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💍-𝗖𝗔𝗣𝗜́𝗧𝗨𝗟𝗢 (🧁𝟬𝟭)

𝖠𝖭𝖠 𝖢𝖮𝖱𝖭𝖤𝖫𝖫

Não acredito que estou sonhando com ele outra vez. Ele é tão bonito e tem um cabelo charmoso, além do mais é musculoso e tem um sorriso cativante.

― Anaaa! ― alguém me chacoalhou. ― Ana? Ana é melhor você acordar logo!

― Não grite, por favor... ― resmunguei.

― Ana? ― ela voltou a me chacoalhar. ― Por Deus Ana, nós precisamos abrir a padaria na hora certa, se lembra?

― Ela não quer acordar, é? ― escutei outra voz conhecida. ― Então ela vai começar o dia tomando um belo banho...

― Acordei! ― me manifestei rapidamente, antes que Eduarda jogasse água gelada em mim outra vez. ― Que horas são?

― É exatamente o horário de você acordar para abrirmos a padaria na hora certa. ― Leyla respondeu sorrindo. ― E ainda precisamos fazer alguns doces.

― Deixa comigo! ― digo me levantando da cama. ― Vocês sabem que eu gosto de fazer docinhos, não sabem?

________________'💍°•

Começar o dia fazendo o que você gosta é algo muito maravilhoso e dá uma sensação de prazer. Hoje faz um mês e uma semana que deixei a casa dos meus pais (adotivos) em Washington D.C, e vim parar em Nova York. Nunca imaginei que deixaria a minha família para fazer o que eu mais gosto e colocar em prática tudo que aprendi nos meus cursos de especiarias em doces e salgados. Talvez, o meu sonho de me tornar uma confeiteira de sucesso não tenha agradado muito eles, já que os mesmos me fizeram escolher entre eles, ou, os doces.

A verdade é que eles mudaram quando souberam do testamento do meu pai. Eles apenas pensavam na fortuna da minha família que vou adquirir quando me casar e isso não está em meus planos agora. Eu venho de uma família bem sucedida, mas nem sempre a minha vida foi um mar de rosas. Tive sorte que há um mês atrás eu conheci duas pessoas maravilhosas. Duas garotas com personalidades iguais às minhas e que não desistem facilmente de seus sonhos, que não se importam com o que os familiares vão dizem sobre eles.

― Vocês já leram o que as revistas de fofoca estão falando sobre o namoro do Chris Evans? ― Eduarda perguntou enquanto preparava seu delicioso café. ― As evidências não mentem! Queria eu ser a namorada dele... O capitão América.

Eduarda Adams é uma garota muito atenciosa que se importa de verdade com as pessoas, apesar da pouca idade. Foi ela quem me encontrou primeiro do lado de fora do apartamento, e depois que contei toda a minha história, não sei como, ela conseguiu convencer sua colega de quarto, Leyla Watson, de dividir o apartamento com nós três. E conseguiu!

― Duda, deixa de falar sobre a vida dos famosos. ― Bernardo comentou entrando na cozinha onde ficavam os doces. ― E para piorar o nosso dia eu não consegui comprar as uvas para enfeitar o bolo.

― Por que não? ― Leyla se espantou. ― Amor, nós precisamos das uvas!

― A dona Rosey ainda não abriu a feirinha. ― ele respondeu. ― E agora preciso sair para fazer algumas entregas para o novo escritório chique que recentemente foi inaugurado. 

― E quem vai comprar as uvas? ― Leyla me olhou com aqueles olhinhos verdes.

― Eu vou. ― digo acabando de decorar um bolo surpresa. ― Não se preocupem. De qualquer jeito eu vou passar por lá depois.

― Não acredito que você aceitou mais um encontro às cegas. ― Eduarda comentou provando um gole de café. ― Ana, você tem medo da sua mãe?

― Um pouco. ― digo observando o bolo de morango à minha frente. ― Eu sei que os meus pais... Não andam tendo uma boa relação recentemente. Ela foi a que não me apoiou porque acabaria com os seus planos para minha vida. Ela que manda?

― Que chato. Deve ter sido difícil sua vida.

― Um pouco, na Coreia. ― dei um suspiro. ― Em compensação a senhora Cornell me deixou vim com uma condição... Preciso ir para esses encontros sem reclamar até encontrar um marido da minha escolha.

― Toda semana você tenta. ― Leyla sorriu. ― Toda semana é uma história engraçada sobre os seus pretendentes.

― Ok. ― Bernardo deu um piu. ― Melhor eu ir embora, tchau meninas!

― Tchauzinho! ― nós respondemos juntas, e em seguida rimos do loirinho.

― Ana, você vai voltar antes das 9:00?

― Vou sim. ― ergui os meus ombros. ― Hoje será o meu último encontro às cegas e vou aproveitar para levar esse bolo para a Moon.

― Como assim? ― as duas me olharam incrédulas. ― Último encontro?

― Eu tenho um plano.

― Vai enfrentar a sua mãe?

― Hoje não. ― peguei uma caixa do balcão. ― Eu tenho um plano melhor.

― Vai fazer o quê então?

As duas ficaram em silêncio esperando pela minha resposta.

― Nada demais. ― dei um sorriso de lado, em seguida pisquei para o meu reflexo desfocado da cafeteira.

― Ana, o que você está armando? ― Eduarda indagou como se já me conhecia a muitas datas. ― Que sorriso foi esse?

― Nada.

― O que você vai fazer, Ana? ― Leyla olhou para o meu reflexo no balcão. ― Não me diga que vai usar uma peruca para assustar o pobre rapaz de hoje?

― Ou uma fantasia assustadora?

― Claro que não meninas. ― digo bastante concentrada. ― Vou dizer algo simples para o rapaz do encontro que fará ele ir embora da cafetaria normalmente.

― O quê??? ― as duas me perguntaram curiosas. ― Nós estamos curiosas!

••🧁••

Pra você crescer na vida em determinados momentos você terá que tomar decisões repentinamente, às vezes. Hoje não seria diferente para minha vida pessoal já que tomei a minha própria decisão, ignorando a ordem da minha mãe (adotiva) senhora Cornell. Uma verdadeira casamenteira.

― Eu tenho um namorado. ― digo olhando para a minha xícara de café, timidamente. ― Desculpa por isso.

― Você tem um namorado? Um namorado? ― a voz do rapaz saiu como um sussurro. ― Mas... A sua mãe não me contou nada disso pelo telefone.

― É... Ela ainda não sabe. ― em um gesto rápido olhei para o rapaz à minha frente. ― Espero que me compreenda.

― A senhorita tem mesmo um namorado? ― ele cruzou os braços. ― Cadê ele?

Eu pensei várias vezes mentalmente essa pergunta; cadê ele? Como um desconhecido pergunta para uma dama sobre o seu namorado? Será que ele suspeita que estou mentindo? Na certa eu não fui tão convincente como imaginei. Voltei a olhar para o rapaz a quem a minha mãe me deu várias qualidades e aos poucos percebi o quanto ele era bonito, comunicativo e educado.

"Você não faz o meu tipo criativo"

― O meu namorado? ― desviei o meu olhar para pensar em algo mais convincente. ― Não quero parecer muito rude da minha parte mais o meu namorado está nessa confeitaria.

"O que você está fazendo Ana Cornell?"

― Onde? ― ele se virou, delicadamente, olhando para os casais ao nosso redor. ― Ana, cadê o seu namorado?

Parecia que ele estava muito interessado em saber a minha suposta verdade que acabei de inventar. Quando parei para pensar neste plano achei que daria tudo certo, mas nesse momento parece que...

― Ali. ― indiquei com um gesto de cabeça para um moço de terno azul que avistei de imediato. ― Ele é o meu namo...

― O seu namorado é aquele? ― o rapaz me olhou incrédulo, em seguida levantou-se. ― É ele mesmo?

― Sim. ― respondi, erguendo a cabeça. ― Aquele ali é o meu namorado e por isso eu não quis te dizer antes... Lindo né? ― ri.

O moço prefeito para os meus planos não estava tão distante. Deixei de olhar para o rapaz do encontro e olhei para o homem de terno azul que parecia ter traços coreanos e que não tirava os olhos da tela do notebook de cor cinza, enquanto o seu capuccino esfriava na mesa.

― Perdão eu não sabia. ― o rapaz fez uma pequena reverência e foi embora.

― O quê? ― sorrio observando a cena. ― Ele foi embora assim do nada? Ele acreditou na minha menti...

Eu estava comemorando quando de repente, observei a cena do rapaz fazendo uma reverência prolongada para o moço de terno azul e depois ele apontou na minha direção me deixando imóvel.

― Sinto muito! ― escutei como se fosse um sussurro. ― Eu não sabia que ela era sua namorada.

― O quê? ― a minha pergunta foi de desespero. ― Porque ele fez isso?

― Minha namorada? ― o moço perguntou me olhando bastante sério, e eu acenei com o melhor sorriso que pude esboçar naquele momento. ― Han?

― Oi. ― peguei a minha bolsa da mesa vendo o rapaz saindo pela porta da frente da cafeteria. ― É...

"Calma Ana! Não precisa ficar nervosa!"

Me aproximei do moço sentindo o nervosismo tomar conta de mim. O que eu faço agora? Se o rapaz não tivesse dito e feito uma reverência na frente dele eu sairia da cafeteria sem nenhum problema.

― Perdão! ― fiz uma reverência, rapidamente, nem olhar direito para ele. ― O Kane estava brincando... Ele não quis dizer aquilo... Senhor, por favor não leve a sério nada do que ele disse.

O moço não esboçou nenhum gesto me deixando desconfiada, principalmente quando dois homens de roupas idênticas se aproximaram da mesa.

― Me perdoa! ― fiz mais uma reverência. ― Foi uma brincadeira dizer que éramos namorados... Tchauzinho Senhor!

Me virei e fui embora correndo dali.

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