Capítulo 9.2
Jade Evans
Atualmente| Los Angeles
- JADE, JADE! - Anna abre a porta do meu quarto com tanta força que quase arranca as dobradiças. Ela está tão agitada que nem se deu ao trabalho de colocar uma blusa. Resmungo em frustração ao vê-la tão animada enquanto eu estou quase no meio de uma soneca. - Adivinha? O Alexandre me chamou para passar o dia na praia; o primo dele tem um quiosque lá. - Ela faz uma pausa dramática, olhando para o celular com um sorriso no rosto. - É no Leo Carrillo State Park.
- Que legal, toma cuidado e me manda a localização - murmuro, já afundando meu rosto no travesseiro. Aproveito para imaginar o dia tranquilo que terei com a casa só para mim, sem interrupções.
- Gata, você vai comigo. Ele pediu para eu levar uma amiga, e você vai ser essa amiga - Anna diz, com um tom de certeza que rapidamente esfria minha animação.
- Eu, empata-foda? Não vou nem pensar nisso - digo, decidida a permanecer na minha cama confortável.
- Você vai sim, não me sinto segura sozinha. Por favor, Jade, faça isso por mim - ela implora, com uma expressão de tristeza genuína. Junta as mãos em um gesto quase teatral e se ajoelha ao meu lado, seus olhos brilhando com um apelo que me faz revirar os olhos. Céus, como ela pode ser tão insistente.
Suspiro, me levantando um pouco na cama e olhando para a expressão suplicante dela.
- Tudo bem, tudo bem - digo finalmente, derrotada. - Só me dê um tempo para me arrumar, tá?
Anna sorri, dando um pulinho de alegria antes de se dirigir para fora do quarto.
- Obrigada, Jade! Você é a melhor! - Ela grita, enquanto eu me arrasto para fora da cama, pensando nas vantagens de um dia na praia. Espero que o dia não seja tão ruim quanto eu estou imaginando.
✦✧✦✧
Chegamos finalmente na praia, e o som das ondas quebrando na areia parecia quase como uma melodia que combinava com a animação de Anna. Ela não parava de falar um minuto sequer; seu entusiasmo era contagiante, mas às vezes me pergunto se somos realmente primas, dada a nossa diferença de temperamento.
Anna pegou sua bolsa de maneira apressada, quase como se temesse que o tempo fosse escapar das nossas mãos. Eu peguei a minha, ajustando-a no ombro antes de começarmos a caminhar na direção do quiosque. O quiosque era grande, com um telhado branco e mesas de madeira, oferecendo uma sombra bem-vinda do sol quente.
Quando finalmente avistamos Alexandre sentado em uma das mesas, ele se levantou imediatamente ao nos ver, um sorriso aberto no rosto, como se nossa chegada fosse um evento que ele esperava ansiosamente. Anna e eu trocamos um olhar rápido, um misto de curiosidade surgiu.
Caminhamos até a mesa, e ele nos cumprimentou.
- Finalmente! Eu estava começando a achar que vocês iam se perder no caminho - Alexandre disse, com um tom brincalhão, mas seu semblante era sério.
- Jade quase errou o caminho, se não fosse pelo GPS - Anna disse, dando um sorriso divertido. Eu então acertei meu cotovelo nela em um gesto de brincadeira.
- Prazer, Alexandre. Sou Jade, prima da Anna - eu me apresentei, estendendo minha mão em um cumprimento cordial. Ele sorriu de volta e eu fiquei impressionada; ele era realmente muito bonito.
- Prazer, Jade. Se quiser, pode me chamar de Alex - respondeu Alexandre, apertando minha mão com um toque firme.
Inesperadamente, depositou um leve beijo no dorso da minha mão. Em seguida, ele se virou para Anna e a envolveu em um abraço carinhoso.
- Oi, gatinha.
Anna ficou toda boba, enquanto eu, ao observar a cena, não pude evitar revirar os olhos. Parece que vou acabar sendo a vela. Os dois pombinhos seguiram para a mesa e eu os acompanhei, sentando-me junto a eles.
- Bom, meninas, podem pedir o que quiserem, e tudo por conta da casa - disse Alexandre, envolvendo os braços na cintura de Anna.
- Obrigada, gatinho! - diz Anna, com um sorriso encantador e piscando para ele, seu olhar carregado de gratidão e promessa. - Vou te compensar bem por isso.
Ela se vira para sair, e eu decido que já está na hora de eu também ir.
- Onde fica o banheiro? - pergunto a Alex, que ainda está segurando a cintura de Anna com uma expressão protetora.
- Lá no final do corredor, você vira à esquerda - ele explica, a voz suave, enquanto seus dedos continuam a acariciar a cintura dela. Anna retribui o gesto com um sorriso satisfeito.
Sigo na direção indicada e entro no banheiro. A luz ilumina o espaço grande e funcional. Com um movimento rápido, tiro meu short e minha blusa, guardando-os cuidadosamente na minha bolsa. Olho para o espelho e ajusto o biquíni vermelho estilo cortininha.
Deixo o banheiro e, ao sair, percebo que Anna e Alex já não estão mais à mesa. Deixo minha bolsa onde estava a de Anna e pego meu celular, decidida a capturar o momento.
Guardo o celular novamente e começo a caminhar em direção às águas. O calor da areia sob meus pés é agradável, e o som das ondas quebrando à distância cria uma melodia relaxante - um ótimo ASMR, eu diria. Meus pensamentos estão apenas na sensação refrescante que está por vir.
A cada passo, o som da areia se mistura com o murmúrio das ondas. O calor do sol em minha pele é contrastado pela brisa leve que vem do mar. A sensação do mar é deliciosa, fria e revigorante
Mais tarde✧
Já está escurecendo na praia. A brisa do mar carrega consigo um ar de mistério, enquanto as ondas quebram de forma hipnotizante na areia. Alexandre e Anna estão afastados, rindo e trocando beijos, alheios ao resto do mundo. O crepúsculo lança sombras estranhas sobre eles e, por um instante, parecem não só dois jovens amantes, mas personagens de um jogo perigoso, de segredos sussurrados na penumbra. Abro um sorriso enviesado; Eles parecem tão íntimos, quase um casal... e não apenas ficantes.
Minha cabeça gira levemente, com as bochechas quentes, consequência de ter passado o dia todo bebendo. Pego meu celular e mando uma mensagem para Ayla, perguntando se já está em casa. Recuso-me a ser a vela de uma cena que faz minha solidão gritar.
Levanto-me com certa dificuldade, meus passos um pouco incertos enquanto caminho até o quiosque. O ambiente ao meu redor parece mais escuro do que deveria, como se a noite tivesse pressa em engolir tudo. Entro no quiosque vazio; o silêncio envolvente é quase opressor. Abro a cervejeira e pego uma cerveja, mas, antes que possa sentir o alívio da bebida, ela escapa das minhas mãos, caindo no chão com um baque surdo.
No mesmo instante, sinto uma presença atrás de mim, uma mão firme e quente apertando minha cintura com força; o toque faz meu corpo congelar por um segundo. Tento me virar, mas outra mão agarra meu queixo com uma intensidade quase brutal, obrigando-me a olhar para frente, o vidro gelado da cervejeira agora contra minha pele quente. O reflexo no vidro mostra apenas uma silhueta sombria atrás de mim, mas, quando olho para baixo, reconheço as tatuagens intricadas que cobrem os dedos dele, com unhas pintadas de preto e anéis de prata brilhando à luz fraca. Um arrepio percorre minha espinha. Eu sei exatamente quem é.
- Olha só o que temos aqui, um anjinho perdido - a voz rouca e grave dele acaricia meus ouvidos como um veneno sedutor. O sotaque italiano dá um tom ainda mais perigoso ao momento, como uma promessa escura escondida em cada palavra.
Meu coração dispara, um misto de medo e excitação.
- Por que... por que está me pegando assim? - minhas palavras saem embaralhadas, sufocadas pela proximidade sufocante dele. Sua presença me consome, e o cheiro é como um sopro de frescor cítrico com um fundo amadeirado,e o intenso perfume invade meus sentidos, tornando difícil pensar com clareza.
Ele me pressiona mais contra o vidro, seu corpo quente contra minhas costas.Minhas mãos deslizam involuntariamente até o vidro da cervejeira, tentando encontrar algum tipo de apoio. O calor de sua respiração contra minha nuca, faz minha pele arrepiar. Ele se inclina, seus lábios quentes e úmidos roçam meu ombro exposto, depositando um beijo que queima como fogo.
- Por que você sempre foge, anjinho? - ele sussurra, sua voz mergulhada em uma perversidade doce, mas letal.
- Não estou fugindo - sussurro, sentindo a excitação se formar em mim.
- Então vai se entregar dessa vez? - seus dedos descem até a cordinha do meu biquíni e a puxam delicadamente.
- Não, por que me entregaria? - respiro com dificuldade, sentindo o álcool misturado com minha excitação embaralhar meus sentidos. Sua mão solta meu queixo e desce até minha cintura, me segurando com força. Zayn me gira rapidamente, fazendo-me encarar seus olhos, ainda me segurando. Desço o olhar para seu corpo; ele está com uma camisa verde-musgo de manga curta, toda aberta, mostrando suas várias tatuagens. Porra, como vou resistir a isso?
- Ok, anjo, se não vai se entregar... - ele faz uma pausa e chega bem perto do meu rosto, olhando para minha boca - Eu vou pegar!
- Ainda não sabe levar um não? - olho em seus olhos e ele dá um sorriso de lado.
- Jade, isso não é óbvio? Eu posso até receber um "não", mas não o aceito. Foi por isso, entre outras coisas, que você acabou cedendo. Além disso, por que eu receberia um "não" se está claro que você me quer? Você não tentou me afastar em nenhum momento. - sussurrou ele e depositou um beijo em meu queixo. - Mas sabe o que você fez?
Faço um sinal com a cabeça, indicando que não sei. Ele abre um sorriso amplo e seus olhos escurecem de desejo.
- Empinou essa sua bunda, procurando por mais contato. Tem certeza, Jade? Tem certeza de que não quer que eu atole meu pau em você? - Cada palavra de Zayn é um sussurro carregado de intenções obscuras. O ambiente se torna uma arena de tensão e expectativa.
- Zayn. - digo seu nome quase em um sussurro, a voz tremendo com uma mistura de desejo e medo. Ele se inclina para mais perto, os olhos dele queimando com uma intensidade que faz meu coração bater mais rápido.
- Vamos, anjo, eu sei que você quer, assim como eu quero - sua mão envolve meu queixo com uma firmeza possessiva, forçando-me a encará-lo diretamente. Sua respiração descompassada se mistura com a minha, criando uma tensão palpável no ar.
Sinto o calor do seu corpo contra o meu, a proximidade avassaladora que me faz querer recuar, mas, ao mesmo tempo, me atrai ainda mais.
- Não quero ficar com você novamente - tento parecer firme, mas a fraqueza em minha voz trai o conflito interno. É uma mentira que sei que ele pode ver através, e a frustração dele é visível.
Zayn sorri, um sorriso que é ao mesmo tempo sedutor e cruel.
- Não se engane, meu anjo, cada vez que me vê, cada vez que respira, você sente a falta de algo que só eu posso oferecer. - Sua voz é um sussurro carregado de perigo, uma mistura letal que me faz vacilar. Sinto seu toque, seu calor, e a batalha entre o desejo e o desejo de me proteger se torna quase insuportável.
- E o que só você pode me oferecer?- Juntei coragem e o empurrei, mas ele nem se mexeu, permanecendo se firme. -Um pau? Isso eu posso encontrar até num sex shop.
Zayn arqueia as sobrancelhas com um desafio quase provocador. Seus olhos escuros brilham com um misto de diversão e desdém enquanto ele me encara, um sorriso cruel se formando em seus lábios.
- Jade, gosto de como você é, mas odeio como não se entrega fácil aos seus desejos. - Seu aperto se torna mais firme e ele se inclina para sussurrar no meu ouvido, a respiração quente provocando uma série de arrepios. - Não pense que desisti, anjo. Eu seria Uno stronzo completo se deixasse você escapar de minhas mãos. -Zayn morde a ponta da minha orelha com uma intimidade desconcertante e solta um sorrisinho satisfeito. - Como é que você diz mesmo? Ah, até a próxima, Jade. E eu te garanto que vai ter várias.
Respiro fundo, tentando não mostrar que isso está me afetando.
- Se cuida, Jade, e tente não beber demais. Suas bochechas estão tão vermelhas. - Sinto a provocação em suas palavras e vejo um sorriso fechado que não esconde seu deleite com a minha situação.
Zayn ergue a mão e me dá um tchauzinho que mistura desdém e fascínio antes de se afastar com um andar relaxado e confiante.
Então ele desaparece pela porta, deixando para trás um rastro de tensão e uma sensação de expectativa incerta.
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