💍-𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 (🧁𝟬𝟴)
𝖸𝖠𝖭 𝖲𝖠𝖫𝖵𝖠𝖳𝖮𝖱𝖤
A que ponto eu tive que chegar para propor a uma estranha que se torne a minha namorada falsa? E para piorar as coisas, ela ficou igual a uma estátua.
― Senhorita? ― passei a minha mão de frente ao seu rosto tentando fazer com que ela voltasse à realidade, pois essas coisas sempre aconteciam com as mulheres. ― A senhorita está bem?
― O que o senhor acabou de me propôs?
― Quero que seja a minha namorada.
― Não! ― ela gritou bem alto, assim que voltou à realidade. ― Eu não quero ser a sua namorada! Eu prefiro fazer outra...
"Isso só pode ser uma piada. Eu acabei de ser rejeitado por uma desconhecida?"
― Não aceita? ― a encarei. ― Não era a senhorita que precisava de uma namorado? Ou melhor, não foi a senhorita que começou com tudo isso?
― É... ― pude sentir seu nervosismo.
― Será um namoro contratual. ― digo friamente. ― Não será um namoro de verdade, a senhorita apenas vai precisar fingir muito bem que somos um casal.
― Eu não quero! Por que eu aceitaria isso? Eu não quero ser sua namorada.
O silêncio foi interrompido pelo som do celular da senhorita encrenca que tocou. A princípio ela tentou ignorar a ligação duas vezes, mas na terceira ela aceitou.
"― Alô? Oi mãe... ― ela fez um sinal para que eu ficasse em silêncio. ― Sim, é isso mesmo... Eu não posso mais aceitar os encontros que a senhora me arrumarem."
"Será que ela vai aceitar minha proposta?"
"― Eu estou ocupada agora, ok? ― em seguida ela começou a mexer em seus cabelos, parecendo estar um pouco desconfortável. ― A senhora não acredita? Eu não estou mentindo, mamãe... Sim! Eu tenho um namorado, está satisfeita?"
― Ela me aceitou? ― perguntei baixinho.
"― Se ele é bonito? Claro mamãe. ― ela sorriu me ignorando. ― Ele é tão bonito que parece um ator de Hollywood, a senhora acredita?"
"Ela está sendo irônica? Ou ela me acha mesmo muito bonito? Claro que sim"
"― Mãe, eu já te disse que não estou mentindo. Porque sempre é difícil acreditar em sua filha? ― ela respondeu com uma voz irritada.― Eu tenho um namorado! Acredite se quiser então..."
Sinto que a minha oportunidade apareceu.
"― Ah, licença aqui! ― digo tomando o celular da mão dela. ― Alô, senhora?"
― O que o senhor está fazendo?
"― Olá senhora... Aqui quem fala é o namorado da sua filha. ― digo olhando para ela. ― Sim, eu sou o verdadeiro namorado dela... Huh? Há quanto tempo estamos juntos? ― repeti olhando para o semblante assustado e confuso dela. ― Senhora, nós estamos juntos há quase três meses e nesse exato momento estamos em um encontro oficial"
― É o quê? ― ela sussurrou. ― Por favor, não minta para ela. Para o nosso bem!
"― Sim, senhora, e por favor eu espero que não interfira nos meus negócios.... Quis dizer, no nosso relacionamento. ― sorrio para ela. ― Pois estamos muito felizes! Não é mesmo meu amorzinho?"
― O senhor é maluco? ― indaguei.
― A senhorita quer que a sua mãe descubra? ― digo tapando o celular, em seguida voltei para a ligação. "― Alô, senhora? Alô, sogrinha? Está aí?"
― Aí não! Não diga essas coisas...
― Huh? É, aqui está. ― digo entregando o celular para senhorita. ― Acho que ela encerrou a nossa ligação.
― Você ainda acha? ― ela me encarou. ― Por que o senhor fez isso? Por que você mentiu para minha mãe sobre estarmos em um relacionamento?
― Faço as mesmas perguntas sobre ontem. ― cruzei os meus braços, delicadamente. ― Achou que era a única que sabia atuar tão bem?
― Ai! Porque eu? ― ela continuou me encarando. ― Porque você me escolheu?
― Primeiro foi a senhorita que começou com toda essa bagunça de estarmos juntos, não lembra? E segundo a senhorita Lombardi presenciou toda aquela cena...
― Que confusão...
― E admito pela segunda vez que você foi uma ótima atriz ao não se abalar com a presença da senhorita Lombardi depois de me beijar na frente dela.
― O que foi que eu fiz... ― ela colocou a mão na cabeça, desapontada.
― Apenas aceite ser a minha namorada olhando para os benefícios, senhorita. ― peguei a taça de vinho, sem olhar para ela. ― A sua mãe iria parar de marcar encontros às cegas para você. ― ela ficou em silêncio. ― Eu pude notar naquele dia o quanto você estava desesperada para sair correndo daquele encontro... Sinto muito! Mas, não acha que ela iria parar de te incomodar se continuarmos com essa mentira? Cada um terá um benefício.
― Sim, mesmo conhecendo a minha mãe. ― ela respondeu em um tom triste. ― Mas, agora eu estou curiosa para saber qual seria o seu benefício de continuar com isso? Por que está tão disposto em ter uma namorada de mentira, heim?
― Pela felicidade da minha mãe.
"Porque estou sendo sincero com ela?"
― Como assim? ― ela se inclinou.
― A minha mãe não está com a saúde muito boa. ― continuei olhando para a taça de vinho. ― E fazia muito tempo que eu não a via sorrindo como hoje...
― Porque ela estava sorrindo? ― ela se inclinou ainda mais. ― O que ela tem?
••🧁••
"Oi mãe?" Eu disse entrando no quarto do hospital. "Como a senhora está hoje? As enfermeiras me disseram que..."
"Meu querido filho, ainda bem que você veio me visitar hoje. Eu estava com tanta saudades!" Ela segurou a minha mão animada, assim que sentei perto da cama. "Yan, meu filho, eu queria saber se você tem mesmo uma namorada?"
"Com isso de novo mamãe?" Me assustei.
"Ela é bonita? Vem de uma família digna?"
"Mãe não fique ansiosa com isso..."
"Meu filho ingrato quando vai trazê-la para que eu e o seu pai a veja oficialmente?"
"Mãe, a senhora por acaso leu outra vez aqueles sites de fofocas sobre mim?"
"Eles não são verdadeiros?" O brilho em seus olhos desapareceu. "Yan, meu querido, você não tem uma namorada?"
"Mãe..."
"Mulher ainda não percebeu que as crianças de hoje em dia não querem se casar?" O meu pai disse ao entrar no quarto segurando um jornal. "E o seu filho não será diferente, sabe por quê? As mulheres só vão se interessar nele por causa do dinheiro que acumulou..."
"Amor, peço-te que não comece com..."
"Por acaso eu estou errado?" Ele jogou o jornal que segurava no banco. "E se ele se casar na certa a moça vai se divorciar no mês seguinte para ficar com a metade dos seus bens."
"Eu, Jaine Salvatore, não aceito que fale assim do nosso meu filho!" Ela se esforçou para se levantar da cama.
"Mãe, tudo bem" Eu disse tentando acalmá-la um pouco. "A senhora não precisa ficar estressada por causa disso"
"Filho ingrato..."
"Pelo visto, eu não posso mais esconder a verdade dos senhores" Eu comentei ainda segurando a mão da minha mãe. "Mãe... Eu tenho mesmo uma namorada"
"Você tem?" Ela me olhou sorrindo, enquanto o meu pai me encarava com um semblante bastante sério. "Você tem mesmo uma namorada?"
"Tenho" Eu sorri para ela.
"Desde quando você arranjou?" O meu pai perguntou, dessa vez folheando o jornal. "Tem uma namorada?"
"Já tem alguns meses..."
"Isso quer dizer que eu vou ter meus primeiros netos? Vocês vão se casar quando? Ai, eu quero saber todos os detalhes para conversar com as...."
"Mãe?"
"O que foi?" Seu sorriso estava radiante. "Filho ingrato por que não me entrega logo de uma vez o meu celular para que eu possa conversar com as minhas amigas?"
"Mãe, a senhora não pode contar... Sabe muito bem quem eu sou? Sou um dos investidores mais importantes do país e se a imprensa soube disso agora, eles vão cair em cima da minha namorada"
"Ah... Mesmo assim, eu quero conhecê-la!"
―
― A doença não tem cura. Por isso eu só queria realizar o desejo dela antes que o pior aconteça de uma hora para outra. ― digo sentindo a mão dela tocar a minha. ― Senhorita, você aceita a minha proposta? Quer ser minha namorada?
― Como posso dizer não depois de escutar tudo isso? Foi quase um golpe baixo. ― ela me olhava preocupada. ― Será um namoro contratual, certo?
― Sim.
― E terá regras, como nos doramas? ― ela perguntou sorrindo.
― Claro. ― sorrio ao pensar na possibilidade. ― Será um contrato de 3 meses, o que acha?
― Eu serei a sua namorada apenas na frente dos seus pais? É... ― ela soltou a minha mão assim que percebeu que ainda me segurava. ― Eu aceito, mas quero saber se posso ditar algumas regras?
"Com certeza ela sabe quem sou eu e por isso não recusou ser a minha namorada"
________________'💍°•
Observo a senhorita delicadamente.
― Então, qual a regra que deseja adicionar no contrato? ― pergunto olhando para ela, e depois para o notebook à minha frente. ― Senhorita, eu estou esperando...
― Que nenhum de nós pode desenvolver sentimentos um pelo outro. ― ela disse.
― Sentimentos?
― Não quero que se apaixone por mim por causa das minhas ótimas atuações. ― ela se ajeitou na cadeira, talvez um pouco incomodada. ― O senhor não faz meu tipo.
― É o quê? ― sorrio revirando os olhos. ― Quero deixar bem claro que a senhorita também não faz o meu tipo. ― a encarei, antes de refazer o contrato no notebook. ― Por isso, não se apaixone por mim e nem por nada que me pertence.
― Eu não vou! ― ela delicadamente, gritou. ― Eu não estou interessada em nada!
― Ótimo... Ah, precisamos adicionar mais uma regra no contrato. ― digitei, ouvindo ela resmungar algo. ― Não podemos ter contato físico... Entendeu? Tenha cuidado com a sua atuação da próxima vez.
― Por que está me olhando desse jeito? ― ela bateu na mesa incomodada. ― Saiba que eu me arrependo de ter te beijado!
― Você o quê?
Ela não tirava seus olhos castanhos de mim, como se estivesse pensando em algo mas não quisesse falar em voz alta.
― Hum... ― ela murmurou. ― Acho que essa regra está incompleta.
― Por quê?
― Como podemos fingir que somos um casal quando não há contato físico? ― ela revirou os olhos. ― A minha mãe não iria acreditar em mim e acredito que os seus pais também não. Por isso, eu sugiro que antes de acontecer contato físico entre nós, devemos pedir a permissão primeiro.
― Vai sair me beijando?
― Não! ― ela respondeu, irritada. ― Como o senhor fica pensando nessas coisas? Se eu não segurar a sua mão na presença deles, na certa vão descobrir que estamos mentindo... Não acha?
― Concordo. ― voltei a digitar no notebook por alguns minutos. ― Mas alguma sugestão, senhorita?
― O senhor não pode pesquisar nada sobre a minha vida e nem eu sobre a sua.
"Aposto que ela já sabe tudo sobre a minha vida! Seria impossível não saber"
― O senhor não pode pesquisar nada sobre a minha família, nem onde eu trabalho e muito menos onde eu moro. ― ela acrescentou. ― Entendeu?
― Porque eu iria pesquisar sobre isso? ― balancei a cabeça negativamente. ― Seria mais fácil a senhorita fazer isso, não acha?
― Claro que não. ― ela suspirou. ― Eu não quero saber nada sobre sua vida pessoal.
― Tá bom. ― digo digitando mais uma regra, bem pensativo. ― Agora que eu me lembrei. Nós precisamos adicionar mais uma.
― Mais?
― Sim.
― Qual?
― A senhorita precisa aparecer sempre que eu te ligar e se isso acontecer é porque o caso é muito urgente.
― Como assim?
― A minha mãe pode querer te conhecer de uma hora para outra e por isso você tem que aparecer quando eu te ligar. ― me ajeito na cadeira mais uma vez. ― A mesma coisa serve para você. Sempre que precisar da minha ajuda, a senhorita só vai precisar me ligar e eu aparecerei.
― Como posso ligar para você se eu não tenho o seu número? ― ela debochou.
― Isso não será o problema. ― estendi a minha mão. ― Cadê o seu celular? Eu vou passar o meu número para a senhorita, mas por favor não entrega para ninguém. Esse é o meu número pessoal.
― Eu não vou dar a ninguém. ― ela me entregou o seu celular com uma capinha ridícula. ― Será que eu posso adicionar a última regra?
― Mais uma?
― Sim. ― ela sorriu. ― Então a partir do momento que assinamos esse contrato nós seremos namorados falsos?
― Sim, porque?
― O senhor não vai poder sair com outras mulheres, além de mim. ― ela se inclinou. ― Entendeu? Nem com aquela jornalista.
― Certo, só isso? ― eu assenti. ― Ah, e a senhorita também não pode sair com outros homens, além de mim. Estou me referindo aos encontros às cegas.
― Pode deixar. ― ela gesticulou com a mão. ― Agora quero saber o que acontece se um de nós obedecer às regras? Sei que o contrato pode beneficiar...
― Punições. ― virei o notebook para ela. ― As punições podem ser em dinheiro, o que acha, senhorita?
― Dinheiro? ― ela arqueou as sobrancelhas. ― Mais um ponto positivo para que eu seja obediente às regras...
― Ótimo!
A senhorita se levantou da cadeira ajeitando os cabelos, em seguida a roupa que estava usando e me ignorou. Fico me perguntando se fiz a coisa certa em participar desse contrato, justamente com essa moça esquisita que nem sabe se arrumar para um encontro digno à altura.
― Será que já posso assinar?
― Espere um pouco... Não seja apressada.
Alguns minutos depois, eu entreguei delicadamente o contrato para a moça que parecia estar apressada para ir embora. Será que devo desistir?
― Assine aqui, por favor! ― digo indicando o lugar correto com a caneta. ― Coloque o nome completo e idade.
― Tá bom, e não me apresse. ― ela resmungou. ― Só não vai quebrar a regra de pesquisar coisas pessoais sobre a minha vida, ouviu? Não me deixe milionária com as punições. ― ela riu.
― Engraçadinha.
― Prontinho! ― ela me entregou a caneta. ― Agora é sua vez de assinar aqui, querido.
― Querido? Ah, amorzinho, tem certeza que quer namorar comigo? ― debochei, vendo a careta dela. ― Depois nós podemos conversar sobre o valor das punições. ― olhei para o contrato. ― Agora estamos oficialmente... Namorando!
― Que legal! ― ela sorriu, se virando. ― Hum... O senhor já tem o meu número e eu já assinei o tal contrato... Acho que chegou o momento de ir embora.
― Está correta. ― me levantei ajeitando o meu terno azul que me traz boas lembranças. ― Mas antes, não acha que precisamos nos apresentar corretamente?
― Verdade né? ― ela se virou para mim. ― Oi, tudo bem? Eu me chamo Ana Cornell.
― Ana? É, você tem um nome bonito.
― E o seu docinho? ― ela piscou.
― Eu estou bem, e obrigado por perguntar..
― Diz logo o seu nome!
― A senhorita é sempre assim? ― ela fez uma careta. ― Me chamo Yan.
― Yan? ― ela arregalou os olhos, assustada. ― Qual é o seu sobrenome?
Ela agiu como se não me conhecesse.
― Prazer, sou o Yan Salvatore. ― estendi a minha mão para ela. ― Soou familiar?
― YAN SALVATORE? ― ela se espantou.
― Sim, porquê? ― no mesmo momento que confirmei a sua pergunta, a moça saiu correndo sem dizer uma só palavra. ― Para onde é que ela foi? ― digo sem entender direito o seu serviço. ― Eu disse alguma coisa errada? O que aconteceu?
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