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𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐫𝐭𝐞𝐞𝐧

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LAÇOS DE SANGUE

POINT OF VIEW

Abigail Givens

Ela jogou a capa por seu ombro e fechou os botões pacientemente, fazia muito frio para uma noite de verão. Suas mãos soavam de forma excessiva, tivera que enxuga-las em um pano antes de enfiá-las nas luvas.

Abigail guardou a varinha por entre as vestes, e sentou-se por um momento no divã; A posição ereta e em alerta, a respiração pausada e os dedos batucando a coxa esquerda. Ela sentiu uma sensação nostálgica ponderar-se de si, como quando há anos, durante a primeira guerra bruxa ajudou Lilian e James serem transferidos para Godric's Hollow e reforçou a segurança de ambos. Aquela sensação de frustração consigo mesma a atingiu tão fortemente como um tapa, e se sua prima e sobrinho tivessem o mesmo destino devido aquela guerra?

Uma luz prateada atravessou a parede como um relâmpago, ao que Abigail colocou-se de pé, puxando a varinha e apontando para a aparição misteriosa.

Aquilo ganhou uma forma de uma fênix, que pousou sutilmente sobre o divã e Abigail notou um objeto em suas garras:

— Essa chave de portal lhe levará até o local escolhido — anunciou o patrono com a voz de Dumbledore referindo-se ao medalhão de cobre em sua garrinha, Abigail o inspecionou por um instante até a forma da fênix se dissipar, deixando o objeto tilintar no chão.

Ela agachou-se e respirou fundo antes de segurar o medalhão firmemente, e no mesmo instante sentiu seu corpo sendo fisgado como se algo a puxasse para todos os lado sem a menor gentileza, já os vultos ao seu redor passavam depressa como se estivesse voando por entre casas e depois campos até que tudo girou e seus pés firmaram na relva espessa.

Olhou em volta e uma sensação melancólica ponderou-se de seu peito quando notou onde estava. Ali já não parecia mais seu lar, por mais que tivesse habitado os catorze anos naquele lugar, era como se estivesse visitando a casa de um estranho. Uns passos cautelosos puderam ser escutados atrás de si e virou-se prontamente erguendo a varinha para quem estava ali:

— Deixe-a empunhada, minha querida — pediu Dumbledore erguendo sua varinha e a apontando para o nada — Conhece os feitiços.

Abigail assentiu silenciosamente e olhou para o campo vasto e silencioso, por alguma razão o céu estrelado ali era mais bonito do que em qualquer outro lugar, e ela desejava que pudesse mostrar a Sirius um dia.

Sua mão imitou o gesto de Dumbledore e proferiu em seguida:

Salvio Hexia — pronunciou com firmeza, fazendo um movimento de xis no ar.

Dumbledore a contornou e caminhou alguns passos à direita.

Protego Maxima — murmurou o bruxo balançando a varinha graciosamente.

Abigail afastou-se para a parte de trás do chalé e levantou novamente a varinha para a noite:

Cave Inimicum — firmou o feitiço cortando o ar com a varinha — Abaffiato.

Abigail baixou a varinha, mas não guardou-a. Virou-se para observar Dumbledore aproximando-se e verificando o campo mais uma vez, como se procurasse algo.

— É o suficiente, Abigail — anunciou — Vamos entrar. Ela nos aguarda.

A bruxa o olhou surpresa e rapidamente deu passos largos até a sua antiga casa sentindo-o em seu encalço. Abriu a portinha simples de entrada, e deparou-se com a figura de sua prima no sofá, encolhida e passando a mão por toda sua barriga, como se estivesse protegendo-a, quando avistou Abigail sua feição suavizou-se.

— Margo... — começou Abi deixando o olhar cair sobre a barriga vultosa.

— Sua prima acredita fielmente em seu pedido de ajuda, senhorita Parkinson, e eu também — interrompeu Dumbledore dando passos calmos pela a sala — Precisei pensar muito até considerar sua oferta, Snape contribuiu para eu decidir minha escolha.

— Se estou aqui é porque você a considerou, Dumbledore — disse Margo secamente.

O bruxo concordou timidamente e juntou os dedos.

— Sim. Eu considerei, Margo. Mas não sem impor uma condição.

Margo ofereceu um olhar desconfiado e contestou:

— Abigail não disse nada sobre condições.

Abigail abrira a boca para argumentar, porém fora interrompida prontamente por Dumbledore.

— Não disse-lhe pois eu a instrui que omitisse — o olhar de Margo voltou-se para sua prima, esta que fingiu observar seu chalé — Mas essa é a única forma de comprovar sua fidelidade, minha cara.

— Diga.

Abigail virou o corpo para observar a cena; ambos bruxos estavam a poucos metros um do outro e encaravam-se sem piscar os olhos, Dumbledore com sua carranca costumeira de serenidade, já Margo segurava firmemente sua varinha, como se preparasse para um duelo.

— O voto perpétuo. — confessou sutilmente.

A bruxa Parkinson pousou a mão sobre a barriga e baixou o olhar para suas botas, como se refletisse sobre a frase dita.

— Vocês... É um feitiço poderoso e perigoso, como podem exigir algo assim? E minha palavra não basta? — vociferou descontrolada.

Abigail afastou-se do canto da sala, onde geralmente passava seus dias escrevendo para o Profeta Diário, e andou até onde os dois bruxos se encontravam, no centro da sala:

— Prima — chamou ela — Sabe que em tempos como este palavras são apenas palavras; não tem poder, fundamento ou sinceridade. Já nos arriscamos demais só em deixarmos Hogwarts e virmos aqui —aproximou-se mais de Margo, fazendo a olhar pensativa — Em te tirar de casa... Se você diz a verdade não há porque temer o voto perpétuo.

O silêncio se instaurou por alguns instantes na sala. O olhar carregado de aflição sobre suas mãos, Dumbledore a observava com paciência ainda que não pudessem demorar muito ali.

— Eu aceito — murmurou secamente.

Dumbledore e Abigail trocaram olhares significativos antes de se aproximarem de Margo. O ruído da noite fria alcançou a audição de todos ali, como se proferisse algo, e Abigail abraçou o corpo devido a ventania.

Dumbledore colocou-se entre as bruxas e ergueu a varinha; Abigail e Margo entralaçaram suas mãos, ambas trêmulas:

— Você, Margo Parkinson, promete que não irá nos trair? — Dumbledore colocou a ponta da varinha sobre as mãos das duas.

— Prometo.

— De que irá manter sua lealdade a partir de agora à Ordem da Fênix e especificamente à sua prima, Abigail Givens.

Margo respondeu com um tom menos agressivo:

— Irei.

Uma fina língua de fogo saiu da varinha e envolveu as mãos como um arame em brasa, ambos pulsos ficaram marcados com um pequeno símbolo, como duas alianças unidas.

Dumbledore afastou a varinha, tal como as duas desfizeram o aperto de mãos. Abigail observou a marca em seu pulso por um instante, e ergueu o olhar para Margo que imitava o gesto.

— Está feito. — anunciou o bruxo — Uma vez realizado o voto perpétuo, não pode desfazê-lo Margo...

— Conheço bem esse tipo de magia, professor. Não passaria informações para Voldemort em troca da minha vida e do meu filho — interrompeu-o dando-lhe as costas e vasculhando o local — Como o senhor mesmo disse, Snape foi fundamental para que considerasse o meu pedido, ele deve ter-lhe dito quem eu era entre os comensais.

O bruxo assentiu com a cabeça simplesmente e voltou sua atenção para Abigail:

— Deve retornar, minha jovem. O amanhecer se aproxima e não pode levantar suspeitas. — aconselhou Dumbledore.

Abigail concordou prontamente e dirigiu-se à Margo que buscava a varinha para desfazer sua pequena mala:

— Tenho algumas roupas que podem servir em você — disse amavelmente observando a outra bruxa assentir — Se precisar de qualquer coisa, Margo, me avise através do matagot, deixarei-o com você.

Ela ofereceu a Abigail uma feição incrédula.

— A criatura esquisita? Ótima companhia — debochou — Mas obrigada, Abigail.

— Não por isso — retorquiu baixo.

Virou-se, avistou Dumbledore sorrindo bondosamente próximo à porta e aproximou-se deste:

— Você vem, professor? — quis saber Abigail balançando o medalhão.

O homem balançou a cabeça e abriu a porta do chalé, mostrando a alvorada:

— Tenho algumas coisas para resolver, mas desejo-lhe um bom retorno e boas aulas — respondeu simplesmente antes de aparatar.

Ela girou sob os calcanhares e ofereceu um sorriso de despedida para Margo. Segurou firmemente o medalhão pela a segunda vez naquela madrugada e sentiu o estômago cair, enquanto passeava por campos, condados... Até sentir os pés aterrissar no chão do seu escritório em Hogwarts.

O ambiente estava do mesmo jeito que deixara há horas atrás, exceto pela a figura feminina com uma cara esbravejada de sapo sentada em seu divã.

— Posso perguntar-lhe onde estava, senhorita Givens? — quis saber Dolores Umbridge entre dentes.

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Nota da autora

Hallo! Como vocês estão? De prontidão quero agradecer aos 7k eu tô muito surpresa e grata por todxs que votam, comentam e acompanha a fic! E leitores fantasmas, não se acanhem, certo? Apareçam s2.

Em forma de agradecimento, no final desse mês vai ter um capítulo bônus bemmm descontraído e divertido! E gostaria que vocês votassem em qual tema preferem...

I. Época dos Marotos.

II. Primeira guerra bruxa.

III. Universo alternativo ( No caso não vai existir o mundo bruxo )

VOTEM NO TEMA EM QUE GOSTAM, QUE NO DIA 15 A VOTAÇÃO VAI SE ENCERRAR.


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