Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

✶ capítulo sete

┄  OO7   ᠁  ✶  capítulo sete ⌒⌒
╰╮  ATELOPHOBIA   ·    જ   💀




Já haviam se passado algumas semanas, e o grupo ainda não encontrara uma solução viável para lidar com o problema que enfrentavam com o mundo dos fantasmas. Viviam uma espécie de vida dupla um tanto caótica. Durante a noite, fugiam e caçavam criaturas como se estivessem em um episódio de um seriado famoso, e de dia voltavam à rotina de estudantes comuns, lutando contra o sono nas aulas e se esforçando para resolver equações simples de matemática.

De certo modo, estavam se saindo bem, ao menos por enquanto, já que nenhum perigo maior havia surgido para ameaçá-los. Não se sabia sobre o sentimento dos outros, mas Evaline nutria a sensação de que algo estava fora do lugar. A aparente calmaria parecia suspeita demais, como o silêncio que precede a tempestade. Os dias corriam rápido e tranquilos, o que só reforçava sua desconfiança.

Apesar dessas preocupações, ela optava por não compartilhar seus receios com o grupo. Preferia concentrar-se no presente, aproveitando o tempo ao lado dos amigos, pois, de maneira nada sutil, os desafios enfrentados juntos acabaram aproximando-os cada vez mais. O vínculo entre eles crescia à medida que enfrentavam problemas e situações de risco, tentando sobreviver e encontrar uma saída para o caos que os envolvia.

──── O que cê tá fazendo escondida aí, atrás dessa árvore, parecendo um bichinho? ──── a voz masculina surgiu despreocupada, enquanto a sombra projetada pela figura bloqueava o sol.

Evaline levantou o olhar, semicerrando os olhos por conta da luz intensa. A silhueta inconfundível com a cabeleira loira e os olhos vermelhos não demorou a ser reconhecida, assim como o sorriso travesso que parecia ser marca registrada. Ela revirou os olhos antes de retribuir o sorriso com ironia.

──── Ah, ótimo, justo você... ──── disse, claramente sem muita surpresa.

──── Justo eu o quê? ──── ele retrucou, se aproximando com o típico ar despreocupado. ──── Mas, sério, o que você tá aprontando aí, escondidinha? Não sabia que era fã de árvores, você não parece nada ser do tipo planetária.

──── Primeiramente: vai se foder, você claramente não sabe o significado desse termo. Segundamente: eu não sou. Só tô pintando. ──── ela respondeu com simplicidade, tentando minimizar a situação enquanto mexia nos pincéis.

Aiden arqueou uma sobrancelha, visivelmente intrigado, e então se abaixou para espiar a tela.

──── Ué, você pinta? Desde quando isso?

──── Desde sempre. Eu só nunca tive que aturar ninguém do grupo perguntando isso. ──── Evaline falou com um tom seco, mas sem agressividade, enquanto voltava a focar na tela.

──── Interessante. ──── Aiden se sentou ao lado dela com a cara de pau habitual. ──── Vai pintar um quadro meu agora?

──── Não, claro que não. ──── ela disse de maneira afiada, mas sem conseguir esconder um sorriso contido. ──── Só se você pagar pela sessão de arte.

──── Quer dizer que eu sou modelo caro? Me senti honrado. ──── ele riu, mas logo se endireitou, fingindo posar de maneira exagerada. ──── Tô pronto, pode começar!

Evaline revirou os olhos novamente.

──── Por favor, vai estragar o cenário se continuar. Vai lá, vai ser útil em algum outro lugar. ──── ela tentou empurrá-lo de brincadeira.

Aiden, no entanto, não cedeu, permanecendo ao lado dela, fingindo analisar o quadro.

──── Sabe, podia ser pior. Podia ser o Logan te enchendo o saco aqui no meu lugar. Ele ia querer aula de pintura.

Evaline riu suavemente e balançou a cabeça.

──── É, mas eu gosto mais do Logan do que de você, portanto, não seria um problema dar algumas  aulas particulares pra ele.

──── Você é uma safada isso sim! ──── Aiden retrucou, balançando a cabeça com uma expressão dramática. ──── Primeiro me ignora, agora diz que prefere o Logan...

Evaline riu, mas não deu o braço a torcer.

──── Ah, não exagera. É só que o Logan é mais... suportável. ──── ela deu de ombros enquanto voltava a mexer nas tintas. ──── E ele não fica fazendo piada de tudo que eu faço.

Aiden fez uma cara de ofendido falso, colocando a mão no peito.

──── Eu? Fazer piada de tudo? Que calúnia! Eu sou super sério. ──── ele cruzou os braços, adotando uma pose supostamente digna e séria, mas o sorriso malandro não o deixava enganar.

──── Sério? ──── ela arqueou uma sobrancelha. ──── Desde quando?

──── Desde... agora? ──── ele tentou manter a postura, mas logo desabou na gargalhada. ──── Tá bom, você me pegou. Não consigo ficar sério com você.

Evaline balançou a cabeça, mas não pôde evitar sorrir também.

──── Pois devia. Talvez conseguisse me impressionar um pouco.

Aiden inclinou-se um pouco mais perto dela, seus olhos vermelhos cintilando com um brilho provocador.

──── Impressionar você? Quem disse que eu não tô tentando? ──── o tom dele era despreocupado, mas por um segundo a tensão pairou no ar.

Ela desviou o olhar, mexendo nas tintas para disfarçar o incômodo repentino.

──── Sei lá... Talvez porque você tá mais preocupado em fazer palhaçada do que qualquer outra coisa.

Aiden não respondeu imediatamente, apenas observou-a em silêncio por um momento. Então, com um movimento repentino e ousado, ele se inclinou um pouco mais, sua voz soando levemente provocante:

──── E se eu estivesse?

Evaline ficou imóvel por um segundo, surpresa com a mudança de tom, mas logo se recompôs.

──── Se estivesse o quê? ──── ela perguntou com uma expressão desafiadora.

──── Tentando te impressionar de verdade. ──── Aiden disse, um sorriso de canto brincando em seus lábios.

O silêncio entre eles durou alguns instantes, a tensão no ar quase palpável. Então, sem aviso, Aiden se inclinou e deu um beijo rápido na bochecha dela, como quem faz uma travessura e espera a reação.

Evaline o olhou, completamente surpresa, antes de revirar os olhos e empurrá-lo de leve.

──── Idiota! ──── ela disse, meio rindo, meio indignada.

Aiden apenas deu de ombros, rindo de volta, quebrando a tensão momentânea.

──── Relaxa, foi só pra ver sua cara.

Evaline balançou a cabeça, ainda rindo, enquanto tentava voltar a se concentrar na pintura.

──── Você é impossível, sabia? Não consigo passar um minuto em paz com você por perto.

Aiden sorriu, claramente satisfeito consigo mesmo.

──── Tá vendo? Minha presença torna tudo mais emocionante. Vai dizer que não gosta.

Ela fingiu pensar por um momento, os olhos ainda fixos no quadro.

──── Gosto de paz e tranquilidade, na verdade. E você é o oposto disso.

Ele se aproximou de novo, inclinando a cabeça para espiar a pintura por cima do ombro dela. Era uma pintura de tinta a óleo do parque que estava à frente deles, era tão realista que fez com que os olhos do loiro brilhassem de animação.

──── Ei, não é nada mal, hein? Desde quando você pinta mesmo?

──── Faz um tempo, mas não contei pra ninguém. ──── Evaline deu de ombros, ainda concentrada no que estava fazendo. ──── Achei que ninguém ia se interessar.

──── Ah, para com isso. ──── Aiden disse, um tom mais sincero surgindo por um momento. ──── Isso aqui é bem legal. Não sabia que você tinha esse talento escondido.

Evaline ficou em silêncio por um segundo, surpresa com o elogio. Ela olhou de soslaio para Aiden, que parecia genuinamente impressionado.

──── Valeu... Acho que todo mundo tem um hobby secreto, né?

──── Eu tenho alguns. ──── Aiden sorriu de novo, mas dessa vez havia uma suavidade incomum em sua expressão. ──── Tipo roubar pizzas do Ben sem ele perceber. Uma arte, se você me perguntar.

Ela soltou uma gargalhada.

──── Isso nem conta como hobby, é mais um crime!

──── Ah, é um crime delicioso! ──── ele piscou, com aquele ar travesso voltando. ──── Mas sério, eu não sabia que você era tão... artista. Aposto que Logan ia querer te contratar como professora de pintura.

Evaline riu, revirando os olhos.

──── Logan é um desastre com arte. Ele não conseguiria desenhar um círculo sem transformar em uma teoria matemática.

──── Verdade. ──── Aiden concordou, ainda rindo. ──── Mas, quem sabe, você pode ensinar a ele, né? Com sua paciência...

Ela olhou para ele, percebendo que estavam sozinhos há um tempo. Havia uma estranha tensão no ar novamente, mas desta vez, ela não era completamente desconfortável.

──── Talvez eu precise de paciência pra te aturar também.

──── Então, acho que você tá indo bem até agora. ──── Aiden provocou, dando mais um passo em direção a ela.

O silêncio entre eles voltou a se estender, carregado com algo que ambos fingiam não notar. Aiden olhou para ela, com aquele sorriso despreocupado, mas havia algo mais nos seus olhos. Sem pensar, ele se inclinou de novo, mas dessa vez, ao invés de um beijo na bochecha, ele a encarou diretamente, os rostos próximos por um segundo incômodo.

E então, antes que pudesse pensar demais, ele deu um beijo rápido nos lábios dela, tão rápido que parecia uma brincadeira. Evaline arregalou os olhos, totalmente surpresa.

──── Aiden! ──── ela exclamou, mas a voz soou mais em choque do que em raiva.

──── Calma, foi só pra testar! ──── ele disse, já se afastando com as mãos erguidas, como se tivesse acabado de pregar mais uma peça. ──── Sem sentimentos envolvidos, juro!

Evaline ficou olhando para ele, sem saber se ria ou se socava o garoto. No fim, ela apenas balançou a cabeça e deu uma leve risada.

──── Você é um idiota.

──── Eu sei. ──── ele respondeu, sorrindo largamente. ──── Mas aposto que agora você nunca vai me esquecer.

──── Ah, pode apostar. ──── ela disse, ainda rindo, mas com o coração batendo mais rápido do que gostaria de admitir.

Evaline não gostava de Aiden desse jeito, mas definitivamente tinha algo de diferente do que acontecia entre eles. Desde quando se beijaram naquele ônibus velho no cemitério de ônibus atrás da casa da Ashlyn, os dois se tornaram mais próximos que o habitual, tão próximos que virou recorrente essa coisa de provocações mais tensas, beijos roubados - geralmente todos eram da parte de Aiden - e conversas mais profundas do que o habitual, claro, não deixando as brincadeiras idiotas de lado, afinal, eles ainda eram eles.

Aiden ainda gostava de Ashlyn e Evaline de Logan, mas ambos também não eram celibato e querendo ou não, estavam solteiros e… Bem, eles ainda eram adolescentes, não tinha absolutamente nada de mal ou de errado no que eles estavam fazendo. O Clark loiro se tornou seu fiel escudeiro nas horas vagas, sempre sendo um grande de um pentelho com ela, mas ao mesmo tempo era protetor no mesmo nível que seu irmão Ravi'ell.

De forma desleixada e completamente folgada, Aiden se escora na árvore ao lado dela e deita sua bochecha no ombro da loira, observando de perto a forma graciosa no qual ela movia o pincel na tela, a deixando mais viva e mais colorida do que a própria visão real.

Evaline suspirou, sentindo o peso da cabeça de Aiden em seu ombro, algo que havia se tornado estranhamente familiar. O toque leve e despreocupado que, de início, a incomodava, agora parecia parte da rotina entre eles. Ela continuou a deslizar o pincel pela tela, tentando se concentrar nas cores e formas, mas a presença de Aiden ao seu lado tornava isso um desafio.

──── Você sabe que isso é esquisito, né? ──── ela comentou, sem tirar os olhos da pintura, mas o tom de voz ligeiramente mais sério do que o habitual.

Aiden riu, o som suave e relaxado, como se nada no mundo o preocupasse.

──── O que exatamente é esquisito? O fato de eu estar aqui ou o fato de você não ter me mandado embora?

──── Os dois. ──── Evaline respondeu, finalmente virando o rosto para encará-lo. ──── Não sei por que você insiste em ficar me provocando desse jeito.

Ele deu de ombros, sem tirar a cabeça de seu ombro.

──── Talvez porque seja divertido ver você tentando não admitir que gosta disso.

Ela revirou os olhos, mas a brincadeira contida no sorriso dele a fez relaxar um pouco mais.

──── Acho que você se acha mais esperto do que realmente é, Aiden.

──── E você acha que está no controle mais do que realmente está. ──── ele rebateu, com um brilho malicioso nos olhos vermelhos.

O ar ao redor deles parecia mais pesado, carregado de uma tensão que ambos fingiam não notar, mas que, de alguma forma, continuava a se acumular. Evaline franziu a testa, inclinando a cabeça para o lado, como se tentasse analisar a situação de um ângulo mais racional, mas sentia que algo, além das brincadeiras habituais, estava diferente.

──── Não vamos fazer disso algo mais complicado do que já é. ──── ela finalmente disse, a voz saindo um pouco mais baixa do que pretendia.

Aiden ergueu uma sobrancelha, como se a provocação fosse inevitável.

──── Quem disse que estou complicando? Você que insiste em pensar demais.

Antes que ela pudesse responder, ele se inclinou rapidamente e, com a habitual ousadia, roubou um beijo, deixando seus lábios tocando os dela por um breve, mas intenso momento. O gesto, inesperado, fez o coração de Evaline disparar, mas, antes que ela pudesse decidir como reagir, ele já tinha se afastado com um sorriso travesso.

──── Sabe, se você continuar me deixando fazer isso, vai ficar mais difícil de parar. ──── ele comentou, o tom brincalhão, mas com uma ponta de sinceridade.

Evaline bufou, mas seu rosto levemente corado traiu qualquer tentativa de parecer indiferente. ──── Você é um idiota.

Aiden apenas sorriu, acomodando-se novamente ao lado dela, enquanto o silêncio entre os dois permanecia carregado de uma tensão que nenhum deles parecia disposto a resolver.

──── Ainda sou o seu preferido. ──── ele murmurou, num tom de voz preguiçoso, olhando para o céu com um ar desleixado.

──── Não se ache tanto. ──── Evaline respondeu, voltando a focar em sua pintura, mas sabendo que, de alguma forma, aquela situação entre eles não terminaria por ali.

A atmosfera entre Evaline e Aiden permaneceu carregada enquanto o silêncio os envolvia, mas havia um sentimento de conforto na presença um do outro que ambos estavam começando a aceitar como algo natural.

A pintura de Evaline começou a ganhar forma e vida com cada pincelada. A interação deles, apesar das provocações e da tensão, havia de alguma forma se tornado uma parte importante daquele momento tranquilo no parque.

─── Então, qual é a do seu novo quadro? ──── Aiden perguntou, inclinando-se um pouco para observar melhor a pintura, mas sem realmente se afastar do ombro de Evaline.

─── É uma visão do parque, mas não exatamente o que você vê. ──── Evaline explicou, tentando descrever a obra de uma forma que fosse ao mesmo tempo pessoal e enigmática. ──── Mais uma tentativa de capturar a sensação do lugar, não apenas a aparência.

─── Interessante. ──── Aiden comentou, a voz baixando para um tom mais reflexivo. ──── Eu sempre pensei que você tinha algo mais profundo por trás de seus hobbies, mas nunca imaginei que fosse algo assim.

Evaline levantou uma sobrancelha, seu olhar agora fixo em Aiden. ──── E o que você pensava, então?

─── Não sei, talvez algo mais... convencional. ──── ele riu suavemente. ──── Tipo, colecionar coisas ou algo assim. Não sabia que você tinha um talento real para a pintura.

Ela sorriu, um pouco lisonjeada pela observação, e voltou a focar no quadro, sentindo-se mais à vontade com a situação.

──── Bem, a pintura é uma forma de escapar do caos. É meu refúgio.

─── Eu entendo. ──── Aiden murmurou, agora mais sério, mas ainda mantendo um tom leve. ──── Às vezes, ter algo que você pode controlar e expressar de forma tão pessoal é a única coisa que faz sentido quando tudo ao seu redor parece fora de controle.

Evaline olhou para ele com uma expressão mais suave, percebendo a sinceridade em suas palavras.

──── Você tem razão. E, honestamente, ter alguém para compartilhar essas coisas, mesmo que seja alguém que fica me provocando, também faz diferença.

Aiden sorriu, a expressão dele se tornando um pouco mais genuína e menos travessa.

──── Então, você está dizendo que eu sou importante para você?

Evaline deu uma risada leve, balançando a cabeça em um gesto de incredulidade.

──── Não vá se iludir, Aiden. Você ainda é um grande idiota.

─── O idiota de estimação do grupinho nada de novidade. ──── ele respondeu, dando um leve aperto no ombro dela antes de se endireitar e se afastar um pouco, olhando a pintura com um interesse renovado.

──── Ninguém mandou ser o loiro burro do grupo.

──── Você também é loira, Evaline!

──── E você está se referindo ao seu próprio reflexo, então? ──── Evaline respondeu com um sorriso maroto, ainda mantendo o tom brincalhão.

──── Ah, entendi! Então a culpa de ser um idiota é genética! ──── Aiden se inclinou para trás, com uma expressão exageradamente pensativa, como se estivesse resolvendo um grande mistério.

──── Pelo menos eu não sou a única a carregar esse fardo. ──── Evaline continuou, sem deixar o pincel parar. ──── E eu diria que você faz um ótimo trabalho como "idiota de estimação."

──── Bem, se eu tiver que ser um idiota, prefiro ser o seu. ──── Aiden respondeu com um sorriso, passando a mão no cabelo loiro de forma dramática.

──── Ah, não comece a se achar. ──── Evaline deu um empurrãozinho leve no ombro dele, rindo baixinho. ──── Não quero ser responsável por criar um ego ainda maior.

──── Ego? ──── Aiden se fez de ofendido, colocando a mão no peito de maneira exagerada. ──── Eu só sou um garotinho humilde, tentando fazer o melhor que posso com o que me foi dado.

──── Humilde? Não me faça rir. ──── Evaline respondeu com um sorriso irônico. ──── Você é o primeiro a se vangloriar sobre qualquer coisa que faz.

──── E quem não gosta de um pouco de reconhecimento? ──── ele rebateu, dando um sorriso travesso.

──── Bom, pelo menos você é consistente. ──── ela comentou, finalmente se afastando do quadro e olhando para Aiden com um olhar mais suave. ──── É isso que eu mais admiro em você.

──── Ah, então você me admira agora? ──── Aiden piscou para ela, claramente gostando do tom de sinceridade que ela havia usado.

──── Admiração não significa que você não continua sendo um idiota. ──── Evaline respondeu, rindo enquanto ela pegava o pincel e voltava a trabalhar na pintura.

──── Então, a admiração vem com um bônus de insulto? ──── Aiden perguntou, sem conseguir esconder um sorriso satisfeito.

──── Exatamente. ──── ela confirmou, piscando um olho. ──── O pacote completo.

Os dois continuaram naquele clima leve e brincalhão por mais um tempo, sem ter a menor ideia de que no canto inferior do parque, um pouco mais escondido entre as sombras das árvores uma silhueta os observava de longe, com os punhos cerrados e o coração batendo rapidamente em desconforto.

Sentado na cama king-size encostado com as costas na parede, Ben encarava com admiração Ravi'ell, este que tinha um violoncelo entre seus braços, o garoto loiro tocava os acordes de maneira tão melodiosa que o Clark moreno se sentia nas nuvens só de escutar. Depois de finalmente terminar a melodia, o Vincent encara o moreno com as bochechas levemente vermelhas.

Aquele era um dia de sossego, Ravi'ell aproveitou a saída de Eva para chamar Ben para a casa deles com a desculpa de que o moreno iria apenas o observar enquanto ele praticava no seu violoncelo depois de tanto tempo. Era engraçado como o grupo se fingia de cego com aqueles dois, era cômico ver que eles achavam que enganavam e passavam despercebidos.

──── E então? ──── Ravi'ell perguntou, ainda um pouco envergonhado, enquanto ajustava o violoncelo em seus braços, olhando para Ben.

Ben, que estava sentado na cama king-size, observava Ravi'ell com grande admiração. Após uma breve pausa, ele pegou seu celular e digitou:

“Preciso realmente dizer alguma coisa?”

──── Bem, a música faz muito mais do que palavras às vezes. ──── Ravi'ell sorriu timidamente. ──── Fazia um tempo que eu não praticava, e é sempre bom ter uma plateia para animar.

Ben levantou um canto da boca, um sorriso sutil se formando, e digitou rapidamente:

“Você deve ter praticado em segredo então, porque está ótimo. E eu definitivamente não sou um crítico musical, mas gostei muito.”

──── Agradeço. ──── Ravi'ell respondeu, olhando para o celular de Ben com um brilho de gratidão nos olhos. ──── É bom saber que alguém aprecia, mesmo que eu não esteja exatamente no meu melhor momento.

A voz robótica de Ben surgiu do celular, com uma entonação divertida:

“Se não está no seu melhor momento, eu não quero nem imaginar como é quando você está.”

Ravi'ell riu, sentindo-se um pouco mais à vontade.

──── É bom saber que minha tentativa de tocar violoncelo não faz você querer fugir correndo.

Ben digitou novamente, sem esconder o sorriso:

“Se fugir fosse uma opção, eu ainda voltaria só para te ouvir tocar.”

──── Você está exagerando. ──── Ravi'ell respondeu, embora seu rosto mostrasse um leve rubor. ──── Não se preocupe, a próxima vez eu vou preparar algo mais... impressionante, prometo.

Ben balançou a cabeça, ainda sorrindo:

“Impressionante é um eufemismo. Estou curioso para ver o que mais você tem guardado.”

──── Bem, agora que você está aqui e não tem como escapar, podemos continuar a ensaio? ──── Ravi'ell perguntou, pegando o arco e posicionando-se novamente.

Ben digitou, com uma expressão brincalhona:

“Somente se você prometer que vai tocar a música inteira desta vez. Nada de atalhos!”

Ravi'ell sorriu, pegando o violoncelo com uma nova energia:

──── Prometido. E prepare-se, porque a próxima peça vai te deixar sem palavras.

A música recomeçou, e a atmosfera entre eles se tornou ainda mais leve e agradável, enquanto Ben observava com uma admiração genuína e Ravi'ell se dedicava ao seu instrumento.

──── E então, como você tem passado? ──── Ravi'ell perguntou enquanto ajustava o violoncelo, tentando não parecer muito interessado na resposta, embora seus olhos revelassem o contrário.

Ben olhou para Ravi'ell, digitando lentamente no celular:

“Bem, considerando que estou aqui, acho que estou passando melhor do que poderia estar.”

──── Isso é um elogio? ──── Ravi'ell sorriu, observando Ben com um misto de curiosidade e timidez.

Ben digitou com um sorriso:

“Eu diria que é mais uma constatação.”

──── Ah, entendi. ──── Ravi'ell respondeu, corando ligeiramente. ──── E quanto a você, o que anda fazendo quando não está assistindo minhas apresentações privadas?

Ben deu uma risada contida e respondeu com uma nova mensagem:

“Estou ocupado com algumas coisas. Mas nada que se compare a ter você tocando para mim.”

──── Eu posso te fazer uma oferta. ──── Ravi'ell disse, inclinando-se um pouco mais perto de Ben, seu tom suave e sincero. ──── Se você continuar elogiando, posso tocar algo especial só para você.

Ben olhou diretamente para Ravi'ell, a voz robótica do celular soando com uma leve provocação:

“Algo especial, hein? Agora você me deixou curioso. Está me prometendo uma performance privada?”

──── Talvez. ──── Ravi'ell respondeu, sua voz quase um sussurro. ──── E quem sabe, talvez você queira ser a primeira pessoa a ouvir algo que ainda nem terminei de compor.

Ben digitou, seu sorriso se tornando um pouco mais amplo:

“Eu aceito a oferta. E quem sabe, se a performance for realmente boa, posso ter que te recompensar de alguma forma.”

──── Oh? E que tipo de recompensa você tem em mente? ──── Ravi'ell perguntou, com um tom que misturava curiosidade e leve provocação, enquanto tocava levemente nas cordas do violoncelo.

Ben hesitou por um momento antes de digitar, com um tom mais suave:

“Algo que eu estou começando a achar que poderia ser muito mais interessante do que eu imaginava.”

Ravi'ell olhou para Ben, seu olhar mais profundo do que antes.

──── Eu vou me esforçar para que a performance valha a pena, então. ──── Ravi'ell disse, com um leve sorriso nos lábios. ──── E quem sabe, depois disso, podemos discutir essas recompensas.

A música começou novamente, mais intensa e expressiva, refletindo a tensão e o calor crescente entre os dois. Ben observava Ravi'ell tocar, completamente absorto na música e na presença do loiro, enquanto Ravi'ell sentia o peso do olhar de Ben em cada acorde que tocava.

Enquanto Ravi'ell tocava, a melodia se tornava cada vez mais envolvente, preenchendo o ambiente com uma atmosfera de intimidade e emoção. Ben se inclinava para frente, os olhos fixos em Ravi'ell, absorvendo cada nota com uma intensidade quase palpável.

Após alguns minutos, a música terminou, e um silêncio confortável se instalou. Ravi'ell, ainda com a mão no violoncelo, olhou para Ben, tentando decifrar o que o moreno estava pensando.

──── Então, como foi? ──── Ravi'ell perguntou, sua voz quase um sussurro, enquanto seu olhar se fixava nos olhos de Ben.

Ben sorriu, digitando rapidamente no celular:

“Foi incrível. Você sempre consegue tocar algo que parece falar diretamente com o que eu estou sentindo.”

──── Eu fico feliz que tenha gostado. ──── Ravi'ell respondeu, com um leve tom de alívio. ──── Às vezes fico nervoso quando toco para alguém especial.

Ben inclinou-se um pouco mais perto, o tom da voz robótica mais suave e mais pessoal do que antes:

“Eu não sabia que era especial para você.”

──── Você é, Ben. ──── Ravi'ell disse, seu olhar agora mais intenso e sincero. ──── E não apenas por causa do que você vê em mim, mas por tudo o que você representa para mim.

Ben parecia tocado, digitando com mais lentidão:

“Isso significa muito para mim. Às vezes, sinto que não sou capaz de retribuir tudo o que você faz por mim.”

──── Não precisa retribuir nada. ──── Ravi'ell respondeu, com uma voz cheia de ternura. ──── Estar aqui com você já é mais do que o suficiente.

A tensão romântica entre eles era quase palpável, e os dois estavam tão próximos que poderiam sentir a respiração um do outro. Ravi'ell levantou a mão, tocando suavemente o rosto de Ben, a pele morena quente ao toque.

Ben olhou para Ravi'ell, seu olhar suave e cheio de afeto. A mão de Ben encontrou a de Ravi'ell, segurando-a com delicadeza.

──── Talvez… ──── Ravi'ell murmurou, inclinado ainda mais perto. ──── Talvez, se você quiser, possamos continuar descobrindo o que mais podemos oferecer um ao outro.

Ben, com o olhar fixo em Ravi'ell, respondeu em uma mensagem:

“Eu adoraria isso.”

E antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Ravi'ell deixou de lado seu instrumento e se inclinou na direção do moreno e selou o momento com um beijo suave, mas cheio de sentimentos profundos. Ben respondeu ao beijo com a mesma ternura.

Ravi'ell e Ben se separaram lentamente, ainda com os rostos próximos, o olhar fixo um no outro. O beijo havia sido um pequeno, mas significativo passo para expressar sentimentos que ambos pareciam hesitar em verbalizar.

──── Eu... ──── Ravi'ell começou, tentando encontrar as palavras certas, mas sua voz falhou momentaneamente. ──── Não sei exatamente como expressar o que sinto, mas isso foi um começo.

Ben sorriu, digitando novamente no celular:

“Às vezes, as palavras não são necessárias. O que importa é o que sentimos e o que fazemos para mostrar isso.”

──── Verdade. ──── Ravi'ell respondeu, tocando novamente o rosto de Ben, sua expressão suavizando. ──── Às vezes me sinto inseguro sobre como agir, mas ter você aqui, sabendo que você se importa, faz tudo parecer mais claro.

Ben, com um olhar compreensivo, deslizou a mão para segurar a de Ravi'ell, a pressão leve e encorajadora:

“Estamos aprendendo juntos. E isso é o que importa.”

O clima entre eles estava carregado de uma nova intensidade, a conexão emocional que compartilharam agora parecia se manifestar em cada gesto, cada olhar. Ravi'ell olhou para o violoncelo, então para Ben.

──── Sabe, sempre que toco, sinto que estou expressando algo que não consigo colocar em palavras. ──── Ravi'ell disse, com um leve sorriso. ──── E, de alguma forma, sinto que você entende isso.

Ben, com um olhar que refletia um misto de admiração e afeto, respondeu com a voz robótica:

“Eu entendo mais do que você imagina. E estarei aqui, ouvindo e aprendendo com você a cada passo.”

Ambos se acomodaram novamente na cama, Ravi'ell ainda com o violoncelo ao lado, enquanto Ben permanecia perto, a presença dele um conforto constante. O dia passava, e a sensação de estar junto era mais significativa do que qualquer outra coisa. As palavras se tornavam secundárias, substituídas pela profundidade do sentimento compartilhado.

Finalmente, Ravi'ell se reclinou, descansando a cabeça no ombro de Ben, e suspirou com um sorriso tranquilo.

──── Obrigado por estar aqui. ──── Ravi'ell murmurou, sua voz carregada de sinceridade. ──── Por me ouvir, por me entender.

Ben apenas apertou a mão de Ravi'ell com ternura, uma resposta silenciosa, mas repleta de significado. Ambos estavam cientes de que, independentemente das complexidades e dos problemas ao redor, tinham encontrado um porto seguro um no outro.


ꔛ˚ ATELO + PHOBIA . ˚◞♡ ⎯⎯ ﹐  4k de palavras em um único capítulo meu deus, que sdds que eu tava de escrever muito assim.

ꔛ˚ ATELO + PHOBIA . ˚◞♡ ⎯⎯ ﹐ alguns capítulos vão ter foco na Eva ou no Rav, outros nas interações do grupinho. Gosto se mostrar mais a fundo a relação deles todos e dar uma quebra de tempo, não sinto a necessidade de seguir à risca todos os acontecimentos da comic, até pq eu mesma acho maçante continuar por um caminho onde todo mundo já sabe onde vai dar, então eu prefiro dar uma cortada no clima de tensão de vez em quando.

ꔛ˚ ATELO + PHOBIA . ˚◞♡ ⎯⎯ ﹐ a cada dia que passa eu mesma me embaralho ainda mais e fico mais em dúvida em com quem deixar a eva, tadinha a bichinha sofre na minha mão tendo nas costas um enemies to lovers, friends to lovers e strangers to lovers  (querendo ou não o Logan e ela ainda não tem um vínculo profundo na questão de amizade apesar de fazerem parte do mesmo grupo de amigos e viverem juntos.)

ꔛ˚ ATELO + PHOBIA . ˚◞♡ ⎯⎯ ﹐ aí enfim, espero que tenham gostado do cap e não se esqueçam de votar e deixar um comentáriozinho. 😓

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro