17-Invasão.
Porquê assim como a bondade do homem cai quando seus próprios interesses cegam tudo, a sede por vingança sobe a cabeça. O buscar por posse cega a arrasa todas as barreiras que ele tem na frente.
Tudo no seu devido lugar, Tito fora levado de volta a sua aldeia para ficar junto da sua família que se aliviou ao vê-lo seguro e "bem", na medida do possível; até seus irmãos vagabundos se alegraram com toda alma ao ver o primogênito voltar. Seu pai caiu de joelhos sendo grato por ter o filho de volta sã e salvo... Vivo.
Graças a Amenade, como contou Tito com uma pontinha dolorido incomodando o peito.
Enquanto o jovem humano almoçava com sua família e desfrutava da companhia deles —, o palácio estava até então calmo e ileso... Até agora.
A explosão roxa quebrou a barreira de paz que envolvia o palácio, vidros e derivados estouraram violentamente causando sons agudos ecoarem —, chamando a atenção da rainha de Sportarend, sua irmã e Ierra... Até as outras guerreiras da corte certamente ouviram tal acontecimento.
Amenade suspirou preocupada.
— Você. — Aquela voz furiosa e macabra atingiu os receptores da rainha.
Amenade ergueu a cabeça e encarou o homem vingativo à sua frente.
— Se veio atrás dele, saiba que é inútil... — Amenade não terminou a frase, Tirso transbordava sede por sangue, vingança.
— TRAÍRA, MALDITA TRAIDORA. — Vociferou avançando dois passos, perigosamente. Determinado a derramar sangue.
Amenade manteve a cabeça erguida, firme feito uma rocha.
— Traidora? Eu nunca te jurei lealdade. — Disse afiada, os nevoeiros cortantes contemplando a fúria do ser à sua frente.
Na velocidade anormal feito um raio, Tirso avançou em Amenade agarrando seu pescoço com tanta força que a onda de ar que preenchia os pulmões feéricos, foi ceifada imediatamente, Nad teve um espasmo doloroso.
— Onde ele está, seu brinquedinho humano. — Sussurrou bem próximo à face dela, fazendo Nad sentir repulsa enquanto tentava soltar-se da mão dele.
— Você nunca saberá, eu o escondi sob um feitiço de proteção. — Respondeu com a ousadia e coragem absurda.
Tirso apertou mais os dedos em volta do pescoço dela de tal forma que sentiu os ossos da traqueia roçarem sua pele calejada.
— DESGRAÇADA, VOCÊ MATOU UMA GAROTA. — Berrou enfurecido contra o rosto dela, o hálito quente feroz — causou embrulho na rainha.
Ninguém chegara para ajudá-la... E Nad não precisava também.
— Agora eu vou te ferir onde mais dói, vou me banhar no sangue do seu humano adorável. — Articulou enquanto farejava o cheiro dela movendo a cabeça feito uma cobra —, lambeu os dentes superiores e desafrochou o aperto do pescoço da titã que já não tinha mais nenhum pouco do ar necessário.
— Você é patético. — Sibilou risonha após suas pernas falharem e o corpo desabar sob o piso fazendo o quadril doer.
Tirso gargalhou em escárnio.
— Mais tolo que eu, só a sua tentativa ridícula de esconder aquele bastardo de mim. — Debochou do feito da rainha que se erguia devagar.
Fumaça escura envolveu o clima do lado exterior daquela sala, tampando qualquer vestígio de luz e cor.
— Velancia entrou no meu caminho e morreu... Quer testar a sorte? — Desafiou já em pé, as mãos abriram ao lado das coxas e espadas totalmente pretas com a aura da morte surgiram nas suas mãos.
O roxo tempestuoso estampou seus olhos e toda a sua luz sumiu drasticamente.
— Não vou lutar com você, acredita que sou tão covarde? — Tirso foi covarde, escondendo ao máximo sua incapacidade e a justificando com palavras rasas.
— Oh! Seja homem Tirso, seja tão homem quando faz parecer. — Confrontou avançando a passos felinos e perigosos para cima do homem.
Tirso recuava a medida que ela avançava no grande espaço entre eles, não desistiria, porém, estava temendo.
— Cansei de você. — Amenade articulou antes de partir para o ataque com suas espadas afiadas para cima do atrevido.
Tirso se defendia dos golpes determinados feito fogo e rápido feito trovões, com sua única espada e desvios.
Amenade sentiu sua pele aquecer, o coração ficar sombrio e mortífero —, e o que era uma poção fraca demais do seu poder, agora invadia cada centímetro do seu corpo —, engolindo tudo com veracidade, entrando em erupção.
— DESPREZÍVEL, COMO HOMEM E PESSOA...VOCÊ JAMAIS SERÁ DIGNO DE ME TER. — Amenade vociferou atingindo o abdômen dele com um chute fortíssimo do pé direito, o metal da sua bota tilintou na armadura gasta do feérico.
O palácio estremecia a cada golpe, e pedaços do gesso compondo a estrutura caíam sob o piso desmoronado.
— LUTE, SEU ARROGANTE ATREVIDO. — Amenade gritou enquanto tentava acertar a espada nos olhos dele, Tirso sentado perto da parede segurando a lâmina que feria sua mão estando a centímetros perto da perfuração das córneas.
— Não pode me matar, vai contra as leis. — Balbuciou com o último fio do fôlego lutador que tinha, tossindo sangue.
— Contra as leis? Eu faço as leis aqui seu rato. — Xingou Amenade em tom sarcástico.
Amenade soltou as armas e jogou uma para cada lado da sala, agarrando Tirso pela gola da armadura bronze e puxando para si mesma.
Tirso engoliu o orgulho e a coragem estúpida, tremendo de medo.
— Pode ter o atrevimento idiota de vir aqui exigir algo, e a valentia burra de tentar me confrontar, mas nele não vai tocar em só um fio de cabelo. — Impôs, não só por saber a fragilidade do humano, e nem por medo que o matasse... Mas sim porquê gostava dele demais.
Tirso soltou se golpeando a rainha ao disparar magia pelos olhos, direto nos dela.
Nad gritou ferida ao soltá-lo.
— Corajosa, porém... Ah! Querida, você pode se nagar, mas é minha e não há nada que mude isto. — Tirso lançou magia fortíssima na lareira, fazendo uma explosão fumegante fugir e rebater diversas vezes entre as paredes até alcançar o corpo às cegas dela.
Amenade tentava fazer os olhos voltarem ao normal esfregando, doíam e não enxergavam nada. Vulnerável.
— Nem mesmo sua vontade de se deitar com aquele bastardo. — Proferiu asquerosamente deslizando a mão direita na pele do quadril dela.
A feérica lutava muito para enxergar e se defender... Tirso agarrou a cintura dela a puxando para si e pressionou o corpo esbelto contra o seu.
— SINTO NOJO DE VOCÊ. — Nad cuspiu nele, manchando sua armadura, mesmo sem conseguir ver... Sentia sua face respirando em seu pescoço.
— Asqueroso, tire as mãos imundas de mim. — Ordenou enojada tentando impedir Tirso de sair vitorioso dali.
Tirando forças do fundo da alma, Amenade criou frieza para afastar a emoção e agir com a razão, tendo certeza que iria dilacerar a carne dele se fosse necessário.
A visão voltou e a magia intensa e fortíssima emergiu do seu peito, fazendo uma explosão jogar o homem pelos ares e iluminando todo o palácio com a luz gritante —, as estruturas balançaram e os móveis todos saíram do lugar, destruídos pela rajada emitida. Nunca seu poder sairá deste modo... Nunca. Fora sua salvação e a condenação do titã.
Tirso gritou ao ser arremessado quebrando paredes com o próprio corpo.
Amenade tinha tanta ira que não controlava mais seu corpo.
Caminhando rumo a ele, insana e violenta.
A própria morte feroz.
— Eu vou destruí-lo. — Afirmou apertando os dedos, não havia nada entre os escombros e eles.
Tirso tentou salvar a pele fazendo um escudo invisível da sua magia (que não era muita comprada a dela), porém Amenade deu socos juntando os pulsos e destruiu com tamanha facilidade feito quebrar vidro.
Amenade o agarrou com tanta fúria e destreza que o fez gemer altíssimo sentindo pânico e dor insuportável em cada osso.
— Reze para que consiga sair daqui andando. — Proferiu palavra por palavra igual uma leoa faminta, os lábios movendo-se numa satisfação macabra.
Amenade enfiou a mão no peito do guerreiro como se mexia em massa de pão, através da armadura — usando sua magia e alcançou o coração, do ser agora roxo em suas mãos.
Os pés dele saíram do chão, um fiasco diante do poder dela, tanto temperamental quanto mágico.
— Eu tenho a merda do seu coração podre nas minhas mãos. — Emitiu prazerosamente as palavras, deliciando o desprezo que sentia.
Tirso completamente roxo e quase sem nada de ar — implorava piedade.
— O que foi? Cadê sua masculinidade inabalável? — Sangue banhava todo o comprimento dos dedos dela envoltos no órgão... Um aperto e Tirso estava morto.
— Não deveria te poupar seu rato imundo. — Pronunciou com desprezo analisando ele muito bem.
— Eu imploro. — Balbuciou quase mudo já, os olhos marejados e a pele misturada em vermelho e roxo.
— Não se esqueça, você é o homem... Mas eu destruo você de olhos fechados... Se quiser faço todas as suas terras virarem cinzas. — Lembrou cortante feito lâmina, a escuridão tomou sua alma doce e piedosa.
Amenade tirou a mão de dentro do tórax dele e o arremessou pela sala feito um objeto insignificante putrefato —, a mão encharcada pelo sangue do inimigo vencido e debatendo o corpo mexido sob o seu teto.
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