2-Brutas
Aquela criatura indefesa e extremamente frágil fora carregada nos ombros da titã que ainda desconhecia o nome —, por um longo caminho. Até que chegaram ao muro de terra e areia que separava as terras. As grosseiras nem se deram ao trabalho de lhe dar água ou comida durante o longo percurso. O entardecer chegou e logo seria noite.
— Abra o caminho, Hudáma. — Pediu a dos olhos escuros sombrios e aguardou por instantes. Ele se perguntava o que significa aquela última palavra e indignado não pensava em questionar a escolha das criaturas. Ao redor havia somente terra e grama, elas não tinham nenhum objeto mágico ou qualquer outra coisa em mãos — pelo menos não notou.
Não queria que mudassem de ideia e o matassem, resolvendo assim voltar e escolher outro humano estúpido e atrevido à força.
Uma explosão de luz fez suas íris castanhas se fecharem fortemente. Em questão de segundos um balançar de corpos e o impacto do seu corpo caindo em material sólido o fez gemer dolorido — desleixadas, xingou internamente.
Mal tentou se levantar por conta própria e fora puxado com brutalidade por mãos fortes e grossas do chão —, cambaleou um tanto zonzo e possivelmente enjoado.
A cabeça latejava tanto que ele colocou a mão no local atingido.
— Fique quieto. — Mandou a que lhe segurava. Não era culpa sua estar cambaleando depois da queda que tivera.
Observando à sua volta, estava num palácio literalmente — as paredes tão altas de marfim (aparentemente), eram em maior parte num dourado claro, contendo espirais esculpidos com muita sutileza artística —, tinham desenhos dourados também — numa parte tinha algo que parecia ser um mural de algum significado maior, para elas —, castiçais longos portando velas rentes as paredes e estátuas de gesso levemente amareladas do lado —, seguindo a extensão de cada coluna. O piso de mármore igualmente dourado numa mistura de cores e imagens — a luz iluminava o corredor a seguir indo para um amarelado menos intenso —, não só dos castiçais, mas também dos grandes lustres pendurados acima da sua cabeça ficando abaixo dos desenhos coloridos e misteriosos do teto.
Nunca, contemplou algo tão incrivelmente bonito e rico em detalhes quanto aquilo.
O piso tremeu para ele quando uma figura começara a caminhar rumo às brutas que o seguravam. Seus pobres braços já doloridos pela força natural que não percebiam incomodar o tecido fino.
— Soltem ele, suas bárbaras. — A voz doce e calma ordenou firme.
Quando a figura se aproximou, o rapaz pensou estar alucinando e forçou as pálpebras não acreditando em tamanha beleza surreal. Parecia um anjo, com seu cabelo escorrido feito fios desfiados de seda chegando até pouco abaixo do quadril —, olhos acinzentados, feito nevoeiro, lábios grossos levemente rosados feito coloração de frutas e traços bem marcados.
Obedecendo à ordem da mulher, as grosseiras o soltaram feito um boneco de pano.
— Qual seu interesse neste... Humano idiota. — Perguntou com desdém ao se referir a ele ainda caído no chão.
A titã desconhecida caminhou até ele e o levantou usando toda delicadeza que conseguia transparecer —, quando as íris dele alcançaram as dela, uma onda hipnotizante o tomou por completo.
— Que tédio. — Disse a mensageira impaciente mais distante e virou a cabeça para o lado vendo a parede sem janelas.
O magricela foi levantado por fim e ganhou um sorriso gentil da criatura muito mais alta e infinitamente mais forte que ele.
— Qual seu nome humano. — Quis saber após movimentar o tecido de linho do seu quíton branco sem mangas que também tinha o mesmo tom de dourado num colar embutido abaixo da clavícula. Sem resposta à soldada.
Não parecia ser um dos monstros que os aldeões exagerados contavam. Seu olhar era doce e sereno... Até receptivo arriscava dizer.
— Tito. — Respondeu já sentindo um fio da tensão que lhe rondava diminuir. Ainda temia por sua vida e segurança... Por seu pai e irmãos.
— Tito, eu e minhas irmãs junto de todas as governantas de Sportarend queremos dialogar passivamente contigo. — Explicou-se a mulher tão bela.
Tirando o elmo prateado que cobria todo o rosto e a cabeça —, um rosto se revelou, tinha a pele bronzeada, uma cicatriz debaixo do olho esquerdo, e olhos verdes escuros feito a mata das clareiras, uma longa trança bem feita decorada por linhas e poucas pedras delicadas coloridas caiu sobre suas costas revelando o cabelo escuro e grosso que chegava até o quadril. Suas maçãs do rosto reluziam como se fossem iluminadas pelos próprios raios solares.
Uma guerreira. Deduziu Tito.
— Desculpe senhora, mas não acredito que eu seja capacitado para algo complexo assim... Por favor, deixe-me voltar para minha família. — Não custaria tentar, mesmo que fosse nítido a resposta das titãs.
Ela moveu os lábios carnudos querendo soltar um risinho.
— Irá voltar para sua casa, assim que entrarmos em um acordo benéfico para ambos os lados. — Garantiu com leveza, como se falasse com uma criança ingênua.
Tito se irritou contendo um xingamento.
— Vocês não deveriam rever seus modos de busca se realmente querem algo dos humanos... Usando desta grosseria não conseguiram muito. — Tito ousou dizer, mesmo acreditando que poderia levar um golpe daquelas espadas afiadas por tamanha audácia.
Não era justo... Não.
— Humano ignorante, além de chato é atrevido. — Pronunciou cheia de fúria impaciente a guerreira que lhe propôs inicialmente que viesse com elas.
— Pare com isto, Iduna. — Expressou incomodada pela forma que ofendeu Tito.
Iduna revirou os olhos suspirando entediada. As outras guerreiras permaneceram paradas e vestidas como quando foram buscá-lo.
— Não ligue para ela, é uma reclamona. — Sorriu se desculpando pela atitude da amiga, ou seja, lá o que fosse...
Tito cruzou os braços mantendo a postura orgulhosa.
— Venha comigo, Tito. — Gesticulou o indicando que lhe acompanhasse no grande salão.
— Amenade. — Patenteou numa repressão Iduna.
Amenade... Era o nome dela.
— Cuide da proteção do palácio, Iduna. — Foi uma ordem para que não contestasse novamente sua pessoa. Iduna ficou incrédula quando recebeu tal frase.
Saiu pisando duro, inconformada.
Amenade se virou de novo e continuou seguindo pelo corredor, ignorando Iduna e as guerreiras que saíram por onde Tito mal pode ver à distância que estava.
Reparou que Amenade não tinha espadas ou qualquer outra arma perigosa e fatal para humanos —, pendurada no quiton.
Tito sabia através das histórias aterrorizantes que as titãs tinham poder... Não qualquer poder —, os poderes. Certa vez ouviu que eram tão poderosas que o mar atrás da fortaleza em suas terras poderia ser facilmente movimentado.
A curiosidade lhe engoliu para perguntar à Amenade sobre os poderes delas —, enquanto seguia a mulher esbelta de coxas grossas e pés descalços nos corredores.
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Gente, espero que tenham gostado do cap.
Só um aviso rapidinho: Sportarend foi criado por mim, o nome no caso. Então não permito que reproduzam sem me dar os créditos, pesquisei e usei da criatividade e fica chato alguém pegar, até pq é fictício.
Caso queriam saber como é o local está na mídia, descrevi da melhor forma possível e espero que tenha ficado bom.
E também que terá coisas de outras culturas.
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