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𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖲𝖨𝖷𝖳𝖤𝖤𝖭 𓂃˙♡

┋𝖢𝖧𝖠𝖯𝖳𝖤𝖱 𝖲𝖨𝖷𝖳𝖤𝖤𝖭 —— Pudim de Chocolate

𝗟𝗘𝗥 𝗛𝗜𝗦𝗧𝗢́𝗥𝗜𝗔𝗦 em quadrinhos encontradas em um dos quartos foi o que eu e Carl fizemos a manhã inteira no dia seguinte.

Assim que eu terminava uma, a passava para Carl, e ele fazia o mesmo comigo.

Com uma tigela de cereais secos ao lado e uma boa ilustração de super-heróis entrando em furadas o tempo inteiro, não poderíamos pedir por mais.

Por um momento, fui deixada só no andar de cima por Carl. Acompanhei sua sombra deixando o andar até que não pudesse o ver mais.

Minha mente, sem muito esforço, se colocava dentro da história que lia. Era como se eu estivesse vivendo aquele momento ilustrado no quadrinho.

Eu observava Deadpool em seu incrível traje apertado, com uma mistura de cores preto e vermelho. Observava cada detalhe do desenho quando a voz de Carl me obrigou a sair daquele universo.

━━━ Acorde! ━━ A voz dele tinha uma pontada que arranhava a garganta. Seu timbre tomava conta da casa inteira.

Joguei o livro para o lado com rapidez, jurando que havia rasgado alguma página, mas não me importei.

Voei pelos degraus, ouvindo os berros de Carl. Sua voz me deixava cada vez mais nervosa.

Eu odiava gritos. Odiava. Era como se alguém estivesse colocando uma furadeira ao lado do meu ouvido, me forçando a relaxar com aquele som ensurdecedor. Às vezes, antes de dormir, eu ouvia e via alguns borrões de pessoas gritando comigo, ou o movimento que a boca delas fazia ao gritar.

Descobri que era apenas um estágio do sono em que sua mente desacelera, mas mesmo assim, é péssimo.

━━━ Carl? O que está havendo? ━━ Corri, pulando o último degrau da escada.

━━━ Ele não está acordando, Grace! Ele não está acordando! ━━ Exclamava, balançando Rick com as mãos.

Senti uma pontada no coração, o nervosismo começando a me consumir. Não é hora para isso, Sophie, pensei.

━━━ Dá licença ━━ falei, tocando os ombros dele para que se afastasse. Me ajoelhei no chão, aproximando-me do homem desacordado.

Encostei a orelha no peitoral de Rick, esperando ouvir algum batimento cardíaco.

O som fraco do coração dele bombardeando o sangue me fez ficar aliviada e desesperada ao mesmo tempo; aliviada por saber que estava vivo, e desesperada por não saber o que fazer para que ficasse consciente novamente.

Senti o sofá estremecer, minha atenção correu rapidamente para a porta ao lado; amarrada com o fio da TV, impedia que os zumbis entrassem, mas não duraria por muito tempo se continuássemos fazendo barulho.

━━━ Você não deveria ter gritado, vai chamar mais deles ━━ falei, colocando-me em pé.

━━━ 'Tá, mas eu gritei ━━ rosnou, afastando-se da porta. ━━━ O que a gente faz agora?

Respirei fundo, deixando o ar sair aos poucos enquanto me esforçava para pensar em um plano rápido e eficiente.

━━━ Fique aqui com o seu pai, vou ver quantos fedorentos tem lá fora ━━ joguei uma mecha de cabelo para trás da orelha, segurando minha pistola com a mão livre.

━━━ O quê? Sem chance! Eu vou com você!

━━━ E o seu pai, Carl? ━━ perguntei, levando a mão à maçaneta da porta dos fundos.

━━━ Ele sobrevive.

Resolvi não argumentar. Conhecia Carl há tempo o bastante para saber que as tentativas de fazê-lo ficar seriam nulas.

Com os passos leves e silenciosos, atravessamos a porta dos fundos. Nós nos esforçamos para que as folhas sob os nossos pés não fizessem tanto alarde quando as amassamos com a sola dos sapatos.

━━━ Só tem dois ━━ Carl sussurrou, ele comprimiu os lábios logo em seguida, esforçava-se para pensar em algo.

━━━ 'Tá bom… Vamos fazer assim ━━ sussurrei de volta, agachando-me no chão. Uma das minhas mãos agarraram o pulso dele, o puxando comigo. ━━ Eu vou primeiro, chamo a atenção deles para que saiam de frente da porta, e você vem logo atrás, quando não estiverem o vendo. ━━ Tirei a faca do coldre, a estendendo a ele. ━━━ Usa isso pra matá-los, não podemos arriscar chamar mais atenção.

Subi o olhar para os olhos azuis dele. Seus olhos me encaravam atentamente, a cor azulada estava brilhando. Eu poderia jurar que vi um pequeno sorriso no canto de seus lábios.

━━━ O quê? ━━ questionei, cerrando as sobrancelhas.

━━━ Nada ━━ deu de ombros, desviando o olhar de mim.

━━━ Vamos lá.

Ergui o corpo, certificando-me de que minha pistola permanecia comigo — mesmo sabendo que não havia a tirado do bolso —. Soltei o ar pela boca e andei para longe da proteção dos altos arbustos do jardim.

Assisti os dois fedorentos batendo e empurrando a porta, cada um mais horroroso que o outro. Eram tão burros que não me viram atrás deles.

━━━ Ei, fedorentos! ━━ clamei, levando as duas mãos ao lado da boca como um megafone. ━━━ Venham! Tenho uma loirinha de carne fresca pra vocês!

Dizer aquilo me apertou o coração. Era exatamente o que Lily diria se estivesse conosco. Por mais que eu tentasse distrair minha mente de Lily, ela já fazia parte de mim. Não conseguia mais me imaginar sem o efeito dela sobre as minhas veias.

Os zumbis viraram lentamente, como sempre faziam. Um deles parecia estar olhando fixamente para dentro dos meus olhos, terrível.

Os passos arrastados me seguiram para longe da casa. Eu exclamava bobeiras como "venham me pegar" ou "self-service pra vocês!" enquanto me afastava.

Carl surgiu atrás deles, os golpeando com a faca que havia entregado a ele. Os zumbis despencaram no chão, desvencilhando os próprios corpos no meio da rua.

Aproximando-se de mim, Carl limpou a lâmina da faca em sua jaqueta e entregou a arma de volta para mim.

━━━ Vamos achar comida ━━ falou, o sol do início da manhã batia em seu rosto com sutileza, iluminando cada pequena sarda em suas bochechas. Eu havia decorado cada detalhe de seu rosto.

━━━ Nós já temos comida ━━ rebati, guardando a faca de volta no coldre.

━━━ Eu sei. Eu só… ━━ engoliu seco, impedindo que eu visse seus olhos, provavelmente marejados ━━━ só não quero voltar para aquela casa, ver meu pai, não ter a Judith, ou a Lily, Michonne, Glenn, Maggie, Daryl… Eu…

Mordi o lábio, esforçando-me para não desabar ali mesmo. Posicionei uma das mãos no ombro dele, o puxando para perto de mim. Deitei a cabeça na curvatura do seu pescoço, sentindo os braços dele envolverem minha cintura.

O ouvi resmuninhar, aninhando seu corpo nos confortos do meu. Tive a certeza de que Carl estava chorando.

Ficamos ali por minutos. Não me importei se minhas pernas chegavam a doer por ficar tantos minutos em pé, o que importava era que Carl precisava de mim e eu estava ali para ele.

━━━ Me desculpa ━━ desculpou-se, desmanchando o abraço, seus dedos pequenos secando as lágrimas no canto dos olhos.

━━━ Pelo que?

━━━ Por estar chorando. Deveríamos estar fazendo algo de útil, mas estamos aqui me ouvindo chorar como um bebê.

Balancei a cabeça negativamente, segurando o rosto dele com uma das mãos. Meu polegar secava a lágrima que escorria pela bochecha dele enquanto observava seus cílios molhados.

━━━ Nunca se desculpe por sentir algo. Sentimentos são os que nos fazem humanos. Sem eles, seríamos como esses idiotas fedorentos.

Ouvíamos o canto engraçado de um passarinho distante enquanto vagamos pela rua deserta e pacífica daquele bairro.

Cutuquei o braço de Carl com o meu cotovelo, acenando com a cabeça em direção a uma casa — surpreendentemente parecida com a que estávamos ficando —, sinalizando para entrarmos.

Subi os poucos degraus da escada da varanda daquela casa branca. Notei uma parte da madeira quebrada e algumas formigas fazendo de lá, o seu lar.

A madeira da varanda rangeu no momento em que a sola desgastada da minha bota a amassou.

Virei minha cabeça para trás, a fim de enxergar Carl, mas o garoto passou correndo por mim como um furacão.

A perna de trás dele pegou impulso e, em um movimento rápido, ele jogou o peso de seu corpo contra a porta. Seu corpo desvencilhou no chão enquanto se contorcia, provavelmente com dor.

━━━ Carl! ━━ exprimi confusão ao ajudá-lo a levantar. ━━━ O que você está tentando conseguir?

━━━ Eu queria abrir a porta!

━━━ Através do suicídio? ━━ perguntei, mas soou mais como uma exclamação.

Larguei o braço dele, assim que estava em pé, girando a maçaneta dourada para o lado. Sorri ao ver a porta abrindo com facilidade, não consegui não olhar com orgulho para Carl.

Limpamos a cozinha, recolhendo todos os enlatados que víamos. Jogamos tudo para dentro da mesma sacola. Tínhamos ervilhas, milho, salsicha, feijão e outras coisas que não parei para prestar atenção antes de jogá-las para dentro da sacola.

━━━ Ei, Grace ━━ a voz mansa e expressada em um sussurro de Carl chamou-me a atenção.

Coloquei a última latinha dentro da sacola e me virei, vendo Carl equilibrando-se sobre um banco, suas mãos segurando uma lata grande de pudim de chocolate.

Abri a boca, deixando que a surpresa viesse acompanhada de um sorriso genuíno. Nunca havia experimentado pudim de chocolate, não era uma das coisas que tinha em casa.

Carl segurou minha mão para me ajudar a pular pela janela ao telhado. Minhas pernas tremiam, temendo que os tijolos quebrassem e nós acabaríamos no andar de baixo, cobertos por concreto, poeira, provavelmente colmeias antigas, e pudim de chocolate.

━━━ Aqui ━━ me estendeu uma colher, deixando suas pernas balançarem para fora do telhado.

Peguei a colher, observando o conteúdo espesso e em tom amarronzado dentro da lata. Se eu não soubesse que chocolate era bom, nunca chegaria perto de uma coisa dessas.

━━━ Eu tenho que confessar uma coisa ━━ falei, repousando a colher sobre as pernas. Carl levou o olhar para mim, as sobrancelhas cerradas. ━━━ Eu nunca comi pudim de chocolate.

━━━ O quê? ━━ perguntou, arregalando os olhos com exagero.

━━━ Meu pai não deixava esse tipo de coisa dentro de casa. Ele dizia que era ultra processado e iria diminuir nossa expectativa de vida e blá blá blá ━━ deixei que a minha voz soasse arrastada no final da frase.

━━━ Pode até ser, mas é o melhor veneno que já comi ━━ deu de ombros, mergulhando a própria colher dentro da lata.

A colher recolheu uma boa quantidade de pudim, emitindo um som engraçado quando uma pequena quantidade caiu de volta na lata e chocou com a textura gelatinosa.

━━━ Experimenta ━━ estendeu a colher, a direcionando ao encontro da minha boca.

Abri a boca lentamente, lançando um olhar de desconfiança. Deixei que a colher entrasse na minha boca, fazendo-me sentir a textura gelada e estranhamente molhada no céu da boca.

Revirei com a língua o doce dentro da boca, saboreando cada detalhe do seu sabor. Procurava experienciar cada momento do alimento, aparentemente preferido, de Carl.

━━━ E aí? ━━ perguntou, ansioso por uma resposta, os olhos arregalados e os lábios contraídos.

━━━ É muito bom ━━ admiti, a voz saindo abafada por ainda estar saboreando o pudim dentro da boca.

· · • • • ✤ • • • · ·

Eu me revirava sobre o colchão que arrastei escada abaixo até a sala de estar da casa, procurando alguma posição que me fizesse dormir.

Observava a luz azulada da noite se esquivar pela brecha da janela, me acertando certeiramente nos olhos.

Era, na verdade, até surpreendente que conseguimos ficar duas noites naquela casa sem que houvesse problemas muito graves. Era até que confortável.

Espiei por cima do ombro, observando Carl encostado com as costas no braço do sofá, sua cabeça virada para cima enquanto encarava a imensidão do teto sobre nós.

Meu corpo estremeceu quando Carl jogou o corpo para cima de mim, como se estivesse fugindo de algo.

━━━ O que aconteceu? ━━ perguntei, me esforçando para que a voz não soasse alta demais.

━━━ Meu pai! ━━ exclamou, correndo com as mãos pelo cinto para alcançar a arma.

Observei Rick movendo-se com lentidão, grunhidos saindo de sua boca enquanto se arrastava para perto de nós.

Me encolhi, fugindo do braço estendido do homem. Rick não poderia ter se transformado, não ele. Eu fui burra ao ponto de não perceber que ele havia parado de respirar?

Abracei um dos braços de Carl, apertando os olhos com força para que não visse quando atirasse contra Rick.

━━━ Eu não consigo ━━ falou entre os soluços, a voz chorosa e arrastada.

Carl largou a arma ao lado, apertando meu corpo contra o dele. Seus soluços ecoavam ao lado da minha orelha, enquanto suas lágrimas molhavam minha camisa.

━━━ Carl ━━ uma voz fraca chamou por ele. Não poderia ser outra pessoa além de Rick ━━━, não saiam daqui. Fiquem em segurança. ━━ Rick tentou colocar-se em pé, mas despencou para o lado logo em seguida.

Carl fugiu do meu abraço rapidamente, colocando a cabeça de Rick sobre as próprias pernas.

━━━ Estou com medo ━━ confessou, como se estivesse apenas ele e Rick na casa. Carl encostou sua testa na do homem, fechando os olhos. ━━━ Estou com medo ━━ repetiu mais uma vez, e mais uma, e mais uma.

· · • • • ✤ • • • · ·

Estava acordada. Estava acordada, mas não queria abrir os olhos. Queria dormir para sempre e sonhar que tudo estava bem.

Ouvia a conversa de Carl e Rick atrás de mim. Mesmo sabendo que Rick estava acordado e vivo, não tive vontade de abrir os olhos. Estava exausta, cansada de tudo.

━━━ Ela dorme como pedra, não é? ━━ Rick perguntou, sua voz rouca arranhava a garganta.

━━━ Normalmente, não. Ela 'tá cansada. Não dorme direito desde que chegamos ━━ respondeu Carl, a voz mansa saindo pelos lábios.

━━━ Vocês não deveriam ter se arriscado assim. É perigoso. ━━ Apenas pelo tom de voz de Rick, eu sabia que ele necessitava de água.

━━━ Nós tomamos cuidado.

Um silêncio pairou entre os dois. Eu já conseguia imaginar a expressão que Rick fazia. Provavelmente era algo como: quero te dar uma lição de moral, mas, ao mesmo tempo, quero ser um pai legal.

━━━ Foi bom que encontraram mais comida ━━ falou finalmente.

━━━ Nós encontramos muito mais, mas… nós comemos ━━ revelou, a voz vacilou no final.

━━━ O que era?

Ouvi a risada fraca de Carl, preparando-se para responder a pergunta. Eu quis rir também. Pensar no pudim de chocolate me fez ter vontade de comer aquilo no café da manhã, almoço, lanche e jantar.

━━━ Três quilos de pudim ━━ respondi com a voz sonolenta, sentando-me sobre o colchão. Usava uma das mãos para coçar os olhos adormecidos.

Rick levou o olhar para mim, deixando um sorriso tomar conta dos lábios. Os ferimentos em seu rosto não estavam mais tão graves, os lábios estavam menos inchados.

━━━ Foi a melhor coisa que já comi na vida. ━━ Deixei uma risada anasalada escapar, jogando mechas de cabelo para trás do corpo.

Meu semblante tornou-se solene no momento em que ouvi batidas na porta. Rick e Carl ergueram-se na mesma hora, e aproveitei para fazer o mesmo.

Carl e eu endireitamos a postura, permanecendo um ao lado do outro, as pistolas erguidas na direção da porta.

Rick arrastou o corpo, equilibrando os joelhos sobre o braço do sofá. Fechando um dos olhos, o homem espiou pelo olho mágico.

Carl e eu nos entreolhamos, confusos, ouvindo as risadas de Rick sendo acompanhadas de um sorriso… aliviado?

━━━ O que foi? ━━ Carl questionou, abaixando a arma ao lado do corpo.

━━━ É pra você ━━ respondeu, um sorriso no canto da boca completava a frase.

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