos lembrava dessa palavra quando estava junto de sua família; foi sabendo deste fato que Abigail imaginou o bruxo lendo a manchete, ser comparado a uma pessoa que sempre odiou e desprezou durante anos, alguém que carregava seu sangue e nome. Certamente estes últimos anos não foram nada justos com Sirius.
Grande parte da mesa do corpo docente no Salão Principal compartilhava da mesma tensão e medo que predominou no íntimo de Abigail, — Dumbledore e McGonagall conversavam seriamente em sua própria "bolha", a srtª Sprout de Herbologia encontrava-se inteiramente absorta ao que virava as páginas do jornal concentrada, e Snape que aproximou-se de Abigail com sua carranca costumeira, contudo um vinco de preocupação estampava seu rosto longo e rígido, certamente aquilo chamou a atenção da bruxa:
— Seu animal de estimação certamente não deve estar tão feliz com essa notícia — ele proferiu suavemente enquanto inclinava-se sobre a mesa, fazendo com que uma mínima distância entre seu corpo e o de Abigail se estabelecesse, a fim de buscar uma xícara de café. Mas Abigail sabia que aquilo era só um pretexto para o bruxo expelir seu veneno — Ou você não sabe qual a opinião dele sobre isso?
Abigail bufou superficialmente com o caçoou do homem, ela ao menos se preocupou com a prepotência de Snape, só estava se sentindo inteiramente cansada.
Quando virou sua cabeça para o outro lado e visualizou a figura serena de Dolores Umbridge, ao que dava curtos goles na sua xícara rosa contendo chá, ela sentiu uma leve indignação lhe atingir.
— E o Ministério? Está assim tão preocupado sobre a fuga quanto ela? — Abigail retrucou lentamente enquanto jogou o olhar novamente para a mulher.
Snape suspirou baixo e fez movimentos circulares em sua xícara.
— Adoraria ouvir de uma ex-expert da imprensa, estratégias sobre abafar casos e produzir cortinas de fumaça. — soltou deslizando suas órbitas na direção da mulher.
Abigail deslizou do seu assento e buscou o jornal, dobrando-o com calma e depositando-o embaixo do braço.
— Dia, Snape. — pronunciou sem humor ao que se distanciava do homem para fora do salão.
Apesar de dar longos e apressados passos para distante dali, o homem com uma rapidez e discrição única conseguiu alcançá-la bem a tempo de Abigail dobrar o corredor em direção às escadas.
— Há algo de seu interesse que a contragosto estou lhe fornecendo do mesmo jeito — ele continuou andando lado a lado da mulher — Os relatórios das aulas de Oclumência de Potter.
Tal assunto chamou a atenção da bruxa e a fez ficar três vezes mais alerta às palavras de Snape, contudo não demonstrou tanta preocupação em sua expressão corporal, pois havia muitos alunos andando igualmente por ali e a última coisa que queria era chamar atenção para a cena de dois professores cochichando entre si.
— Eu estou acompanhando os relatórios e estou vendo pequenos progressos. — comentou subindo os degraus com o homem atrás de si, com a respiração bem próxima — Como ele está se comportando?
— Indisciplinado. — o desprezo cru na fala de Snape era algo aparente para Abigail.
— Você precisa ter paciência, Snape. Ele começou há pouco tempo, o que queria? Que já demonstrasse habilidades de proteção mental ao seu nível ou ao de Voldemort. — dito isso, tudo moveu-se tão rapidamente que Abigail ao menos teve tempo para raciocinar, Snape puxou seu braço com ferocidade e pronunciou entre dentes:
— Não-diga-o-nome-dele — as pausas eram acompanhadas de um olhar mortal.
A bruxa soltou-se do aperta e seu olhar conferiu sutilmente os dedos de Snape esfregarem a região do braço do homem, onde aquela simples pronúncia de palavras fariam a pele dele queimar feito brasa.
Contudo a bruxa não pediu desculpas ou retomou interesse para o que havia acabado de acontecer.
— Você não pode parar de dar essas aulas ao Harry. — pediu Abigail voltando a subir as escadas, dessa vez com um ritmo desacelerado e lançando curtos olhares para verificar Snape.
Ele bufou.
— Não é você quem decide isso, Givens.
Foi a vez da mulher soltar um alto resmungo, que foi abafado pelo som do concreto das escadas ao se moverem de lugar.
— O que você quer afinal? Certamente, perseguição e azucrinação combinam com você, mas não quando são direcionadas a alguém do seu tamanho. — o homem pareceu controlar o que seria reação no mínimo tempestuosa, assim como qualquer outra vinda dele, porém Snape espreitou os lábios e piscou os olhos:
— Isso é muito mais do que você merece, Givens. Eu sei que não devo nada a você, mas que isso sirva de alerta, tenha mais cuidado com quem você fala e as decisões que toma. — sua voz pronunciava tais palavras em um tom aveludado e bem articulado, como se estivesse se esforçando com cada detalhe de que o recado fosse transmitido corretamente. — Você sabe que nem eu e muito menos Hallewell engolimos sua encenação.
A bruxa concentrou-se em realizar uma tímida e precisa respiração diafragmática correta e lutou contra a náusea que subiu a sua boca.
— Você sabe de alguma coisa, Snape? — quis saber urgentemente.
O bruxo a observou com um discreto vinco de apreensão surgir entre suas sobrancelhas.
— As informações se disseminam rapidamente, você sabe muito bem. Hallewell é uma fonte de referências notórias no mundo bruxo, Abigail e....
Cansada das sugestões de Snape embasadas de enigmas. A bruxa conseguiu entender muito bem o motivo dele saber como ela não fora tão convincente no interrogatório com Thomas Hallewell.
— Ele é um de vocês. — deduziu ela parando no patamar da escada que deixava-a no segundo andar do castelo, onde conduziria até a sala de História da Magia. Mas seu rosto estava estático ao que encarava uma resposta de Snape, pronta e sem rodeios.
Ele limpou os lábios e foi a primeira vez que a mulher vislumbrou um resquício de culpa em seus olhos sombrios e amargurados. Aquela reação silenciosa não era o suficiente para a bruxa, foi a gota d'água de tudo o que Severo Snape já havia feito.
— E ainda te restou um pingo de coragem de olhar na minha cara e dizer que não me deve nada? — sentiu o seu lábio tremer e seu punho também.
A feição do professor mudou no mesmo instante, e a costumeira carranca arrogante assumiu aquele indivíduo cheio de desdém à sua frente.
— Como ousa, Givens...
Abigail no mesmo instante entrou em um estado de transtorno e empunhou a varinha das vestes, ao redor não havia mais movimentação de alunos, pelo visto sua grande parte não encontrava-se naquele corredor que era preenchido apenas por salas de aulas, como a: Sala de Transfiguração, Sala de História da Magia e alguns pátios para aulas práticas.
— Eu poderia ter morrido, Severo. — sua voz falhou por um breve momento ao que a incredulidade assumiu sua feição — Estávamos só eu e ele naquele departamento. Um simples Avada Kedavra resolveria todos os problemas dele.
O homem bufou com escárnio.
— Ele não iria pôr tudo a perder — rebateu desviando o olhar da mulher em direção ao corredor, e Abigail sabia que aquilo não significa que ele estava verificando o fluxo de pessoas por ali, Snape apenas não queria mentir novamente olhando em seus olhos, contudo rapidamente ele virou o rosto e aproximou-se lentamente — Você acha que eu era o único que sabia sobre as ligações de Thomas? Acha que Dumbledore também não estava ciente?
Ela não iria recuar, podia sentir a respiração cortante do homem próximo a sua, e em uma tentativa de demonstrar que não sentia-se oprimida pelo acercamento e suas palavras venenosas; Abigail apontou lentamente a varinha para o peito do homem, sentindo o objeto encostar em seu tórax firme.
— Não confio em você, Severo. — proferiu ela com sinceridade e firmeza na voz — Houve um tempo em que pensei que confiasse, mas não existe um resquício disso agora.
Ele piscou lentamente e não pronunciou mais nada naquela manhã. Suas palavras e reação não tornaram a se manifestar na presença de Abigail ali, naquele andar, naquele corredor e naquele Castela.
Foi a bruxa que teve a palavra final:
— Eu espero que seja você que me mate um dia, apenas para tirar essa covardia que você arquitetou com Hallewell da sua conta.
Ele entreabriu os lábios e no mesmo segundo três silhuetas familiares atravessaram o campo de visão da bruxa, fazendo-a guardar rapidamente a varinha e sorrir amarelo para o trio que surgiu alguns metros atrás de Snape, este que olhou por cima do ombro, bufou e desceu as escadas para bem longe dali.
Harry pareceu o único que acompanhou a partida misteriosa do professor e só tornou a olhar para a madrinha quando o homem sumiu por entre os inúmeros degraus da grande escadaria.
— Parece que se tornou uma prática comum professores cochichando nos corredores — resmungou Harry analisando Abigail com preocupação por trás dos óculos redondos.
Abigail dirigiu um sorriso sem jeito em sua direção.
— Você sabe que é arriscado conversar sobre coisas do mundo exterior na sala dos professores, querido — disse Abigail passando a mão em sua saia comprida de cor terrosa. A mulher deu alguns passos na mesma direção de onde os três jovens vieram, o que a fez deduzir que eles a aguardavam no seu escritório. Em silêncio Abigail os convidou para acompanhá-la de volta à sala.
Assim que atravessaram a câmara de tamanho mediano e um pouco iluminada devido ao clima incomumente gélido e nublado, Harry se pronunciou quase que instantaneamente:
— O que Snape queria? — indagou observando Abigail contornar a escrivaninha e sentar-se na cadeira em frente aos três onde encontravam-se encostados nas carteiras.
Ela abriu o tinteiro e antes que começasse a assinar alguma papelada trazida pelo correio, seus olhos voaram para a sagacidade vinda de Harry.
— Estávamos conversando sobre o que tem acontecido recentemente. — respondeu-o brevemente, e sua atenção voltou-se para Hermione que assentiu com a cabeça receosa.
A bruxa mais jovem aproximou-se e cruzou os braços.
— Eles estão relacionando a fuga com Sirius, não é, professora? — proferiu Hermione com um calma controlada.
Abigail concordou e posicionou a pena no tinteiro.
— O ministro não tinha outra opção, ou ele arranjava um culpado ou seria bombardeado devido ter contrariado e ignorado Dumbledore durante os últimos seis meses, que vinha afirmando a aliança dos dementadores com os comensais. — respondeu sutilmente.
Rony arrastou a cadeira e respirou exasperado.
— É revoltante! Eles estão mentindo.
Abigail inclinou-se para frente e fez um sinal para Rony sentar-se e acalmar os ânimos.
— Eles estão tentando salvar a própria pele. Mas as pessoas não são burras — declamou a bruxa mais velha fazendo Hermione sentar-se e parecer mais atenta à teoria de Abigail — Ninguém está satisfeito com O Profeta Diário. Há alguns meses eles disseram que a situação estava sob total controle, mas agora os fatos comprovam o contrário. Há comensais soltos, mortes e desaparecimentos misteriosos, — vocês souberam de Broderico Bode?
Os três assentiram veementemente.
— Ele era um bruxo inominável, papai era amigo dele, trabalhava no departamento de mistérios. A família é nossa vizinha. — comentou o Weasley mais novo de relance, fazendo os olhares assentiram para o acréscimo de detalhes sobre o bruxo Broderico.
— E nós o vimos no St. Mungus! — exclamou Harry virando-se para os amigos — Lembram? Quando fomos visitar seu pai, Rony. Ele estava na cama de frente para o Lockhart, o Bode recebeu de natal um visgo-do-diabo — explicou Harry para Abigail.
A bruxa estreitou o olhar e congelou onde estava.
— Isso... — murmurou Hermione como se estivesse se recordando.
Abigail ameaçou a se levantar, contudo uma leve vertigem lhe atingiu, fazendo-a voltar a sentar sem alardes para os alunos ali presentes.
— O-o que vocês sabiam que a planta era mortal? — quis saber a professora esfregando a têmpora com os dedos ainda se recuperando.
Hermione assentiu e colocou as duas mãos sobre a escrivaninha da bruxa Givens.
— Professora, quem fez isso sabia exatamente o que estava fazendo, não foi enviado por engano! Foi um homicídio.
A bruxa novamente gestualizou para que os três acalmassem as energias.
— Eu sei que sim, Hermione, mas você precisa ter cuidado ao dizer essas coisas, porque acha que os professores se escondem para trocar informações? Isso não pode ser dito ou conspirado em voz alta.
Contudo a jovem bruxa pareceu não escutar Abigail; Hermione colocou o jornal embaixo do braço assim como a Givens havia feito pela a manhã, e saiu porta a fora com rapidez:
— Desculpa professora, eu preciso enviar uma carta. Não sei se vai funcionar, mas...Eu sou a única que pode. — dito isso a menina sumiu deixando uma carteira mal posicionada e dois amigos conformados com a repentina atitude de segundos.
Abigail os encarou com os lábios entreabertos.
— A gente odeia quando ela faz isso. — pronunciou-se Harry dando de ombros.
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nota da autora
hallooooo! tudo bem com vocês? por aqui tudo certo. e voltando com nossa programação normal após dois anos???? é isso mesmo? uma das metas estabelecidas para este ano foi concluir back to black e dar para vocês o tal esperado desfecho da história da abi, ou não???
estou muito animada e colocando a mão na massa. a rotina é corrida por conta da faculdade e do trabalho, mas estou me esforçando ao máximo! espero ver novos e veteranos rostinhos comentando e interagindo por aqui novamente. e só para firmar aqui de uma vez, todos os domingos haverá capítulos novos. dito isso, até o próximo, freakkkks <3333333
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