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💍-𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 (🧁𝟬𝟭𝟳)

𝖠𝖭𝖠 𝖢𝖮𝖱𝖭𝖤𝖫𝖫

Antes que o moço pudesse virar todo conteúdo da bebida na boca de uma vez, eu fiz outra coisa imatura que reprovei em pensamentos, é claro. A verdade é que se eu soubesse que o desabafo dele iria me envolver tanto assim, teria ignorado sua história desde o começo. Mas foi impossível não se comover com a história.

― Me dá! ― tomei a bebida em seu lugar. ― Ah! Nossa desceu ardendo...

Ele ficou me olhando assustado e eu me reprovei outra vez em pensamentos.

― Fiquei comovida com a sua história e por isso achei que não deveria te deixar beber sozinho...

― A senhorita não deveria ter feito isso.

― Eu não sou mais uma criança e o senhor não precisa se responsabilizar, ok?

― Senhor? Eu estou tão acabado assim para a senhorita em chamar toda vez de "senhor"? ― ele sorriu, e outra vez me lembrei de alguém que conhecia. ― Pela primeira vez acho que estou me desabafando com a pessoa certa.

― Não me diga que o senhor faz isso constantemente? ― sorrio ao me lembra da palavra 'senhor' dita por mim. ― É tipo escolher alguém aleatório no balcão do clube para conversar?

― É quase isso. ― ele levantou a mão e o garçom se aproximou imaginando o que seria. ― Na maioria das vezes são os meus funcionários. Acho que eles já estão aborrecidos com a mesma história...

― Ah! ― sorrio pedindo por uma bebida. ― Não precisa se preocupar, eu posso beber de vez em quando. ― pisquei para ele observando sua expressão. ― O quê?

Em nenhum momento pensei que ele pudesse ser um maníaco daqueles que sempre passam nos jornais, onde eles escolhem vítimas no clube de dança. A melhor vítima sempre está sozinha e despercebida, eles chegam com suas histórias bem contadas ao ponto de impressionar suas vítimas ganhando sua confiança, e no final da história nós sabemos como é que termina. Mas, esse moço não me passou nenhuma insegurança ao ficar ao seu lado e conversar comigo. Sua história de amor não correspondido me lembrou muito bem do meu último ano no colégio.

― Vai com calma, senhorita.

― Eu não queria beber hoje, mas já que estamos aqui... Senhor? Moço. Do que é que você tem tanto medo no passado? ― perguntei, querendo saber a resposta da minha pergunta para mim mesma. ― Tem medo de encontrá-la? Acredite, será impossível você encontrar ela de novo aqui em Nova York. Acredite, você não é o único que teve um amor não correspondido na época do colégio.

― Também acredito que será impossível encontrá-la aqui... Faz anos que não tenho notícias dela. Mas não posso dizer a mesma coisa do meu ex-amigo.

― Porque não?

― Ele virou alguém muito importante.

― Deve ser muito difícil então. ― dei umas batidas no ombro do desconhecido. ― Já pensou na possibilidade de conversar algum dia com ele? Imagino como deveria reencontrar alguém nessa situação...

― Eu não estou na mesma altura que ele. Ele agora é alguém muito superior a mim.

― Quem é ele? Seria o presidente? ― me levantei do banco, revoltada, entre a empolgação. ― Que tipo de amigo ele é para... Você não deveria pensar assim! Eu te entendo perfeitamente... Moço.

••••🪩••••

Paramos de conversar por um momento. Depois de alguns minutos comecei a desabafar com o moço ao meu lado falando de coisas pessoais. Não demorou muito para que eu sentisse algo estranho no meu estômago e na minha cabeça. Aos poucos percebi que o álcool da bebida já estava fazendo efeito ao ponto de alucinar com o imbecil do Salvatore em todas as partes do clube. É com ele sempre...

― O senhor não deveria ter desistido do seu primeiro amor... Deveria ter lutado! Não podia ter deixado ela gostar desse teu amigo cretino! O senhor é muito melhor que ele... Vamos brindar! ― e assim levantei a taça com um drink. ― Não deixe o seu novo amor escapar facilmente, ok? Vamos lutar por eles! Nós vamos lutar!

― Sim... Nós... Vamos... Lutar!

― O moço tem o número do seu amigo?

― Não. ― ele balançou a cabeça várias vezes. ― E a senhorita tem o número desse seu primeiro amor? Outro cretino!

― Tenho... Porque eu tenho? Eu não deveria ter! ― peguei o meu celular. ― Moço, acha que eu deveria pagar?

― Sim... Eu apagaria... Mas, por que a senhorita não diz umas coisas para ele antes de apagar o número? Ele brincou com seus sentimentos, não foi? Ele foi um cretino como o meu amigo foi... Ele não mudou? Será que meu amigo não mudou?

VOU LIGAR PARA ELE!

― A senhorita vai dizer o que? ― ele se aproximou de mim um pouco tonto. ― Não me diga que ainda gosta dele?

― Eu odeio ele! ― aproximei o celular do meu ouvido já que estava chamando. ― Assim que ele falar, alô, eu vou... Eu te odeio! Eu não quero saber nada de você!

― Diz tudo... Eu diria que gosto dela.

― O senhor gosta dele?

― Gostar de quem? Misericórdia! ― ele se espantou com a minha pergunta. ― Eu gostava da... Já o meu amigo eu tinha consideração como se fosse um irmão.

"― Alô?"

― Eu ainda gosto dele... Por quê? Eu não deveria gostar dele, mesmo assim, sempre que eu me esbarro com o sujeito, sinto umas coisas estranhas... Sabe?

"― Alô?"

"― Eu te odeio e te amo ao mesmo tempo!" ― gritei observando a reação do moço.

― Não! A senhorita não deveria ter dito essas palavras para ele... Qual foi o nosso combinado? Era para dizer que odeia ele.

― E a parte que eu gosto dele? ― indaguei.

― Não era para dizer. ― nós três rimos.

"― Alô? Senhorita Cornell? Eu não estou conseguindo te escutar direito... Eu estou fazendo uma viagem de negócios agora"

― O quê eu faço? ― sorrio mostrando o celular para eles. ― O quê eu digo?

― Faz ciúmes. ― o garçom sugeriu rápido.

― O quê? Eu quero dizer que gosto dele...

― Não era para dizer que odeia ele? ― o moço arqueou as sobrancelhas. ― Ou vai fazer ciúmes? Ele não merecia alguém como você ao seu lado... Você é incrível.

"― De quem é essa voz?"

"― Nada não..."  O que eu devo dizer?

"― A senhorita está em casa? Estou escutando uma voz no fundo..."

― Porque não diz que está comigo, hein? ― o moço sussurrou perto do celular.

"― Que voz foi essa? A senhorita está em um encontro? Senhorita Cornell, devo te lembrar do nosso..."

Antes que eu pudesse escutar suas palavras ameaçadoras, o garçom, chamado de Davidson, tomou o celular da minha mão e desligou na cara dele. Fiquei sem reação a princípio, mas deveria ter sido engraçado ver a cara de raiva dele.

― Porque ele não ligou de novo?

________________'💍°•

Eu não consigo raciocinar direito. A única coisa que consigo pensar é na cláusula de número cinco do contrato com o Salvatore. Aquele idiota vai me pagar!

― Eu não deveria ter ligado para ele. Eu não deveria ter ligado! Ai meu Deus, ele vai achar que estávamos juntos em um encon...

― Não estamos juntos? ― o moço riu. ― O seu namorado é muito ciumento?

― Namorado? ― eu só faltei cuspir no chão. ― Você disse namorado?

― Sim, sim a senhorita disse que ele é seu namorado não disse? E inimigo também.

― Ah... Sim! Estamos namorando há pouco tempo. Ele é um pouco ciumento...

― Como perdoou ele facilmente?

― O que? ― tentei me concentrar em sua pergunta, mas parecia impossível.

― A senhorita me disse várias coisas sobre ele que fiquei confuso se ele é uma boa pessoa ou não hahaha! ― nós rimos.

― Eu não deveria ter aceitado o convite da minha amiga. ― fiz um brinde com ele. ― Mas agora eu estou adorando esse momento com o senhor hahaha!

― Podemos marcar outro dia?

― Melhor não, o meu namorado falso é muito ciumento hahaha! ― rimos juntos.

"Eu deveria me divertir mais vezes!"

― Ei, mana! Mana, vamos dançar? ― a voz de Eduarda entrou forte nos meus ouvidos, de longe percebi que ela estava mais agitada que horas a pouco. ― Mana não me diga que você estava bebendo sozinha e não me chamou? Hum, pelo visto, você ainda está bem acompanhada. ― ela se aproximou de mim, em seguida analisou o moço da cabeça aos pés. ― Por que você só fica com homens bonitos? Esse daí é colírio para os olhos...

― Eduarda! Como você pode dizer uma coisa dessa na frente dele? ― afastei ela ao sentir o hálito de álcool. ― Duda, você não deveria ter bebido tanto assim... Não deveríamos! A Leyla vai nos matar, não é?

― Nós viemos nos divertir! ― ela gritou.

― E a senhorita já passou dos limites. ― segurei firme o braço dela, fazendo com que parasse de se movimentar um pouco. ― Nós já nos divertimos muito por hoje!

― Mana, o que você quer dizer com isso?

― Vamos embora!

― Eu não quero ir. ― ela cruzou os braços.

― Nós vamos embora mesmo você não querendo... Não faz chilique Duda. Eu ainda preciso chamar um táxi para gente.

― Se eu não estivesse bêbado eu levaria as duas para casa. ― o moço disse ao se virar para nós duas. ― Vocês aceitariam?

― Não! ― respondemos em unisinos.

― Muito obrigada. ― respondi, olhando para ele. ― Nós temos que ir...

― Mana? ― ela rebateu. ― Eu não quero ir.

― Nós vamos mesmo assim... Quieta!

Com um simples impulso, conseguir caminhar levando a Eduarda comigo em direção a saída do clube. Eu não olhei para trás e nem me despedi do moço, pois sabia que nunca mais iríamos nos ver de novo. Tive que ter muita paciência para lidar com a Eduarda, e comigo mesma ao ponto de perceber a minha mudança de personalidade por causa da bebida que ingerir com álcool. Não deveria ter bebido.

― Eu estou bêbada. ― a minha amiga disse várias vezes batendo de leve em seu rosto. ― Eu estou bêbada!

― Cadê os táxis dessa cidade? ― resmunguei sentando ao lado da minha amiga. ― Duda, como foi que as horas passaram tão rápido assim? Os taxistas devem estar dormindo agora... E nós?

― Aninha, porque saímos no meio da festa? Eu quero voltar para a festa!

― Por favor, Duda, colabore comigo. ― olhei para o meu celular esperando por uma mensagem. ― A Leyla não está atendendo a minha ligação. Será que ela ainda está zangada com nós duas?

― Franklin, seu idiota! Franklin, seu imbecil! ― ela gritou. ― Franklin, seu idiota!

― Duda se controla.... Por favor, Eduarda! ― dei uma olhada para o lado percebendo que os meus olhos queriam se fechar. ― O que vamos fazer se a Leyla não responder as minhas mensagens? Ela vai ligar?

________________'💍°•

De repente, um carro preto muito bonito parou e o meu coração gelou antes que o motorista saísse dele. Para minha surpresa foi um senhorzinho muito simpático que apareceu, mesmo assim, fiquei desconfiada. Não havia uma placa no carro que informasse que era um táxi e outra vez tomei uma decisão imatura e quando percebi, já estávamos dentro do carro.

― O senhor é um motorista de táxi? ― perguntei.

― Eu sou motorista particular do meu senhor. ― ele me respondeu, friamente.

Do meu senhor? ― arregalei meus olhos. ― E quem seria o seu senhor? ― olhei para Eduarda na tentativa de querer abrir a porta do carro. ― Achei que o senhor fosse um taxista.

― As senhoritas não precisam ter medo de mim. ― pude ver o sorriso dele pelo espelho retrovisor. ― O meu senhor é um homem bom. Vou te mostrar uma foto... ― ele tirou o celular do bolso e estendeu.

Antes que eu pudesse pegar o celular do senhorzinho, Eduarda foi mais rápida e o capturou primeiro. Ela ficou por minutos admirando a foto do chefe daquele moço.

― Meu Deus! Ele é simplesmente perfeito... Ana, vocês ficaram juntos?

― Duda! O que foi? ― tomei o celular dela. ― Deixa eu ver quem é... Minha nossa! ― eu reconheci a foto rapidamente. ― Esse moço aqui é o seu senhor? Foi ele quem te mandou? Porque ele fez isso?

― A resposta é bem simples. ― Eduarda fez um gesto de um coração com a mão. ― Ele gostou de você, eu super apoio!

― Duda... Melhor você ficar caladinha. Porque não vai dormir? ― entreguei o celular para o senhorzinho um pouquinho envergonhada. ― Fica em paz, tá bom?

Sinto a minha cabeça doer e tudo por causa da bebida que tomei. Foram alguns minutos de estresse, e depois tudo ficou em silêncio. A viagem foi tranquila ao ponto de eu perceber que o carro já havia parado em frente ao nosso condomínio há alguns minutos. O sinhozinho ficou em silêncio.

― Duda acorda, nós chegamos. ― eu balancei ela várias vezes. ― Eduarda Adams, acorde de uma vez!

― Onde é que nós estamos? ― ela abriu um sorriso largo. ― Ana, você precisa mandar a nossa localização para Leyla.

― Como assim?

― A nossa localização! ― ela me puxou para perto dela. ― Vai que alguma coisa aconteça... Eu não quero ser sequestrada!

― Duda não piore as coisas... Que papo é esse, justamente agora? A minha cabeça já está doendo e não pretendo ficar louca.

― Me dê o seu celular! ― ela fez uma carinha tão fofa, e arrebatou meu celular.

― O que você vai fazer? ― encarei.

― Vou mandar a nossa localização para Leyla. Não podemos confiar em ninguém.

― Me dê o meu celular!

― Espera...

― Eduarda!

― Agora estamos seguras! ― ela sorriu me entregando o meu celular. ― Mandei a nossa localização para Leyla.

― Garota, você está pior que eu! ― sorrio colocando a mão na cabeça dela, sendo essa minha única reação. ― Ai meu Deus, Duda!

― Por quê? O que foi que eu fiz agora?

― Nós já estamos na frente do nosso condomínio. ― segurei o braço dela. ― Pra que você mandou a nossa localização agora? Percebeu a gravidade disso? A Leyla já sabe que você está bêbada...

― Você também está! ― ela gritou.

― Eu sou a mais velha. ― digo abrindo a porta do carro do meu lado. ― Vamos?

Tive sorte que quando saí do carro, avistei o Bernardo ainda parado antes de subir na motinha da entrega, e com um simples grito ele veio me ajudar a levar a bela adormecida apoiada nele. Fiquei tentando ficar em pé para agradecer ao senhorzinho que havia sido muito atencioso comigo e com a Eduarda.

― Muito obrigada! ― fiz algumas reverências para ele. ― E por favor, agradeça ao seu senhor por mim!

― Pode deixar, senhorita. ― ele sorriu, em seguida acenou para mim antes de ligar o carro. ― O meu senhor ficará muito feliz em saber que deixei as duas em casa, e em segurança. Ele é uma ótima pessoa.

― Pelo visto, é mesmo! ― fiz reverência.

Me despedi do senhorzinho e entrei no condomínio e fui em direção ao meu apartamento compartilhado. Incrível.

― Tenho que ir devagarinho para a senhora Lopes não desconfiar de nada...

Abrir a porta do apartamento e assim que entrei na sala de estar, avistei Eduarda esticada no sofá já dormindo e a Leyla ao seu lado querendo cuidar dela. Não houve nenhum interrogatório. Pude notar que a televisão estava ligada na programação das fofocas das celebridades, coisa que não me impressionou tanto, sabendo a opinião de cada uma das minhas amigas e o que elas gostavam tanto de assistir.

― Vou dormir... ― sussurrei para ela, e segurando o par de percata. ― Tchau!

Eu só queria dormir profundamente. Não demorou muito e isso me aconteceu...

Nota da autora: Eu percebi que alguns de vocês ficaram curiosos para saber o nome do Dorama que esses dois atores estrelaram juntos. Lembrando que não tem nada a ver com a história que estou escrevendo, ok? A história é totalmente diferente com algumas coisas parecidas do Dorama.

💔Noiva Por Vingança🔨

Esse foi o único Dorama que eu consegui assistir dublado no YouTube

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