𝗘𝗹𝘂𝗮
❝𝖰𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝗇𝗈𝗌 𝗂𝗆𝗉𝗈𝗋𝗍𝖺𝗆𝗈𝗌 𝖼𝗈𝗆 𝖺𝗅𝗀𝗎𝖾́𝗆 𝗊𝗎𝖾 𝗏𝗂𝗏𝖾 𝗎𝗆𝖺 𝗅𝗎𝗍𝖺 𝗍𝖺̃𝗈 𝗉𝗋𝗈𝖿𝗎𝗇𝖽𝖺 𝖼𝗈𝗇𝗍𝗋𝖺 𝗌𝖾𝗎𝗌 𝗉𝗋𝗈́𝗉𝗋𝗂𝗈𝗌 𝗆𝗈𝗇𝗌𝗍𝗋𝗈𝗌, 𝗈 𝗆𝖾𝖽𝗈 𝖽𝖾 𝗊𝗎𝖾 𝖺𝗅𝗀𝗈 𝖾𝗌𝗍𝖾𝗃𝖺 𝖿𝗈𝗋𝖺 𝖽𝗈 𝗅𝗎𝗀𝖺𝗋 𝗌𝖾𝗆𝗉𝗋𝖾 𝖻𝖺𝗍𝖾 𝖺̀ 𝗉𝗈𝗋𝗍𝖺.❞
Céu Sem Estrelas.
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☪ ━ 𝖭𝗈𝖺𝗁'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖
Abro a porta do quarto do motel e entro, esperando o Josh entrar com a garota loira que ele segurava no colo.
Ele havia colocado a sua jaqueta em volta do seu corpo, por respeito ou coisa assim. Sinceramente, eu iria deixá-la lá. Não faço ideia de quem ela seja e muito menos o que ela é.
Tranco a porta e fecho as cortinas, fazendo com que ninguém do lado de fora nos veja.
— O que você está fazendo? — Josh pergunta quando eu pego uma faca de prata debaixo do travesseiro.
— O que você acha? Eu não vou deixa-lá viva se for um monstro. — falo e pego mais algumas coisas.
Testo a água benta e o bórax em sua mão, e me afasto dela quando vejo que nenhum dos dois testes a afetou.
— Por que você testou o bórax nela? — Josh pergunta e eu me mantenho calado. — Você sabe que o lance dos leviatãs não passa de uma lenda, não é?
— As pessoas acham que vampiros também são. — falo e pego a faca de prata, fazendo um pequeno corte na sua mão.
Vejo que a prata não a afetou, mas segundos depois, uma pequena luz branca aparece na sua mão e quando ela se apaga, eu percebo que o pequeno corte havia sumido.
— Que porra é essa? — pergunto completamente confuso e a garota começa a se mexer.
— O que a gente faz? — Josh pergunta e a garota se senta na cama, abrindo os olhos logo em seguida.
— Merda. — pego a faca de prata e fico ao lado do Josh, que havia pegado a faca do demônio.
— Quem são vocês? — ela pergunta e coloca a mão um pouco acima da testa, como se estivesse com dor ali.
— A gente que faz as perguntas. Quem é você? — Josh pergunta se aproximando dela aos poucos, com a faca apontada para a mesma.
— Ou melhor, o que você é?
— O quê? Eu... Eu não estou entendendo. — diz, massageando as temporâneas.
— Esquece as perguntas que a gente fez. Qual o seu nome? — Josh pergunta e ela aperta os olhos com força, como se a dor estivesse aumentado.
— Eu não sei... Eu... E-eu acho que me chamo Sina.
— Você acha? — pergunto em um tom debochado e o Josh revira os olhos para mim.
— Você não se lembra como se chama?
— Me lembro, eu só... Eu não consigo me lembrar de mais nada além disso. Ai! — ela grita de dor e cai deitada na cama, com as mãos na cabeça.
— O que foi? O que está acontecendo com você? — Josh pergunta, ficando ao lado dela.
— Eu não sei. Eu estou sentindo uma pontada forte na minha cabeça. — diz enquanto se contorce por causa da dor.
— O que vamos fazer? — Josh pergunta olhando para mim.
— Eu sei lá. Se vira. — falo, e tudo fica em silêncio.
Olhamos para a garota e vimos que ela apagou de novo. Sem nenhum motivo ou explicação.
— Será que ela morreu? — Josh pergunta, analisando a garota.
— Não. O peito dela está subindo e descendo, o que significa que ela está respirando. — falo e vou em direção ao frigobar.
Pego uma garrafa de cerveja de lá, abrindo a mesma e jogando a tampa no lixo. Me sento na cadeira que fica de frente para uma mesa circular e abro o notebook.
— O que você está fazendo? — Josh pergunta vindo até mim.
— Vou pesquisar sobre o que quer que ela seja.
— Aproveita e tira uma foto dela para ver quem ela é. Se for um monstro possuindo o corpo dela, vamos conseguir saber pelo menos de onde ela veio.
— Tá bom, mas é você quem vai tirar a foto. Eu não vou chegar perto dela tão cedo, talvez nunca. — falo e ele revira os olhos, pegando o celular.
Josh tira uma foto dela e manda para o meu computador, onde eu coloco a foto dela no Google e rapidamente aparece o perfil de uma rede social dela.
— Ela tem uma rede social. — falo e o Josh volta a se sentar do meu lado, olhando para a tela do computador.
— E quem é que não tem redes sociais?
— Velhos. — falo e ele assente, concordando comigo.
— Olha isso. Ela estava começando uma carreira de modelo, mas a última postagem dela foi no começo do ano passado.
— E o que tem de errado nisso? — pergunto, começando a ficar confuso.
Josh ignora completamente a minha pergunta e pesquisa o nome e o sobrenome da garota no Google.
— Ninguém que está começando uma carreira de modelo fica sem postar por tanto tempo. — diz e vira o notebook para mim.
Havia algumas reportagens sobre um acidente de carro que ela havia sofrido e com isso, ela ficou em coma em um hospital da Califórnia, respirando por aparelhos.
— Que merda é essa? Ela ficou em coma por um ano e simplesmente aconteceu um milagre? — pergunto e o Josh vira o notebook para ele de novo, pegando o celular logo em seguida.
— Eu não sei. Mas a gente pode ligar para o hospital. — diz, começando a digitar o número do hospital no celular.
— Alô? — escutamos a voz de uma senhora do outro lado da linha.
— Oi! Eu falo com a recepcionista do hospital Dignity Healt?
— Sim, senhor.
— Então, eu queria saber sobre o estado de saúde de uma paciente que está internada aí.
— E o que o senhor é da paciente?
— Eu sou um primo distante da família. Eu descobri ontem que ela estava internada nesse hospital e fiquei muito preocupado com o estado dela. A senhora poderia me ajudar com isso? Por favor. — Josh diz em um tom de preocupação, e finge estar quase chorando.
— Você nunca pensou em ser ator?... — pergunto em um sussurro, zoando com a sua cara e ele me mostra o dedo do meio.
— Qual é o nome da paciente?
— Sina Deinert.
— Nossa, eu estou surpresa de que alguém da família tenha ligado.
— Como assim?
— Desde que ela foi internada, ninguém nunca veio visitá-la ou ligou para saber do seu estado. Tentamos ligar para alguns parentes, mas nenhum deles atendeu.
— Minha família é um pouco desnaturada mesmo... Mas, como está o estado dela?
— Infelizmente eu não posso te dizer.
— Por quê?
— Ela sumiu hoje de manhã.
— Ela melhorou?
— Ah, não. Ela apenas sumiu, não sabemos como. Quando os médicos a examinaram, disseram que era quase impossível dela acordar do coma, mas todos aqui mantivemos a esperança.
— Entendi... Obrigada pela atenção. — Josh diz e finaliza a ligação.
— Agora me diz, como é que uma garota some de um hospital onde ela estava em coma por um ano e simplesmente aparece no meio de uma floresta, totalmente nua, e não menos importante, viva?
— Eu tenho uma hipótese, mas eu sei que você não vai acreditar nela. — diz enquanto mexe no notebook.
— Que hipótese? — pergunto e ele vira o notebook para mim. — Anjos, Josh? É sério isso?
— É a única explicação para ela ter literalmente caído do céu e o corte dela ter se curado tão rápido, sem contar no milagre dela estar viva.
— Anjos não existem.
— Demônios existem.
— Se anjos existissem, você não acha que eles nos ajudariam? Ou será que eles são um bando de filhos da puta que não estão nem aí para a humanidade? — pergunto e escuto alguém murmurar algo.
Olhamos em direção a Sina e vimos ela em pé, ao lado da cama.
— Pelo amor de Deus, vai vestir alguma coisa nela. — falo para o Josh e evito olhar para a garota.
— Sina, veste isso aqui. — Josh diz pegando uma camisa dele e ajuda ela a se vestir.
— Quem são vocês?
— Aquele é o Noah e eu sou o Josh. Vimos você desacordada no meio da floresta e trouxemos você pra cá.
— Josh. — o chamo e ele vem até mim.
— O que foi?
— Eu te conheço o suficiente para saber o que você está pensando. A gente não vai cuidar dela.
— Você mesmo ouviu a recepcionista do hospital. Ela não tem família, e não parece ser alguém que vai nos atacar quando estivermos dormindo.
— Eu não... — paro de falar assim que escuto um gemido alto.
Olhamos para a Sina e vimos ela sentada no pequeno sofá, olhando para a televisão.
— Sina. — a chamo e ela me olha. — Você está assistindo filme porno?
— Eu não sei. É só isso que tem na televisão.
— Não se deve assistir porno na frente das pessoas. — falo e vejo ela colocar a mão sobre a sua parte íntima, por cima da camisa que o Josh havia dado para ela.
— Sina, por que você está com a mão aí? — Josh pergunta, estranhando o ato dela assim como eu.
— Eu estou sentindo alguma coisa estranha vindo daqui.
— Você está, é? — pergunto, e coloco as mãos no rosto, sem paciência para lidar com aquilo. — Ela ficou excitada, porra. — falo para o Josh e ele se levanta, caminhando até ela.
— Vamos desligar a televisão... — Josh murmura pegando o controle e aperta o botão de desligar. — Que tal você ir tomar um banho gelado?
— Por que eu iria precisar disso? — Sina pergunta, se levantando da cama.
— Porque faz parte da higiene pessoal e faz bem para a saúde. — Josh a conduz em direção ao banheiro e para na frente da porta.
— Sendo assim, tudo bem.
— É só você tirar a roupa e virar aquele X bem ali que vai começar a sair água do chuveiro. — Josh explica enquanto aponta para uma parte específica do banheiro e fecha a porta quando vê que a Sina entendeu, deixando ela lá dentro.
— Belo serviço de babá que você arrumou. — falo em um tom irônico e ele ignora meu comentário, voltando a se sentar do meu lado.
Voltamos a pesquisa enquanto a Sina tomava banho, ou seja lá o que ela estiver fazendo naquele banheiro, e sempre voltamos para o mesmo resultado.
Anjos...
Escutamos a porta ser aberta e vimos a Sina sair totalmente molhada, e adivinha? Nua!
— Sina! — Josh chama sua atenção enquanto se levanta.
— O que tem eu? — pergunta, parecendo completamente confusa.
— Você não pode ficar nua na frente das pessoas! — falo, vendo o Josh entrar no banheiro e pegar uma toalha.
— Por quê? — Sina pergunta enquanto o Josh a cobre, tomando cuidado para não encostar no seu corpo.
— Porque o mundo é machista e uma grande merda. — respondo, observando o Josh pegar uma camisa e dar para ela se vestir. — E principalmente, é atentado ao pudor.
— O que é machista?
— São homens que se acham no direito de receber mais que as mulheres, de trair suas esposas e qualquer coisa que estiver relacionada a eles estarem no poder enquanto as mulheres estão no fundo do poço. — Josh responde, tentando explicar da melhor maneira possível.
— Por que alguém jogaria uma mulher no poço?
— Você é meio burra, né? — pergunto, recebendo um olhar mortal do Josh.
— Não liga para ele. Isso é falta dos remédios diários.
— Você tem alguma doença? — Sina pergunta, me olhando com preocupação.
— Tenho. E ela me obriga a ficar longe de garotas loiras. — falo e ela dá alguns passos para trás.
— Ele está brincando, Sina. — Josh diz, dando um soco no meu ombro.
— Mas você disse que ele está assim pela falta de remédios diários.
— Era apenas uma brincadeira. Pode chegar perto dele se quiser, mas não tanto. Ele parece ser um cachorrinho dócil, mas morde de vez em quando.
— Cachorros não teriam que ter patas e um rabo?
— Tem alguns que nem rabo tem. — respondo com um sorriso falso e volto a prestar atenção no notebook.
Observo seus movimentos de canto de olho e vejo ela sentar na cama, de frente para mim, como se estivesse me analisando.
Olho para ela, mantendo a minha expressão séria e a mesma desvia o olhar, colocando as pernas em cima da cama, fazendo eu olhar para um lugar em específico que eu não queria.
— Sina, fecha as pernas. — falo em um tom autoritário e ela logo volta para a posição anterior.
Josh olha para ela e vai até a minha mochila, pegando uma cueca de lá.
— Ei! Por que você vai dar uma cueca minha e não sua?
— Porque você compra várias e não usa a maioria. — diz e eu me mantenho calado, sabendo que ele estava certo. — Não precisa ter nojo, Sina. Ele nunca usou essa.
Olho para ele com indignação e vejo a Sina vestir a cueca que ele havia dado para ela.
— Não é tão agradável quanto ficar sem ela, mas é confortável. — Sina diz e eu apenas ignoro o seu comentário, voltando a atenção ao notebook.
— Pega suas coisas. A gente vai embora daqui. — falo logo após fechar o notebook e pego a minha mochila.
— Aonde a gente vai? — Josh pergunta e eu abro a porta do quarto.
— Para onde você acha? Vamos para a Califórnia. — falo indo em direção ao carro.
Observo o Josh fechar a porta do quarto e puxar a Sina pela mão com cuidado, a fazendo se sentar no banco de trás do carro.
— Se ela fugir, eu não vou atrás.
— Você fala como se eu não te conhecesse. — Josh diz e entra no carro.
— Que bom que conhece. — falo entrando no carro e começo a dirigir.
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Tentei fazer com que ficasse um pouco engraçado, mas se não ficou, problema.
Desculpem se tiver algum erro e não esqueçam de votar, bjs💜
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