𝗘𝘄𝗮𝗹𝘂
❝𝖯𝖺𝗋𝖺 𝖼𝗈𝗇𝗌𝖾𝗀𝗎𝗂𝗋 𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗊𝗎𝖾𝗋, 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝖽𝖾𝗏𝖾 𝗈𝗅𝗁𝖺𝗋 𝖺𝗅𝖾́𝗆 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗏𝗈𝖼𝖾̂ 𝗏𝖾̂.❞
O Rei Leão.
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☪ ━ 𝖭𝗈𝖺𝗁'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖
Abro as portas do prédio com algumas sacolas nas mãos e franzo o cenho quando vejo a Sina sair do elevador praticamente desesperada, indo em direção ao porteiro.
— Rossi, você poderia me explicar o porquê da porta do meu apartamento estar com fitas amarelas e uma tranca que está me impedindo de entrar? — quase não entendo o que ela diz por causa da distância, e decido me aproximar.
— O seu apartamento foi interditado. — o porteiro diz como se fosse algo comum do dia a dia.
— Ele foi interditado? Por quê?!
Seguro as sacolas em uma mão só e toco a cintura da Sina com a outra, chamando a sua atenção para mim.
— O que está acontecendo?
— Aparentemente eu estou proibida de entrar no meu próprio apartamento. — responde, e eu olho para o porteiro, esperando uma explicação.
— Vocês já devem saber que a equipe de inspeção predial vem aqui a cada seis meses e que se a pessoa não estiver no apartamento durante o horário que eles estão aqui, eu tenho a permissão de abrir a porta do apartamento para eles inspecionarem. Isso está no contrato que vocês assinaram. — diz, e eu apenas assinto, afirmando.
— Eu estava no meu apartamento quando eles bateram na porta.
— Você pelo menos ficou com eles para garantir que não mexessem em nada? — Sina questiona, e ele confirma com um breve aceno.
— Sim, senhora. Em todos os apartamentos que as pessoas não estavam, eu permaneci junto com eles para garantir que não tocassem em nada que fosse dos moradores.
— E por que o apartamento dela foi interditado?
— No meio da inspeção que estavam fazendo no seu apartamento, eles descobriram uma grande infestação de ratos e cupins. — Rossi diz, olhando para a Sina com certo pesar.
— Como?! Eu nunca vi nenhum bicho andando por lá, a não ser o meu papagaio.
— Você tem um papagaio? — questiono, um pouco surpreso por ela ter um animal de estimação.
— Tenho.
— Os inspetores acharam e disseram que a infestação deve ter sido causada por causa do apartamento acima do seu que estava mais infestado ainda. O antigo dono não devia cuidar muito bem.
— Jura? O antigo dono era um alcoólatra drogado que acabou morrendo de overdose. É óbvio que ele não cuidava do apartamento!
— Você não precisa se preocupar. O síndico do condomínio já providenciou uma equipe para dedetizar os dois apartamentos para evitar que o problema se espalhe para os outros e outra equipe para consertar os estragos feitos pelos ratos e cupins.
— Ele deu uma previsão de quando a Sina vai poder ter o apartamento de volta?
— Em uma semana, se ocorrer tudo bem.
— Uma semana?! Já são dez horas da noite! Aonde ele quer que eu durma durante uma semana? Na rua? — pergunta, praticamente desesperada.
— Por que você não pergunta para a Heyoon se você pode ficar na casa dela? Ela é sua amiga, com certeza vai aceitar. — sugiro, tentando amenizar a situação.
— A mãe foi visitar ela com o novo namorado. Não vou nem avisar a ela, se não é capaz dela me obrigar a dormir lá e eu não quero atrapalhar.
— Você... Pode dormir no meu apartamento se quiser... — sinto as minhas bochechas esquentarem um pouco por causa da vergonha e ela me olha surpresa.
— Tem certeza?
— Tenho. Eu posso perguntar para o Josh se eu posso dormir no apartamento dele para você ficar mais confortável no meu.
— Eu não quero incomodar.
— A única coisa que você não pode é ficar sem um lugar para dormir. Acredite, você não vai me incomodar em nada.
— Tudo bem. — ela dá um sorriso tímido e se vira para o porteiro. — O senhor poderia abrir a porta do apartamento só para eu pegar algumas roupas?
— Infelizmente não. Os inspetores foram extremamente rigorosos quanto a não deixar mais ninguém entrar lá até que tudo esteja consertado.
— E o Twister? Ele não pode ficar lá sozinho!
— Twister? — questiono, a olhando com o cenho franzido.
— O meu papagaio.
— Antes deles saírem, eu o peguei para você. — o porteiro diz e abre uma porta próxima a ele, adentrando o lugar.
— Por que você colocou o nome dele de Twister? — pergunto, curioso.
— Porque ele tem as cores que tem no jogo. — responde, e eu comprovo isso assim que o porteiro volta com o papagaio que estava agarrado ao poleiro de madeira.
— Sina, Sina! Sina, Sina! — o papagaio grita eufórico quando a vê.
— Eu dizia o meu nome duas vezes seguidas para ele aprender mais rápido, mas acabou que ele aprendeu a me chamar duas vezes ao invés de uma. — explica, parecendo um pouco envergonhada e pega o poleiro.
— Não sei se eu devo me apresentar, mas eu sou o Noah. — falo, olhando para o papagaio.
— Noah?! — ele pergunta, deitando a cabeça um pouco para o lado. — Sina, Sina e Heyoon falam do Noah. Sina, Sina e Heyoon falam do Noah.
Seguro a risada e olho para a Sina, vendo as suas bochechas ficarem tão vermelhas quanto um tomate.
— Acho melhor a gente subir, não? — ela sugere e eu apenas assinto, decidindo não falar daquilo por enquanto.
Entramos no elevador e ela apertou o botão do nosso andar tantas vezes que eu pensei que iria quebrar.
Ela estava nervosa. E eu não podia tentar tranquiliza-lá, porque eu também estava.
Nunca morei com nenhuma mulher antes, a não ser com a minha mãe ou com as babás que ficavam em tempo integral até eu completar catorze anos.
— Vamos? — saio do transe com a voz da Sina e só então eu percebo que chegamos no oitavo andar.
— Vamos. — apresso os meus passos até o meu apartamento e destranco a porta, abrindo espaço para ela passar primeiro.
— Casa arrumada! Casa arrumada! — o papagaio grita, me fazendo sorrir.
— Obrigada pela parte que me toca. — Sina diz, e deixa o poleiro sobre a bancada da cozinha.
— Você é bagunceira? — pergunto, enquanto pego o celular para mandar mensagem para o Josh e deixo as sacolas de compras em cima da mesa.
Noah: Posso dormir no seu apartamento por uma semana?
Noah: Sem gracinhas.
Noah: É coisa séria.
— Não, mas como eu passo a maior parte do dia na livraria, não sobra muito tempo para arrumar o apartamento inteiro.
— Sina, Sina é bagunceira!
— Eu não sou bagunceira. — protesta, repreendendo o papagaio com o olhar.
— Se você passa a maior parte do dia na livraria, quem cuida dele?
— Uma senhora que mora no terceiro andar. Ela também tem um papagaio.
— Se eu não me engano, no contrato do apartamento dizia que não era permitido ter animais de estimação.
— Aparentemente, o síndico não se importa desde que seja uma ave que não incomode os outros moradores. — ela dá de ombros e eu apenas assinto, entendendo.
— Como você adotou ele? — pergunto, curioso para saber a história dela com o papagaio.
— A vovó deu o Twister para a Sina, Sina antes de ir embora. — o papagaio responde, e eu olho para ela, esperando uma explicação melhor.
— Minha vó por parte de mãe me deu ele um pouco antes de eu me mudar, ela disse que seria bom eu ter uma companhia para alegrar os meus dias. Felizmente o síndico aceitou que o trouxesse, se não eu teria que colocá-lo numa gaiola e doa-lo para alguém.
— Twister não gosta de gaiola! — o papagaio grita.
— Mas eu bem que poderia te prender em uma, seu boca aberta. — intercalo o olhar entre os dois e me seguro para não rir com as implicâncias um do outro.
— Ele disse que ela foi embora. Para onde?
— A vovó dormiu e foi morar com o papai do céu. — o papagaio diz sem animação, como se entendesse que aquilo era algo triste.
— Sinto muito. — falo, olhando para a Sina e ela dá um sorriso fraco.
— Está tudo bem. O importante é que ela me deu um melhor amigo antes de ir... — murmura, fazendo carinho na cabeça do papagaio.
— Twister é o melhor amigo da Sina, Sina. — diz enquanto aproveita o carinho dela. — Twister não precisa ter ciúmes do Noah. O Noah faz bem para a Sina, Sina e é namorado dela.
Olho para a Sina com as sobrancelhas arqueadas e a observo enquanto as suas bochechas coram violentamente.
— Isso é apenas a Heyoon ensinando a ele o que não deve. — diz, completamente envergonhada.
— Mas ela tem razão. O Twister não precisa ter ciúmes de mim. — falo, olhando para o papagaio.
— Noah é o namorado da Sina, Sina. O Twister não tem ciúmes do Noah. — o papagaio diz, balançando a cabeça para os lados.
— Seremos amigos. — falo, fazendo carinho atrás da sua cabeça.
— Seremos amigos! Twister e o Noah são amigos! — o papagaio grita eufórico, me fazendo sorrir.
Olho em direção a porta do meu apartamento quando a escuto abrir e fechar com força, e vejo o Josh vir até mim desesperado.
— O que aconteceu? Você está bem? Foi despejado? — pergunta, enquanto me examina com os olhos.
— O quê? Não! Por que você está desesperado desse jeito?
— Por quê?! Talvez seja porquê você me mandou uma mensagem pedindo para dormir no meu apartamento e disse que era algo sério? — pergunta em um tom debochado e eu assinto, entendendo o seu desespero.
— É, acho que eu deveria ter explicado melhor. Mas você também poderia ser menos dramático e ter me perguntado por mensagem.
— Fala logo o que aconteceu. — pede impaciente, e intercala o olhar entre a Sina e o Twister, começando a ficar confuso.
— Então... Deu uma grande merda no apartamento da Sina e eu ofereci o meu apartamento para ela ficar até tudo ser resolvido, e como eu não quero deixar ela desconfortável, eu te pedir para dormir no seu apartamento. — resumo toda a história e ele me olha com deboche.
— Foi mal, mas eu ainda não tenho a habilidade de ler mentes. Que merda que aconteceu? — pergunta, querendo saber de tudo, como sempre.
— O meu apartamento foi infestado por ratos e cupins por causa do apartamento de cima, e eu não posso entrar lá até que esteja tudo resolvido. — Sina diz, e olha para o papagaio. — E esse é o Twister, o meu papagaio.
— Então, se o Noah não puder dormir no meu apartamento, vocês vão ter que dormir juntos? — pergunta, nos olhando com um olhar sugestivo.
Filho de uma...
— Eu posso dormir no sofá. — Sina responde.
— Você não vai querer isso. O sofá é horrível para dormir, ainda mais se for por mais de dois dias, acredite, eu já tentei.
— Mas não vai ser preciso, não é? Você vai me deixar dormir no seu apartamento. — falo, praticamente o ameaçando com o olhar.
— Não vai dar... Eu estou ficando com uma garota há uns dias e ela está dormindo lá. Seria um pouco estranho e desconfortável para ela se você ficar dormindo no meu apartamento por alguns dias. Foi mal, cara. — diz, e passa a mão no cabelo, o bagunçando.
Mentiroso.
Ele sempre meche no cabelo quando mente, e sabe que eu sei disso!
— Tudo bem. Acho que não tem problema dormirmos juntos. — Sina diz, me fazendo olhar para ela. — Se for uma cama de casal, claro.
— É enorme. Vocês nem vão sentir a presença um do outro. — Josh diz, enquanto anda em direção a porta. — Se esse foi o pequeno problema que eu tinha que resolver e agora já está resolvido, eu vou indo.
Esperamos ele sair e olhamos um para o outro, sem saber o que dizer.
— Está com fome? — pergunto, quebrando o silêncio.
— Não. Eu comi antes de fechar a livraria.
— E ele? — aponto para o papagaio que começou a dormir há poucos minutos atrás.
— A senhora do apartamento ao lado sempre dá comida para ele antes de eu chegar e ele devia ter começado a dormir há quatro horas atrás, mas acho que com tudo o que aconteceu, ele só conseguiu agora. — diz, olhando para o papagaio.
— Eu já estou pronto para dormir. Se você quiser, pode pegar algumas roupas minhas e tomar um banho antes de dormir. — falo com um pouco de vergonha e ela assente, dando um pequeno sorriso.
— Obrigada. — ela agradece enquanto sai da cozinha, e segue para o quarto.
Enquanto a Sina se arrumava para dormir, eu decidi arrumar os nossos travesseiros e ajustar os cobertores, mas parei assim que escutei o som da chuva começar a ecoar lá fora.
Meus nervos já estavam à flor da pele, mas quando os primeiros trovões ecoaram, meu coração começou a bater mais rápido.
Tento esconder o meu nervosismo quando a Sina sai do banheiro, mas ela percebe imediatamente quando eu me assusto com um trovão.
— Você tem medo de chuva? — pergunta, dando um sorriso fraco.
— O quê?! Não! Óbvio que não! — minto descaradamente e a vejo reprimir um sorriso, fingindo acreditar.
Nos deitamos na cama e eu me encolho além do normal por causa do barulho da chuva.
— Noah...
— Oi...
— Eu sei que você não tem medo, mas eu me assusto de vez me quando, então... Eu posso te abraçar?
— Claro! — respondo rapidamente e escuto ela dá uma risada fraca enquanto abraça a minha cintura e coloca a cabeça sobre o meu peito.
Eu sabia que ela não se assustava de verdade e só pediu isso porquê percebeu que eu tinha medo.
— Obrigado... — agradeço em um sussurro, porque talvez ela não soubesse, mas aquilo me deixou bem mais tranquilo.
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Demorei? Com certeza!
Tá uma merda? Obviamente!
Mas pelo menos eu postei, não é mesmo?
Desculpem se tiver algum erro e não esqueçam de votar, bjs💜
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