BÔNUS ━━ CAPÍTULO 9
7 anos depois...
A cidade, coberta por neve cintilante, respirava o espírito natalino. As ruas se transformavam em espetáculos de guirlandas, luzes e bonecos de neve, enquanto as pessoas, agasalhadas, carregavam sacolas de presentes e desfrutavam de chocolate quente. O ar, frio mas animado, transbordava alegria.
No centro, uma imponente árvore de Natal atraía crianças que brincavam e cantavam, ecoando sinos e músicas festivas. A cidade parecia saída de um conto de fadas, onde a magia se tornava realidade.
Amélia suspirou, cansada, arrumando papéis em sua mesa na biblioteca. O ambiente estava decorado com enfeites natalinos, criando uma atmosfera festiva. Guirlandas, bolas e laços adornavam portas e paredes. As estantes, cobertas com fitas vermelhas e verdes, contrastavam com a madeira. Mesas e cadeiras, envoltas em toalhas brancas, lembravam a neve. Um presépio no meio da biblioteca contava a história do Natal.
As janelas exibiam velas e estrelas, iluminando a noite escura, enquanto um lustre no teto refletia as cores da decoração. Amélia observava a movimentação na biblioteca, repleta de pessoas lendo, estudando e conversando.
— Deveria ir para casa. — Uma mulher de cabelos grisalhos apareceu segurando uma lista.
— Sim, mas tenho que terminar de organizar essa bagunça.
A mais velha, cruzou os braços, observando a sobrinha teimosa.
— Já contou para ele?
— Pretendo contar hoje... não sei como — murmurou olhando para sua tia. — Willy é elétrico, o pai é pior.
Amélia refletiu com um sorriso sobre uma lembrança marcante do início de seu relacionamento com Willy. Recordou-se de anos atrás, quando assumiram seu amor. Aquele foi um dos momentos mais especiais para o casal.
Ao receber a notícia, o pai de Willy demonstrou grande entusiasmo, prontamente visitando o jovem casal. Ansioso, ele lançou várias perguntas, desde os planos de casamento até a possibilidade de terem filhos, expressando sua ansiedade em ver netos brincando pela fábrica.
— Vocês têm planos de casamento? Pretendem formar uma família com filhos? Estou ansioso para ver meus netos brincando pela fábrica. — O rosto do pai se iluminou com entusiasmo.
Observando a empolgação do homem, Amélia e Willy, embora um pouco surpresos pela quantidade de questionamentos, ponderaram sobre a significativa possibilidade de casamento e futura paternidade.
Após a conversa reflexiva com Maggie, Amélia caminhou em direção à fábrica, ponderando cada passo. Cada respiração era uma preparação para compartilhar a notícia com Willy.
Ao adentrar a fábrica, estranhou a agitação. Com o conhecimento que tinha do marido, sentiu uma pontada de curiosidade, prevendo que Willy estava tramando algo intrigante.
(...)
— Me devolve isso! — Charlie puxa o papel após mais de uma hora discutindo com o chocolateiro.
— Não! Você não vai comandar a fábrica. Eu sou o dono dela! — Com tom de autoridade, Willy é puxado para o outro lado do papel.
— Willy, não era para você estar aqui. Você está com licença de trabalho.
— Quem disse? Você não é meu médico. Me devolve isso.
Ambos estão em uma luta frenética, a sala transformada em um caos, papéis espalhados por toda a mesa. Os pequenos Oompa-Loompas, geralmente alegres, mostram expressões visivelmente perturbadas diante da confusão dos dois chefes.
Amélia, ao entrar no corredor do escritório de seu marido, depara-se com uma cena surreal: pequenos Oompa-Loompas apressadamente saindo da sala, segurando caixas coloridas de forma desajeitada.
Com passos rápidos, ela se posiciona diante da porta, onde pode ouvir murmúrios, confirmando suas suspeitas de que seu marido estava aprontando algo intrigante. O clima no corredor mistura perplexidade e curiosidade, enquanto Amélia tenta decifrar o que está acontecendo na sala.
— Me devolve esse papel, pirralho.
— Me devolve você, velhote. — diz Charlie, tentando puxar o papel do mais velho.
— Eu não sou velhote, sei menino mimado...
Amélia, sem paciência e tentando tranquilizar-se enquanto segura sua barriga, abre a porta com vigor. Uma expressão de surpresa e preocupação cruza o rosto de seu marido, Willy, e de seu amigo Charlie, que está no meio de uma disputa intensa com um pedaço de papel.
Os dois homens, agora assustados, direcionam olhares surpresos na direção de Amélia, interrompendo brevemente o embate. O ambiente está carregado de tensão, e o papel que estava sendo disputado cede ao conflito, rasgando-se ao meio no exato momento em que Amélia entra.
O som nítido do papel sendo rasgado ecoa na sala, criando um momento de silêncio tenso. O olhar de Willy e Charlie, antes concentrado na batalha pelo papel, desvia-se para Amélia, que agora está no centro desse cenário inusitado.
Amélia permanece imóvel no centro do ambiente, sua expressão é um misto de surpresa e questionamento.
— Boa tarde, Amy. — Charlie quebra o silêncio com um aceno amigável em direção à amiga.
— Olá, minha doce e querida esposa. — Willy sorri calorosamente para sua amada com ternura.
A presença da mulher traz uma pausa momentânea à discussão, enquanto os dois homens tentam encontrar palavras para explicar a complexidade da situação.
— O que está acontecendo aqui? Por que estão brigando desse jeito? — Amélia cruza os braços, observando os dois homens discutindo como crianças.
Willy e Charlie, visivelmente desconcertados, trocam olhares nervosos, esperando que um deles tenha coragem de explicar primeiro.
— Eu avisei para ele, Amy. — Charlie revira os olhos quando Willy se esconde atrás dele.
Amélia caminha lentamente até a mesa, encontrando o lugar em completo caos. Começa a organizar os papéis, expressando seu desagrado por coisas fora de ordem.
O silêncio tenso é interrompido apenas pelos sons de papéis sendo colocados em ordem, enquanto cada gesto de Amélia denota sua frustração diante da situação confusa.
— Amy, o papel foi rasgado... — Charlie olha para a amiga. — Sabe, aquele super importante.
Amélia ergue a cabeça, olhando diretamente para Charlie, antes de se acomodar na poltrona ao lado de Willy.
— Isso era algo... — murmura, movendo-se lentamente até a mesa.
— É IMPORTANTE! — ela grita subitamente, agarrando novamente sua barriga. O grito faz Charlie fechar os olhos instintivamente, enquanto Willy, visivelmente abalado, está à beira das lágrimas.
Amélia dirige-se à mesa com determinação, abrindo uma gaveta e retirando um papel.
— Sabe o que é isso? Não, vocês não sabem. Isso que estou segurando é o importante papel. — diz com ênfase.
— São dois?! — ambos questionam em uníssono.
— Sim. O que vocês rasgaram era falso. Eu sabia que isso ia acontecer. Vocês são piores que uma criança de dez anos.
— Isso seria um insulto para minha pessoa. — rebate Willy, olhando para Charlie.
— Está me chamando de criança? — pergunta Charlie. — Pelo menos eu não sou um velhote com humor ácido.
— Mas você é um mimadinho sem vergonha...
Amélia bate o papel na mesa, encarando os dois homens, farta da briga incessante.
— Querido, o que você está fazendo aqui? — Amélia cruza os braços, esperando uma explicação.
— Eu estava fazendo uma caminhada na fábrica... aí vi a porta um pouco aberta e entrei.
— Mentira, ele chegou abrindo a porta de uma vez. — Charlie olha para Amélia. — Nesse momento, eu estava em reunião com os Oompa-Loompas.
Amélia acena com a cabeça e dirige-se à porta, lançando um último olhar para Willy.
— Vem, Willy.
— Mas, querida... eu tenho que resolver as coisas aqui.
— Querido. — Amélia lança-lhe um olhar firme e sai do cômodo.
Charlie, segurando um sorriso, aprecia a cena, observando como Amélia lidera o caminho e Willy a segue, parecendo um cachorrinho obediente.
(...)
Amélia adentra o quarto acompanhada de Willy, que exibe a expressão de uma criança emburrada. Ela, impassível, retira o casaco e segue diretamente para o banheiro, buscando um momento de tranquilidade.
Ao sair do banheiro, já vestida de forma confortável, ela suspira, encontrando Willy sentado à beira da cama, pensativo.
Amélia dirige-se à varanda, contemplando a vista da cidade iluminada pelas luzes de Natal. Willy a observa por um instante, antes de se aproximar.
— Querida — diz ele suavemente. — O que está acontecendo? Você parece preocupada.
Amélia segura a mão de Willy e a guia até seu ventre.
— Estamos esperando um bebê, Willy. Vamos ser pais.
Willy, surpreso, sorri.
— Um bebê? Sério?
Sem esperar resposta, ele gira no ar, comemorando sua alegria.
— Sim, Willy, um bebê está a caminho.
O casal permanece na varanda, iluminado pelas luzes de Natal, contemplando o futuro brilhante que os aguarda.
Fim...
Agradecimento:
—— Expresso meu profundo agradecimento a todos que me acompanharam desde o início e àqueles que reservaram um tempo para ler esta fanfic, agradecendo também pela paciência ao aguardar os capítulos, que levaram meses para serem concluídos. Vocês são incríveis!✨
—— Até breve.♥︎
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