💍-𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 (🧁𝟬𝟭𝟰)
𝖠𝖭𝖠 𝖢𝖮𝖱𝖭𝖤𝖫𝖫
Não importava o quanto eu tentasse esquecê-lo, ele sempre estava em meus pensamentos. Não consigo entender porque ainda fico pensando nele depois de tudo o que aconteceu, e agora, para piorar as coisas, estamos em um contrato de namoro falso. Sem contar que ele parece não me reconhecer de lugar nenhum. O Yan está totalmente diferente de quando éramos crianças, pré-adolescentes, e adolescentes do ensino médio até aquele momento, momento esse que eu queria esquecer para sempre. Entendi que tem coisas que não podemos passar uma simples borracha, eu queria, mas não posso.
"Ele continua bonito como sempre..."
O Yan não parece ser mais o garoto por quem eu era extremamente apaixonada na adolescência. Esse, Yan, de agora é extremamente arrogante.
________________'💍°•
O meu Yan, de antes, era uma pessoa gentil. Acho que ele só se tornou uma pessoa gentil porque me conheceu... Porque ele não era. Lembro-me de uma vez quando ele chegou do nada na minha mesa, onde sempre estava com os meus amigos, meus poucos amigos.
"Olá!" Ele sorriu, e aquele sorriso era para mim? "Eu posso me sentar com vocês?"
"Sim" Eu respondi sem acreditar direito.
"Quem faz esses doces?" Yan perguntou apontando para minha lancheira de cor rosa. "Vejo que vocês... Gostam muito..."
"Você está nos espionando?" Min-ji perguntou, fazendo com que eu arregalasse os meus olhos para ele. "Porque se aproximou do nada?"
"Sou eu quem faço os doces" Respondi, abrindo a minha lancheira e tirando uma pequena vasilha cheia de morangos com recheio de chocolate. "Você quer provar?"
"Eu posso?" Yan sorriu, o seu sorriso estava tão radiante naquele dia.
"Sim!" Os meus amigos ficaram nos olhando. "Foram feitos com muito amor..."
Desde o começo eu fui iludida da história. Sempre achei que ele falava a verdade sobre mim, mas não falava. O Yan nem sempre era gentil e carinhoso comigo.
"Ops!" Ele derrubou os meus doces de propósito. "Sinto muito de verdade..."
Nesse dia eu só pude sentir raiva dele. O Yan havia desfavorecido o meu trabalho na frente de todos os nossos colegas. Eu queria só que ele morresse por aquilo.
"Me desculpe!" Ele fez uma reverência demorada. "Sinto muito senhorita Gilbert"
Como um simples pedido de desculpas poderia fazer com que a minha raiva desaparecesse sem fração de segundos? Isso aconteceu. Depois daquele dia, ele e seu melhor amigo, Kim Wook, se tornaram nossos ótimos amigos. Não teve nenhum dia que eles não sentassem juntos com a gente no refeitório, e davam muito valor aos meus doces. O Kim Wook amava!
"Você deveria se tornar uma confeiteira" Yan me dizia quase todos os dias sempre quando provava os meus doces de morango. "Eu vou ser seu fã número um... Está uma delícia! Ana, você tem talento!"
••••💭••••
Eu não vou permitir que o que aconteceu há alguns anos atrás, volte a se repetir! O Yan Salvatore vai se arrepender amargamente por ter jogado os meus doces de morango no lixo. Que arrogante!
"Será que ele não me reconheceu mesmo? Ou está me ignorando como sempre?"
Me levantei da cama sem olhar direito para o relógio ou para o celular que sempre fica na cabeceira da cama, já que não estou com sono. Fui caminhando devagarinho para não acordar nenhuma das minhas amigas. Acendi a luz da cozinha e procurei por alguns morangos dentro da geladeira. Eu aos poucos fui percebendo dentro de mim que só tinha uma coisa que podia me acalmar naquele momento, e era fazer o que eu mais gosto de fazer. Cada um com os seus gostos!
― Não está tão tarde assim...
Nem acredito que consegui fazer a Gina ir ao mercado comprar mais morangos antes de ir embora, na verdade, ela só foi porque eu chantageei dizendo que diria toda a verdade para Leyla sobre o que realmente aconteceu na Universidade. É tão bom quando você faz algo que gosta muito e agora não seria diferente, porque estou preparando o meu recheio de morango favorito. A geleia de morango. Com isso me sinto mais calma, e ao mesmo tempo um pouco agoniante saber que mesmo depois de tudo, Yan Salvatore consegue mexer com as minhas lembranças. Fiquei tão concentrada no que estava fazendo que ignorei algo.
De repente, algo chamou a minha atenção. Apenas a luz da cozinha estava acesa e eu pude perceber uma sombra vindo lentamente na escuridão.
"Que assombração é essa? Quem será?"
― Eduarda? Leyla? Gina? ― sussurrei.
― Socorro! ― a pessoa gritou levando um susto daqueles, e ela não foi a única. ― Meu Deus! Você quer me matar?
― Eduarda? ― encarei ela, já que estava enrolada em um lençol com estampas.
― Ai meu Deus, Ana! O que você está fazendo aqui? ― ela me encarou. ― Já viu que horas são?
― Eu sei que horas são.
― Ana, você tem certeza que sabe que horas são? ― ela coçou os olhos mais uma vez. ― Eu já acordei três vezes e você está fazendo doces a esse horário?
― É uma encomenda. ― procurei pelo meu celular no bolso do avental e não encontrei. ― Ai que cabeça esquecida.
― Está fazendo uma encomenda para que horas? Já são 3:30 da manhã e você está fazendo os doces daquela encomenda?
― Já são 3:30 da manhã?
― Sim. ― ela cruzou os braços. ― Eu achei que você sabia que horas são agora...
― É que eu precisava fazer isso.
― Estava estressada?
― Um pouco...
― É por causa de alguém?
― Não quero falar sobre isso.
― Ah, então é por causa do Salvatore?
― Nossa, como você é delicada.
― Me desculpe, essa não foi a minha intenção. ― Eduarda se aproximou de mim como se estivesse arrependida. ― Vamos mudar de assunto?
― É sério isso? Justamente agora eu já estava me esquecendo, aí você aparece...
― Ana, Aninha! ― ela usou de estratégia me interrompendo. ― Eu posso provar os seus doces? Eu posso avaliar o sabor.
― Não.
― Não? ― ela fez uma careta. ― Que tipo de amiga você é? Me perdoa por ter falado desse cretino... Por favor me deixe provar desse seu doce.
― Porque eu deixaria?
― Porque você é uma jovem incrível e não guarda rancor. ― Eduarda fez uma carinha fofa. ― Ana, você precisa de uma jurada que seja sincera sobre o sabor do recheio, principalmente com esses morangos de Bourbon.
― Não sei não... ― olhei para o lado.
― Vai Aninha! ― ela pegou um morango e passou no recheio que eu havia acabado de fazer. ― Para ser bem sincera, tem uma boa aparência e será que o sabor está espetacular?
Eduarda havia agido tão de repente que a única coisa que eu tinha que fazer era esperar pela resposta dela.
― Isso é uma delícia! Nossa, isso está bom como sempre! ― ela pegou outro morango. ― É muito gostoso!
________________'💍°•
Acordo com o som da chuva contra o vidro, um som triste e monótono que ecoa em meu coração. Mesmo que pareça ser uma mentira, eu estou mais calma. Eu estou me sentindo tão bem.
Eu sei que eu dormi bem pouco, mas estou bem. A única coisa que está me incomodando é que as minhas amigas estão estranhas comigo e eu ainda não sei o porquê disso, mesmo tendo uma boa produção de doces para a padaria.
Mesmo com um dia chuvoso, eu estou preparando- criei um novo recheio. Não que ele seja novo, mas que já fiz há muito tempo atrás quando comecei a levar para os meus amigos no refeitório do colégio. Recheio esse de morango que sempre adicionava um pouco de canela para dar um sabor exótico.
― Colocou canela nessa geleia de morango? ― Eduarda perguntou olhando para a panela. ― Desde quando você gosta de canela? Odeio a bala.
"A pergunta soou assim; desde quando que ele gostava dos meus doces?"
― Não sei não, passei a gostar. ― sorrio.
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Enquanto a chuva batia contra as janelas, memórias do Yan ressurgiram em minha mente. O garoto valentão do colégio, com seu sorriso arrogante e olhar desafiador. Yan era um enigma: rude e gentil ao mesmo tempo.
"Olá, Ana banana, será que eu posso me juntar a você?" Ele perguntou sendo sarcástico, pois nunca esperava pela minha resposta. "Está comendo morangos de novo como sobremesa?"
"Ei, irmão, eu acho que você deveria parar de chamar a Ana assim" Kim Wook comentou sentando ao meu lado. "Você sabe muito bem que ela não gosta"
"Não é da sua conta!"
"Ei, não precisa ficar com ciúmes" Kim respondeu, fazendo com que o Yan ficasse chateado.
"Você quer apanhar é?" Yan respondeu.
"Para com isso vocês dois!" Eu bati bem forte na mesa, pois estávamos chamando atenção dos outros alunos próximos a nós. "Não sejam iguais às crianças, caramba!"
Parecia que os meus únicos amigos se resumiam apenas naqueles dois... Yan Salvatore e o Kim Wook.
"Eu posso provar? Yan apontou para os meus morangos na minha lancheira. "Eu prometo que não vou desperdiçar. E pode crer que Já sou seu fã número 1"
"Tá bom..." Eu me rendi, alegremente.
Antes que o Yan experimentasse um dos meus morangos, o Kim Wook deu um tapa na mão do amigo, fazendo com que o morango caísse no chão me deixando chocada com a atitude dele.
"O que foi isso?" Perguntei, incrédula.
"Você quer morrer é?" Yan apontou para o Kim. "Como pode desperdiçar?"
"Ei, calma!" Gritei. "Por favor não briguem!"
"Eu que digo que você quer morrer!" Kim Wook apontou para os meus morangos me deixando confusa. "No recheio de morango tem canela!" Você quer morrer é?"
-
Eduarda me analisava discretamente; ― Hum... Entendi. Ô Ana, você não acha que já fez muitos doces não? ― ela arqueou as sobrancelhas. ― Onde é que vai acontecer esse aniversário? Sabe... Eu queria fazer parte dele. Vai ter muitos docinhos, até parece que vai ser é um casamento.
― É para o aniversário da colega da Gina. ― Leyla respondeu do sofá ainda em seu digníssimo repouso. ― Mas eu não imaginava que teríamos que fazer tantos...
― Foi a Ana que fez tudo de madrugada. ― ela apontou para as caixas de embalagem. ― E parece que ainda falta fazer o da encomenda...
― Não! ― respondi friamente. ― O pedido da encomenda grande eu já fiz... Foi cansativo.
― O que seria de nós sem você querida Ana? ― Leyla disse fazendo um "ok" com os dedos. ― De qualquer jeito eu acho que vocês terão que ir ao mercado comprar novas embalagens.
― De novo? ― Eduarda balançou a cabeça. ― Não que eu esteja reclamando, mas essa encomenda foi grande demais... Casamento e aniversário?
― E o dinheiro? ― olhei para ela. ― Tivemos um bom rendimento, isso não é bom? Espero que novas encomendas não parem de aparecer!
― É você tem razão. ― ela sorriu. ― Então vamos logo comprar as novas embalagens da padaria para mandar o Bernardo fazer as entregas de hoje.
― Ah... Então meninas tem algo que eu ainda não contei para vocês. ― Leyla comentou. ― O Bernardo teve que ir resolver umas coisinhas... Então não precisa se preocupar, apenas deixe as caixas organizadas antes de sair.
― Esse seu namorado... ― Eduarda revirou os olhos, fazendo negatividade. ― Bora, Ana? Vamos descansar um pouco lá fora?
― Vamos! Eu estou precisando. ―não aguentei e rir das caretas engraçadas que a Eduarda estava fazendo. ― Leyla só tenha cuidado para não confundir as encomendas, ok? A Nadine vem buscar a encomenda dela ou vai mandar o namorado Jack vim buscar aqui.
― Eu sei. ― ela fez um "coração" com as mãos. ― Vão logo comprar as embalagens e me deixem em paz! ― ela sorriu apontando para a perna.
De uma coisa eu sabia, melhor era deixar as encomendas na mão da Layla do que na mão da Gina. Confiança total nela...
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