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𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖳𝖧𝖨𝖱𝖳𝖤𝖤𝖭 𓂃˙♡

┋𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖳𝖧𝖨𝖱𝖳𝖤𝖤𝖭  —— Tiros

𝗦𝗘𝗡𝗧𝗔𝗗𝗔 𝗖𝗢𝗠 as costas apoiadas na base da torre de vigia, eu olhava de longe Beth e Axel entregarem algumas ferramentas aos irmãos do pequeno grupo que resgatamos na noite anterior. Donna, uma das mulheres, não resistiu aos ferimentos, portanto, precisava ser enterrada. Agora, só sobravam Sasha e Tyreese Williams.

O som do motor de um carro soava longe, aproximando-se cada vez mais de nós. Carl estava parado em frente ao portão com as mãos posicionadas no quadril, ansioso.

━━━ Por favor, sejam eles ━━ torceu Carl, falando para si mesmo.

O carro verde claro que nos era familiar surgiu em meio ao caminho de árvores. Me ergui em um pulo, correndo ao encontro do portão, a fim de ajudar Carl.

Puxei o portão para o lado, permitindo a entrada do veículo, enquanto Carl se apressava para abrir o outro. O carro passou por mim, então aproveitei para espiar as pessoas que estavam ali. Rick, Glenn, Michonne e Maggie. Apenas eles.

Rick estacionou o carro, deixando o volante para Glenn. O homem correu ao encontro de seu filho, ajoelhando-se no chão. Um abraço envolveu os dois, trazendo um ambiente de alívio.

━━━ Graças a Deus ━━ agradeceu Rick, abraçando Carl com força. ━━━ Onde está o Hershel?

━━━ No bloco de celas. ━━ Carl respondeu, enquanto eu fechava o portão principal. Os zumbis se debruçavam contra a grade.

━━━ E o Daryl? ━━ Carol questionou com um tom de nervosismo em sua voz após procurar pelo homem no carro e não o ver.

━━━ Ele está bem. Está vivo. ━━ Rick tocou o ombro dela, a fim de acalmá-la. ━━━ Nós encontramos a irmã dele. Eles foram embora.

━━━ Daryl tem irmã? ━━ Perguntei, aproximando-me de Carl. Meu mindinho tocou a mão dele por um segundo e eu senti meu corpo tomar um choque.

━━━ Merly. Perdemos ela no início de tudo. ━━ Carl respondeu, virando seu rosto para mim.

· · • • • ✤ • • • · ·

Meus olhos estavam inchados, e eu me arrependia de ter acordado tão cedo, mas era necessário. Ficaria de vigia com Carl, mesmo que achasse que eu não seria a melhor pessoa para ocupar aquele trabalho.

━━━ Acha que a Sasha e o Tyreese são confiáveis? ━━ Perguntei, parando de andar por um momento. Me agachei, levando minhas mãos ao encontro do meu cadarço.

Meus dedos passaram as duas linhas do cadarço entre a outra, a enlaçando em um estilo que eu chamava de "orelha de coelho".

━━━ Eu espero que sim. Eu quero que sejam. ━━ Ele respondeu, ajeitando o chapéu em sua cabeça. Carl parou ao meu lado, esperando por mim.

━━━ Por que? ━━ Apertei o cadarço e endireitei a postura novamente, colocando-me em pé. Meu olhar subiu sobre Carl, seus olhos azuis brilhavam com a luz.

━━━ Porque eu não acredito que todas as pessoas sejam más. ━━ Algo nos olhos dele mostravam algo genuíno. Estava falando a verdade, queria que fosse verdade.

Um som invadiu minha mente. Um estrondo. Mas, qualquer coisa que aquilo fosse, atingiu Axel diretamente na cabeça. Seu corpo sem vida caiu no chão. Foi um tiro.

Minha mão agarrou a de Carl, fazendo-o vir comigo para onde quer que eu fosse. Abaixei meu tronco, evitando que qualquer tiro me atingisse.

━━━ Cubra a cabeça! ━━ Gritei, puxando-o comigo.

Nossos corpos estavam sendo protegidos por alguns bancos. Eram péssimos bancos e com certeza não nos trariam segurança.

Carl começou a atirar, eu sentia o chão inteiro tremer, minha cabeça turbulenta pelo som dos tiros — não só vindos de Carl, como de todos ali em volta — ecoando ao meu lado. Demorei até pegar a pistola no meu bolso, demorei para começar a pensar em fazer algo.

━━━ Vem! ━━ Carl exclamou, puxando-me pelo braço.

Assentei meus pés com força no chão, correndo o mais rápido que podia para o outro lado. Me joguei na parede gelada, que a alguns metros acima de mim dizia "BLOCO D", e senti minha respiração ofegante tomar controle do meu peito.

━━━ O que é isso? ━━ Perguntei, ofegante.

━━━ O Governador ━━ Carl respondeu, verificando o cartucho em sua pistola.

Por um momento, pensei estar surda. O som ensurdecedor fora interrompido. Só conseguia ouvir minha respiração. Minha mão apertava a de Carl, enquanto ele olhava para mim tão confuso quanto eu, suas bochechas estavam avermelhadas por ter corrido.

O momento de quietude não durou mais que trinta segundos, o som do estouro tomou conta de tudo ali. As balas batiam contra as paredes, loucas para acertarem a pele de algum de nós.

Eu pensava estar ficando maluca. O tiroteio se silenciou mais uma vez e, ao invés do estouro dos tiros, outro som invadiu o campo da prisão. Eu não conseguia ver o que era, mas, no momento em que inclinei meu corpo um pouco mais para frente, vi um trailer com listras brancas e vermelhas — ou talvez laranjas, o vermelho era bem desbotado — liberando fedorentos por todo o campo.

E, mais uma vez, os tiros voltaram a perturbar. Tiros que, agora, eram disparados contra os zumbis — tiros vindos do nosso pessoal. O Governador e seus capangas já haviam ido embora.

━━━ Venham! ━━ Ouvi a voz ansiosa de Maggie do outro lado.

Carol abriu o portão e começamos a disparar. Nós atiramos em todos os zumbis que conseguimos, mas não era o suficiente. O campo que tiramos tempo e determinação para limpar estava dominado novamente.

· · • • • ✤ • • • · ·

━━━ Não vamos embora. ━━ A voz solene de Rick ecoava pelas paredes do bloco C.

━━━ Não podemos ficar aqui ━━ rebateu Hershel, segurando a mão de Lily. Os dois, sentados no segundo degrau da escada, observavam tudo.

━━━ Se o Rick falou em não fugir, não fugiremos ━━ Glenn afirmou. Eu observava os olhos estreitos dele se arregalando vagamente, sua expressão transbordando cansaço.

Por mais que a discussão estivesse acontecendo logo ao meu lado, minha atenção não saía de Merly — que encontrava-se presa na área principal do bloco —. Eu observava o quanto ela e Daryl eram semelhantes, mas, ao mesmo tempo, diferentes.

Ela tinha um cabelo comprido e escuro, estava bagunçado, mas não deixava de ser bonito. Era magra e pálida, suas roupas estavam imundas, assim como seu corpo.

━━━ Discordo com ele. ━━ A voz rouca de Merly ocupou um espaço na minha mente. Tinha a impressão de que, se Merly fosse homem, sua voz seria como a de Daryl. ━━━ É melhor viver feito ratos. ━━ falou, suas mãos apoiadas nos espaços da grade, pulando para o bloco de celas.

━━━ Tem alguma ideia melhor? ━━ O corpo de Rick virou-se lentamente em direção a ela.

━━━ Sim, deveríamos ter metido o pé daqui ontem à noite ━━ os ombros dela se recolheram, denunciando cinismo ━━━, e vivido outro dia pra lutar. Mas perdemos a chance, né? Sei que ele tem vigias nas estradas que saem daqui.

━━━ Não temos medo desse babaca ━━ os passos curtos de Daryl batiam contra o chão da passarela.

Minha mente repassava o pouco de informações que Carl me disse sobre Merly. Tudo que eu sabia era que ela era irmã do Daryl, havia sido deixada para trás no início do surto por não saber trabalhar em equipe e que, antes, estava sendo o braço direito do Governador.

━━━ Pois deveriam ter. O caminhão derrubando a cerca foi como se ele tocasse a campainha. Nós podemos ter muros grossos para nos escondermos, mas ele tem armas e mais pessoas. E se a vantagem for dele, já era, pode até nos matar de fome aqui. ━━ Seu corpo parecia estar grudado na grade. Ela não parecia ter medo de nada, era forte.

· · • • • ✤ • • • · ·

Sentada com as costas confortáveis no banco de couro do carro, eu sentia o cabelo de Carl fazer uma suave cócega no meu pescoço. Sua cabeça usava um dos meus ombros como travesseiro durante a viagem. De vez em quando nós trocávamos, deixando justo para os dois.

No momento em que entramos no carro ao momento que descemos dele, não houve uma palavra dita por nenhum de nós. Michonne dirigia, Rick a vigiava no banco ao lado e eu e Carl conversávamos apenas com o movimento da boca no banco de trás.

Nós poderíamos conversar em voz alta, mas algo naquele momento nos dizia para ficarmos quietos. Era até engraçado quando um de nós não entendia o movimento que o outro fazia, nos forçando a raspar os últimos neurônios que sobravam no nosso cérebro para aquela conversa.

Era incrível como, mesmo sendo uma viagem séria em busca de armamentos, eu e Carl não ficávamos tensos um ao lado do outro. Parecia que, no momento em que colocássemos os olhos um no outro, toda a tensão ia embora.

Viajamos até o Condado de King — local onde Carl viveu toda a sua vida até o início do surto — para buscarmos as armas e munições necessárias para a batalha contra o Governador.

A frustração tomou conta de nós quando a delegacia estava livre de armas e munições. Não havia nada lá. Tudo estava limpo. Nada.

Para ser sincera, eu não sabia dizer muito bem o por que eu estava junto naquela patrulha — já que eu não era a melhor quando se tratava de defesa pessoal —, mas eu estava lá e daria o meu máximo para ser útil.

━━━ O que é isso? ━━ A voz de Michonne soou baixa, quase inaudível, ao questionar sobre o que estava a apenas alguns metros de nós.

━━━ Eu não sei ━━ respondeu Rick.

Eu não sabia dizer muito bem o que era, mas, aparentemente, era para defesa. Havia mesas de madeira espalhadas por toda a rua, estacas afiadas enfiadas nelas, madeiras construíam um tipo de forte, mensagens escritas com tintas em tecidos pendurados pelo local. Estava uma bagunça, eu não sabia para onde olhar primeiro, eram muitos detalhes.

A maioria das mensagens diziam para irmos embora. Diziam que se fossemos embora, viveríamos.

━━━ Tem uns lugares logo adiante ━━ comentou Rick, desviando de uma das estacas. ━━━ Vamos entrar e meter o pé daqui rapidinho.

Uma zumbi aproximava-se de nós aos poucos, seu corpo pesado e fedorento era direcionado a nossa direção aos poucos. Conforme se aproximava, seu cheiro repugnante entrava pelas minhas narinas com perfeição, malgrado meus esforços para que aquilo não ocorresse.

Escutei o som da katana de Michonne desprotegendo-se da capa e soube que a mulher estava prestes a cortar a cabeça da zumbi fora, assustei-me quando não foi aquilo que ocorreu. A zumbi foi executada, de fato, mas por uma bala intensa ocasionando um buraco no meio da testa. O estranho era que a bala não veio de nenhum de nós.

━━━ Mãos para cima! ━━ Uma voz distante e abafada esbravejava.

Meus olhos seguiram rapidamente a direção em que a voz vinha. Fazendo contraste com a luz do sol atrás de si, um homem sobre o terraço, protegido por coletes e um capacete que cobria completamente o rosto, segurava um rifle — que eu achava ser maior que eu —, o mirando na nossa direção.

Copiei o que Rick fez. Tirei a pistola que estava no meu bolso e ergui os braços, rendendo-me. Carl fazia o mesmo, Michonne também.

━━━ Deixem os pertences e vão embora! As armas, calçados e essa espada. Tudo! Dez segundos.

Senti o coração acelerar, senti que iria começar a vomitar a qualquer instante, mas me mantive firme.

━━━ Carl e Sophie, corram para o carro agora ━━ sussurrou Rick, falando entre os dentes.

━━━ Pai…

━━━ Nove! ━━ O homem continuava a contagem.

Olhei de relance para Carl, não conseguindo esconder minha expressão de espanto. Estava assustada, óbvio. Eu admirava Carl não estar.

━━━ Vão! ━━ Rick gritou antes de deixar a posição de rendição e começar a disparar contra o homem sobre o terraço.

Não esperei nem mais um segundo antes de correr. Abaixei a cabeça e corri com Carl para longe. O puxei comigo para trás dos carros. Minhas costas bateram com força na porta gelada do veículo.

━━━ Droga! ━━ Reclamei, sentindo o impacto nos meus músculos.

━━━ Você 'tá bem? ━━ Carl perguntou, levando seu olhar a mim.

━━━ Sim, só bati com força.

━━━ Que bom, porque a gente vai precisar correr ━━ falou esbaforido, começando a olhar em volta.

━━━ O quê? ━━ Indaguei, ouvindo a minha voz sair mais alta e aguda do que eu esperava.

━━━ Não vou deixar meu pai sozinho. Vem! ━━ Sua mão agarrou meu pulso, forçando-me a ir com ele.

Meus pés pisavam no chão com força, correndo para onde quer que Carl estivesse me puxando. O som dos tiros estava mais baixo do que antes.

Nos atiramos para trás de uma parede, apenas aguardando por uma chance. A chance se tornou presente quando houve a ausência dos tiros sendo disparados.

Carl expôs-se, saindo da proteção da parede, e tudo que pude ouvir foi o som de um único tiro. Apenas um.

Saí de trás da parede com rapidez, ligeiramente levando o olhar ao homem desacordado no chão: o homem no qual havia iniciado o tiroteio.

━━━ Você 'tá bem? ━━ Rick levou o olhar ao seu filho. Estava ofegante, assim como todos nós.

━━━ 'Tô.

━━━ Mandei correrem pro carro. Não queria que precisasse atirar.

━━━ Mas precisei.

Rick e Michonne levaram o homem para dentro da casa. O homem no qual Rick, aparentemente, conhecia. O homem no qual se chamava Morgan.

Carl e eu permanecemos ao lado de fora, de vigia. Algo na postura e comportamento inquieto de Carl denunciavam que ele tinha algo em mente, pensava em algo.

━━━ O que foi? ━━ Perguntei finalmente, arqueando a sobrancelha.

━━━ Hm?

━━━ Você 'tá pensando em alguma coisa, eu te conheço. O que foi?

━━━ Tem uma cafeteria a alguns metros daqui, preciso pegar uma coisa lá ━━ confessou Carl, seu rosto sendo iluminado pela luz suave do sol.

━━━ Vamos avisar seu pai…

━━━ Não ━━ interrompeu-me ━━━, ele não vai deixar. Vamos sozinhos.

━━━ Carl… ━━ comecei, pronta para discordar dele, mas eu precisava começar a tomar riscos ━━━ 'tá bom. Vamos.

Dobramos a esquina, descendo uma rua vagamente íngreme. Sentia a ponta do meu cabelo tocar as minhas costas conforme pulsava com o movimento da caminhada.

━━━ O que você quer pegar afinal? ━━ Questionei, coçando brevemente o rosto.

━━━ Duas coisas. São para a Judy. ━━ Um suspiro escapou dos lábios dele. ━━━ Nessa cafeteria que falei, tem uma foto… uma foto que eu, meu pai e minha mãe estamos. Achei que a Judith deveria saber como a mãe dela era.

━━━ E a outra coisa?

━━━ Bem, ela precisa de um berço. Minha mãe tinha uma amiga que vendia coisas para bebês. Fica logo ao lado da casa do Morgan.

Carl interrompeu os próprios passos, seu olhar focado adiante. A alguns metros de nós, uma cafeteria com as paredes pintadas em salmão claro e portas e janelas em tons de vermelho carmim. Sobre a porta, o nome da cafeteria estava escrito em uma fonte estreita e grossa. "King County Café".

━━━ É ali.

━━━ E se estiver dominado? ━━ Perguntei, jogando uma mecha de cabelo para trás da orelha.

━━━ A gente cuida disso.

━━━ Cuidamos, é? ━━ Minhas sobrancelhas se juntaram, formando uma careta em meu rosto.

━━━ Uhum ━━ murmurou, voltando a andar.

Parados em frente a porta da cafeteria, nós encaramos as janelas dela sujas e empoeiradas. Toquei o vidro com a mão e fiz movimentos circulares para limpar a poeira. Ainda estava embaçado, mas era melhor do que nada.

━━━ Eu não estou vendo nenhum zumbi ━━ sussurrei, espiando em cada local que aquela janela empoeirada e a minha visão limitada permitiam.

A mão de Carl rapidamente tocou a maçaneta, ele teria a aberto se eu não tivesse o impedido.

━━━ 'Tá ficando doido?

━━━ O quê? Você disse que não tinha zumbi.

━━━ É, mas não dá pra ver quase nada nessa janela imunda. A gente tem que usar uma distração pra ter certeza. ━━ Respirei fundo, automaticamente colocando minha mente para pensar em inúmeras possibilidades.

━━━ Tipo o que?

━━━ Vem cá!

Minha mão agarrou a dele, puxando-o comigo. Retornamos à frente da casa de Morgan. Passei o olhar em cada armadilha que ele tinha solta por ali.

Corri para perto dos skates, colocando dois debaixo do braço. Saltei para uma das mesas que tinham gaiolas prendendo ratos e pombos dentro e apanhei duas delas.

━━━ Carl, pegue aquelas cordas pra mim ━━ apontei para algumas cordas vermelhas no chão enquanto colocava os skates e as gaiolas sobre uma mesa livre.

A mão pequena de Carl descansou sobre a mesa, posicionando as cordas que requisitei sobre ela. O olhar do Grimes ficava cada vez mais confuso.

Posicionei as gaiolas sobre os skates e passei as cordas vermelhas por baixo de cada um e por cima das grades, apertando com força para que ficasse firme.

━━━ Pronto ━━ falei com orgulho, levantando a "distração" como se tivesse acabado de construir a melhor máquina de todas. ━━━ Vamos abrir a porta e jogar isso lá dentro, se tiver algum zumbi, vão direto pros ratinhos.

━━━ E você pensou nisso em alguns minutos?

━━━ Vamos dizer que a decisão da minha mãe de fazer com que eu estudasse em casa não foi tão ruim ━━ sorri, empurrando levemente uma das distrações para Carl.

━━━ Então… você é uma gênia ou algo do tipo? ━━ Carl segurou uma das distrações, começando a andar ao meu lado.

━━━ Chame do que quiser ━━ segurei a distração com mais firmeza nas mãos. ━━━ "Gênia" é legal. ━━ Meus lábios se curvaram em um sorriso sem graça, e me senti menos envergonhada quando o vi sorrir também.

Carl abriu a porta, assegurando-se de colocar a mão no sino de entrada. Empurrei um dos skates para dentro, vendo as rodinhas dele seguirem pelo chão; fiz o mesmo com o outro.

Arregalei os olhos quando vi a quantidade de zumbis que moravam ali. Eu culpava a janela empoeirada por não me mostrar quantos viviam naquela cafeteria.

Os zumbis se amontoaram em volta das gaiolas. Os guinchos agudos dos ratos se tornaram cada vez mais altos quando os fedorentos empurravam o rosto contra as grades.

Inclinei a cabeça para o lado, indicando para Carl entrar; fechei a porta atrás de mim logo em seguida. Segui o mesmo caminho que Carl, escondendo-me atrás de uma parede que dividia os cômodos.

Minha cabeça tombou levemente para o lado, curiosa para ver como os zumbis estavam com os ratos. Carl fez o mesmo e olhou para mim com uma careta convencida de que a distração havia dado certo.

Cutucando-me com o cotovelo, Carl apontava para cima. Acima do balcão de pedidos havia a fotografia mencionada por ele.

Carl equilibrou-se sobre um dos bancos e pulou para cima do balcão, seus pés elevaram-se, se esforçando para alcançar a fotografia.

Toquei a perna dele levemente, chamando-o atenção. Gesticulei com as mãos, oferecendo-me para pegar a foto — já que meus braços eram mais compridos.

Trocamos de posição. Me equilibrei sobre o balcão e estiquei um dos braços para pegar a fotografia. Desviei de algumas teias de aranha que estavam ali, formando uma careta.

Com a fotografia na mão, a entreguei para Carl. Agachei sobre o balcão, descendo uma perna por vez. Estava prestes a retirar a mão de lá quando algo a agarrou. Senti os dentes fechando em volta do meu pulso, mas, antes que eu tivesse a minha pele arrancada fora, Carl enfiou sua faca na cabeça do zumbi que me mordia.

Achei que seria uma dor que eu não sentiria por muito tempo, mas estava errada. Tinha me esquecido como doía. Todos os músculos do meu rosto contorciam-se, ajudando-me a não gritar.

Carl passou o braço por trás dos meus ombros, trazendo-me consigo. Não nos importamos com os zumbis atrás de nós, corremos sem nos importar com o barulho.

Me atirei para fora da cafeteria e Carl fez o mesmo, fechando a porta com força atrás de si. Os zumbis, que antes estavam distraídos com os ratos, se debruçavam contra a porta, o rosto misturando-se com a poeira da janela.

━━━ Você 'tá bem? ━━ Carl perguntou, me ajudando a sentar sobre uma das cadeiras que haviam ao lado de fora.

━━━ O que você acha? ━━ Ironizei, colocando a mão sobre o ferimento. ━━━ Mas 'tá tudo bem… Não é como se eu fosse morrer por isso. ━━ Deixei uma risada sair pelos lábios.

━━━ Por que você não 'tá pirando?

━━━ Porque eu cansei de ter medo de tudo. E, é sério, eu não vou morrer por isso. ━━ Meu rosto se contorceu em uma careta, tentando conter a dor.

Carl colocou a fotografia sobre a mesa ao meu lado e começou a tirar o casaco de flanela que vestia. A peça de roupa deslizou pelos braços dele até que ele a tivesse em mãos.

━━━ Veste isso. Se meu pai vir que você 'tá machucada, ele mata a gente.

De volta à prisão, eu estava sentada sobre a cama de uma das celas não ocupadas pelo grupo. Esperava que Carl retornasse com os utensílios médicos para me ajudar com a mordida.

━━━ Não é muito, mas temos o básico ━━ falou Carl, atirando-se para dentro da cela.

Carl jogou os utensílios sobre a cama, e eu espiei as coisas que ele havia trazido. Havia um pacote de gaze, água oxigenada, álcool fator 60 e curativos.

Observei enquanto ele abria o pacote de gaze e despejava um pouco do álcool sobre o tecido. O cheiro entrou pelas minhas narinas, fazendo-me aproveitar o aroma — sempre gostei desse cheiro.

Puxei o ar quando senti o álcool entrar em contato com a minha pele, fazendo-a arder. Meus olhos apertaram com força, torcendo para que tudo acabasse logo.

O tratamento que deveria ter durado cerca de seis minutos, para mim durou seis anos.

Carl finalizou colando o curativo na minha pele, senti a cola dele puxar os meus pelos do braço quando o garoto decidiu reorganizar a posição do curativo.

━━━ Obrigada ━━ agradeci, aproximando o pulso do meu rosto, a fim de observar o curativo com mais clareza.

━━━ Não tem problema ━━ ele respondeu, sentando-se ao meu lado. ━━━ Eu fiquei com medo quando vi aquele nojento te mordendo, mas nunca agradeci tanto por ele não ter poder sobre você. Você tem tipo um super poder.

━━━ Um super poder? Tipo o Homem-Aranha?

━━━ Melhor que o homem aranha. Você é a minha super… ━━ pigarreou, interrompendo a frase ━━━ você é uma super heroína diferente.

Senti as bochechas esquentarem, meus lábios se curvaram em um sorriso envergonhado. Vi as bochechas pálidas de Carl tornarem-se avermelhadas.

━━━ Aí estão vocês! ━━ A voz de Lily exclamou atrás de nós. ━━━ O que estão fazendo? ━━ Perguntou com a voz arrastada, me provocando.

━━━ Nada de mais, Lilyane! ━━ Saltei da cama, a puxando em um abraço.

━━━ Vocês estão me excluindo, manés.

━━━ Como poderíamos excluir você, Greene? ━━ Senti o corpo de Carl debruçar-se contra o nosso, juntando-se ao abraço.

Era como se o meu coração estivesse sendo aquecido pelo abraço. Me senti em casa. Eu sempre me sentia em casa perto deles, mas, agora, estava me sentindo mais ainda. Eu amava eles mais do que tudo.

000) Oiê! Espero que tenham gostado desse capítulo.

001) Eita que eu mudei o gênero do Merle e vou fazer ele não ser racista 🙏

002) Interajam nos comentários, isso motiva demais.

003) Lembrem de deixar seus votos, isso é muito importante.

004) Sigam meu tiktok. Posto edits sobre minhas histórias por lá. User: walkthdead AVISO! PODE CONTER SPOILERS!

005) Obrigada por estar lendo até aqui ♡

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