Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖳𝖶𝖤𝖭𝖳𝖸 𝖳𝖧𝖱𝖤𝖤 𓂃˙♡

┋𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖳𝖶𝖤𝖭𝖳𝖸 𝖳𝖧𝖱𝖤𝖤 —— Especial?

𝗢 𝗣𝗢𝗥𝗧𝗔̃𝗢 abriu e esperei sessenta segundos para entrar. Fiquei atônita quando o portão vermelho deslizou para o lado e revelou as grandes casas mostradas nas fotografias de Aaron. Aquelas casas, aquela comunidade, estavam recheadas das coisas que nos manterão vivos nesse mundo dominado pelos fedorentos. Comida, água, armas, remédios, equipamentos. Tinha certeza de que teria muito mais, mas queria descobrir sozinha.

Escutei o portão fechar atrás de nós enquanto observava o terreno aberto em que estávamos. Era como um condomínio fechado onde os famosos e ricos moravam. Em volta das moradias, esparsos pinheiros abraçavam as casas perfeitamente.

Subitamente, reparo a presença de uma mulher de cabelos castanhos alaranjados, que aproximava-se de nós. Posso ver que tem um sorriso ansioso enquanto se avizinha.

Deanna. Este era o nome dela. Ela era a mulher que tomava conta da comunidade, sabia de tudo que ocorria lá dentro. Algo em sua pele enrugada me irritava, mas estava tudo bem, contanto que eu não a encarasse por muito tempo.

Uma mulher, acho que se chamava Olivia, alcança Deanna em passos ligeiros, enquanto segurava uma prancheta nos braços. Ela estava suada, tinha o cabelo bagunçado em vários fios rebeldes — provavelmente por ter corrido um pouquinho —, usava um óculos redondo e era gordinha.

Olivia nos conduziu ao quintal da casa de Deanna, enquanto Deanna conduzia Rick para dentro. Como dito por Aaron, antes de levar um soco, teríamos de fazer as audições. No quintal, ela puxou uma mesinha de metal das árvores e pediu que colocássemos as armas ali. Hesitei por alguns instantes, mas coloquei assim que vi Carol jogar o rifle ali.

Aos poucos, todos foram chamados. Repassava na cabeça todas as instruções que eu achava que Rick me daria para a entrevista. Eu sabia que ele não gostaria que eu soasse indefesa — o que eu não era, mas também não era a mais destemida —, sabia que ele não queria que eu dissesse sobre a imunidade, ou sobre meu pai, minha mãe. Acho que eu teria que inventar tudo sobre mim.

Os minutos seguintes foram agonizantes. É evidente que estava inquieta. Estava beliscando a lateral das coxas, tentando acalmar a ansiedade. Então, me chamam. Subo os curtos degraus da escada da varanda e entro na casa com o peito estufado. Deanna acena para que eu me acomode no sofá em frente a ela, mas demoro um pouco para não parecer tão submissa.

Nos curtos segundos que demorei para sentar, aproveitei para dar uma olhada na casa. Era repleta de livros nas paredes, desejava ler todos. Tinha um papel de parede com textura, desenhado em pequenas flores douradas. O sol batia diretamente nas pétalas em cor de ouro.

Me sentei no sofá e, mesmo que me esforçasse, não consegui olhar para Deanna, pois estava ocupada demais observando a casa de classe alta em que estava. Acho que ela percebeu, já que deixou um riso sair da boca, mas teve a fineza de não comentar nada.

━━━ Então, Sophie Grace, não é? ━━ pergunta ela, após alguns segundos de silêncio.

Balanço a cabeça, finalmente a encarando. Era estranho ouvir meus dois nomes. Às vezes eu esquecia que era composto.

━━━ Só um ou outro ━━ disse. Deanna pareceu confusa. Respirei fundo. ━━━ Me chame de Sophie ou apenas de Grace. Ninguém me chama pelos dois.

Deanna contraiu os lábios e encostou as costas no sofá, balançando a cabeça minimamente. Ela suspirou, talvez decidindo qual nome me chamar.

━━━ Bem, Grace, a comunidade deve ser uma mudança e tanto comparada a estrada. Como se sente? ━━ pergunta Deanna.

Era estranho alguém me chamar de Grace, além de Carl, mas permiti. Se a interrompesse mais uma vez, pareceria uma maluca.

━━━ Bem, eu acho ━━ respondi, mas meus lábios secos denunciavam o contrário.

Deanna ri. Acho que notou meus lábios secos e as mãos suadas pelo nervosismo. A gentileza de não comentar nada me fez repensar se ela era uma pessoa no qual eu deveria desconfiar.

━━━ Grace ━━ começa ela, em tom confidencial ━━━, quando Aaron me contou sobre você, soube que era especial.

Engulo seco. Será que ela sabe? Não revele. Rick não gostaria disso.

━━━ Sou tão boa quanto Carl e Lily. Não há nada de especial em mim ━━ digo, sentindo que estou a alguns passos de ter um AVC.

━━━ Discordo. Acho que seja diferente, só não descobriu seu potencial.

Escondo o pulso com a barra do casaco e tento jogar a gola o mais próximo do peito possível, agindo com discrição. Enquanto Deanna suspira, talvez frustrada por eu não estar sendo tão aberta quanto esperava, procuro olhar para qualquer canto que não seja as rugas em sua testa.

━━━ Está tudo bem. Terá tempo para descobrir seu potencial aqui. Então, e quanto a sua vida antes da queda? ━━ Quer saber mais.

Pigarreio, preparando uma boa mentira para contar. Talvez eu não precisasse mentir tanto. Eu não mentia com frequência. Será que eu ao menos sei fazer isso?

━━━ Era normal ━━ falo. ━━━ Eu era estudante do ensino fundamental, meus pais lutavam para levar comida para casa, e eu me enfiava nos livros de ciência.

Em parte era mentira, em parte era verdade. Eu era estudante do ensino fundamental, só estudava em casa. Meus pais nunca lutaram com a escassez para levar comida, o trabalho no CCD sempre nos trouxe uma boa renda. Mas achei que dizer algo sobre isso me faria parecer mais resistente. A parte dos livros era verdade. Sempre fui doida por eles.

Olho de relance para Deanna, apenas verificando se caiu na minha mentira. Algo em seu semblante me diz que sim. Eu era boa em mentiras afinal. O silêncio me faz querer preencher com mais falas.

━━━ Minha mãe se chamava Candace e meu pai Edwin. Os dois trabalhavam no mesmo lugar no C… Centro da cidade. Tinham uma loja de cd 's. Eu amava a minha mãe mais do que qualquer coisa no mundo.

Dava para ouvir um alfinete caindo no chão da casa de Deanna no andar de cima com o silêncio. Acho que eu ouvi meu organismo produzir lágrimas nos meus olhos. Seja forte, Sophie. Usei o dorso da mão para limpar os olhos agressivamente e encarei Deanna como se ela fosse a culpada por eu estar chorando. Estava com raiva.

Sinto uma rigidez gélida tomar conta de meu corpo. Meus músculos ficam tensos. Quando volto a falar, minha voz soa uma oitava mais baixa:

━━━ Acabamos por aqui?

Algo me diz que ainda não estávamos no final, mas acredito que Deanna sentiu uma ponta de simpatia por mim e permitiu que fosse o final. Eu sabia que ela tentaria arrancar mais alguma coisa de mim nos próximos dias.

Quando deixei a casa de Deanna, Carl e Lily me esperavam sentados nos degraus da varanda. Não acreditei quando me levaram a uma casa e disseram-me que seria nossa. Na verdade, não era apenas uma, eram duas. Eram como mansões. Não pude acreditar no que via. Uma delas tinha até um sótão, que, por sinal, era repleto de revistas em quadrinhos.

Todos dormimos na mesma casa naquela noite. Dizer que dormi era gentil, eu desmaiei. Depois que tirei proveito da água quentinha e purificada que saía daquele chuveiro, escovei os dentes e vesti uma roupa limpa, parecia que a minha mente havia desligado. Me joguei no colchão que colocamos na sala e me senti ser abraçada por ele enquanto meus olhos pesavam.

Quando o sol da tarde começa a tomar conta do céu, Carl, Lily e eu fomos a casa dos Anderson 's. A casa não era lá tão diferente da nossa, apenas um pouco menor. A princípio não faço a menor ideia de como conversar com outras pessoas da minha idade além de Lily e Carl, mas escolho agir tranquilamente.

Ron, o filho mais velho dos Anderson's, nos conduz até o fim de um corredor. Ele abre a porta e revela um quarto, no qual eu imaginava ser dele, onde uma menina de cabelos negros tão compridos quanto os de Lily lia um livro sentada sobre a cama, e um garoto no outro canto do quarto mexia com alguma coisa que não consegui distinguir.

━━━ Pessoal, esses são Lily, Sophie e Carl. Estes são Enid e Mikey ━━ Ron apresentou.

Senti a mão de Lily tocar a minha no momento em que Ron disse o nome de Enid. A olhei com as sobrancelhas cerradas.

━━━ Oi! ━━ falou Lily, passando por mim.

━━━ Oi ━━ resmunga Enid, soltando um suspiro sem nem ao menos tirar os olhos do livro.

Ron começou a tagarelar sobre o que poderíamos fazer naquele momento. Sugeriu vídeo games, sinuca, revista em quadrinhos. Mas não queria fazer nada daquilo. Carl parecia tão assustado quanto eu. Era tudo… demais.

No segundo dia, já estávamos dormindo em casas separadas. Eu tinha meu próprio quarto na casa em que Carol, Daryl e Tara estavam. Era um pouco sufocante. Literalmente.

Estava lendo um livro que peguei no sótão da casa, até que as palavras não pareciam fazer sentido. Eu lia e relia, mas não se juntavam. Senti o coração acelerar, percebi que o ar entrava pelo nariz com muito esforço. O que estava acontecendo? Joguei o livro para o lado, coloquei-me de pé e perambulei pelo quarto. Nada adiantava. Abri a janela. Um ar fresco talvez ajudasse. Nada mudou. Senti-me mais desesperada ao ver que não passava. Sentia que o sentimento nunca iria embora.

Balancei a cabeça e me atirei para fora do quarto. Voei pelos degraus da escada e corri para a varanda. Meus olhos correram para todos os lados, percebi coisas que nunca havia percebido antes. Um ninho de passarinhos na árvore logo ao lado de casa, a madeira um pouco gasta no chão da varanda, pessoas passeando com cachorros na rua. Achei que estava surtando. Olhei para a minha direita e notei que Olivia deixou o arsenal. Era para lá que eu iria. Não sabia exatamente porquê, mas já estava correndo até lá.

Sentia o coração bater nas têmporas. Dei a volta pelo arsenal e empurrei a janela para cima, espiei em volta e notei que ninguém estava por perto. Só consegui pensar no quão fracos eram. Me joguei para dentro e encarei o mar de armas a minha disposição. Um material com cor de grafite brilhava com a luz vaga que entrava pela janela. O brilho cativou meu olhar. Empurrei as armas que estavam por cima dele e o puxei. Senti o peso na minha mão, mas não me importei por ser mais leve que um rifle. Era um arco. Nunca atirei com algo assim na vida.

Joguei o arco por cima do ombro e procurei por flechas pelo arsenal. Agarrei uma aljava que estava escondida no canto, verifiquei as flechas e dei de ombros ao ver que tinham apenas três. Não importava. Joguei a aljava por cima do ombro e pulei pela janela mais uma vez.

Meu coração continuava a acelerar cada vez mais, bombardeando o sangue mais forte nas têmporas. Eu tremia, mas tentava manter as pernas firmes. Eu corri até estar a alguns centímetros do muro avermelhado de Alexandria. Encarei os metros sobre mim e engoli seco. Eu estava mesmo fazendo aquilo? Segurei na madeira entre uma pilastra e outra, e apoiei o pé onde eu achava ser seguro. Escalei até estar no limite do muro. Espiei o chão embaixo de mim e vi o quão distante estava. Deixei de lado. Já estava ali em cima, iria continuar.

Fiz o mesmo processo, descendo para o lado de fora dos muros. Senti uma pontada de alívio ao pular na grama. Corri pela floresta, desviando das árvores no meu caminho. Corri até estar distante o suficiente de Alexandria. Já me sentia melhor. Sentir o vento bater no rosto enquanto corria era uma coisa que eu tinha aprendido a gostar desde a fazenda. Quando julguei estar longe o bastante, apoiei o peso do corpo nos joelhos e deixei que a minha respiração entrasse e saísse barulhenta pelos pulmões. Senti que começava a melhorar.

Arranquei o arco e a aljava dos ombros e os encarei nas mãos. Tirei uma das flechas e joguei a aljava no chão. Posicionei a flecha, sem saber muito bem o que estava fazendo, e puxei a corda. Achei que mirar era a única coisa que eu precisava fazer para acertar, mas estava errada. Mirei em um pinheiro à minha frente e soltei a corda com a flecha. Revirei os olhos ao ver que não chegou nem perto do caule. Por que Deanna pensava que eu era especial? Eu não tinha nada de especial. Não servia para nada.

Tirei mais uma flecha da aljava e atirei. Errei. Tirei a última. Mirei. Errei de novo. Joguei o arco por cima dos ombros e segui a recolher as flechas espalhadas pela floresta. Enquanto as recolhia, via as minhas tentativas falhas. Cerrei os dentes, encostei as costas no pinheiro e me arrastei até a grama. Joguei as flechas para o lado e abracei os joelhos, sentindo as lágrimas molharem as bochechas. Não sabia dizer porque estava chorando, porque fugi tão repentinamente, porque surtei de repente.

Ouvi o som de folhas amassando. Não esperei para ver o que era. Me ergui e agarrei uma das flechas, tirei o arco do ombro e preparei a arma. Me arrependi de não ter pegado alguma arma que eu soubesse usar com maestria. Mirei o arco e flecha na direção do barulho. Estava prestes a atirar. Vi o corpo tornando-se visível e disparei. Por sorte não acertei. Vi o olhar assustado de Carl a mim.

━━━ O que você está fazendo aqui? Eu poderia ter te acertado ━━ resmunguei, passando por ele para pegar a flecha.

━━━ O que você está fazendo aqui? ━━ rebateu Carl, me observando arrumar as flechas na aljava.

Não respondi. Joguei as flechas dentro da aljava e a pendurei no ombro.

━━━ Ei ━━ ele falou, tocando meu braço. ━━━ Você estava chorando?

━━━ Não ━━ respondo, desviando o rosto.

Carl tocou meu rosto, sentindo seu dedo molhar pela minha bochecha úmida. Ele afastou a franja da minha testa e observou meus olhos avermelhados. Algo em seu olhar me dizia que se sentia da mesma forma. Ele me puxou para perto de si e me abraçou. Respirei fundo e deitei a cabeça em seu peitoral. Era aquilo que eu precisava.

━━━ Carl ━━ o chamei.

━━━ Sim?

━━━ Eu te amo ━━ disse de uma vez, sentindo o corpo gelar.

Ele permaneceu alguns segundos em silêncio. Senti meu corpo parar de funcionar.

━━━ Eu nunca pensei que te amaria tanto como eu amo agora, Grace.

000) Oiê! Espero que tenham gostado deste capítulo.

001) Interajam nos comentários, isso motiva demais.

002) Lembrem de deixar seus votos, isso é muito importante.

003) Me sigam no tiktok e Instagram. Ambos são @ / walkthdead

004) Obrigada por estar lendo até aqui ♡

┋ 𝖶𝖠𝖫𝖪𝖳𝖧𝖣𝖤𝖠𝖣, 𝖫𝖠𝖱𝖸 © 2023

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro