💍-𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 (🧁𝟬𝟮)
𝖠𝖭𝖠 𝖢𝖮𝖱𝖭𝖤𝖫𝖫
Hoje o meu dia foi bastante cansativo e produtivo. Nunca imaginei que estaria vivenciando esse momento de vida própria se saísse da casa dos meus pais. E dividir o apartamento com duas pessoas, até parece que moro sozinha pois o silêncio é agradável e somos unidas.
Ajeitei a minha cabeça, delicadamente, na almofada do sofá enquanto procurava por uma posição agradável para continuar assistindo ao meu drama coreano favorito chamado; Oh minha vênus.
"― Mesmo se você virar um vagabundo desempregado. ― disse a protagonista toda animada para o seu namorado famoso. ― Eu vou cuidar de você, então só confie na Noona!"
― Que fofinhos! ― suspirei juntamente com o protagonista. ― Será que algum dia terei um romance tão fofo como esse para contar para os meus filhos?
― Para, por favor! ― Eduarda resmungou. ― Você está atrapalhando...
― Desculpa por pensar alto. ― digo.
― Minha querida Ana, se depender da sua mãe você terá um romance igual aos doramas. ― Leyla respondeu nos fazendo rir. ― Disso eu tenho certeza!
― Ana a sua mãe já te ligou depois daquele dia?
― Ainda não. ― eu sorrio animadamente. ― Acho que ela soube que eu tenho um namorado e resolveu me deixar em paz.
― Que bom! ― Eduarda se levantou do tapete de pelúcia. ― O que vocês acham da gente comemorar lá fora?
― É uma ótima ideia.
Estiquei a minha mão para pegar o meu celular quando percebi que o mesmo estava vibrando, fazendo com que o meu sorriso desaparecesse. Na tela de bloqueio indicava que era a minha mãe e para a senhora Cornell está me ligando a esse horário só significava uma coisa. Eu teria outra vez um encontro às cegas?
"― Alô, mãe?"
Ela não me deu nenhum espaço para falar ou concordar com as suas ordens. Eu só tinha que obedecê-las para que um exército não me procurasse em Nova York, literalmente, não tinha outra opção.
― Sinto muito. ― Leyla sentou-se ao meu lado. ― A sua mãe parece ser uma bruxa!
― Leyla? ― Eduarda sussurrou tocando na amiga. ― Não vai ajudar falando assim.
― Me perdoa, Ana.
― Tudo bem. ― respondi, ignorando a foto que ela mandou para mim. ― Acho que já vou dormir. Eu tenho outro encontro amanhã.
― Ela não acreditou mesmo que você tem um namorado? ― Eduarda indagou.
"Claro que não, ela nunca se importaria"
― Acho que o rapaz não disse nada para ela. ― dei um suspiro. ― Ela também não me deu espaço para falar algo.
― Estranho. ― Leyla resmungou. ― Por que não enfrenta isso de uma vez?
Houve um silêncio perturbador.
― É difícil.
― Eu tive uma ideia! ― Eduarda levantou-se do sofá, animada. ― Você vai gostar amiga!
― Qual? ― ela me fez sorrir.
― Você terá um namorado de verdade!
― O quê? ― arregalei os meus olhos, surpresa. ― Duda o que você tá falando?
― Podemos contratar alguém para fingir ser o seu namorado de verdade. ― ela sorriu. ― É claro que não vai ser o moço bonitão da cafeteria, mas podemos contratar alguém que esteja disposto.
― Melhor não. ― me levantei do sofá, desanimada. ― Tudo bem, meninas, não vai ser a primeira vez que vou a um encontro...
― Temos que fazer com que esse seja o seu último encontro! ― ela continuou. ― Ana a sua mãe não pode lhe obrigar a fazer isso. As coisas têm que acontecer naturalmente.
― Eu sei.
― Tudo por causa de uma fortuna? ― Leyla se acomodou no sofá. ― Se você quiser o Bernardo pode fingir ser o seu namorado para ela se aquietar.
― Melhor não.
― Que semblante triste é esse? ― Eduarda tocou em meu ombro. ― A Ana que conhecemos não se desanima tão facilmente... Você é dura na queda!
― Tá bom, vocês têm razão. ― digo me escorando na cadeira. ― O que eu preciso fazer?
― Assim que se diz amiga! ― Leyla pulou do sofá, animadamente. ― Não sabemos nada sobre esse seu pretendente certo? Você apenas precisa atuar na frente dele.
― Como assim?
― Igual nos doramas. ― Eduarda se aproximou da gente empolgada. ― Você pode dizer para esse cara que você tem um namorado e vai falar dizer coisas apaixonantes sobre ele... Seria bom também você inventar um apelido fofo para o seu namorado falso.
― Isso! E dessa vez você manda o seu pretendente dizer para sua mãe que já tem um namorado. ― Leyla completou. ― Esses encontros às cegas vão acabar, entendeu?
― Acho que sim...
― Que bom! ― Leyla sorriu. ― Você só vai precisar colocar tudo em prática.
― Vou sim. ― olhei para o celular. ― Aliás vocês querem ver o meu pretendente de amanhã? ― digo mostrando a foto para elas. ― É esse daqui. Muito lindo, né?
― Que deus grego! ― Eduarda sussurrou.
― Ana você só precisa atuar e não vai comprometer outro cara nesse encontro. ― Leyla sorriu, fingindo não olhar para o meu celular. ― Amiga, seria difícil para você lidar com dois namorados falsos.
________________'💍°•
Não imaginei que dessa vez o meu encontro às cegas seria em um restaurante chique e à altura de uma Gilbert. Eu não devia reclamar dessa vez, pois o meu pretendente é educado e gatíssimo. Que partido é esse? O meu pretendente é muito carismático e atencioso comigo, mas isso não vai adiantar de nada. A minha mãe acha que eu seria boba o bastante para cair nesses contos de fadas de qualquer garotinha que assiste muito filmes da Disney e Doramas. O que eu faço com esses encontros? Vou tentar dessa vez.
― Fico encantada em saber que você sabe muita coisa sobre mim. ― digo deixando o talher cair no prato. ― E eu não sei nada sobre você. Muito engraçado né?
― O que você quer saber? ― ele me olhou com aqueles olhos penetrantes. ― Posso te dizer tudo antes da gente namorar e casar. O que acha?
― Namorar? ― dei um sorrisinho. ― Só me fala quanto a minha mãe está te pagando para fazer isso, ok? Ou ela também está te obrigando a usar esse paletózinho e a falar palavras tão belas para mim?
― Não sei do que a senhorita está falando. ― ele sorriu. ― Quer mais um pouco de vinho, doçura?
― Acho que já bebi o suficiente para te dizer umas verdades. ― afastei o prato e a taça de vinho de perto de mim. ― Informo te dizer que a minha mãe esqueceu de te falar duas coisinhas sobre mim... ― ele fez um gesto para que eu continuasse. ― A primeira é que eu sou muito insegura.
― Hum... E a segunda?
― Eu tenho um namorado. ― eu tentei me manter firme. ― Um namorado muito bonito por sinal. ― debochei.
― Um namorado? ― ele arqueou as sobrancelhas. ― Você tem um namorado? Senhorita Cornell eu acho que o vinho já está fazendo efeito.
― O quê? ― eu segurei um garfo.
― O que acha de me acompanhar? ― ele se levantou, rapidamente.
― Eu não vou a lugar nenhum! Você não entendeu que eu tenho um namorado? ― gritei e algumas pessoas se espantaram. ― Ele pode vir me buscar agora mesmo.
― Senhorita não seja mal educada na frente dos outros. ― ele disse. ― Garçom a conta, por favor! Vamos embora?
O que eu faço agora? Respirei fundo fechando os meus olhos. Parece que eu não estou conseguindo me concentrar no plano das minhas amigas e não era por causa do vinho, mas por causa de mim mesma. Sei muito bem o que pode acontecer comigo quando...
Eu abri os meus olhos normalmente e com uma boa observação e avistei algo que me deixou em choque.
― Mentira? ― eu sussurrei.
Na mesa da frente lá estava o moço prefeito da outra vez. Isso só pode ser destino? Ele estava tão concentrado.
― Eu tenho um namorado! ― repetir fixando os meus olhos na direção do moço. ― Não acredito que ele traz até o notebook para o restaurante... Esse só pode ser obcecado pelo trabalho.
― O quê? ― o meu pretendente sentou-se na cadeira outra vez, tapando minha visão do moço. ― Ana, o que você disse?
"Assim que se diz amiga! Você apenas precisa atuar na frente dele" - "Igual nos doramas" - "Você precisa fingir que tem um namorado imaginário e vai dizer coisas apaixonantes sobre ele..."
― A minha mãe não sabe, mas eu tenho namorado de verdade. ― voltei a minha atenção para o cara à minha frente. ― Me perdoa, mas eu já tenho um namorado.
"Seria bom se você inventasse um apelido fofo para o seu namorado falso"
― Será que tem como o senhor me dar uma licença, por favor? Você está na minha frente. ― digo batendo de leve no braço dele. ― Sabe? Não desmerecendo você, mas o meu namorado é...
"Modo atuação ativado!"
― Mais lindo que você!
― O quê? ― o cara ficou surpreso.
― Quer saber mais? Tudo nele é perfeito. Seus cabelos pretos em um corte muito sensual me chamou muita atenção primeiro. ― sorrio olhando para o moço de terno azul celeste. ― Ele tem um charme único, principalmente com as pernas cruzadas. ― digo colocando as minhas mãos na minha bochecha como se estivesse com vergonha. ― Ah! Muito atraente... E aquele terno azul ali?
― Ana, o que você está falando? ― o cara passou a mão perto da minha visão tentando me desconcentrar do meu alvo. ― O que deu nela?
― Não acredito que ele é mesmo o meu namorado. ― suspirei. ― Será que eu devo ir até ele para beijá-lo?
― O quê? Caramba! ― o cara se levantou irritado. ― Você tem mesmo um namorado? Não está mentindo?
― Sim, seu imbecil. ― dei um sorrisinho. ― Me perdoe, e por favor, avise para a minha mãe que eu já tenho um namorado.
••💍••
Ele ficou calado e para piorar toda a minha atuação, acabei chamando a atenção das pessoas ao nosso redor, incluindo o moço coreano que me olhou de imediato, talvez me reconhecendo.
― O homem de terno azul é o seu namorado? ― ele perguntou, próximo.
― Como você descobriu?
― Você estava descrevendo ele enquanto falava sobre o seu...
― É ele mesmo! Ele é o meu docinho de morango. ― eu o interrompi. ― Sinto muito por você. A minha mãe não foi muito sincera em relação... ― fiz uma pequena reverência e ele foi embora do restaurante sem dizer uma palavra. ― Meu docinho de morango? Isso foi tão fofinho...
"Modo atuação desligado!"
Respirei aliviada por um momento.
― Ei, senhorita, pode vir aqui? ― disse o moço do terno azul celeste. ― Senhorita?
― Está falando comigo? ― acenei me aproximando da mesa. ― Pelo jeito é.
― Porque estava me olhando tanto da sua mesa? ― sua voz saiu firme, fazendo com que eu sentisse um arrepio. ― E por acaso a gente já se viu em algum lugar?
O que eu faço agora? Dizer a verdade está fora de cogitação. Coloquei a minha mão na cabeça tentando me concentrar até que avistei o mesmo cara do encontro entrando no restaurante outra vez.
"Modo atuação ativado!"
― Oi meu docinho? ― digo me sentando na cadeira em frente ao moço que fez um semblante assustado. ― O que você trabalha tanto nesse notebook em?
― Senhorita, o que você está fazendo?
― Amor não seja tão rude comigo. Você sabe que eu me importo com seu trabalho, não sabe? ― olhei pelo canto do olho o cara passando direto da nossa mesa. ― Docinho o seu capuccino está esfriando, não percebeu?
― Amor? Docinho? ― o moço desligou o notebook me parecendo irritado. ― Senhorita, pode me explicar o que está acontecendo aqui? Que cena é essa?
Não demorou muito e o cara do encontro foi embora do restaurante.
"Modo atuação desligado!"
― Uffa! ― sorrio me levantando sem jeito. ― Não foi nada não moço...
― Senhorita, aonde você pensa que vai? ― o moço cruzou os braços.
― Embora.
― Acha que pode brincar com o meu sobrenome e sair desse jeito? ― ele me encarou profundamente.
― Brincar com o senhor? ― ajeitei o meu cabelo tentando me concentrar. ― Eu? Claro que não... Desculpas, mas eu preciso ir embora... Tchauzinho!
Um rapaz de terno preto se aproximou da mesa me fazendo sentar na cadeira sem a minha permissão. Aonde foi que eu me meti? Pelo visto ele é alguém importante.
― Quem foi que te mandou? Foi o Gong Yoo? ― ele arqueou as sobrancelhas. ― Ele está te pagando para fazer isso mocinha?
"Ele me chamou de mocinha?"
― Gong Yoo? ― indaguei. ― Quem é esse? Eu não conheço...
― Por que está fingindo que não conhece ele? ― o moço se inclinou para frente, tentando me intimidar e quase conseguiu. ― Foi ele quem te mandou espalhar as fofocas falsas sobre mim? Diga a verdade e será melhor para você.
― Eu não conheço esse daí! ― respondi, batendo na mesa. ― Eu também não te conheço e para de me intimidar!
― Não me conhece é? ― ele deu um sorriso falso se ajeitando na cadeira. ― Então por que disse que éramos namorados?
― O quê? Ah... É isso?
― Porque está me seguindo? ― ele tirou um celular do bolso do paletó. ― E está espalhando que somos namorados!? Eu sei que sou bonito, inteligente e...
― Me perdoe! ― fiz uma reverência prolongada tentando me redimir. ― Eu te prometo que se me deixar ir embora, você nunca mais vai me ver na sua vida!
― A senhorita não conhece mesmo o Gong Yoo? ― ele me encarou, profundamente. ― Diga a verdade e será melhor para você. Não precisa mentir.
― Eu não conheço ninguém com esse nome! Eu juro moço! ― fiz mais uma reverência. ― Apenas disse que éramos namorados para me livrar daquele moço... Também falei para o outro moço daquele dia, lembra? A minha mãe quer tanto que eu me case... Eu estou falando a verdade!
― Hum. ― ele não expressou nenhuma reação. ― Mesmo assim, não justifica o fato de você escolher alguém aleatório e dizer que é o seu namorado. É claro que eu não sou ninguém aleatório nesse mundo.
― Perdão, por favor! ― fiz mais uma reverência. ― Eu prometo que isso nunca mais vai acontecer! E também quero te agradecer por não desmentir em nenhum momento a minha mentira para os dois moços.
― Ok. ― ele assentiu. ― Franklin pode deixar a senhorita ir embora e espero nunca mais vê-la de novo...
Me levantei da cadeira, rapidamente, e me virei sem dizer uma só palavra.
― Senhorita? ― ele me chamou.
― Oi? ― digo me virando para ele com um sorriso no rosto, tentando fingir que não estou apavorada por dentro.
― Você deveria enfrentar a sua mãe...
Quem ele pensa que é para mandar enfrentar a minha mãe? A senhora Cornell. Ele não diria isso se a conhecesse como eu a conheço! Ele tem sorte.
― ...E escolher o seu próprio namorado. ― ele sorriu. ― Não apareça mais na minha frente. Me ouviu? Nunca mais, Adeus!
"Isso vale, escolher você?"
💍•💼'🍓
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro