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𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖳𝖶𝖤𝖭𝖳𝖸 𝖥𝖮𝖴𝖱 𓂃˙♡

┋𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖳𝖶𝖤𝖭𝖳𝖸 𝖥𝖮𝖴𝖱 —— Adolescentes


𝗖𝗢𝗡𝗚𝗘𝗟𝗘𝗜 𝗣𝗢𝗥 alguns instantes e quando me movi, desejei permanecer congelada por alguns longos anos. Engoli seco, levantei o olhar. Conseguia ver o topo do queixo de Carl, a aba do chapéu produzindo uma vaga sombra na área dos olhos. Encarei os lábios rosados dele, e incrivelmente próximos dos meus, e senti meu rosto aproximar-se dele sem que eu o desse permissão. Sentia o corpo inteiro ferver, principalmente os braços — o que é estranho e específico demais —, ao experimentar a respiração dele rebatendo contra a minha pele. Meu coração sempre bateu diferentemente por Carl, como se eu sempre estivesse vendo-o como a primeira vez.

Clique!, estalou um galho próximo a nós. Me afastei de Carl no mesmo instante. Ainda que estivesse escaneando o ambiente à minha volta, minha mente permanecia ao feitiço dos poucos centímetros de distância dos lábios de Carl.

Provavelmente era um esquilo. Vou agradecer esse esquilo ou o-ser-vivo-que-fez-barulho pelo resto da vida. O que Alexandria estava fazendo comigo? Eu estava mesmo a alguns passos — milímetros na verdade — de beijar Carl? Tipo… Carl?

Dei a desculpa de que poderia ser um fedorento e pedi para voltarmos à comunidade. Ficamos em silêncio o percurso inteiro. Tentei me distrair com o arco e flecha maravilhoso e brilhante nas mãos, mas ainda assim não deixava de lembrar da respiração dele no meu rosto, quase como se estivesse a sentindo até o momento presente.

De volta, entrei de fininho no arsenal e devolvi o meu querido arco e flecha à mesa repleta de armas. Fugi para o quarto. Me joguei na cama e me senti ser abraçada pelo colchão macio. Em posição de estrela, esparramada no edredom macio, encarava o teto, piscando inúmeras vezes. O que quer que aquilo fosse, tinha de acabar logo!

Escutei algumas batidinhas, eram leves, então imaginei serem os pinheiros batendo na janela com o vento. Então as escutei de novo. Ergui o tronco e vi a figura ansiosa e vermelha ao lado de fora. Pulei da cama no mesmo instante. Soltei o trinco da janela e a empurrei para cima. Lily pulou para dentro do quarto e não pude deixar de a encarar com uma pontinha de confusão.

━━━ Você sabe que existe uma coisa chamada porta, não sabe? ━━ perguntei, fechando a janela mais uma vez.

━━━ Mas assim não tem graça nenhuma. ━━ Deu de ombros e sentou-se na ponta da minha cama.

Lily remexeu os bolsos do casaco e puxou uma tesoura de lá. Ela levantou o pontiagudo para cima e o encarou encantada — até chegou a ficar vesga.

━━━ Pra que isso? ━━ questionei, não fazendo esforço algum para impedir a careta no meu rosto.

━━━ Quero que corte o meu cabelo ━━ pediu. Rápida e direta. Essa era a Lily. ━━━ Antes que você pergunte, Maggie deu permissão.

Devo admitir, de início não curti a ideia. O cabelo de Lily era uma das coisas que mais admirava nela. A forma como ele pulsava como fogo quando ela corria. Eu imaginava que até o sol tinha inveja do vermelho de seu cabelo, desejando ser tão brilhante quanto aqueles fios emaranhados e compridos.

Ponderei por alguns instantes. Cheguei a conclusão de que não importava como Lily estivesse, eu sempre a olharia como se fosse a pessoa mais bonita do mundo. Eu a admirava mais do que já admirei qualquer pessoa neste mundo. Lily era o amor mais genuíno que já tive na vida.

Parada atrás da cadeira de Lily, encarava o nosso reflexo no espelho, vendo a expressão ansiosa dela — a maldita estava quase pulando da cadeira —. Me certifiquei de que era aquilo que ela queria e cortei. Cortei todo o cabelo comprido e flamejante dela, vendo os pequenos e suaves cachos se emaranhado no chão de carpete.

Passei alguns longos minutos perfeccionistas tendo a certeza de que as pontas estariam com um ar que exalasse "Lily". Eu via o cabelo de Lily como sua marca registrada. Agora que estava todo no chão, me senti responsável por mantê-lo como seu logo. Vi os pequeninos cachinhos implorando para se expandirem, escondidos atrás das orelhas de Lily. Seu cabelo estava tão curto que não encostava na metade da nuca.

Apenas confirmando as minhas teorias, Lily parecia mais bela do que nunca. Lembro-me de que quando a conheci, ela constantemente mexia no cabelo como se a incomodasse. Agora ela estava livre.

━━━ Sophie, tenho que te dizer uma coisa ━━ disse ela, virando a cadeira para mim.

Larguei a tesoura na mesa e a olhei no fundo dos olhos, vendo se exalavam seriedade ou não. Estavam solenes. Talvez até um pouco receosos; teimosos, eles dividem a atenção entre mim e todos os cantos do quarto.

━━━ Eu… hum ━━ pigarreou, preparando-se. ━━━ Eu gosto de garotas.

━━━ Sim, mas o que você precisava me falar? ━━ perguntei, sentando-me no chão em frente a ela.

━━━ Como assim? Eu acabei de te dizer.

━━━ Era isso? Lily, todo mundo sabe. Você nunca tentou esconder. ━━ Dei de ombros e me levantei novamente, recolhendo as mechas de cabelo do chão.

━━━ Eu fui tão óbvia assim?

━━━ Você quer mesmo ouvir a resposta?

Por volta de meia hora — que pareceu meio ano —, Lily ficou tagarelando e tagarelando sobre como Enid era maravilhosa. Imagino o que Lily teria visto nela. Havia uma beleza indescritível nela, mas do que era útil se era arrogante?

━━━ Acho que ela é a garota mais linda que já vi na vida ━━ dizia Lily, quase deixando os olhos pularem para fora.

Lily persiste em contar todos os detalhes da biografia-de-Enid-feita-por-Lily-Greene a mim, de modo que me fizesse saber coisas sobre ela, sem ao menos ter procurado saber. Todos os ligamentos do meu cérebro estão reclamando por tanta informação de Enid-arrogante. Enid namorava Ron — estranho — e chegara em Alexandria havia oito meses. Lily fez questão de contar outros detalhes, mas absorvi só o que eu considerava relativamente importante.

Estamos revirando as cestas de roupas, trazidas por Jessie Anderson, procurando algo para vestir à noite. Nem sabia como me vestir para uma festa. Era até um pouco irônico. Há algumas semanas atrás estava lutando para ter o que comer e agora estou surtando por não encontrar uma roupa para usar em uma festa. O que estava acontecendo comigo?

Uma festa de boas-vindas na casa de Deanna seria a melhor oportunidade para causar uma boa impressão, e isso valia para os dois lados: nós, os recém chegados, e eles, os sortudos inexperientes.

Enquanto descia um vestido vinho pelo corpo, não conseguia deixar de pensar no que aconteceu na floresta mais cedo.

Me encarei no espelho, estranho o tipo de roupa que vestia. Puxei a barra do vestido para baixo, desejando que fosse mais comprido. Meu cabelo estava emaranhado, como sempre esteve desde que comecei a viver fora do CCD, e eu fiz questão de calçar as minhas próprias botas. Agradeci pelo tecido cobrir o meu peitoral, mas temi por meu pulso nu. Fiz um juramento a mim mesma de que iria deixar o pulso escondido no tecido avermelhado do vestido a noite toda.

Lily pulou pelo quarto, me fazendo contemplar o vestido que usava. Vê-la de vestido era algo que nunca esperava ver. O vestido rosa claro — talvez um pouco acinzentado — abraçava a cintura larga dela, e deixava sua figura suave. O vestido terminava na metade das coxas, mas ela o usava com confiança, como se estivesse acostumada a fazer aquilo o tempo inteiro.

━━━ Eu te invejo, Lily Greene ━━ falei, me encarando no espelho mais uma vez. Me julguei de todas as maneiras.

Agora que estava com menos roupas do que normalmente vestia, observei meus braços. Lembrei-me do que meu pai dizia sobre eles. "Seus braços são esquisitos, Sophie Grace. Vamos falar com a sua mãe, deve haver algo de errado com eles." Não havia nada de errado, cientificamente, mas agora, parada em frente ao espelho, não conseguia deixar de pensar naquilo.

━━━ Por que, Sophie Grace Jenner? ━━ devolveu, agarrando meus ombros enquanto se colocava ereta em frente ao espelho.

━━━ Você é sempre muito confiante, não importa o que faça. ━━ Encarei as próprias mãos, torcendo para que houvesse um refúgio ali. ━━━ Me sinto uma idiota vestindo isso.

━━━ E daí? Todo mundo se sente idiota uma vez na vida.

━━━ Você se sente idiota?

Me virei para encará-la de verdade, sem que o reflexo do espelho a deixasse distorcida. Um dos cachinhos dela fizeram cócegas na minha bochecha.

━━━ Eu me sentia, até que decidi não me sentir mais. O segredo sobre a confiança é que ninguém sabe se é real ou não.

Me senti frente a frente com um mago ancião que era repleto de experiência e conselhos mágicos. Parei por alguns instantes, repassando sua fala em minha mente. Ela tinha razão. Era só… deixar de agir como uma idiota.

Quando chegamos à festa, estava mais cheia do que esperávamos. Focalizei o olhar em Rick no canto da sala, ele vestia uma camisa social branca e estava incrivelmente limpo. Acho que tinha esquecido como Rick era debaixo de toda aquela barba e imundície. Não queria nem saber como Daryl era quando limpo. Lily tinha teorias de que ele viraria outra pessoa.

Não me lembro de muita coisa, só de Carl tomar eu e Lily pelo braço e nos conduzir ao outro cômodo da casa gigante de Deanna. Ron se exibia com um jogo de cartas, enquanto Mickey e Carl insistiam que tinha sido empate. Não vi Enid em nenhum lugar, provavelmente estava sendo grosseira com alguma outra pessoa.

Me senti bem, segura. Nós quatro sentamos em volta de uma mesinha de centro e jogamos cartas até notarmos que os petiscos já estavam no fim, se assentando em nossos estômagos.

Quando meu tempo limite de interação social esgotou-se, dei a desculpa de que pegaria mais refrigerante e fugi daquela salinha. Eu de fato peguei mais refrigerante, mas foi apenas um pretexto. Atravessei a sala extensa e iluminada por lustres alaranjados pendurados no teto. Me servi com mais um pouco de coca cereja e joguei um pãozinho para dentro da boca, enquanto fugia de fininho para a varanda.

A música que vinha de dentro da casa soava abafada agora que tinha fechado as portas da varanda. Senti a brisa fria da noite bater no rosto e jogar meu cabelo para trás com leveza. Terminei de mastigar o pedacinho de pão que estava na boca e apoiei metade do corpo no parapeito. Respirei fundo e observei a vista à minha frente. O lago a alguns metros da casa de Deanna produzia algumas ondulações na água devido ao vento, e aproveitava para distorcer o reflexo da lua.

Levei a coca cereja à boca e engoli o líquido borbulhante e, de certa forma, ácido, sentindo suas bolhinhas assentarem-se no meu estômago. A sensação era esquisita, mas eu gostava. Havia muitas coisas na qual não era permitida beber ou comer anteriormente, agora posso fazer o que quiser, já que não tenho meu pai para dizer como devo agir.

━━━ Ei. ━━ Ouvi a música da casa elevar-se devido a abertura da porta. A música sumiu novamente, dando espaço para a voz suave de Carl. Merda… Carl!

Não respondi. O olhei por cima do ombro e voltei a atenção para o lago. Tentei focar no copo cheio de refrigerante nas mãos, mas era impossível.

Senti a presença dele ao meu lado, juntamente de sua respiração tensa. Olhei de canto, notei sua mão próxima demais da minha. Engoli seco.

━━━ A gente pode conversar sobre o que aconteceu hoje de manhã? ━━ pergunta ele. Eu sabia que ele iria perguntar.

━━━ Sobre o que?

Tentei agir como se estivesse com tudo sobre controle — mesmo que não estivesse, o que era óbvio —. Não sabia dizer ao certo se aparentava estar agindo confiante ou mais insegura do que nunca.

━━━ Você… hum… Você sabe… ━━ continuou, gaguejando ao falar. Céus, ele estava nervoso? Eu estraguei tudo? ━━━ Quando você… nós… quase nos beijamos?

━━━ Não me lembro disso ━━ falei, ainda me recusando a olhar nos olhos convidativos dele.

Ouvi Carl respirar fundo. Não era uma respiração nervosa ou aquela respiração tipo respirando-para-preparar-o-que-dizer. Era uma respiração cansada, como se já esperasse que eu dissesse aquilo. Tinha até uma pontinha de raiva. Jurava que tinha visto-o revirar os olhos.

━━━ Grace, se você não for dizer, eu vou. ━━ Ele virou a atenção inteiramente a mim, como se me puxasse para olhá-lo apenas com o calor do seu corpo. ━━━ Nós dois sabemos que não somos amigos.

━━━ O quê? ━━ perguntei, sentindo uma pontada crescer no peito. Carl estava tão furioso ao ponto de acabar com a nossa amizade?

━━━ Grace, você é a minha melhor amiga. Às vezes gostaria que fosse mais que isso.

Abri a boca e a fechei novamente. Tentei formular alguma resposta na cabeça, mas não importava. Mesmo se eu voltasse inúmeras vezes no tempo não conseguiria me preparar para este momento.

━━━ Eu sou apaixonado por você, Grace. Você sabe disso. E eu sei que é apaixonada por mim também.

Eu tinha quase total certeza que meus olhos estavam arregalados, teimando em dividir a atenção entre os olhos brilhantes e azuis de Carl aos lábios rosados dele. Desta vez foi diferente. Eu permaneci congelada, ele se aproximou. Me perguntei se estava se sentindo da mesma forma que me senti naquela manhã. Meu corpo estremeceu quando sua mão macia segurou o canto do meu rosto. Me senti flutuando quando me beijou.

Senti o coração bater com tanta força que jurava que acabaria desmaiando. Tive que ficar na ponta dos pés porque nunca ousaria quebrar aquele contato físico entre nós dois. Minhas pernas tremiam e meu corpo inteiro estava em chamas, agindo como se milhares de fogos de artifício estivessem estourando no meu estômago. Senti o gosto da coca cereja nos lábios dele, preocupada se ele sentia o gosto nos meus lábios também. Eu estava ao menos o beijando direito? Eu deveria fazer alguma coisa?

Eu não estava beijando um garoto qualquer. Era Carl. Carl, o garoto no qual fui apaixonada a vida inteira, meu melhor amigo. Puta merda! Eu estou beijando Carl Grimes?

Carl descolou os lábios dos meus, seus olhos azuis mergulharam nos meus globos castanhos. Mesmo que tentasse, não conseguiria formar uma frase. Eu tinha certeza que meu corpo estava derretendo, um sorriso crescia no canto dos meus lábios. Eu torcia para que tudo aquilo não fosse um sonho. Torcia para que fosse real.

━━━ Você pode me beliscar? ━━ pedi, me sentindo uma boba por ter dito em voz alta.

━━━ O quê? ━━ ele riu, deixando seu sorriso iluminar todo o seu rosto.

━━━ Só quero ter certeza de que não é um sonho ━━ murmurei, sentindo o embaraço expandir meu peito.

Carl sorriu, tocou a ponta do meu nariz com o dele e me beijou mais uma vez. Não era possível que aquilo estava mesmo acontecendo. Desta vez, ele se afastou com mais rapidez, me dando uma tênue sensação de satisfação.

━━━ Isto não é um sonho ━━ sussurrou, próximo dos meus lábios.

Sorri, me sentindo ser levada pela situação que havíamos cultivado ali. Meus momentos de hipnose deixaram o corpo quando senti um apertão no meu braço direito. Despertei de qualquer labirinto mental que estava e dei um gritinho, massageando meu braço beliscado.

━━━ Você que pediu ━━ disse ele, orgulhoso pela ação tomada.

━━━ Você é um idiota, Carl Grimes.

━━━ Você é linda, Sophie Grace Jenner.

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