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59-Ampulheta

A manhã já havia chegado nas terras humanas e féericas, logo começariam as celebrações da chegada do verão, portanto a euforia não se limitava às terras mais baixas do reino de Amenade.

Reis e rainhas, povos de diversos cantos do reino, juntariam para prestigiar o mais belo astro ao chegar e se manter.

Tito foi acordado com algo pinicando seu rosto, coçou e permaneceu deitado, pálpebras pesando como se elefantes estivessem em cima delas. O sol quente perturbava a pele clara, impiedosamente, entrando pelas janelas de vidro compridas.

Tudo lá parecia mais intenso que o normal.

— Acorde saco de ossos, vamos dar um passeio. — Aquela voz penetrante lhe assustou, o rapaz saltou da cama bruscamente, sentindo o coração quase sair pela boca.

— O que é isso? Sabia que não pode invadir o quarto das pessoas assim ninguém lhe ensinou bons modos? — A contestou, furioso pela inesperada aparição daquela mulher sombria. Denala apenas ergueu os olhos em direção ao príncipe de maneira frívola e em seguida observou as próprias unhas dilacerantes.

— Eu tenho direito de entrar onde bem me der na telha, agora vista-se e ande logo, temos que sair em três minutos. — Denala fez pouco caso da indignação dele, saltando o quadril da cômoda onde estava sentada de pernas cruzas e saindo, seu vestido preto-cintilante de saia comprida arrastando sobre o piso deixava um rastro de magia enfeitiçante, exalando elegância.

— Maluca! — Xingou o príncipe, desejando revidar aquela ousadia dela.

Subitamente uma alteração tomou sua pele ardente, direcionando olhar ao antebraço direita, Tito notou a frase que surgiu inexplicavelmente.

"Cuidado com a língua humano", foi a magia dela que fez aquilo.

Não demorou muito e a frase desapareceu, como se tivessem passado borracha nela.

Tito bufou e se dirigiu ao banheiro, sem a menor animação.

Quando acabou seu banho, o príncipe se dirigiu à entrada do palácio, verificando se as roupas de couro e pele de animal estavam perfeitamente apresentaveis.

A rainha aguardava nos grandes portões de ouro-branco e madrepérola, e virou-se para encará-lo quando sentiu sua chegada; um sorriso suave estampou aqueles lábios pintados de vinho-bordô.

— Aonde iremos? — Questionou o príncipe, seguindo Nad pelos portões.

— Já irá ver. — Respondeu brevemente, disposta a apreciar a brisa refrescante que invadia seu nariz e acariciava a pele, o verão estava chegando e nada melhor do que aproveitar o clima suportável enquanto podia.

Horas depois.

Após descerem vales, colinas e atravessarem vilas que Tito mal sabia que existiam além das terras titãs, eles pararam e ela apontou o horizonte à direita, mostrando a visão de tirar o fôlego.

Lá haviam navios, o cás mais a alguns metros e diversos barcos a vela.

— Esta é a Oceania, chamamos o cás de Memphis, mas pode chamá-lo como quiser, aqui é onde recebemos todas as cargas de alimentos e utensílios necessários para vivermos, ali — Apontou o meio dos navios brancos de madeira — É onde estão descarregando vinho.

— Quer ver ele perguntar o por que disso também? — Denala alfinetou num tom antipático. Nad repousou os olhos sobre ela com um sorrisinho.

— Não seja má Denala, Tito já está aprendendo muita coisa sozinho, é inteligente suficiente para isso. — Elogiou com modéstia, dirigindo olhar ao rapaz encantado com aquela vista.

Ambos seguiram pela areia úmida da praia, rumo ao cás.

Puft!

Tito foi atingido em cheio na parte de trás das pernas e caiu no chão, sujando as roupas refinadas e gemendo de dor pelo impacto.

— O que raios foi isso? — Perguntou exaltado, erguendo-se com a ajuda de Denala que revirava os olhos felinos, como se o rapaz fosse o ser mais idiota da face da terra.

— Perdoe-me, esqueci de avisar das rasteiras que as crianças da Oceania costumam dar em visitantes despreparados. — Riu até ficar sem fôlego, coisa que não costumava fazer diante do povoado, porque seria considerava menos séria do que deveria transparecer.

— Tem certeza que são crianças mesmo? — Resmungou Tito, limpando as barras da calça bege que vestia, Denala o soltou imediatamente quando viu que Tito já não precisava de ajuda.

Amenade cessou aos poucos a risada, deixando que Denala ficasse cada vez mais estressada com aquele momento.

Tito observou as pequenas crianças correndo ao longe, tão livres e alegres.

Lembrou-se da sua infância quando fazia o mesmo, embora a miséria lhe recordasse do que vivia a cada vez que retornava para casa depois de um dia tão difícil.

— Venha, irei te apresentar a nossa comandante de tripulação. — Gesticulou a rainha, seguindo na frente, enquanto Denala andava atrás, aproveitando o som da maresia tranquila.

— Por que ela é assim? — Tito referiu-se ao modo antipático e rabugento da cunhada, bem baixinho para ela não escutar. Nad moveu os lábios em uma linha fina.

— Denala nunca teve a aprovação que todas nós da família tivemos da minha mãe, isso era algo essencial demais para uma titã quando pequena, e não importava o que ela fizesse, nem o quanto se esforçava... — Nad virou o rosto para verificar se Dena não escutava, antes de continuar.

— Nunca estava bom suficiente, minha mãe foi muito cruel com ela, quando Dena percebeu que o problema não era com si própria, desistiu de tentar atingir a perfeição que minha mãe queria, isolou-se do mundo titã por séculos, das obrigações como princesa, entre outras coisas que dizem respeito a nós... ela é uma mulher extraordinária, mas tem feridas abertas ainda. — Completou Nad, seu olhar entristecido demonstrava o quanto ela arrependia-se de ter deixado Dena passar por aquilo...

— Não foi culpa sua, imagino que deva pensar nisso todos os dias... — Óbvio que ele sabia o provável destaque dela quando era mais nova, e que provavelmente isso fez Denala sentir-se insuficiente por séculos, comparada a irmã mais velha... indiretamente, Nad tinha culpa. Por ser a predileta dos pais.

Quando chegaram no cás após andarem alguns metros, Tito já estava pálido e sem fôlego.

— Poderiam tentar andar mais devagar da próxima vez? — Reclamou, curvando os joelhos e apoiando as palmas sobre eles. Denala ergueu uma sobrancelha, detestando tal pedido.

— Os corpos titãs estão preparados para suportar tudo, isso foi apenas uma simples caminhada seu frouxo. — Disse-lhe rispidamente.

— É, mas o meu não. — Retrucou enraivecido, fuzilando Denala com os olhos castanhos. Nad os ignorou até que a tal comandante chegasse perto.

Amenade a cumprimentou com um beijo no rosto que foi retribuído da mesma maneira e sem querer, a mulher de cabelos rosas misturados com roxo do meio para baixo, deixou seus lábios tocarem o canto dos de Amenade.

— Sinto muito. — Desculpou-se, enrusbecuda de vergonha.

— Eu não. — Murmurou a comandante, disfarçadamente com um sorrisinho pretensioso. A roupa feita de cristais rosa-claro e uma alça de plástico transparente com uma flor sobre o ombro direito, parecia ter algo enfeitiçante puxando o rapaz como um ímã. Nad penteou os fios agora soltos com os próprios dedos e virou-se sutilmente. Querendo fugir daquele olhos cor-de-rosa feito o céu tardio que logo chegaria.

— Vejo que trouxe amigos. — Reparou em Tito e nas sentinelas atrás da rainha, mas especialmente na mal-humorada de braços cruzados.

— E a sua gatinha arisca. — Imitou um rosnado rouco de gato, direcionado à mulher de cabelos repicados, distraída. Ambas trocaram olhares rápidos.

— Só não te faço engolir a areia desta praia por respeito aos moradores da ilha. — Respondeu seriamente, brava pelo apelido ocasional dado pela comandante que sorriu provocativa.

Denala avançou enraivecida, prestes a fazê-la engolir os dentes. Nad colocou o braço, impedindo-a de perder o controle e agir feito um animal irracional.

— Esta é Calantha, comandante da tripulação da Oceania, fiscal do descarregamento do cás, dona do ateliê marítimo mais renomado destas terras e minha melhor amiga de infância. — Apresentou orgulhosamente a dona daquela pele viçosa e traços finos inconfundíveis.

— É um prazer recebê-los. — Apertou a mão de Tito e acenou às sentinelas. Apesar de serem amigas já fazia décadas, Calantha não conhecera as sentinelas da rainha, pois todas às vezes que visitou a Oceania, tinha ido sozinha.

— Este é Tito, príncipe de Sportarend e meu companheiro. — Disse o que o jovem não teve audácia de dizer.

— Tão calado, não tenha medo príncipe, eu quero que sinta-se em sua casa, os amigos de Nad sempre são bem-vindos à ilha, fique à vontade. — Deu espaço a ele, após mover o braço esquerdo, Tito sorriu constrangido e passou sentindo um friozinho na barriga.

— O que foi? Não vem? — Calantha estranhou a imobilidade de Denala.

— Só quando tiver a certeza de que não irá aprontar nada quando eu passar. — Disse a voz rouca e intensa, negando-se a ser pega de surpresa por uma das travessuras imaturas de Calantha.

Calantha gargalhou, fingindo incredulidade e ofensa pela acusação.

— Prometo que não, vamos Dena, passe. — Insistiu tranquilamente, passiva demais. A mulher de diamantes pretos num colar de prata-escura, franziu o cenho ainda desconfiada.

Decidiu dar o voto de confiança. Quando caminhou alguns passos, recebeu uma rajada de água na lateral da orelha e saltitou de susto.

— Cadela! — Xingou enfurecida, com as mãos pendidas e boquiaberta, a roupa de couro  pesava de tão encharcada que ficou. Calantha gargalhava feito hiena, adorando ter quebrado o voto de confiança e ensopado Dena assim que pôde.

— Vai ter troco, aguarde! — Ameaçou furiosa, afastando água dos cílios felinos, desejando revidar imediatamente tal ousadia da comandante.

— Oww, não fique bravinha, é minha maneira de te recepcionar carinhosamente. — Abocanhou o nada, fazendo a mulher encharcada recuar o rosto para atrás. Devido à natureza semelhante à de um felino, Denala odiava ficar molhada.

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Ao anoitecer.

Todos já haviam ido dormir, só restaram os dois e os navios cheios de tripulantes, e capitães, muito distante da costa daquela praia.

— Calantha e Denala já tiveram algo? Quero dizer... algo especial. — Perguntou ele, curioso para saber se aquele coração tão decrépito de Denala já havia sentido o amor.

— Bom... não foi uma história de amor que se possa contar com tanto romantismo aos amantes da literatura, mas sim. — Respondeu após um período  de proscastinação.

— Por que? Fico surpresa em ver que sua irmã possa ter amado alguém, me perdoe a indelicadeza, mas é o que não sai da minha mente. — Nad soltou um sorrisinho, pois já não haviam papas lá língua entre ambos.

— Minha mãe nunca aceitou que Denala e Ierra fossem diferentes, que amassem pessoas do mesmo sexo desde a adolescência, Ierra foi capaz de ocultar isso por séculos, já Dena não. Ela sempre foi muito transparente sobre este lado das sua orientação sexual. — Nad coçou a nuca, dando uma curta pausa. Era desconfortável falar sobre.

— Deve ter visto muito amores nascerem e morrerem, tendo tantos séculos de experiências. — Comentou, sem impressionismo.

— Uau! Está me chamando de velha. — Ela riu do conforto dele em dizer tal coisa. Tito passou a iria segundos depois.

— Eu vi as duas nascerem, crescerem e o amor delas florescer na adolescência, porém não tinha como aquilo dar certo, porque além da intervenção de nossa mãe... você sabe, a ampulheta do tempo não favorece os amores "proibidos", ela mandou Denala para os confins da nossa terra quando recebeu um pedido de Calantha, que na época era jovem demais para saber o dano posterior. — Enfatizou, fazendo aspas com os dedos.

— E qual foi o pedido que fez a sua mãe ficar tão indignada e furiosa com somente o amor de duas garotas titãs? — O rapaz realmente pensava ser algo desastroso de tão grande em ousadia.

Nad parou de caminhar sobre a areia e o fez parar também.

Como se desejasse forças para responder àquela pergunta, ela inspirou a brisa fresca da maré.

— Ela pediu para trazê-la para cá, só para que as duas pudessem ter um dia de diversão inocente e sadia, viverem no meio daquele vendaval de maldade... minha mãe ficou enlouquecida e no dia seguinte, proibiu Calantha de retornar às terras reais e mandou Dena para muito longe daqui, condenada a viver séculos sem o amor de quem a desejava inocentemente... eu vi tudo e não pude impedir, eu falhei com Denala.— O arrependimento e a culpa transbordaram naquele olhar triste.

"Costumo falhar com os que amo", pensava a titã ressentida.

Antes que Tito pudesse comentar algo sobre aquela triste história de amor, as ondas do mar tornaram gigantescas e violentas, algo se movimentava abaixo delas.

— Tem algo errado no palácio. — Sibilou a rainha, o presságio dizia nos ouvidos féericos dela, que algo não andava conforme deveria ser.

Logo a criatura marinha passou a se aproximar, arrastando consigo litros incontáveis de água numa velocidade avassaladora e aterrorizante para alguém frágil e desprotegido feito o príncipe.

— Levitã, o que houve? Diga-me meu querido amigo! — Pressionou, chiando angústia, se aproximou do focinho daquele animal feroz e inquieto, como se estivesse agonizando com algo.

— Te envenenaram? Não pode ser! Resista meu fiel amigo! — Balbuciou, acariciando a cabeça do animal que agonizava sobre a areia.

— Vá em paz, você cumpriu sua missão companheiro. — Deu o ultimato com  voz embargada de choro contido, aliviando o tormento da criatura com o toque de sua aura curativa, pois não podia retirar o veneno que deram ao animal, entretanto pôde amenizar a agonia da sua morte.

Amenade quis chorar, todavia o desejo pela vingança foi mais forte naquela hora.

— Retornaremos imediatamente, alguém vai sangrar por isto. — A rainha proferiu de maneira horripilante, virando-se e indo rumo ao seu destino. Tito permaneceu quieto, ficou com pena de ver um inocente pagando pela discórdia e caos entre titãs. Seja o que fosse que tirava a paz absoluta do palácio, havia causado a morte de uma criatura e ferido a rainha com isso. Nada de bom acontecia quando se partia um coração titã.

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